Eu me deparei em um lugar tão, tão bonito. Era até muito mais bonito que o Acampamento. As paredes brancas e douradas iam até uma altura grande, nem dava para ver o teto. Na minha frente, tinha tronos gigantes fazendo um grande U. Havia uma placa escrito o nome do lugar, então eu soube que lugar bonito é esse.

O monte Olimpo.

Antes que eu pudesse admirar mais o lugar, uma coisa aconteceu atrás de mim. Um pássaro apareceu, ele trazia uma carta. Ele o depositou na minha mão. Eu abri sorrindo. Mas dentro da carta, não tinha uma coisa que me faria sorrir mais. Estava apenas escrito:

CORRA.

Demorou um pouco até eu entender o que se passa. Do meu lado, um fogo começava. E eu não tinha percebido que ele estava chegando em mim. Eu tentei me mover, mas eu estava me sentindo pesada. Arght. O fogo estava me queimando.

Eu entrei em pânico total. Eu estava ficando totalmente ferida. Pense Aurey. Infelizmente, meus pensamentos estavam fracos. O fogo me feria cada vez mais. Eu estava passando pela sensação de morte pela segunda vez. Lágrimas escorriam em meus olhos. Eu nem consigo descrever a dor que sinto. Estou morrendo lentamente. Então vi um balde d'água ao meu lado. Apenas eu não o alcanço. 

Antes de eu pensar, fiz a água levitar novamente. Eu joguei a água no fogo. E um pouco em mim. Eu pensei que a água iria me curar, mas não me curou. Devia ser algum tipo de fogo mágico. Eu mal sei como eu cheguei no Olimpo. Não sei dá onde mas, eu juntei todo o resto da força que eu tinha, e me joguei para longe. 

Não tinha saída. O Olimpo estava pegando fogo, e eu estava presa nele. Com as portas fechadas com um feitiço. Até que eu vi uma janela aberta. Isso pode levar a minha morte, mas de qualquer jeito eu vou morrer.

Corri até a janela, e sem pensar, me joguei a 600 andares. O vento batia em meus cabelos e em tudo, a sensação seria boa se eu não fosse morrer. Zeus podia me ajudar. Mas não, eu sou intrusa. Eu não deveria existir. Daqui a pouco eu chegarei ao chão e eu irei morrer. O chão se aproximava. Bem é isso. Adeus vida.

E assim foi o meu sonho.

- Aurey. - dizia alguma voz, séria. - Aurey. Acorde. - Eu acordei, deitada em nada mais ou nada menos que do lado do mar. Me lembrei do sonho com o Olimpo. Parecia tão real que até parece que eu estou com os ferimentos. Espere. Eu estou. E do meu lado, tem uma pessoa que devia estar bem bravo comigo. 

- Nico? - eu disse, tentando me afastar. Mas os ferimentos não me deixavam eu me mover. 

- Oi. - ele disse, tenso.

- O que aconteceu? - eu disse, rápido. - Eu me lembro do Olimpo em chamas. Eu pulando da janela. 

- Você estava sonhando. - ele disse, indiferente. - Mas foi um sonho diferente. Quer dizer, você realmente fez tudo isso, foi como um sonho, mas de verdade. - Eu ia fazer a pergunta mais imbecil do mundo. "Então,eu estou morta?" mas ele disse que foi um sonho.

- Então porque eu estou machucada? - eu disse, engolindo em seco.

- Porque você estava lá, mas através do sonho! - ele disse, parecendo cansado. - Então eu te encontrei aqui a mais de meia hora. - Eu corei, pensando em que a minha próxima pergunta seria "E você ficou me observando?" - Acho que você andou até aqui sozinha. Teve sorte que você não passou dos limites do Acampamento.

Eu suspirei, com medo. 

- Hey. - ele disse. - Me desculpe por ontem. É que eu não estou acostumado com ter alguém para conversar. - Meu coração se apertou. Obviamente, eu não ia dizer "Não, eu não quero você como amigo, você me acusou de te matar" e blá blá blá.

- Está tudo bem. - eu disse. Meus ferimentos continuavam a doer. Eu cambaleei até a água. 

Dessa vez funcionou, graças aos deuses. - Acho que peguei mania de falar isso com Annie. - E eu suspirei aliviada. 

Nico parecia estar cada vez mais fraco. Quando eu olhei, ele estava deitado na areia, eu me sentei ao lado dele.

- Está tudo bem, com você? - eu falei, preocupada.

Ele demorou um pouco para responder. Acho que ele está buscando forças para falar.

- Não muito. - ele disse. - Eu não ando comendo nada. Para ser mais especifico, não tem nada para eu comer.

Eu me levantei, e ameacei ir para o Acampamento.

- Onde você vai? - ele disse, triste porque eu estava saindo de lá.

- Fica ai, eu já volto - disse. 

Eu voltei com uma grande quantidade de comida para Nico. Me deram uma mochila, lotada de comida. Todos os tipos de comida que existe. Eu disse para as cozinheiras que era para urgência, caso de vida ou morte. Elas me deram essa mochila preta lotada de comida, suco em caixas, doces, frutas, tudo. 

Quando me aproximei, vi Nico ainda deitado na posição que ele estava. Vai saber a quanto tempo ele não come algo. Quando ele me viu, apenas piscou os olhos.

- Toma. - eu disse, dando a comida para ele.

Ele se se sentou.

- Aonde você conseguiu tudo isso? - disse surpreso.

-Eu disse que era uma emergência... - falei, sem graça.

- Obrigada. Mesmo. - ele falou. - Salvou a minha vida.

- Você também já salvou a minha. - eu disse, sem pensar. Ele corou, e eu corei junto. Eu desviei o olhar, mas pude ver ele sorrir.

- Eh... - ele disse.

Ele na vez de comer, bebeu néctar e ele já parecia como e nada tinha acontecido. Que ele nunca tinha quase morrido de fome. Nico colocou a mochila e em suas costas e levantou. Eu levantei e o encarei.

- Você só vai comer isso? - eu disse. - Você não-

Stop. Para. Para tudo; Pare o mundo. Eu não consegui terminar minha frase pelo simples fato de: Nico di Angelo ter me beijado. Quando eu olhei, ele me olhou, e...Basicamente, sumiu! 

Ele deve ter saído pelas sombras de novo. Cara, eu acho que estou mais vermelha do que sangue. Eu saí correndo de volta ao acampamento, tentando aceitar o fato de Nico ter acabado de me beijar. O menino que eu mal conhecia, que eu literalmente quase matei, que salvou minha vida mais de duas vezes;

Tinha me beijado.