As Crônicas Aladas - Principatus escrita por Mano Vieira, DannyZR


Capítulo 6
Capítulo Cinco.


Notas iniciais do capítulo

Bem,eu percebi que em todas as "Notas do capítulos" eu começo com um "Bem," Vamos ver se eu consigo manter isso até o final da história?
Espero que vocês gostem desse capítulo emocionante!
Boa leitura!!



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– Ok, já pode parar de brincadeira, Lena.

– Mas Emi, nós não ligamos! Não teria o porquê fazermos isso com você. Ou você acha que Thony não liga para os seus estudos.

– Quem fez então?

– Isso é uma boa pergunta. Vamos investigar isso depois.

Subo e deito na minha cama. Ele é realmente algo que me dá sono. Adormeço.

+++

Estou em um lugar escuro e frio. Ethereo. Olho de um lado para o outro, procurando quem me convocou aqui, mas não vejo ninguém.

– Olá? – Minha voz ecoa.

Olho para os lados e começo a andar. Não vejo nada. Como vim parar aqui?

– Você se tornará um problema para nós. – Uma voz feminina surge do nada. Tenho uma pequena impressão de conhecer essa voz, mas não me lembro de onde. – Não devia ter deixado aquele moleque se intrometer nos meus planos. Devia ter te matado antes que você tivesse consciência e começasse a trabalhar, mas ele estragou tudo. Agora eu estou sendo punido por culpa dele. Maldito. Maldita seja você. Maldito seja ele. Não desejo nada de bom para vocês e saibam que sempre, sempre estarei aí.

Olho para os lados procurando quem está falando tudo isso, mas não vejo ninguém. Estou assustada.

– Irei te atormentar até a sua morte, ou até você cair. Gostarei de presenciar a sua desgraça. Eu não irei deixar nem a sua família quieta por culpa dele. Farei você odiá-lo.

Então algo surge na minha frente. Espremo os olhos para ver o que é, mas isso não tem resultados. A sombra começa a se aproximar. Estou com medo. A cada centímetro a menos de distancia, eu dou um passo para trás. Não quero nunca me encontrar com o que quer que seja que esteja na minha frente.

Ele não para. Viro-me e começo a correr como se o mundo desabasse nas minhas costas. Não viro nem um momento para trás, até tropeçar em meu próprio pé e cair. Encolho-me e fecho meus olhos. Sinto duas mãos deslizando sobre a minha pele. Uma dor insuportável surge do nada.

Abro os olhos e vejo que estou no meu quarto. Minha roupa está molhada de suor e o sol está se pondo. Levanto e vou tomar um banho.

+++

No outro dia, o professor parece cantar canções de ninar para mim, mas claro que eu não irei dormir no meio da aula. Isso é antiético! E não quero ser perturbada até mesmo nos meus sonhos.

Aproveito o intervalo para correr um pouco. Kyle corre comigo.

– E como vão as coisas, Emilly? – Ele está lindo hoje. Bem, ele está lindo sempre.

– Elas vão meios estranhas, mas nada que me prejudique! – Falo. Não quero que ele fique preocupado comigo. – E contigo?

– Normal. Tirando o fato de ter um super-rival aqui comigo. – Ele ri. Acompanho-o.

– Bem, torço para que vocês dois não se matem. Não gosto de vê-los brigando.

Ele sorri. Seu sorriso é uma coisa divina. Não creio que ele foi banido do céu.

– Kyle, eu gostaria de perguntar o motivo de você ter sido banido para o inferno.

Ele faz uma cara séria.

– Eu não fui banido para o inferno. – Sua voz é grossa agora – eu fui banido para a terra. E por isso, sou um caído.

– Mas por qual motivo?

– Eu pedi para ser enviado até aqui. Não queria mais viver lá. – Diz ele como se isso fosse algo simples. Não acho nada simples ver um anjo que simplesmente cansou-se do seu lar. É estranho.

– Uau! – Não tenho mais o que falar – eu gostaria de saber o motivo de eu estar aqui também... – Comento em voz baixa.

– Você deve ter alguma missão a cumprir aqui na terra. – Disse ele sério, sem olhar para mim.

+++

Os dias passam tranquilos. Nada de diferente, ou melhor, nada de diferente para uma menina que é sobrenatural e tem seus amigos assim também. Sou atacada todos os dias e sempre quem me salva é o Kyle. Ele já está um pouco irritado de fazer isso, mas não tenho culpa. Maggie está sempre ocupada. Parece outra pessoa agora, mas isso, quando estou sendo atacada.

Em casa estava tudo a mesma coisa. Thony e Lena. Tínhamos entrando num belo acordo agora, mas Lena estava quase conseguindo um emprego e eu logo teria que voltar à minha rotina anterior. Claro que essa ideia é a que eu mais odeio, mas acho bom Lena ter um emprego também. Assim ela poderá gastar com o que quiser usando o seu dinheiro.

Deito na minha cama e começo a pensar o quão cansativo está sendo ser atacada todo dia por um monstro diferente. Tenho certeza que emagreci nesse jogo de pega-pega. Meu irmão já tem me perguntado se está tudo bem comigo, mas não tem como eu contar a verdade a eles. Claro que eles nunca vão acreditar que eu sou um anjo e estou sendo atacada por demônios que querem me matar.

Adormeço após uma meia hora pensando na vida. Para minha grande sorte, ao menos nessa noite, não sou perturbada. Tive uma noite tranquila.

Assim que acordo, eu sinto que algo está diferente. O clima deve estar mais úmido ou algo assim. Olho pela janela e vejo algo surpreendedor: O dia está nublado e há uma nevoa próxima do chão.

Visto uma camiseta de manga cumprida e vou tomar o café. Lena e Thony ainda não acordaram! Faço tudo silenciosamente e saio para a escola.

+++

O dia parece estar normal para os outros alunos, com exceção de Kyle, Loran, Maggie e eu. O clima está tenso para nós. A voz do professor me dá sono cada vez mais, porém, algo não me deixa dormir. Tenho um pressentimento de que algo de ruim vai acontecer hoje. Tento manter-me acordada, mas a sinfonia torna-se cada vez mais pesada. Meus olhos ficam cansados e minha mente parece que vai desligando-se a cada instante que se passa. Meus braços ficam bambos e finalmente, eu tombo e durmo durante a aula. Isso é antiético, eu sei, mas é praticamente impossível não resistir. A aula nem ia ser assim tão importante.

Sinto algo me cutucar. Tento abrir os olhos, mas isso parece ser impossível. Assim que consigo, vejo que o clima piorou. Os outros alunos parecem não perceber e a voz do professor parece acelerada.

– O que está acontecendo? – Pergunto enfim. Eles devem saber já que são mais experientes.

– Não sei. – Kyle me responde num tom baixo, para que o professor não ouça. – Mas acho que isso tem a ver com nós, seres místicos. Os outros parecem nem perceber que algo está diferente.

Olho em volta e eles estão normais ainda. Alguns prestam atenção na aula, outros desenham em seus cadernos, outros trocam bilhetes, uns mexem no celular e etc.

O chão estremece. Olho para Kyle assustada. Ele está segurando firme em sua carteira escolar também. Olho em volta e vejo que assim como antes, todos os alunos estão distraídos. O chão continua a estremecer e cada vez, o tremor fica mais forte.

Maggie está segurando firme nas barras da sua cadeira e Loran está fazendo um peso com o corpo, para que não seja derrubado.

– Kyle, o que está acontecendo?

– Eu não sei, mas acho que existe algum demônio vagando por aqui.

– Mas eu sou atacada todos os dias e eles ficam numa estrutura normal. Hoje ele está diferente.

– Isso é o estranho. Loran parece não saber o que está acontecendo também. Temos que tomar muito cuidado.

Um rugido alto pôde ser ouvido, por nós quatro.

– Kyle! – Eu estou com medo.

Loran se levanta na mesma hora, mas ninguém parece perceber. Os nossos corpos parecem não estar mais conectados ao mundo normal.

– Há mais que um demônio na cidade. – Diz Loran fitando-nos.

– Mais que um? – Pergunta Maggie assustada. – Sabe quantos no total?

– É bem mais que um. – Ele afirma. – Não acho que vamos dar conta de todos, mas temos que matá-los.

– E se eles só estiverem de passagem? – Sugiro.

Ok, eu acho que perdi uma boa oportunidade de ficar quieta. Todos me olham com uma cara que não é a das melhores, vai por mim.

– Acho que talvez, o motivo disso tudo, seja a Emilly. – Loran afirma.

– O que você quer dizer com isso? – Kyle dá um passo para frente.

– Eu avisei que seria perigoso mantê-la aqui. Eu perguntei se ela gostaria de ir treinar, mas ela não quis. – Ele suspira – não sei se nós quatro, ou melhor, três, poderemos dar conta de destruir os demônios e impedi-los de que matem alguém.

O que ele quis dizer com três? Eu não conto por quê?

O ruído fica pior. Pode-se ouvir mais agora. Sinceramente, estamos presenciando um apocalipse.

– Temos que começar a agir rápido! – Fala Loran. Ele ergue a mão e tira sua camisa mostrando assim, seu corpo musculoso e bronzeado. Ok, eu não sei o motivo de ele ter feito isso, mas essa é uma visão e tanto. – Vamos ter que lutar a sério contra eles.

Duas asas lindas, reluzentes e brancas saem de suas costas.

– Tentem matar o máximo que puderem! – Ele sai voando.

Fico parada ali, com Kyle e Maggie.

Olho para Kyle, esperando que ele também tire sua camiseta.

– O que foi? – Ele me pergunta, corando.

– Não nada, não. – Digo. É claro que um menino como ele não faria essas coisas. Ele é tímido demais.

– Emilly, vamos ter que ir até a sua casa para ver se está tudo OK! – Anuncia Maggie.

– Mas e o professor?

– Você está bem hoje? – Maggie soa irônica. – Estamos num segundo plano. Talvez no Ethereo. Não estamos mais na terra, Emilly, mas podemos agir nela. O professor continua nos vendo como se estivéssemos sentados ouvindo a aula.

Ah! Agora tudo faz sentido.

– Ok – digo animada–, então vamos!

Saímos correndo do colégio e fomos para as ruas. Nunca vi a cidade tão movimentada. Demônios de todas as cores e formas estão perambulando por aí. Alguns em cima de casas e outros em cima de carros. Todos parecem procurar algo.

– Não deixem que sintam o cheiro da Emilly. – Avisa Kyle. – Como podemos camuflar o cheiro?

– Com outro cheiro mais forte. – Responde Maggie.

Olho para os dois.

Kyle então faz o que já devia ter feito ha muito tempo. Ele começa a tirar sua camiseta. Seu corpo é uma das coisas mais bonitas que eu me lembro de já ter visto. Músculos bem definidos e pele do mesmo tom do resto do corpo. Ele estende a mão que está segurando a camiseta.

– Vista isso. – Diz ele. – Vai camuflar um pouco do seu cheiro.

– Ok! – Digo pegando a camiseta. Sinto uma vontade tremenda de dar uma bela cheirada naquela peça de roupa, mas me controlo. Seria um tanto estranho. Visto-a e aproveito o momento em que ela passa pelo meu rosto para cheirá-la. Ela tem o cheiro dele, ela tem um cheiro bom.

– Vamos! – Diz Maggie apressando-nos. Corremos pelas ruas tentando não sermos avistados por algum dos demônios.

O truque pareceu dar certo. Não fomos visto por praticamente nenhum demônio. Claro que houve vezes deles olharem para nós, mas parávamos de nos mexer no mesmo instante. Parecia até uma brincadeira de criança.

+++

Os demônios dobraram. Agora como se já não bastasse ter uma multidão de demônios na terra, nós temos outra legião de demônios voando sobre nós também. A cada quilometro mais perto de casa, mais difícil se tornava o percurso que tínhamos que usar.

Faltavam somente duas quadras para chegarmos ao nosso destino, quando as ruas começam a mostrar-nos berços de demônios. Na frente de cada casa, estava ali, um demônio deitado.

– E agora? – Perguntou Maggie se virando para Kyle e eu. – Como vamos fazer?

– Eles vão nos sentir. – Afirmou Kyle. – Vamos ter que passar por aqui na velocidade da luz.

– Não podemos. – Falo com uma voz baixa também, não quero acordar os bichinhos de estimação da vizinhança – se passarmos por eles e acordarmo-los vamos levá-los direto para minha casa. Isso pode não dar muito certo.

– E o que fazemos agora? – Disse Maggie.

– Vamos ter que lutar.

Ambos se olham com um rosto não muito legal, mas depois, direcionam a atenção para mim.

+++

– Vamos repassar o plano então: Você e Maggie irão voando para a sua casa. Eu irei ir voando atrás, matando qualquer demônio que ousar a seguir vocês. – Falou Kyle pela vigésima vez.

– Isso mesmo!

– Podemos começar então. – Kyle, que estava ajoelhado, se põem em pé e fecha os olhos. Sua face fica linda assim, bem ele é lindo de qualquer jeito, e um vento bate nele, fazendo seu cabelo balançar. Em poucos segundos duas asas enormes, pretas e sem brilho surgem das duas costas, derrubando no chão algumas penas.

Viro-me para Maggie e sento-me nas suas costas. Até parece que vamos brincar de cavalinho.

– Prontas? – Pergunta Kyle.

– Sim! – Responde Maggie.

– Já! – Ele grita.

Maggie começa a correr e então, levanta voo. Vejo que da sola dos seus pés sai fogo, o que nos faz levitar.

– Segura firme ai, Emi! – Avisa – vamos ter que acelerar um pouco.

– OK! – Digo abraçando-a mais forte.

Ela acelera e sinto o vento bater mais forte e rápido no meu rosto, bagunçando os meus cabelos.

Viro o meu rosto e olho por onde estamos passando. Vejo cada demônio horrível acordar. Todos rugem assim que despertam. Kyle. Tomara que ele se dê bem. Não quero que ele se machuque.

Tento virar um pouco mais o rosto para conseguir ver Kyle. O vento bate forte nos meus olhos fazendo-os arderem. Não obtenho sucesso, mas ganho olhos ardentes mais que o fogo.

Estava tudo indo bem. Estava. Somos jogadas para o lado, com força, por um demônio. Mas não um demônio qualquer e sim o demônio que me atacou pela primeira vez.

Olho para Maggie que ainda não se levantou. Ela bateu a cabeça. Olho para o touro do inferno e vejo que ele está se preparando para uma investida mortal.

– Maggie! – Chamo. – Você está bem?

Essas coisas sempre saem em horas como essa. A pessoa bate a cabeça e está jorrando um mar de sangue e o que você pergunta? Isso mesmo “você está bem?”.

– Sim, só um pouco tonta – diz sonolenta. Mas ela realmente está bem. Ufa! Assim não será levado como uma pergunta irônica.

Ela levanta a cabeça e vê. Ok, eu acho que ela irá tomar providencias logo.

– Vamos somente correr. – Diz ela levantando-se calmamente e vindo até mim, me ajudando a ficar em pé. – Pronta?

Olho para ela com certa incompreensão. Ela segura forte no meu pulso e me puxa.

– Simplesmente correr! – Explica.

O touro vem em disparada atrás de nós. Corremos o mais rápido possível – para mim- e viramos. Escondemos por um momento até algo cair em meu cabelo. Passo a mão no local e olho para ela. Melada.

Olho para cima e grito. Um ser enorme, verde e gosmento está na parede olhando para nós e lambendo os lábios, derrubando muita saliva.

– Emi, eu creio que o que você vai ver pode ter dar ânsia. – Avisa Maggie puxando a manga de sua camiseta. – Talvez seja melhor olhar para o outro lado.

Não olho. Tenho curiosidade no que ela irá fazer. A palma da mão de Maggie começa a entrar em chamas. Uma linha diagonal é lançada até acertar o demônio que estava em cima de nós.

Seu corpo é envolvido pelas chamas que o queimam avivadamente. Mas ele se recusa a partir. Um pulo é o bastante para cair no chão e nos fazer recuar.

– Maggie! – Digo me agarrando ao seu braço que não está sendo usado.

– Calma Emi, não é assim tão fácil quanto parece. – Afirma – Afinal, ele é um demônio. Não seria algo medonho se morresse fácil.

Faz sentido. Realmente seria algo como inseto. Quando voa, todos fazem de tudo para desviar, mas basta jogar fogo que sua vida é encerrada. Não teria graça se fosse assim.

– Vamos sair daqui. Não compensa lutar se não formos vencer! – Sugiro.

Maggie joga mais fogo sobre o demônio. Ele produz um ruído estranho, que parece derreter o cérebro.

Ele continua investindo em nossa direção, olhando fixamente para nós enquanto lambe os lábios e cria uma poça em baixo da sua boca cheia de caninos.

– Tive uma ideia. – Sussurra ela sem deixar de olhar para o ser que está em nossa frente – segure bem firme e não solte. Nem que o próprio papa venha aqui e peça para soltar!

– Ok. – Abraço ela com toda a força que tenho.

Em questão de segundos, não estamos mais com os pés no chão. Ela está controlando as chamas para nos levar para cima. Subimos em um telhado e olhamos para o chão.

– Vamos torcer para que ele não invente de subir até aqui. – Maggie comenta em voz alta sem ao menos perceber no que nos metemos: vários demônios voadores estão olhando para nós.

– Maggie...

– Ele provavelmente deve estar morrendo de dor. Estou fazendo de tudo para aumentar o calor da chama.

– Maggie...

– É sério! Eu tive que treinar muito para conseguir fazer isso! Lembro que meus pais nunca aprovaram esse poder na família, mas minha avó sempre me apoiou assim que viu que eu era diferente! – Ela ainda não tinha percebido! Essa menina não tem senso de percepção? – Por isso eu vivo aqui sozinha e tal, já que eles não me queriam perto dos meus irmãos...

– Maggie, olhe para cá agora! – O tom mudou na palavra “agora” e sua atenção é, finalmente, capturada.

– Estamos ferradas! – Escapou.

Vários demônios começaram a vir com uma velocidade extraordinária em nossa direção. Maggie ergueu as mãos e criou um pequeno escudo no formato de uma meia esfera em volta de nós. O escuro era feito de fogo, obvio.

Suor escorria pelas têmporas de Maggie, que empalidecia mais a cada segundo. Enquanto os demônios investiam contra nós sem descanso, e para piorar ate eu conseguia perceber que a camada de fogo que circundava-nos estava ficando mais fina.

Quando realmente parecia que Maggie iria desmaiar, os demônios pararam de nos atacar, desviando sua atenção para algo atrás deles, olho para lá também e vejo Kyle, empunhando uma espada de brilho azul, que mesmo tento asas negras, estava incrivelmente majestoso, com os músculos saltados e seus cabelos molhados provavelmente de suor, voava e brandia sua espada contra os inimigos como se estivesse dançando, mesmo com sangue de demônios grotescos jorrando por todos os lados, ele era simplesmente angelical.

Sentia como se pudesse ficar, assistindo-o fazer aquilo o dia todo, mas volto a mim quando escuto Maggie arfando, e vejo que ela esta estirada ao meu lado.

Antes que eu pudesse perguntar algo, ela diz enquanto tenta acalmar sua respiração:

– Esta tudo bem Emi, eu só fico um pouco cansada usando tanto meu poder de uma vez só – Mesmo dizendo isso, ela não me aprecia nada bem, estava branca como a neve e com os olhos fundos. Ajudo-a a se sentar, olho para o lado e vejo que Kyle já deu conta daqueles demônios e esta vindo para nosso encontro.

Kyle aterrissa parando muito próximo a mim, uma pena de sua asa cai no chão, tive que conter o impulso de pegá-la, aquela não era uma hora apropriada pra isso me inspecionando com um olhar de preocupação, mas não consigo me concentrar em dizer nenhuma frase completa, pois aqueles olhos e aquele corpo me hipnotizavam.

– Fico feliz que esteja bem, essa foi por pouco – Ele me diz com uma face gentil.

– E-eu estou be-em, mas Maggie – Antes que eu pudesse gaguejar um pouco mais, como se fosse possível, aponto mostrando-a para ele.

– Droga, ela vai precisar descansar por um tempo ate que consiga se recuperar.

– Não, eu estou bem – Fala Maggie enquanto se levanta e cambaleia um pouco se apoiando em mim para pegar equilíbrio.

– Fique e descanse, ainda há vários demônios por ai, eu levo Emi ate a casa dela, esta perto.

Maggie parecia um pouco relutante em aceitar a parar de lutar, mas o cansaço a venceu fez que sim com a cabeça, sentou-se como se estivesse meditando, e por fim chamas quase transparente a envolveram.

– Venha – Kyle disse enquanto me pegava em seus braços, pensei em reclamar, mas não dizer que não estava gostando. Ele inclinou-se e começou a voar em direção a minha casa.

Recosto minha cabeça em seu peito, e fecho os olhos, não estava suado como havia pensado antes, mas era realmente quente e confortável, podia também ouvir as batidas de seu coração, que de alguma maneira me acalmavam, afinal tanta coisa havia acontecido em pouco tempo.

Só abro os olhos novamente quando Kyle para, olho para baixo só para ver minha casa meio arrebentada, meu coração dispara como nunca antes, será que Lena e Thony estão bem?

Chegamos ao chão a alguns metros da frente da casa, Kyle me solta com cuidado e diz pegando a minha mão:

– Fique atrás de mim e não solte de mim, e a qualquer sinal de perigo me avise, agora vamos entrar – faço que sim com a cabeça, acabamos por não ter nenhum problema com a porta já que ela estava inteiramente destruída, isso vai custar caro para arrumar.

O que eu vejo me deixa mais pasmo, do que qualquer outra coisa. Vejo um enorme tigre branco, lindo e de olhos azuis, despedaçando demônios para proteger o corpo inconsciente de meu irmão Thony.


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Notas finais do capítulo

E o que acharam? Gostaram? Mandem-nos reviews falando sobre a história/capítulo e tal! Vamos aceitar na boa e ainda iremos ficar super contestes!
Beijos e até o próximo capítulo...
Isso é tudo, pessoal!



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