As Crônicas Aladas - Principatus escrita por Mano Vieira, DannyZR


Capítulo 17
Capítulo Dezesseis.


Notas iniciais do capítulo

Bem, aqui está :v
Espero que vocês tenham uma boa leitura. Desculpem-me pela demora de 1 mês para ir postando os capítulos, mas é isso ou eu terei que parar de postar :/



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A febre é muito forte. Minhas mãos soam e minha cabeça parece querer explodir e liberar o mais estranho monstro existente na face terrestre.

Lena e Thony foram trabalhar, me deixando aqui em casa, de cama. É o pior castigo que os meus “professores” podem me dar por ter deixado o demônio fazer o que bem entendesse por muito tempo. Viro-me na cama, em busca de uma posição confortável.

Assusto-me quando ouço um barulho inusitado vindo da janela. Olho para ela com velocidade.

—Olá, Emi. — Diz Loran entrando no quarto. Passos leves são o que movem ele da janela até a minha cama. — Vim ver como você está, mas também tenho que fazer outras coisas, além disso.

—Eu estou bem, até — Suspiro e falo fazendo uma tremenda força. — Mas a dor de cabeça é algo muito incômodo.

—Como suspeitei. — Ele sorri. — A febre não deve durar mais de dois dias, fique calma. Vim para te ajudar a amenizá-la. Acho que alguém vai ter um pequeno vampirinho quando se casar. — Ele ri. Não entendo a piada, então continuo séria. —Há quem diga que quando você é exposto por aura demoníaca constantemente, seus filhos possam ter alguma deficiência sobrenatural, como nascerem vampiros, ou até mesmo um submisso. — Explica.

— O que é um submisso? – sinto uma fisgada do lado direito da cabeça, fecho os olhos para tentar amenizar a dor, mas ela só piora.

—É quando a pessoa é influenciada facilmente por demônios. Pode até ser possuída por eles. Normalmente a alma dessas pessoas é bem fraca. — Loran se vira e coloca uma das mãos em minha cabeça. — Uou! Você está bem quente. Será que posso fritar uns ovos em você, antes de te esfriar? — Faço uma cara feia, pedindo, quase implorando, para que ele pare com as suas gracinhas e me ajude a melhorar o mais rápido possível. — Ok, antes, eu irei ver a sua casta.

Ambas as mãos — uma em cada lado da minha cabeça — como sempre. As ondas enviadas pelas grandes mãos fazem uma massagem em minha mente, chegando até a aliviar um pouco da dor. Fecho os olhos para poder aproveitar melhor o momento aconchegante com Loran.

Após um tempo de sondagem mental, Loran para e me analisa seriamente. Fico um pouco envergonhada, mas logo ele quebra o silêncio:

— Ainda não é possível descobrir a sua casta, Emilly. — Ele para de falar por segundos. — Mas já está bem visível que é uma casta que não é muito de lutar e que usa a inteligência para a maioria das coisas.

Isso é bom. Mostra que sou bem inteligente. E ainda terei boas desculpas para usar quando perder em alguma disputa corporal. Perfeito!

—Obrigada pelo elogio. — Sorrio enquanto caço-o de seu semblante.

—Isso não foi um elogio. — Ele ri. — Mas também não foi uma ofensa.

Assinto com a cabeça e isso só me causa mais fisgadas. Fecho os olhos, em busca de um conforto inacessível no momento.

—Bem, agora vou te ajudar a melhorar... — Uma de suas mãos é colocada em minha testa. — Eu só irei influenciar que as suas energias angelicais trabalhem para que você se cure mais rápido. E isso pode te cansar, infelizmente. Você terá que comer muito bem partindo de hoje. Não se preocupe em engordar, seus exercícios te farão ficar no peso.

— Ok! — Digo e, em seguida, sinto uma onda de energia atravessar o meu corpo e percorrê-lo.

A melhora não é tão rápida quanto eu pensei que fosse, mas não reclamo.

—Eu preciso ir agora, Emilly. — Loran diz calmo e se levanta da cama. Sua ida até a janela é rápida. — Ah e o demônio ainda não foi eliminado por completo. E só a Sacerdotisa não será o suficiente para eliminar todas as cópias do corpo original. Tome cuidado, Emilly. Eles não são meras cópias!

Estremeço ao ouvir isso, mas mantenho-me deitada. Viro o corpo e procuro pelo sono.

+++

O barulho do meu celular é o que mais me irrita. Sento-me sobre a cama e pego o celular que está na cabeceira da cama e vejo o porquê dele estar tocando altamente.

“Emilly, Jace e eu estamos indo aí ver como você está. Esteja bonita, pois creio que você não vá querer que ele te veja de pijama.

Beijos

—Maggie”

Levanto-me e começo a me trocar. Não coloco as melhores roupas existentes, porém ponho uma decente, para que o garoto não me veja num estado terminal e para que ele não pense que eu estou perto da morte ou coisa parecida.

Após toda a correria para me trocar, sento-me na cama e bufo tranquilizada. Percebo que eu não me senti zonza pelo grande esforço que acabei de fazer. Isso é bom. Porém a minha garganta suporta um gosto ruim e minha pele ainda está avermelhada e quente.

“Faça esforços mesmo, Emilly. Só não vou rir quando você cair dura no chão, pois também irei sentir a dor do impacto!” Reclama a outra.

Eu não sabia que você sentia as mesmas coisas que eu sinto.

“Agora sabe. Trate de se comportar melhor, a partir de agora. Nem parece que sabe manusear uma espada corretamente.” É estranho ser repreendida por si mesma.

Não prolongamos o diálogo, pois o interfone toca. Desço a escada com cuidado para não tropeçar nos meus próprios pés. Abro a porta e permito que os dois entrem.

—A sua casa é bem grande, Emilly. — Diz Jace maravilhado enquanto aprecia o local.

—Obrigada, Jace. Mas a casa é do meu irmão. — Digo.

—Você já parece estar bem melhor, não é? — Diz Maggie com o rosto próximo ao meu. Ela coloca uma de suas mãos para ver a temperatura do meu corpo, se afasta e diz: — Você está praticamente curada. Só falta a temperatura corporal diminuir um pouco.

—Isso é bom! — Jace diz, ainda em pé.

—Vamos para o meu quarto. — Digo e começo a subir as escadas, guiando-os pela casa.

Jace se revela bem curioso. Olha em todos os cantos, como se estivesse tirando fotos, da minha casa, com os olhos. Sento-me na cama e chamo-os para sentar nela também.

—Não liguem para a bagunça dela, é que eu estava repousando nela há minutos. — Explico.

—De boa, Emilly. — Fala Maggie sorrindo. — Bem, o que você acha de irmos a uma lanchonete? Você já está melhor e não deve ser muito bom ficar trancada aqui o dia inteiro. Lena e Thony só voltam durante o período noturno, então você pode voltar um pouco antes e fingir que nunca saiu de casa. — Ela sorri maliciosamente.

Eu poderia fazer isso. Os planos de Maggie sempre são excelentes e nunca falham, mas prefiro não arriscar.

—Eu vou ir com vocês, mas deixarei meus irmãos cientes disso. Não quero ficar de castigo novamente. — Vou até a porta. — Você poderia me dar uma licença, Jace? Preciso me trocar.

—De boa. — Ele se levanta e sai. Fecho a porta logo em seguida e volto-me para Maggie.

—Eu vou te ajudar a separar as roupas e —

—Por que você o trouxe aqui? — Cochicho, para que esse diálogo se torne inaudível do lado exterior do cômodo.

Maggie sorri.

—Você não percebeu que ele quer iniciar uma amizade com você? — Maggie continua no mesmo tom em que eu a questionei.

—Isso não é motivo para você trazê-lo aqui. — Suspiro. —Não que eu não goste dele, mas é que eu sei bem o que ele quer.

—Desculpa aí, Rainha da Beleza. Pensa que só por que agora você tem asas e poderes anormais, você vai virar a popular do colégio? — Maggie faz um gesto com os braços, e sou forçada a rir. Ela me passa um par de vestimentas que se completam de um jeito belo, mas que não corresponde ao meu jeito de vestir-me. — Emi, deixe que ele se aproxime de você.

—Eu já estou num relacionamento com Kyle. — Digo seca. Decido abaixar o tom, pois ele pode estar ouvindo os chiados do lado de fora da porta.

—E o que isso tem a ver? Emilly, eu não estou falando, nem pedindo e nem te obrigando a namorar ele. Só estou pedindo para que crie amigos. Isso é essencial.

—Você fala isso como se eu não tivesse amigos. — Digo e começo a me despir.

—Ok! Liste os seus amigos.

—Thony, Lena, Kyle, Loran e você. – Digo feliz. Olho para ela e sorrio. Vou para a cama e pego a vestimenta que joguei lá.

—É por isso mesmo! — Insiste ela. — Não era para ser tão simples. Quando se trata de amizade, é complicado. Não seja grossa com ele, fazendo-o se afastar, Emi. Você precisa conversar mais com as pessoas. Odeio ver pessoas sem amizade nenhuma, como você e o Kyle. É por isso que eu tentava inúmeras vezes forçar a barra com você.

—Então você nunca quis ser minha amiga, na verdade. — Deduzo. Termino de me arrumar.

—Mas é claro que eu quis! — Protesta ela. — Se eu não quisesse, eu não teria forçado a barra. Não teria te convidado para todas as minhas festas! Vamos encerrar a conversa. — Maggie faz uma pausa e começa a falar em tom normal. — Você está linda, Emi. Agora vamos, acho que já demoramos tempo demais... Jace deve estar cansado de esperar lá fora, em pé.

Bufo e ajeito o cabelo. Não passamos nada no meu rosto, mas ao me olhar no espelho, vejo que não estou tão ruim assim. Até pareço uma pessoa saudável.

Abro aporta e saio. Jace se encontra sentado no chão, apoiando as costas na parede do corredor. Maggie sai logo após.

—Então, vamos? — Diz ela.

+++

O número de demônios na rua é enorme. Quando Loran me disse que ainda havia cópias, pensei que fossem poucas, mas parece até que existem duas cópias para cada morador. Ando tentando desviar-me dos demônios e das pessoas.

Vamos até o Mc Donald’s e pedimos uma porção de lanches. Sentamos numa mesa do lado de fora e, consequentemente, não consigo deixar de olhar para os demônios que estão por toda parte. Não me sinto segura.

—Bem, sobre o que vamos falar enquanto comemos? — Pergunta Maggie enquanto abre a embalagem do lanche.

—Podemos falar sobre a aula, ou sobre a nossa vida. — Digo. Começo a abrir o meu lanche também.

Conversamos por um bom tempo, até Jace receber uma ligação e precisar sair.

—E agora? — Pergunta Maggie, após a partida dele.

—Eu estou preocupada. — Digo. Olho para Maggie e ela está esperando a continuação da frase: — Há muitos demônios. Será que só a sua prima/tia conseguirá dar conta de todos eles?

Maggie bufa e, logo em seguida, manda um pedaço de batata para dentro.

—Ela ainda não voltou para casa. Acho melhor darmos uma ajudinha para ela. — Revela.

—Eu concordo plenamente! — Digo.

Terminamos de comer os nossos lanches e eu invoco o campo Etherio. Todas as pessoas sem uma aura sobrenatural são excluídas desse plano, tornando mais fácil a caça de seres malignos ou de seres bons.

—Você está boa nisso, Emi. — Brinca Maggie, enquanto esquenta uma de suas mãos.

Concentro energia na palma das minhas mãos.

—Eu só soube aproveitar o tempo que passei fora. — Dou uma piscadela. — O que acha de fazermos uma pequena competição para ver quem mata mais?

—É uma ótima ideia! — Ela parece empolgada.

—Então vamos! — Digo. Começo a correr em direção a uma das cópias.

Encontro uma voando próximo ao mercado central da cidade. Jogo uma esfera, mas o seu contato não é o suficiente para fazer com que ela desapareça. O corpo demoníaco continua flutuando, porém de um jeito desengonçado.

Concentro pequenas esferas de energias e as jogo, uma de cada vez. Sua explosão é demorada, mas dou pequenos pulos de alegria quando a vejo. Entro no mercado a procura de mais. O local é realmente um estoque, até mesmo de demônios.

Questiono-me se os demônios vão à compra no inferno.

A resposta mais plausível é não, pois muitos deles estão aqui, viajando entre as prateleiras.

Crio uma esfera e jogo-a na direção do demônio mais próximo. Dessa vez, a concentração parece ser mais eficiente, pois o corpo explode e a energia continua caçando os outros. No terceiro, a esfera demonstra estar perdendo a energia. Uma das esferas vira-se para mim. Fico encarando-a, esperando por sua ação.

Inesperadamente, uma delas me joga para frente. Olho em volta e percebo que estou cercada.

Todas começam a investir, mas ao invés de atravessarem meu corpo, suas investidas causam-me danos. Sou jogada brutalmente de um lado para o outro, por essas pequenas esferas. Nunca pensei que elas pudessem reagir.

“Você vai realmente deixar que elas te deem um porre?”

Você sempre aparece nos piores momentos. Percebi que alguns velhos costumes nunca mudam.

“Vim te ajudar!”

Como?

“Passe o controle para mim!”

Como? Não posso fazer isso, você vai aprontar alguma coisa!

“Pensei que fossemos amigas, que confiávamos uma na outra agora. Mas vejo que estou errada sobre você, não é?” Ela ri “Você vai continuar pensando que é a original, e vai tentar fazer tudo por si própria, recusando a minha ajuda”.

Eu não recuso a sua ajuda. Você pode muito bem me falar o que é para fazer.

“Ok então. Solte uma descarga de energia no local, mas não exagere. Solte o suficiente para que todos eles sejam dizimados”.

Ok, mas... Como eu faço isso?

“Eu não sei explicar. Se você me deixar fazer, você aprender.”

Ok então, mas não abuse muito, Emilly.

“Obrigada”.

E, em questão de segundos, é como se eu estivesse deitada, impossibilitada de realizar qualquer ação, mas eu sei que ainda estou em pé e que ainda estou na sala. Posso ver isso. A minha visão não foi mudada, mas meus esforços para me mover são inúteis. Agora sei como ela se sente.

Uma quantidade incrível de energia angelical é concentrada por todo o meu corpo, ganhando cada vez mais eficiência. E, após um bom tempo produzindo a energia, ela toda é liberada. Conforme os demônios vão sendo atingidos pela onda energética, eles entram em convulsão e, depois disso, começam a borbulhar freneticamente, tudo isso, antes de explodirem.

Muito obrigada, Emilly.

“Faz séculos que eu não estou em atividade. “Diz ela, passando uma mão na outra “deixe-me continuar, Emilly. Depois eu passo o controle para você.”

Emilly, não. Por favor...

“Não enche, sua idiota. Quero te poupar de todo o trabalho, mas mesmo assim você enche o saco?”.

Sou cortada de qualquer tipo de comunicação com ela. Posso somente continuar observando os seus atos. Eu sabia que algo desse tipo iria acontecer, mas mesmo assim cedi o controle para ela.

+++

A sua eficiência ao matar os demônios é inacreditável. Nunca mataria tantos demônios em pouco tempo, como ela. Um dele tenta nos atacar por trás, mas em questão de segundos uma rajada de energia o acerta fazendo-o ele se transformar em pó.

Vários deles começam a investir contra nós, mas parece que uma barreira foi criada. Sinto uma grande carência de energia. E o que será de nós, se a minha energia disponível se esgote? Provavelmente seremos atacadas por várias investidas e sentirei a dor na pele, mesmo que o esgotamento não seja minha culpa.

A coloração da energia é alterada.

É como se a minha energia estivesse se esvaído toda e ela agora usasse uma nova energia, uma que eu nunca tive acesso permitido.

Emilly começa a reforçar as coisas e a se movimentar mais. Com as mãos ela cria lanças e as joga na direção dos demônios que estão tentando invadir a cerca de energia criada por ela.

Ela começou a andar com passos rápidos, para poder abranger uma área de ataque maior. Conforme os demônios iam investindo, ou eles eram pulverizados pela cerca, ou explodiam devido às lanças que eram lançadas por todo o local.

Após vários demônios mortos, ela demonstra algum indício de fadiga.

É quando Maggie aparece.

—Emilly, já está cansada? — Pergunta ela irônica. — Acho que não deve nem estar se esforçando o bastante para tentar não perder.

—Você está tirando? Se duvidar eu já matei a sua quantia multiplicada por mil! — É claro que ela tem que ser grosseira. Terei que me desculpar com Maggie, depois.

—Wow. Então você já exterminou o inferno inteiro, se formos levar em consideração essa sua viagem! — Maggie dá uma piscadela. — Eu vim aqui te chamar, pois algo muito estranho aconteceu.

—Fale logo!

—Todos os demônios estão se reunindo num ponto específico. Segundo a minha prima, eles estão criando um corpo maior e temos que parar isso agora mesmo, antes que tenhamos um problema complicado de ser resolvido. — As circunstancias não estão nada boas, mesmo. Emilly invoca as minhas asas enquanto Maggie solta uma quantia considerável de chamas pelos pés e, ambas, flutuamos pela cidade, para poder chegar com mais rapidez ao local preciso.

É medonho, tenho que admitir. Todos os demônios parecem estar marchando para cá, encontrar-se com o chefe — Uma esfera maior do que o normal, que está no meio, engolindo às outras — para uma reunião. Conforme o tempo passa, as esferas menores vão sendo absorvidas, dando um tamanho maior para o demônio.

A Sacerdotisa está ali, parada, observando tudo o que está acontecendo — nos esperando, deduzo.

—Temos que parar isso o mais rápido possível. — Grita ela para nós.

—E por que você não parou? — Grita Emilly. Outra pessoa com quem eu devo me desculpar depois.

Maggie olha para mim, ou melhor, para a Emilly e faz um rosto estranho. Ela deve ter percebido a mudança de personalidade. Isso é um verdadeiro saco, terei que explicar tudo para ela mais tarde e, além disso, terei que implorar para que ela não conte a ninguém sobre.

—Eu não conseguiria fazer isso sozinha, minha cara. Esse não é o meu trabalho e sim o seu. culpa deles estarem nos perturbando não é minha. — São as palavras que ela diz para Emilly.

Isso! Bela patada! Para você aprender a ser menos sem educação!

—Por que nós não terminamos logo com isso? — Diz ela. Até quando está sem moral consegue ser ignorante. Incrível isso. — Vamos ver quem terá o golpe de honra, aquela que irá mandar o capeta para o quinto dos infernos!

—Vocês vão mesmo discutir feito duas criancinhas? — Pergunta Maggie.

—Não, prima. Nós vamos disputar. — A Sacerdotisa vira-se de costas — se pensa mesmo que consegue fazer coisas melhores do que eu sei fazer, faça-as. Não deixe que eu vença, pois isso já é um dos ícones da minha pauta.

A Emilly é esquentada, mas essa daí pede para que encrenquemos com ela! Nunca que eu falaria isso, conhecendo essa daqui.

Emilly pula e tenta acertar um golpe no grande demônio, que ainda não terminou a sua transformação. Um dos corpos pequenos sai de seu eixo e acerta-a na barriga, jogando-a contra a parede de concreto mais próximo.

—Ei! Se não for para levar isso a sério, deixe que eu assuma o controle! — Protesto, ou ao menos tento.

—Cale a boca, pirralha. — Ela me responde. — Você não estaria aqui agora, se estivesse no controle. Eu sei o que estou fazendo, melhor do que você!

E com uma de suas mãos, ela manda o corpo pequeno para longe. Começamos a cair, porém, antes mesmo de nos estilhaçarmos no chão, ela abre as asas.

Posso ver Maggie lançando uma quantia elevada de chamas no corpo demoníaco. A sacerdotisa está lançando vários papeis que explodem ao entrar em contato com o demônio.

Emilly volta para o local e começa a usar uma velocidade inédita. Com uma das mãos ela começa a lançar as esferas de energias e, com a outra, ela lançava ataques com a espada. Porém, diferente dos meus ataques, os dela faziam efeito.

Mas as combinações de golpes não fora nada demais. Em poucos segundos o demônio começou a se movimentar, desviando de todos os golpes.

—O que é isso? Ele não estava fazendo nada além de ficar parado antes! — Murmura Maggie.

—É visível. — Responde sua prima — o demônio terminou a sua transformação.

+++

Sou jogada com força no chão. Maggie está caída ao meu lado, impossibilitada de se levantar. Emilly força-se para colocar-nos em pé.

“Faça um esforço!” Ela começa “Não deixe todo o controle para mim. Somos uma só. Preciso de sua ajuda agora que eu estou ferida”.

Eu também estou ferida, Emilly. Somos uma só.

“Somos, mas considere que somos duas almas, que formam uma. Que forma a Emilly.” É complexo, mas compreendo o que ela quer dizer. Posso suprir as suas falhas, caso ajude-a nisso.

Esforço-me para levantar.

A sacerdotisa está lutando bravamente com a sua espada. Vários de seus golpes impedem que eu ou Maggie sejamos atingidas pelas esferas que pretendem nos fazer algum mal.

Vou até a minha amiga. Ela ainda está consciente.

—Você consegue se levantar agora? — Pergunto. É legal o modo de como eu estou tento poder sobre o meu corpo agora.

—Consigo, mas estou tentando reunir mais energia, para poder lutar. — Diz ela. Sua cabeça está cortada, pois há uma mancha em sua testa.

Emilly, deve haver um jeito de ajudarmos ela com um pouco de energia.

“Você está louca?” Ok, a Emilly pode ser uma garota com bipolaridade. “Você é um anjo, ela é uma guardiã. Você entende o significado disso?”

Entendo, precisamos ajudá-la!

“Você não entende! É como se colocássemos um sangue diferente do dela, nela! Vai dar algum problema. Não podemos arriscar a vida dela, Emilly. A não ser que você queira uma de suas amigas correndo risco de vida.”

Temos que fazer isso!

Coloco as minhas mãos sobre o corpo dela, inspiro.

Me ajude, Emilly. Vamos fazer!

Fecho os olhos e suspiro.

Vamos nessa!

Começo a liberar uma pequena quantia de energia angelical para Maggie, de um modo em que a sua pele não seja danificada ao entrar em contato com a minha aura.

Parece dar certo, a primeira vista. Começo a aumentar levemente a quantia de energia, para ir mais rápido com o processo.

—Emilly, o que você está fazendo? — Pergunta Maggie, com cuidado. Ela não tinha protestado até agora.

—Eu estou com um plano em mente. — Digo. — A sua prima está cuidando de tudo. Eu sozinha não seria capaz de ajudar ela. Então estou passando um pouco da minha energia para você.

Maggie hesita.

—Você está maluca? — Ela se levanta. Não retiro minhas mãos de seu ventre. — Você está passando energia angelical para um humano?

—Você não é humana, Maggie. — Digo.

—É claro que eu sou! Você pode me matar! — Ela remove minhas mãos do ventre dela.

—Ok, a intenção não era te matar. Era, e ainda é, te fortalecer! E pelo que estou vendo, deu certo.

Levanto-me e dou-lhe a mão.

—Vamos, não podemos ficar aqui esperando que a sua prima tome conta de tudo! — Sigo.

Maggie sorri, mas ainda posso ver que ela está com medo da ideia de ter energia angelical fluindo por seu corpo humano.

—Vamos nessa! — Digo e abro as minhas asas. Voo um pouco, até onde eu possa atacar o demônio com facilidade.

Uma rajada de pequenos corpos verdes vem ao meu encontro. Invoco a espada e movo o meu corpo centímetros para o lado, fazendo com que todas as esferas lançadas em minha direção sejam cortadas pela lâmina.

Continuo avançando. A cada segundo que se passa estou mais perto do corpo principal do demônio. Começo a concentrar energia em minha mão esquerda, mas não a libero. Quero dar o golpe final nesse demônio. Com a espada, vou eliminando os pequenos empecilhos.

É tão inesperado, quando percebo que toda a energia que eu estava concentrando, foi roubada. Vejo um clarão vindo atrás de mim e sinto minhas costas queimarem.

Viro-me rapidamente para ver o que aconteceu.

Maggie está voando, coberta por chamas. Sua pele, a parte que está nua, possui uma nova coloração. Laranja. Seus olhos começam a escurecer.

—O que é isso? — Recuo dois passos.

Todo o cabelo da garota entra em chamas, e suas roupas começam a queimar. O fogo forma um par de asas semelhantes à de uma borboleta em suas costas e, de uma de suas mais novas mãos alaranjadas e enormes, uma espada em chamas aparece.

Clare vem ao meu encontro.

— O que é isso? — Pergunta ela, assustada.

—Eu não sei!— Digo.

“Eu te avisei, Emilly.”

Uma bola de fogo é lançada em direção a nós, ou melhor, ao demônio. Porém, tão grande é a sua área, que somos obrigadas a correr com a velocidade mais incrível. O barulho de fogo ocupa todo o local.

Olho para o lado e vejo que há pequenas aglomerações de chamas. Está esquentando.

Um rugido. Minha cabeça gira.

“Usamos energia demais, Emilly. Estamos zonzas!”

Tento andar, mas cambaleio e tropeço em meus próprios pés.

O chão treme com os passos do grande demônio que está aqui conosco.

Droga! Ele ainda não foi eliminado?

—Emilly! — Grita Clare e vem ao meu encontro. — Garota, você não está nada bem! — Uma de suas mãos serve de apoio para as minhas costas, deixando-me sentada. Ela puxa um papel de seu bolso e escreve algo nele. Ao jogar o papel no chão, um copo com água parece. — Beba!

Tudo gira, neste momento.

—Você precisa de cuidados urgentes! — Diz ela. — E o melhor é que não sou enfermeira!

—Eu ainda posso lutar! — Digo. Tento me levantar, mas sou atingida por uma dor de cabeça tremenda. Como se metade do meu cérebro fosse explodido e eu não ganhasse a confirmação para morrer. — É só uma questão de tempo, até que um pouco da energia volte.

—Não pense que eu sou burra, Emilly. — Sua mão acaricia minha testa, espalhando as gotículas de suor que estavam escorrendo por ali. — Posso não passar de uma humana com benefícios, mas entendo muito mais do que você sobre esse mundo em que vivemos.

Estava sendo tudo tão calmo até agora. Quase me esqueço de que estamos na presença de um demônio. O que me faz lembrar-me disso é quando somos atingidas por uma labareda. Vejo o corpo de Clare voar para o lado oposto ao meu. A dor de cabeça piora, quando sinto o chão pedindo passagem por ela.

Não consigo me mover.

“Estamos acabadas.” Diz Emilly “É o fim!” está tudo girando em minha volta. A minha visão começa a falhar, as últimas coisas que vejo é o local adquirindo uma coloração alaranjada, devido às chamas de Maggie. Tento me esforçar para falar algo para Emilly, mas o esforço só me permite manter os olhos abertos por mais algum tempo. “Foi bom te conhecer, Emilly. Sentirei saudades de você pensando que sou eu.”

Continuo olhando para frente, observando os fatos que estão acontecendo. Consigo distinguir o corpo de Clare caído no chão. Logo as chamas a alcançarão, e seu corpo será queimado, assim como o meu.

Eu não te treinei para ficar caída no chão, Cara Emilly!


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? O que pensam sobre o que vai acontecer? Mandem reviews falando isso e me deem críticas construtivas para ajudar a melhorar a qualidade da fic para vocês!
Até o próximo capítulo!
E isso é tudo, pessoal!



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