POV. Thalia

Se vocês acham que entrar num brinquedo perigoso do parquinho do shopping contra a sua vontade é legal, eu digo que não. Estou eu aqui no Barco Viking, varias pessoas gritando ao meu redor, o vento batendo em meu rosto, meu cabelo virando Bombril e meu coração quase saindo pela boca, então imagine a cena e conclua comigo que não é legal.

– Vai Thalia, para de moleza, levanta esse braço, abre os olhos e divita-se!- gritou Alex em minha frente

– Não, eu so vou fazer isso quando eu estiver bem segura, no chão e muito longe dessa budega aqui!- disse me encolhendo mais nos braços de Sullivan

– Calma, está tudo bem, se não quiser fazer isso não faça, ok? – disse Sulli no meu ouvido e eu assenti

– Ai que lindo!- Meninos

– Vão caçar o que fazer. – eu disse semicerrando os olhos pra eles que riam de mim. Pouco a pouco o brinquedo foi parando, as travas foram abertas e eu sai que nem uma doida correndo pela rampinha do brinquedo.

– Ah, Graças a Deus! Não aguentava mais. Vocês me pagam seus macacos. - “gritei” caminhando em direção a saída

– Ta bom, a gente paga um dia ai. Agora é hora de COMER! – Derek parece ser magro, mas na verdade ele usa cinta pra esconder as banhas. Mentira, ele nem tem vergonha de mostra-las!

– Vamos, senhorita vingança? – perguntou Sullivan me tirando completamente daquele parquinho/ matadouro

– Eu não sou vingativa, apenas me revolto com pessoas que me fazem fazer coisas que eu não estou de acordo! – ficou confuso, ne?

– Hm, nossa! Então...

– Thata, o que vamos comer? – Peter, o famosso estraga prazeres, chegou perguntando.

– Não sei! Vocês decidem entre comida ou lanche. – disse pegando meu celular pra ligar pra Grazi e localiza-la. Disquei o numero e no segundo toque ela atendeu.

Ligação ON

– Oi, onde vocês estão? – eu

– Ah, estamos entrando na RiHappy. Alex viu um boneco do Homem de Ferro e ficou babando.

– Uau, meu Deus... Tomem cuidado. Estamos indo pra praça de alimentação, nos encontramos lá?

– Sim, não vamos demorar. Beijos – e desligou

Ligação OFF

Caminhamos um pouco, e enquanto passávamos perto de um barzinho onde haviam 3 pessoas super talentosas tocando cantando, Peter (sim, Peter) segurou em minha mão e fomos saltitando pelo shopping ate a entrada do Buguer King. Acho que Sullivan não gostou muito da atitude de Peter, porque ficou com uma cara de “quem te mandou fazer isso, descarado?”, mas ok. Paramos na lanchonete e eu perguntei:

– Vai ser aqui? – todos já estavam na fila pra pedir. – Ah, ok então.

Grazi chegou logo depois acompanhada de Alex e uma sacola da loja de brinquedos. Eles mostraram para mim o que tinham comprado: o famoso boneco do Homem de Ferro e ficaram na fila brincando com o boneco.

Quando todos já havíamos pegado os lanches e o refri (que a proposito é livre, você pega o quanto quiser), fomos procurar um lugar pra sentar. Sentamos todos juntos numa mesa grande e comemos em meio a risadas, brincadeiras e catchups voadores. De repente, sem mais nem menos, Derek teve uma ideia podre de contarmos os nossos segredos uns para os outros e todo mundo aceitou. Começamos com Grazi:

– Ok, hm... Eu durmo com um ursinho de pelúcia que se chama... Alex. – ela estava mais vermelha que um pimentão, mas como ninguém perdoa nada naquela banda, todos começaram a rir, muito. Alex cochichou algo no ouvido dela, a abraçou e ela riu.

– Quem cochicha o rabo espicha! – Derek

– Quem escuta o rabo encurta! – Alex. Rimos mais.

– Ok, ok, ok *risos*, Grazi escolha alguém, por favor. – eu disse em meio a risos eternos

– Hm... Peter!

– Ta, vamos ver... Ah, eu era o moleque mais nerd da 8º serie e todos os garotos populares e metidos me zoavam, mas agora eu sambo na cara do recalque! – ele disse essa ultima frase fazendo uma dancinha na cadeira. Parecíamos hienas no shopping de tanto rir. – Vai Bernard, sua vez.

– Haham, vejamos... Quando eu tinha 7 anos, minha mae me colocou na escola e no 1º dia de aula eu rasguei a blusa dela por quê não queria entrar. – Ficamos surpresos e depois caímos na gargalhada, ele ficou vermelho e chamou o próximo. – Vai Derek, sua vez!

– Ok. No meu aniversario de 8 anos, minha mãe me deu umas 10 cuecas escrito “Bebezão da Mamãe” no bumbum. Ai um dia, quando eu já tinha uns 12 ou 13 anos, não havia cuecas na minha gaveta a não ser essas. Então eu as vesti e fui pra escola. Mas o que eu não tinha lembrado era que nesse dia tinha Educação Física e eu fui correr, dai sem querer o short rasgou e metade das pessoas daquele colégio viram “Bebezão da Mamãe” estampado no meu trazeiro. Depois daquele ano eu fiquei conhecido por esse apelido ate o termino do colégio. – confesso que foi triste, deu pena, mas então nos entreolhamos e rimos como se não houvesse amanha. – Chega gente, vai Sullivan, sua vez!

– Es- es- es- pe- ra- a, pronto. Bom, meu segredo é que eu venho medo do escuro. – o “ownt” foi unanime. – Sim, desde os 3 anos de idade. Vai Alex, sua vez.

– Ok, hm, eu tenho Anuptafobia.

– Que isso? – todos

– Hm, medo de ficar solteiro. – Acho que vocês podem imaginar o que esta acontecendo agora, não? Pra terem uma breve ideia, o Derek esta rolando, ROLANDO no chão! – Gente, acalmem-se, não é pra tanto! Vai Thalia, só sobrou você!

– Ok, meu segredo é que eu estou sinceramente e inteiramente apaixonada por um garoto lindo que eu conheci há pouco tempo! – eu disse com esperanças de que todos se mancassem e pensassem “Sullivan, claro”, mas não foi o que aconteceu. Vi o próprio se levantar com a cara fechada e caminhar em direção à lanchonete.

– Vou buscar refrigerante. – disse seco

– Ih gente, será que ele não gostou? – perguntou Grazi depois que ele saiu e todo mundo olhou pra ela com a frase estampada na testa “o que você acha?”

– Vou falar com ele – Derek disse se levantando e indo ao mesmo lugar que Sullivan

Droga, o que eu fiz? Espantei de mim a pessoa que amo com apenas uma frase idiota. Não, não saia correndo pro banheiro, apenas espere Thalia, apenas espere. Tenho que contar que o cara é ele!

POV. Sullivan

Que saco, acho que estou morrendo por dentro! Claro, ela pode gostar de quem ela quiser, mas minha paixonite estava tão na cara, como ela não percebeu? E eu, como fico? Será que foi indireta? Não, acho que não... Droga, mil vezes droga! La vem o Derek.

– Cara, o que foi isso?

– Não sei, não sei, apenas fiz... Preciso pensar, preciso espairecer, preciso ir embora, posso?

– Claro! Você sabe ir sozinho?

– Sim. Avisa o pessoal, ok?

– Ok, vá com Deus e fica bem irmão! – ele me deu um abraço e me deixou ir

Peguei um taxi, anotei o endereço do hotel e dei ao motorista e ele me deixou lá. Quando entrei, tomei banho, me enrolei num edredom e dormi. Quer dizer, tentei, porque quando se esta quebrado, estilhaçado, sem chão, acabado e todas as “qualidades” possíveis para magoa, não se consegue pregar o olho. Acho que nunca me senti assim antes, odiei isso. Quando menos esperei, peguei no sono e não ouvi mais nada além de “estou sinceramente e inteiramente apaixonada por um garoto lindo que eu conheci há pouco tempo” milhões de vezes em meu sonho perturbado.