My Small And Sweet Revenge escrita por NessCN


Capítulo 2
Enterro.


Notas iniciais do capítulo

Primeiro capitulo da minha estoria, espero que alguém goste.



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Levantei da cama e me dirigi até o banheiro. O meu quarto se encontrava uma bagunça completa, mas eu não estava a fim de arrumar e nem de me preocupar com aquilo. Entrando no banheiro, tomei um banho, escovei os dentes e saí.

– Olá. – Disse minha avó com um sorriso sereno nos lábios.

Ela era uma idosa de 69 anos, tinha os cabelos brancos como nuvens, pele clara e lindos olhos azuis quase cinzas. Mas tinha uma coisa que não combinava em nada com a avó que eu sempre tinha visto, o semblante triste, não era típico dela. Mas era de se esperar, sua filha havia morrido de uma forma tão cruel – e como eu sabia.

– Se apronte, que logo iremos. – Ela sorriu novamente e se retirou do meu quarto.

Sobre a cama, havia um vestido preto de renda simples, que peguei e o vesti. Eu não me via vestida naquilo, era um vestido que me fazia lembrar de tantas coisas. Respirei fundo, engoli o choro que queria vir e amarrei meus cabelos de lado.

Dirigi-me até o espelho e me vi, estava com um semblante mais triste que minha avó. Meus cabelos ruivos e ondulados não estavam em uma boa condição, pele branca e olhos azuis claros estavam péssimos. Apesar de ter tomado banho, eu estava péssima, meu corpo transmitia isso, meu semblante, tudo em mim. Respirei fundo mais uma vez e desci as escadas.

Meu avô se encontrava perto da minha avó, ambos estavam ajoelhados diante à imagem de Jesus Cristo e as fotos dos meus pais. Murmuravam alguma coisa incompreensível, pois choravam muito. Aquilo estava me dando raiva, eu não queria ver meus avôs daquele jeito, eu não queria que meus pais tivessem morrido, eu não queria estar passando por essa situação. Mas eu estava e não podia fugir dela, e tudo por causa daquele homem. Ele iria pagar caro pelo o que está me fazendo passar.

Limpei as lágrimas e chamei meus avôs. Ambos fomos para o local do enterro, um cemitério, o único da cidade. Enquanto o Padre murmurava algumas palavras, a imagem dos meus pais morrendo preencheu minha cabeça. Aquilo era angustiante.

– Você está bem? – Sussurrou Eric no meu ouvido.

– Estou. – Forcei um sorriso.

Ele me apertou com os braços em volta de mim. Eric era um cara alto, de cabelos castanhos escuros e algumas mechas claras, tinham os olhos verdes claros e era um cara legal. Ele fazia eu me sentir muito bem, me fazia rir, era um namorado que qualquer garota desejaria. Bonito, atencioso, não muito ciumento e compreensível. Mas havia um defeito, um defeito que só aplicava à mim e que faria tudo mudar.

Saí dos braços dele e fui ficar ao lado da Amanda. Amanda era minha melhor amiga e uma menina baixinha, de cabelos pretos curtos, olhos castanhos claros e sorriso meigo. Amanda era muito tímida, mas falava demais quando conhecia a pessoa, gostava disso nela, e ela era completamente louca.

– Está tudo bem entre você e o Eric? – Ela esticou os pés para perguntar no meu ouvido.

– Talvez. – Dei um meio sorriso e olhei para Amanda.

Ela me olhava erguendo uma das sobrancelhas, se perguntando: “O que diabos está acontecendo?”. Ignorei e voltei a atenção para o padre.

Peguei a pá que estava ao lado do padre e joguei terra em cima dos caixões. Era pra eu falar alguma coisa, mas nada sai muito da minha garganta, eu apenas chorei e fiz uma prece internamente. Quando entreguei a pá para minha avó, olhei para frente. Ao lado do Eric, estava seu pai, eles eram muito parecidos, mas seu pai era mais musculoso.

Eu encarei aquele homem, olhei dentro dos olhos dele, talvez esperando ver algo. Mas não vi nada, era um abismo sem qualquer coisa. Era um homem que já não tinha mais sentimentos e que me dava nojo.

Aproximei-me do Eric e o puxei para perto de mim, para bem longe dali.

– O que foi isso? – Ele perguntou, me olhando assustado.

– Não gosto do seu pai. – Falei.

– Como assim, você não gosta do meu pai? Você ia muito bem com a cara dela há uns dias atrás. – Eric disse.

– Ia! Falou certo. Eu só não aguento olhar para cara dele.

– Ele te fez algo, Violet?- Eric me encarou durante segundos, esperando a resposta.

Resposta que eu tinha medo de dar.

–Violet? – Ele segurou os meus ombros e me encarou ainda mais.

– Tudo bem por aqui? – Perguntou uma voz grossa, o pai dele havia aparecido.

– Está sim. – Respondeu Eric.

– Violet, eu queria dizer que sinto muito pelos seus pais. Eles eram tão jovens. – Ele olhou para mim, sorrindo.

Minha vontade foi de matá-lo ali mesmo, eu sentia raiva daquela situação, dele e de tudo que aquele homem havia feito.

– Não me fale que sente muito. – Gritei e comecei a chorar.

Eu não havia conseguido aguentar as lágrimas de raiva.

– Ela não gosta muito de ouvir as palavras “sinto muito”. – Se justificou o Eric.

– Desculpa. – O pai dele disse.

– Saia daqui, sai de perto de mim. – Gritei e comecei a esmurrar ele.

Aquilo não adiantava muito, não o feria. Mas minha vontade era de ter facas no lugar dos punhos, só pra poder o ver sendo atingindo e gritando de dor, que nem meus pais estavam.

– Violet. – Eric segurou meus punhos e me arrastou pra trás.

– Qual seu problema, garota? – O pai dele gritou.

– O meu problema é com o senhor. Nojento. – Eu cuspi em cima dele.

– Pai, sai daqui. – Pediu Eric e assim o pai dele fez.

Eric segurou meus ombros e olhou para mim. Ele estava com raiva, decepção por aquela cena terrível.

– O que você tem? – Ele olhou dentro dos meus olhos.

– Eu não sei, está tudo tão complicado. – Sussurrei e abracei o Eric.

Os braços dele me apertavam, me deixavam confortada e consolada. Mas eu queria fugir daquilo, queria fugir daquele lugar e fugir do Eric.

O empurrei para trás e saí correndo. Não esperei o enterro terminar, só segui em direção à casa dos meus avôs. Abri a porta e subi as escadas, me jogando em cima da minha cama e ficando por lá mesmo. Queria pode me enterrar embaixo daquela cama e não sair tão cedo. Queria pode matar aquele homem que havia atacado meus pais sem dó ou piedade.

Depois de um tempo, meus avôs chegaram e junto trouxeram o Eric. Alguns passos foram ouvidos e minha avó entrou no quarto.

– Seu namorado está aí. – Disse minha avó e o Eric mostrou a cabeça. – Entra.

Minha avó saiu e só ficou eu e o Eric no quarto. Ele se sentou na beirada da cama e começou a me encarar.

– Está tudo bem com você? Você não está um pouco confusa com toda essa situação? – Perguntou Eric.

– Está querendo dizer que estou louca? Não eu não estou. – Sorri.

– Não é isso, Violet, mas aquela cena...

– Aquela cena se deu devido ao seu pai ter... Ter... - Droga. Eu não conseguia completar aquilo, não conseguiria dizer para o Eric que o pai dela havia matado os meus pais.

– Ter o quê, Violet? – Ele franziu a testa.

– Foi o seu pai que matou minha família. – Falei tudo de uma vez.

– Como assim? Isso não tem cabimento. – Eric se levantou da cama num pulo.

– Mas é a verdade, eu vi com os meus próprios olhos ele matando. – Me levantei da cama também.

– Acho melhor ir falar com sua avó, você não está bem. Isso deve estar mexendo demais com sua cabeça. – Eric se dirigiu até a porta, mas eu fui mais rápida e me coloquei em frente à ela. – Violet, saia!

– Você acha que eu fiquei maluca? É isso? Meu namorado não acredita em mim.

– Como você quer que eu acredite? Olhe o absurdo que você disse, isso não tem cabimento. – Eric me jogou para o lado e abriu a porta, indo para sala.

Eu o segui.

– Sr. e Sra. Bonner, eu preciso falar com os senhores. – Disse Eric.

– Não acredite em uma palavra do que ele disser. Eu não estou maluca. – Falei assim que meus avôs olharam para nós dois.

– Como assim? – Perguntou meu avô.

– Ela está dizendo que meu... – Eric foi interrompido.

Eu pulei em cima dele e tampei a sua boca. Apesar de eu ser um pouco mais baixa que ele, eu era um pouco forte e consegui levá-lo para fora.

– Não é pra você falar com eles. – Falei.

– Violet, você não está bem, me deixa ajudar. Sou seu namorado, me preocupo. – Argumentou Eric.

– Estamos terminando, não precisa mais se preocupar. – Sorri.

– Você não vai terminar comigo só por isso, vai? – Ele franziu a testa.

– É pelo fato de você não acreditar em mim. – Engoli em seco e entrei, fechando a porta atrás de mim.

Ele não bateu na porta, não fez nada, apenas se foi. Era de se esperar daquele que sabe quando perde. Mas eu queria que ele tivesse feito algo. Limpei as lágrimas dos meus olhos e inventei qualquer desculpa para meus avôs.


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Notas finais do capítulo

Capitulo betado por Gi FL do Perfect Design.



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