What Doors May Open escrita por Strawberry Fields Forever


Capítulo 12
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Tenho duas notícias. A primeira é que viajarei no fim de semana o que impossibilitará a minha presença aqui, talvez, apenas na noite de Domingo. A segunda é que, em função disso, o capítulo de hoje será duplo! :)

Amanhã tentarei o mesmo. Vou pedir para que os mensageiros do tempo ajudem... ;)

Aproveitem... o capítulo promete!



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Capítulo 11

"Então, meu pai totalmente sabe que sou gay," Kurt suspirou com a boca cheia de batatas fritas enquanto se sentava cruzando as pernas em cima da cama de Rachel. "Ele disse que sabe desde que eu tinha três anos. Quão perturbador é isso?"

Rachel riu emuma colher de sorvete de soja delicioso."Kurt, querido, eu amo você, mas a sua sexualidade é tão sutil quanto você acha que está sendo quando olha para Finn."

Ele sorriu."Diz a moça que olha Quinn pelo corredor depois que ela vai embora."

Ela previsivelmente corou e abaixou a cabeça para olhar para o pote de sorvete que Hiram tinha comprado no supermercado."Ela é realmente bonita, ok?"

"Aparentemente."Ele fechou o saco de batatas e reclinou para trás na cama de Rachel. "De qualquer forma, eu estou saindo do time de futebol."

"Por quê?"

"Porque meu pai já sabe que eu sou gay. E por mais que eu goste de olhar para os meninosquase nus no vestiário, o suor e o mau cheiro que vem de seus poros não valem a pena."

Rachel bufou em torno de outra colherada. "Eu disse que vocês garotos são brutos."

Ele se virou para o lado, apoiando a cabeça na mão. "Como foi a conversa com Quinn ontem?"

"Embaraçosa," Rachel gemeu, gesticulando no ar com a colher."Santana apareceu na mesma hora que eu ia fala com ela. Então Quinn disse que não ia conversar comigo." Ela fez uma pequena pausa. "Então ela acabou me beijando no banheiro depois das aulas e antes do Glee."

"Foi por isso que você ficou olhando para ela o tempo todo e ela propositalmente não olhou para você?" Kurt perguntou. "Seja mais óbvia, sério."

Rachel revirou os olhos. "Até onde todo mundo sabe, Quinn é a garota mais hetero do McKinley e está completamente desinteressada em qualquer coisa sexual." Ela enfiou a colher no pote de sorvete macio. "Honestamente, se ela quiser secretamente experimentar a sua sexualidade, ela criou o personagem perfeito para isso."

"Não é isso o que ela está fazendo?" Kurt perguntou timidamente.

A colher caiu com um ruído abafado no pote com sorvete já derretido. Rachel passou a mão por sua boca, removendo o excesso de açúcar. Seus dedos pousaram em seu lábio inferior, lembrando do quão Quinn era ardente e apaixonada quando Quinn jogava a cautela ao vento e beijava Rachel com abandono. "Eu não quero ser uma experiência," ela murmurou tristemente.

"Então o que você quer?"

"Não é óbvio?" ela perguntou completamente exausta.

Ele deu de ombros, levantando-se sobre os cotovelos para pegar uma colherada de sorvete. "Talvez não."

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A festa de pijamas era tudo o que ela pensava.E apesar de apenas vislumbrar ficar perto de Quinn e de suas amigas a deixasse nervosa, ela não podia deixar de imaginar isso. E a possibilidade de ter seus lábios pressionados novamente contra osde Quinn, se jogasse as cartas certas, era atraente demais para resistir.

Ela esperava que elas tivessem alguma chance conversar, mas se não o fizessem simplesmente ter a oportunidade de beijar Quinn não era uma má opção.

A campainha sinalizando o fim da aula soou e Rachel deslizou para fora de sua cadeira, erguendo a mochila em torno do ombro e saindo da sala de aula. O corredor estava cheio de estudantes e Rachel se desviou de todos que, como ela, se aventuravam do corredor para a próxima aula.

De onde estava, viu Santana do outro lado do corredor, rabo de cavalo balançando de um lado a outro enquanto desfilava com um propósito. Quanto mais ela se aproximava mais os olhos de Rachel cresciam ao perceber o que estava em suas mãos. Um copo extra-grande do que Rachel tinha certeza ser raspadinha gelada. Um grito ecoou de sua garganta quando ela praticamente pulou em direção aos armários esperando que Santana não a visse. Lembranças do frio cortante deslizando por sua pele fez com que seus braços se arrepiassem.

Ela passeava pelo corredor com confiança. A respiração de Rachel ficou presa na garganta quando o olhar de Santana olhou os seus, com um brilho de diversão cruel. Seus lábios esticados em um sorriso enquanto ela continuava pelo corredor.

Rachel estava ali, atordoada quando Santana passou por ela. Ela lentamente se empurrou para se desencostar dos armários e ver exatamente para onde Santana estava indo. Santana parou em frente a uma garota que parecia-parecia... Molly?

Seus pés a levaram para lá sem que assim os ordenasse.

"…então como eu estava dizendo, não é que eu queira cobrir o seu rosto com raspadinha de uva, mas é o que tem que ser feito," Santana disse com um encolher de ombros.

"Santana!"

Seu rabo de cavalo se virou quando Santana olhou para Rachel. "O que é, Stubbles? Você está estragando a situação."

Os olhos de Rachel correram de Santana para Molly, olhando petrificada como a outra garota estava contra o armário. "O que está mesmo acontecendo aqui?" Molly perguntou.

Ela se esvaziou com a questão, os olhos suavizados em pedido mudo de desculpas. "Me desculpe—Eu realmente não sei—bem, você está prestes a ser atingida. Você já recebeu raspadinha antes?"

Molly balançou a cabeça, os cabelos loiros balançando para lá e para cá.

"Então porque está recebendo agora?" Rachel perguntou, a voz em um grunhido irritado. Ela odiava ver os outros sendo intimidados.

Santana deu de ombros com indiferença. "É o que Quinn quer."

Pareceu que o mundo dela inclinou de eixo e bateu em sua bunda de uma vez só: "Q-Quinn?" ela gaguejou sem compreender. "Quinn te pediu para fazer isso?"

Outro dar de ombros. Santana olhou para baixo para o gelo lamoso do seu copo, girando-o antes de tomar um gole. "Olhe, eu não tenho o dia todo, certo? Passe para o lado e me deixe apagar essa garota em um banho gelado."

"Não," Rachel respondeu com força. "Você não vai jogar raspadinha sem qualquer razão. Você simplesmente sai por ai o tempo todo fazendo o que Quinn te pede sem pensar?"

O que pareceu causar uma reação em Santana que inclinou o quadril para fora desafiadoramente, os olhos piscando quando ela encarou Rachel. "Que tal você calar essa sua boca grande e se mover para longe, Berry."

"Posso ir, por favor?" Molly perguntou. Ambas se viraram para ela ao mesmo tempo e ela pareceu se encolher de volta para os armários. "Tudo o que eu queria fazer era encontrar meu namorado depois da aula dele."

A sobrancelha de Santana subiu ao longo de sua testa. "Namorado? Huh."

"Jogue em mim," Rachel sugeriu, os olhos rapidamente correndo entre as duas. "Ela não merece isso."

"É apenas um copo com gelo colorido, Berry, não uma bala," Santana respondeu divertidamente.

"Você não sabe como é horrível, Santana." Ela deu uma olhada em Molly em seguida, lábios apertados em firmeza absoluta. "Ok, jogue em mim. Molly, vá para sua aula."

Molly olhou para as duas, em seguida correu pelo corredor rapidamente sem olhar para trás. Rachel suspirou. Lá se fora uma quase amiga que provavelmente perdera para sempre. Ela olhou para o copo na mão de Santana. "Jogue em mim."

Santana olhou desconfiada para ela. "Isto não é realmente o que eu deveria fazer, Berry."

Um sorriso vacilou na voz de Rachel quando ela percebeu o tom de preocupação na voz de Santana. Seus ombros caíram cansados. "Está tudo bem. Estou acostumada com isso. Apenas— poderia fazer isso rápido?"

Santana assentiu. Rachel cerrou os olhos apertados. A próxima coisa que sentiu foi a picada gelada contra o seu rosto. Como um tapa de refrigeração fazendo seu queixo cair por conta do choque e do constrangimento. A raspadinha penetrou em sua boca e ela a cuspiu, apenas para escorrer por seu queixo. "Obrigada," ela sussurrou sem fôlego, sentindo como se alguém tivesse batido com o vento nela.

Ela levou as mãos ao rosto para enxugar a calda grossa em seus olhos para que ela pudesse ver, então rapidamente saiu correndo, andando em direção ao banheiro. Ela abriu a porta e foi direto para o dispensador de papel toalha tirando tantos quanto podia e os esmagando conta o rosto para enxugar o excesso de líquido. Sentia a raspadinha infiltrando em sua camisa e só sabia que seu sutiã estava manchado.

Uma súbita onda de raiva explodiu através dela. E ficou surpresa ao descobrir que essa raiva era dirigida exclusivamente a Quinn, por causa do simples fato de que Quinn utilizava de intimidação com as pessoas apenas porque não podia simplesmente se expressar como uma pessoa normal.

Rachel bufou um suspiro irritado quando arrepios eclodiram ao longo de sua pele.

Ela correu lentamente a toalha de papel no rosto. Quando puxou para longe, estava se olhando pelo espelho com raiva de si mesma. Não havia uma maneira de saber que diabos Quinn estava fazendo, mas ela tinha cruzado a linha. Ela estava trazendo outras pessoas para sua bagunça quando eles sequer podiam imaginar o que estava acontecendo com as duas.

De repente a porta se abriu com força e Rachel pulou para trás em choque. Seus olhos se estreitaram em aborrecimento quando ela viu Quinn caminhar em sua direção com uma expressão irritada. "No que você estava pensando?" ela rosnou.

"Agora não, Quinn." Rachel voltou a correr as toalhas de papel através do seu cabelo. "Eu não quero falar com você agora considerando que ordenou Santana jogar raspadinha em minha amiga."

"Porque diabos você está coberta de raspadinha?" Quinn perguntou, a voz tensa e irritada enquanto ignorava a declaração de Rachel. "Não era para você."

Rachel revirou os olhos. "Claro que não. Era para Molly."

"Sim."

"Por quê?"

Quinn a ignorou. Ela estendeu a mão e pegou as toalhas de papel que estavam com Rachel. Rachel virou para ela, um discurso irritado rapidamente se formando na ponta da língua. Então Quinn estendeu a mão para pegar uma mecha de seu cabelo, deixando Rachel em silêncio enquanto os limpava meticulosamente. Seu peito arfou uma vez, com a respiração gigante para repreender corretamente Quinn e então esvaziou com surpresa. Ela viu a forma como os olhos de Quinn suavizaram com uma ponta de arrependimento, as sobrancelhas unidas enquanto ela continuava a limpar seus cabelos já limpos.

Dedos longos penteavam gentilmente os cabelos de Rachel que quase caiu em transe com a forma suave com que estava sendo acariciada. Quinn soprou sua respiração, encontrando os olhos de Rachel uma vez, e, em seguida, olhando para longe. Ela amassou a toalha de papel em sua mão e se afastou em direção à lata de lixo. Rachel respirou fundo, sentindo um silêncio opressivo pesar sobre elas enquanto caminhava até o dispensador de papel toalha. Ela se virou enxugando sem jeito o seu peito enquanto Quinn a olhava do outro lado do banheiro.

"Isso foi desnecessário," ela resmungou.

"Como eu disse, não foi para você."

"Certo, era para Molly," Rachel estalou, jogando as mãos para o alto. "Foi para ela porque você se sentiu ameaça, já que não pode admitir o fato de que gosta de mim."

"Eu não—" Quinn parou rápida. Ela suspirou em voz alta, colocando as mãos firmemente em seus quadris e olhando feio para Rachel.

Rachel se virou distante, olhando para o estrago feito ao seu suéter através do espelho. Ela observou Quinn se aproximar lentamente. Com a menor distância, o corpo de Rachel relaxou e ela odiava o fato de que, embora loucamente irritada com Quinn, o corpo dela era capaz de reagir daquela maneira.

Quinn a olhou fixamente por um momento, com as mãos contraídas ao lado do corpo antes dela se bater com os punhos. "Eu realmente sinto muito," ela murmurou, desviando os olhos dela.

Ela assentiu, aceitando aquela pequena concessão. Ela sentiu sua raiva lentamente se esvaindo enquanto a olhava através do espelho, sentindo como se a tivesse vendo pela primeira vez. Quinn era apenas uma garota como ela, assustada e confusa, assim como Rachel se sentira há semanas atrás quando finalmente admitira a Finn que ela era gay. Às vezes ela se sentia confusa até agora.

Suas mãos caíram até a pia em exasperação tranquila e ela a agarrou com força, olhando para os pedaços de gelo roxo convergindo para o ralo. "Molly tem um namorado," ela sussurrou após alguns instantes.

A cabeça de Quinn subiu imediatamente olhando para o perfil de Rachel. "Eu pensei que você disse que não gostava dela."

"Eu não gosto. Mas você—" ela fez uma pausa, não querendo usar a palavra ameaçar novamente porque isso implicaria em dizer que Quinn realmente nutria sentimentos por ela e por algum motivo elas não poderiam falar sobre isso. "Apenas saiba que eu não gosto dela. E que ela tem namorado, então…"

"Então?" Quinn a cercou, dando um passo para perto.

Rachel olhou para ela. "Então, você pode parar de atacar alguém que não merece isso." Ela sustentou o olhar de Quinn sem hesitar, deixando-a saber que aquilo não era algo que ela voltaria atrás.

Ficaram ali se olhando por alguns instantes. Rachel observou a força como os olhos de Quinn se arregalaram por uma fração de segundo antes deles caírem para seus lábios. Foi completamente evidente e ela revidou com um pequeno sorriso, permitindo que Quinn a admirasse em silêncio.

Sua respiração engatou quando Quinn se aproximou ainda mais. Seus narizes se escovaram suavemente e os olhos de Rachel se fecharam por instinto.

"Posso te beijar?" Quinn surpreendentemente sussurrou contra seus lábios. Ela olhou nervosamente por cima do ombro, depois voltando para Rachel suplicando. "Tipo, mais tarde ou algo assim? Você vai pra casa comigo?"

Seus olhos se abriram amplamente em estado de choque pela forma como a pergunta pareceu genuína, como se Quinn não tivesse certeza se elas estavam bem ou não. Ultimamente começava a parecer que elas estavam realmente juntas, como em um relacionamento. Aquele momento marcava a sua primeira briga, e depois, se Rachel consentisse, amassos na casa de Quinn seriam a versão delas de fazer as pazes.

Rachel consentiu.

###

Ela se encontrou vagando no escritório da Srta. Pillsbury, depois de mudar de roupa, por alguma razão estranha. Tudo o que ela sabia era que tinha todos esses sentimentos dentro dela que não podia simplesmente jogar sobre Quinn para não assustá-la. E ela também não queria derramar seu coração para alguém que tinha todo poder de quebrá-lo sem esforço.

Ela sorriu nervosamente, puxando a manga do seu suéter, enquanto Emma esguichou um monte de desinfetante nas palmas de sua mão. "Olá, Rachel. Como você está hoje?"

"Eu estou realmente muito confusa," ela admitiu com facilidade. Lançou um olhar por cima do ombro para se certificar de que a porta estava fechada antes de virar para enfrentar Emma. Quando completou a ação, Emma estava olhando para ela e Rachel baixou os olhos com vergonha.  "E-eu estou tipo loucamente apaixonada por alguém," ela sussurrou timidamente.

Emma assentiu com um sorriso encorajador. Ela estendeu a mão para trás e pegou um panfleto, entregando-o a Rachel.

Tratava sobre paixão por um garoto e ela suspirou em exasperação, enrolando as mãos enquanto olhava para Emma suplicante, pedindo-a para que a entendesse. "Você nunca esteve completamente confusa sobre como uma pessoa se sente em relação a você? S-se ela realmente gosta de você dessa forma ou se ela está apenas usando você e sentindo algum prazer doentio com isso?"

Os olhos de Emma lentamente se arregalaram em choque quando percebeu sobre o que Rachel estava falando. Então ela mirou por cima dos ombros de Rachel enquanto falava calmamente.  "Penso que todo mundo se sentiu assim em relação a alguém, Rachel." A testa de Emma franziu. "E isso é um saco, sabe? Sentir como se a pessoa estivesse usando você porque talvez ela não esteja. Talvez ela realmente goste de você, mas você não se sente digno desse amor por conta de suas próprias inseguranças e você começa a colocar na cabeça que cada sorriso é uma mentira. Cada risada. Toda vez que ele passa os dedos entre os cabelos encaracolados em tique nervoso é apenas um jogo doente que ele gosta de fazer com as mulheres e—"

A mandíbula de Rachel caiu em confusão. Ela olhou para trás encontrando Sr. Schuester do outro lado do corredor de costas para elas, olhando os anúncios no quadro de avisos. Ela se virou para olhar Emma incrédula.

"D-de qualquer maneira," Emma balbuciou, "você precisa se lembrar de proteger seu coração. Talvez esse garoto goste de você, talvez não goste, mas lembre-se de qualquer forma de não comprometer você por ele, Rachel. Ame-se primeiro."

Ela assentiu, sem realmente ver como aquela informação a tinha ajudado em alguma coisa. Essencialmente, voltava à estaca zero. Ou estaca dois, estaca um era como ela se sentira ao perceber que não tinha ideia de como Quinn se sentia. Estaca dois era mais ou menos saber que Quinn estava fisicamente atraída por ela, pelo menos.

Se deveria ou não, isso a fez sorrir.

###

"Eu vejo que você está limpa," Santana cumprimentou enquanto abria a porta da casa de Quinn para ela. "Quando eu penso que suas saias não poderiam ficar mais curtas porra…"

O comentário a pegou desprevenida e ela entrou na casa de uma vez quando Santana se afastou. "Onde está Quinn?" ela não pode deixar de perguntar.

"Sendo uma cadela em algum lugar," Santana reclamou. Ela cruzou os braços com força no peito, caminhando em direção à sala de estar.

Rachel seguiu atrás dela, olhando ao redor à procura de Quinn enquanto elas continuavam entrando na casa. Elas cruzaram o limiar da sala e Brittany estava no sofá, olhando para elas com expressão de emoção e alívio. "Oi, Rachel. Que bom que você está aqui. Talvez Quinn pare agora que chegou."

"O que ela está fazendo?" Rachel perguntou curiosa.

"Santana! Você poderia vir aqui, por favor?"

Ela estremeceu com o som alto, autoritário caindo sobre todas elas vindo do topo das escadas. Santana ficou tensa, uma carranca puxando seus traços para baixo quando ela pisou para subir as escadas. "Estou indo, sua vadia!"

Rachel a assistiu subir, por alguns instantes, preocupada, depois cautelosamente se sentou ao lado de Brittany. "Está tudo bem?"

Brittany assentiu, parecendo cansada. "Elas estão em seu período e não estão bem há dois longos dias. Elas estavam brigando e pararam um pouco antes de você chegar."

Curiosamente, Rachel se sentiu imediatamente encantada, lembrando a história que Finn tinha contado a ela há um par de meses sobre como Quinn não podia ficar perto de Santana quando estavam em seus ciclos. Ela se virou para Brittany com um sorriso de desculpas "Eu não posso imaginar como você lida com as duas quando elas estão assim."

Brittany riu divertidamente. "Às vezes é engraçado… quando elas não vão muito longe, o que sempre acaba acontecendo." O sorriso dela se curvou com uma pitada de provocação. "E pelo menos você está aqui para lidar com isso agora."

Foi confuso como Brittany falou sobre ela como se fosse um elemento permanente em todo aquele caos. Mas talvez ela estivesse lendo muito além e Brittany estava apenas dizendo que ela estava ali e, naquele momento, Rachel ela poderia lidar com Quinn.

Ela tinha que lidar com Quinn. Parecia uma declaração tão pessoal e íntima. Como se ela estivesse perto o suficiente de Quinn para lidar com ela qualquer que fosse a maneira que isso significasse. Ela ofereceu a Brittany um pequeno e hesitante sorriso.

Brittany a olhou com curiosidade, enquanto descansava os braços nas costas do sofá. "Você gosta dela, não é?"

"Muito," Rachel admitiu calmamente.

O sorriso dela alargou impossivelmente em seu rosto e Rachel não pode deixar de retribuir quando Brittany falou. "Não são muitas pessoas que gostam de Quinn pelo que ela é, sabe? Todo mundo quer alguma coisa com ela porque ela é popular. Ela realmente não gosta disso."

Rachel balançou a cabeça em compreensão. A maioria das pessoas do Glee era boa para ela apenas quando precisavam de algo—ninguém além de Finn e Kurt aproveitaram realmente o tempo para conhecê-la. Era uma sensação muito solitária às vezes.

Altos, passos furiosos podiam ser ouvidos descendo as escadas e ela e Brittany se viraram para o limiar da sala de estar.

"Cadela anoréxica!" Rachel ouviu Quinn gritar das escadas. Ela pulou do sofá rapidamente para encontrar Quinn andando em direção à cozinha.

Um momento depois, Santana descia o ultimo degrau com força. "Coxuda!" ela gritou para a cozinha antes de empurrar rudemente Rachel e entrar na sala de estar. Rachel virou para assistir Santana cair no sofá ao lado de Brittany. Ela observou a maneira carinhosa com que Brittany se inclinou aplacando um beijo em seu rosto com um sorriso carinhoso.

Tirando seus olhos do lugar onde Santana enxugava o rosto e Brittany a acalmava gentilmente, Rachel caminhou em direção à cozinha. Ela encontrou Quinn ali, encostada contra o balcão e olhando com raiva para o chão. Os olhos de Rachel passearam pelo corpo dela com interesse. Quinn estava em um vestido azul claro sem alças, com costura amarela. Seu cabelo estava solto sobre os olhos, parecendo com a luz do sol. Rachel deu um passo para mais perto e os olhos de avelã subiram lentamente para reconhecê-la. Eles estavam brilhando um pouco quando Rachel se aproximou dela. "Você está bem?" ela perguntou timidamente.

Quinn apenas a olhou por um momento, olhando para o teto em seguida enquanto respirava fundo parecendo estar prestes a cair em lágrimas. Ela olhou de volta para Rachel, os lábios tristes. "Você acha que eu tenho coxas gordas?"

Rachel tentou não rir do quão fofa Quinn parecia—quase às lágrimas apenas por causa do comentário de Santana. "Não," ela disse suavemente, aproximando com cuidado. "Eu não acho que você tenha coxas gordas."

"Mas você nem sequer olhou," Quinn apontou de volta.

"Eu vejo você em seu uniforme Cheerios muitas vezes, Quinn. Posso assegurar que você parece ser uma garota muito saudável. Coxas e tudo o mais."

Quinn olhou para ela com desconfiança, as lágrimas nos olhos secando lentamente. "Você tem certeza?"

"Tenho certeza." Rachel assentiu encorajadoramente enquanto se aproximava lentamente, com os braços abertos. "Eu vou te abraçar agora, ok?"

Depois de um momento Quinn assentiu e Rachel se inclinou para frente para envolver suavemente os braços ao redor da cintura de Quinn. Ela imediatamente derreteu no calor que encontrou assim como Quinn que ficou tensa por um momento. Ela podia estar sendo um pouco egoísta em aproveitar aquele momento que supostamente era para deixar Quinn bem, mas Rachel não pode evitar agarrar levemente a parte de trás do vestido de Quinn e segurá-lo como se fosse precioso. 

Longos segundos se passaram até que Rachel sentiu a leve pressão dos dois braços envolvendo seus ombros. Ela suspirou, virando-se para enterrar o rosto no pescoço de Quinn. Ela respirou profundamente, o cheiro de flores flutuando pelo nariz e saturando profundamente em seu cérebro. Quinn cheirava tão bem; era viciante. Uma mão apoiava a base das costas de Quinn e com a outra passeava pela parte de cima fazendo com que Rachel sentisse como se a mantivesse mais segura. A protuberância do fecho do sutiã de Quinn pressionado sedutoramente na palma da sua mão disparou a sua freqüência cardíaca em uma fração. Ela expirou lentamente na cavidade do pescoço de Quinn, tentando manter seus hormônios em ordem. Naquele momento estava tentando confortar Quinn em relação ao seu corpo, e não tentando chegar na segunda base. Era tão surpreendente o efeito que Quinn tinha sobre o corpo dela. Nunca antes ela tinha se sentido… sexual em relação a outra pessoa, mas tudo sobre Quinn fazia Rachel se sentir tão fisicamente intima como se as duas estivessem prontas para isso.

A próxima coisa que ela sentiu foi um braço deslizando lentamente ao longo do seu ombro até uma mão se enrolar dando uma volta em seu pescoço. O outro braço viajou na extensão do ombro até se agarrar ao outro, efetivamente a segurando no lugar.

Seu coração parou.

Quinn estava segurando ela.

Quinn estava segurando ela.

Então Quinn abaixou a cabeça até enterrar o seu nariz nos cabelos castanhos escuros e Rachel quase desmaiou.

"V-você está bem?" ela perguntou com a voz trêmula, nunca removendo o rosto do pescoço de Quinn.

"Eu estou bem," Quinn respirou depois de um momento.

Elas se encaixavam tão perfeitamente. Sem nenhum esforço, elas apenas se encaixavam como duas peças de um mesmo quebra-cabeça. Cada curva de Quinn cabia na sua com facilidade. Foi sedutor e inebriante, quando Quinn se apertou contra ela em todos os lugares. Ela esfregou os lábios, os olhos fechados de prazer quando Quinn deliberadamente jogou os seus cabelos para trás do pescoço. Arrepios se espalharam ao longo do seu corpo diante da pressão suave dos dedos sob a sua pele. Apertou ainda mais firme o vestido na base das costas e a palma da outra mão coçava quente esfregando provocativamente o fecho do sutiã de Quinn.

Seus lábios começaram a formigar, morrendo de vontade de provar Quinn ali porque era um território novo para ela, para elas, porque não sabia se Quinn queria falar sobre aquilo ou não. Algo estava se formando entre elas bem diante dos seus olhos e ela sabia que Quinn sentia isso também. Seus lábios contraíram por vontade própria, e quando os dedos de Quinn se apertaram em seus cabelos, ela os pressionou fugazmente contra a garganta dela. Ela conseguiu sentir Quinn engolir em seco forçando para baixo a sua garganta antes de se afastar. Sua língua arrastou pelos lábios para molhá-los quando Quinn se mexeu, contorcendo-se, mas depois permanecendo quieta. Tal reação deixou Rachel absolutamente selvagem. Ela mergulhou de volta cautelosamente, pressionando seus lábios contra o pescoço de Quinn. Um gemido foi soprado entre seus cabelos quando ela começou a depositar beijos leves apimentados contra a coluna macia da garganta. Era tão suave e sem máculas, chamando por Rachel. Antes que ela pudesse pensar duas vezes, sua língua ultrapassava seus lábios e percorriam experimentalmente a base do pescoço até um pouco abaixo do queixo. Quinn gemeu mais alto, inclinando a cabeça para o lado dando mais espaço para Rachel pressionar um molhado beijo de boca aberta naquele pedaço.

Quinn agarrou aos cabelos de Rachel com força, forçando-a a voltar, juntando seus lábios aos dela. Rachel choramingou quando Quinn mordeu duramente seu lábio inferior, a mão em volta de seus ombros como uma cobra, puxando-a ainda mais cada curva pressionada impossivelmente perto. As mãos de Rachel se mantiveram firmes sobre o vestido de Quinn, desenhando padrões circulares na parte inferior das costas o que fez Quinn arquear completamente surpresa. Quinn se afastou salpicando beijos em suas bochechas e abaixo de sua mandíbula antes de respirar, "Vamos para o meu quarto," no ouvido de Rachel.

Ela estava surpresa quando Quinn agarrou sua mão e Rachel olhou em silêncio para o ponto em que estavam em contato enquanto era arrastada pelas escadas.


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Notas finais do capítulo

Ps.: Tô adorando os comentários de vocês. Não esqueçam, Quinn é uma bitch. Mas bitchs também amam!



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