What Doors May Open escrita por Strawberry Fields Forever


Capítulo 10
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Pessoas, segue capítulo novo. Enfim, a cena esperada. O primeiro do que esperemos ser muitos. Amém. Aproveitem, divirtam-se e comentem.

:)



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Capítulo 9

As palavras: 'Eu não estou interessada em ter relações sexuais com garotos,' não tinha sido registrada imediatamente por Rachel no dia anterior. Mas quando o foi, era tudo o que ela pensava. O pensamento não ocorreu até ela chegar em casa e ela justificou essa falta, entendendo que o seu cérebro a estava protegendo, sabendo que se assim o fosse ela passaria o resto da reunião do Glee analisando todas as formas de como a sentença lhe dava esperança ao invés de se concentrar em sua não-balada-para-Quinn intitulada You Are So Beautiful. Foi bastante fácil de cantar considerando que todos no clube sabiam de seu incrível ego.

Quando essas palavras foram registradas, no entanto, ela estava em sua cama, deitada de bruços e chutando os pés no ar no ritmo da música que emanava de seus fones de ouvido em um volume confortável enquanto ela fazia a lição de casa. Ela parou, pausou a sua canção com prazer culpado, I Believe in a Thing Called Love e também de se mover, tudo junto, porque Quinn não estava interessada em ter relações sexuais com Garotos. Não interessava se não era literalmente isso o que ela queria dizer no momento. Rachel tinha levado a mão na boca e riu brilhantemente porque mais uma vez Quinn NÃO estava interessada em ter sexo com garotos. Ela fez uma melodia em sua cabeça para entoar junto com essas palavras e cantou para si mesma até dormir com esse pensamento.

Agora, ela estava no carro a caminho da casa de Quinn e o passeio parecia demorar uma eternidade. Rachel se ocupou de olhar pela janela para ver as inúmeras árvores que passavam.  Eles se dirigiam à parte alta de Lima, onde os médicos e advogados viviam. Rachel não sabia o que o pai de Quinn fazia para viver, mas era óbvio que Quinn tinha dinheiro— a pessoa mimada e rica logo abaixo da superfície da personalidade de Quinn dava dicas o suficiente disso. Quinn sempre queria ter as coisas à sua maneira e Rachel acreditava que era porque ela estava habituada a isso o tempo todo. Como a tutoria de Rachel na sexta ao invés do dia anterior.

O que era estranho, porque sexta-feira geralmente era noite de encontros. Lima poderia ser um pouco ultrapassada quando se tratava da vida dos jovens em comparação com dramas adolescentes populares, como The OC e One Tree Hill, mas tinha um bom shopping, um par de salas de cinema e um ponto de pegação. Todos os três eram bem frequentados em qualquer Sexta-feira à noite por casais do ensino médio ou ocasionalmente por casais do fundamental.

Rachel não tinha visto nada de estranho em ir à casa de Quinn na última sexta-feira noite, porque Quinn não estava namorando ninguém. Ela tecnicamente não estava namorando alguém agora, mas considerando que ela e Puck estão se aproximando, Rachel achou estranho que Quinn escolhesse essa dentre todas as noites para ensinar ela. Ela agarrou a mochila com mais força enquanto suspirava, continuando a olhar para fora da janela. Ela ia beijá-la de uma vez por todas antes de sair daquela casa maldita.

O carro diminuiu a velocidade e Rachel se animou, olhando para frente quando Leroy o jogou suavemente na calçada. O carro parou e ela mordeu o lábio pensativa quando o motor silenciou o ronronar maçante.

"Pai, papai?"

Ambos se viraram para encará-la.

Rachel piscou nervosamente com um sorriso trêmulo. "Eu pretendo falar dos meus sentimentos a Quinn hoje à noite. No entanto, devo acabar com o coração esmagado em pedaços pequenos e quero vocês dois lá por mim."

Ambos sorriram e Hiram estendeu a mão para acariciar seu joelho em apoio. "Nós sempre estaremos aqui."

"Vá pegá-la, Rachel," Leroy disse com uma piscadela.

Ela corou, mas agradeceu e abriu a porta para sair do carro. Deslizou a mochila ao longo do ombro. Acenando para eles ela caminhou até a porta de Quinn, batendo levemente.

A porta se abriu mais rápido do que da última vez e Quinn ficou ali olhando para ela por um momento. "Oi."

Ela parecia quase tímida e Rachel apenas sorriu patetamente, porque Quinn nunca havia soado daquele modo antes. "Boa noite, Quinn."

Quinn sorriu um pouco e se afastou para deixar Rachel entrar. A porta se fechou atrás dela e ela se encostou, esperando que Rachel retirasse o casaco estendendo a mão para ela.

Rachel deu um passo para trás assim que Quinn pegou seu casaco, para olhar as roupas que ela usava—o short preto não era muito maior do que o que ela usara da última vez e uma regata branca. Seus olhos percorreram a partir dos ombros até mergulhar nas costas, na curva da bunda, coxas, até, finalmente, terminar em seus pés. Quinn pigarreou sugestivamente e o olhar de Rachel subiu de volta, completamente sem remorso. Rachel queria testá-la, ver como Quinn iria reagir agora que não estavam mais na escola.

Mas Quinn deu pouco mais do que um rápido sorriso tímido antes de se virar e sair. Seus quadris tinham uma cadência um pouco exagerada deixando uma Rachel louca a seguindo pela casa. Elas pararam na arcada da sala, mas Quinn não entrou, encostando-se na madeira e olhando para a sala para falar. "Estaremos estudando no meu quarto". Disse isso muito deliberadamente. Havia alguma forte mensagem por trás daquela frase que Rachel poderia tentar adivinhar, mas no final não saberia.

"Sim, sim," Santana respondeu calma.

"Divirta-se, Q," a voz de Brittany ecoou. "Oi, Rachel!"

"Oi, Brittany," Rachel disse com um sorriso, feliz pela pequena mostra de aceitação. Ela tinha uma expressão confusa quando Quinn se virou para encará-la. "Eu não sabia que estudar poderia ser divertido...?"

Quinn ficou ali por um momento olhando para ela antes de lentamente dizer, "Pode ser." Então ela passou deslizando por Rachel, subindo as escadas.

Rachel se esforçou em segui-la.

Elas caminharam por um longo e escuro corredor que levava a uma luz ao fim do mesmo. A luz vinha do quarto de Quinn, que era pelo menos duas vezes o tamanho de Rachel enquanto ela caminhava para ele.  Havia uma cama queen-size com um dramático dorsal vitoriano. Ela pode ouvir a porta se fechar atrás dela quando olhou para a cama de Quinn e um arrepio passeou por sua espinha. Os lençóis eram totalmente brancos e pareciam macios e Rachel continuou a olhar para eles com espanto. Era naquele lugar onde Quinn dormia todas as noites. Era naquele lugar onde a mágica acontecia. Ou não acontecia, de acordo com Finn.

"Espero que você goste," Quinn disse suavemente em algum lugar do seu lado. Rachel virou-se para ver Quinn caminhar em direção a sua cama e sentar. Ela arriscou alguns passos até que ela ficou em pé na frente de Quinn. "De sua cama?" Rachel perguntou.

Quinn revirou os olhos. "Do meu quarto, Berry."

"Oh," ela respirou, permitindo que seus olhos varressem o quarto. A primeira coisa que notou foi, "Não há TV."

Quinn reclinou para trás contra seus travesseiros, as mãos dobradas atrás da cabeça para obter maior apoio. "Eu realmente não assisto TV."

Mas ela lê muito, se a estante cheia de livros no canto do seu quarto não era qualquer indicativo. Rachel se aproximou lentamente, sem saber se estava autorizada a explorar o quarto de Quinn, mas não conseguindo acalmar a curiosidade. Seus dedos passeavam ao longo dos muitos livros sobre a estante, as sobrancelhas se arqueando quando ela arrancou um da prateleira. Ela sorriu com adoração. "The Heidi Chronicles?"

Quinn sentou-se e abriu a boca imediatamente com uma resposta, mas fechou. Depois de um momento ela recuou para a posição que estava antes. "Eu sou um pouco feminista."

"Porque, por acaso você acha que sou apenas uma loira e burra líder de torcida?" continuou.

"Não, Eu—"

"Estou apenas brincando com você," Quinn disse com uma peculiaridade em seus lábios. "Pare de ficar tão tensa."

Rachel franziu a testa. "Eu não estou tensa. Eu só— isso é novo para mim… sair com você e estar em seu quarto."

"Você gosta?" Quinn perguntou timidamente.

Seu coração se acelerou com a pergunta e com o tom hesitante e cuidadoso de Quinn. Ela assentiu com a cabeça, não confiando em si mesma para falar e continuou a examinar o quarto. Havia uma prancha de cabelo em cima da cômoda, o que explicaria os belos cachos loiros em cascata sobre o ombro e pelas costas de Quinn.  Sombra, rímel e vários batons estavam espalhados, embora Quinn não parecesse usar mais do que um gloss que faziam seus lábios brilharem e Rachel querer beijá-los. Ela respirou fundo, olhando para as poucas fotos penduradas na parede de Quinn. Curiosamente, não havia qualquer uma de Quinn, Santana e Brittany. Rachel meio que estava esperando ver uma imagem de Quinn com Finn ou Puck, mas não havia fotos deles também. Eram exatamente três fotos—uma de Quinn sozinha e duas dela com uma mulher um pouco mais velha e que se parecia com ela. Rachel apontou para a imagem, voltando-se para Quinn. "Ela é sua irmã?"

Quinn assentiu. "O nome dela é Frannie."

"Suponho que ela seja mais velha," Rachel murmurou enquanto se virava para as fotos. Elas pareciam iguais, não exageradamente, mas de uma forma que se podia dizer que eram irmãs.

"Ela é."

Rachel virou-se para encarar Quinn, juntando as mãos à frente. "E ela ainda vive em Lima?"

Quinn balançou a cabeça. "Ela não mora aqui há dois anos."

A conversa sossegou ali e Rachel ficou sem jeito ao fim da cama de Quinn não sabendo se estava autorizada a sentar. Eventualmente, com um revirar de olhos, Quinn perguntou, "Você vai ficar parada ai olhando para mim a noite toda ou vai se sentar na cama?"

Rachel lambeu os lábios nervosamente. Era isso. Tarefa escolar esquecida completamente, ela caminhou para o outro lado da cama e se sentou cautelosamente, pressionando as duas pernas e cruzando as mãos no colo enquanto descansava contra a cabeceira da cama. Ela deu uma olhada para Quinn e corou com um sorriso tímido, abaixando a cabeça para olhar para as mãos.

Quinn sentou-se lentamente também. Ela descansou contra a cabeceira ao lado de Rachel até que seus ombros quase se tocavam e puxou as pernas mais para perto, descansando o queixo nos joelhos. "Será que você veio aqui realmente para estudar geometria?"

A pergunta não parecia tão sugestiva quanto o tom de voz que Quinn tinha utilizado ontem, quando havia feito uma pergunta similar. Parecia tão estranhamente inocente e despretensiosa. Rachel mexia com a bainha de sua saia nervosamente enquanto refletia sobre a questão. "Suponho que a ajuda seria benéfica," ela murmurou.

Quinn se virou para olhar para ela. "Mas você não veio aqui para que eu te ajude com matemática."

Não era uma pergunta e assim Rachel não sentiu necessidade de responder. Ela mordeu os lábios e continuou a olhar fixamente para as mãos. A quem ela queria enganar? Ela estava nervosa demais para beijar Quinn do jeito que ela queria e estava perdendo tanto do seu tempo fingindo o contrário. Seus ombros caíram em derrota.

"Puck me pediu em namoro," Quinn começou um momento mais tarde em um tom de voz que Rachel ainda não conhecia.

"Eu sei," ela replicou breve. De todas as coisas que ela poderia sentar ali e conversar com Quinn horas a fio, aquela não era uma delas.

Quinn bufou com desdém. "Claro que você sabe. Toda a maldita escola sabe."

"Eu sinto muito?" Rachel expressou com uma inflexão confusa. Ela realmente não tinha a menor ideia do por que Quinn ficou subitamente tão chateada.

Houve um encolher de ombros que bateu em seu ombro esquerdo quando Quinn disse, "Não se desculpe. Pessoas fofocam e eu acho que ter o meu nome na boca de todos—bem ou mal—é melhor do que não ser falada de nenhum modo, sabe?"

"Sim," Rachel concordou relutantemente depois de um momento. Ela queria ser tanto amada quanto odiada, em suas simples formas, ela e a menina mais popular da escola tinham a mesma necessidade base: serem conhecidas e apreciadas. Rachel sempre tinha considerado ser anônimo pior do que ser pobre, pior do que qualquer coisa e embora ela odiasse o fato de que Quinn estava perseguindo constantemente sua popularidade, ela podia se simpatizar sinceramente. "Mas se o que todo mundo está dizendo a incomoda, então talvez você deva tentar manter a sua vida pessoal privada."

"Como se eu soubesse como fazer isso considerando a família da qual eu venho" Quinn resmungou mais para si mesma do que para Rachel que não tinha ideia do que fazer com aquela afirmação.

Rachel sorriu tranquilizadora, realizando manobras para chegar mais perto até que estavam ombro a ombro. "Por seu mérito, nenhum desses rumores me fazem pensar menos em você."

"O que você pensa de mim?"

Ela entrou em pânico com a pergunta, olhando para longe e coração acelerado. Ela deveria ser totalmente honesta ou deveria dar uma resposta genérica e enterrar seus sentimentos? Ela oscilou entre as duas respostas quando finalmente falou. "Eu penso… eu penso que você é realmente muito bonita, Quinn."

Quinn piscou surpresa com a declaração contundente, então sorriu, quase timidamente, antes de também evitar o contato com os olhos por um breve momento.

"Mas eu gostaria de saber se há mais em você do que isso," Rachel continuou calmamente, sentindo-se encorajada com a coloração rosa que revestia as bochechas de Quinn.

Quinn respirou fundo. Ela olhou para ela flexionando as mãos por um momento antes de olhar de volta para Rachel com um belo sorriso. "Porque você não tem namorada?"

"O-o que você quer dizer?" Rachel exclamou ansiosamente, completamente apanhada de surpresa com a pergunta.

"Você é boa," Quinn disse suavemente. "Garotas gostam disso. E, eu não sei, acho que imaginei que você teria uma até agora. Quero dizer—" Os olhos de Quinn passearam em torno de seu rosto e, em seguida, para baixo olhando seu corpo brevemente, "—você não é feia." Seus lábios se curvaram provocantes. "Se você se vestisse melhor, com certeza seria bonita."

Rachel fez uma careta para ela e Quinn riu. "Meu guarda-roupa está bom. E eu sou bonita," ela respondeu com um bufo.

Quinn riu um pouco mais antes de se recompor, olhando Rachel com aquele mesmo sorriso firmemente plantado. Rachel poderia se apaixonar por esse sorriso. Quinn deslizou para baixo ao longo da cama, deitando do jeito que estava minutos antes, com as mãos descansando sob a cabeça enquanto ela a inclinava para olhar para Rachel. "Bem, o que aconteceu com essa garota que você gosta?"

Rachel olhou para as coxas de Quinn por um momento antes de se forçar a desviar o olhar.  "Que garota?"

"Não se faça de idiota, Rachel."

Rachel suspirou. "Eu não acho que ela goste de mim de volta."

Quinn virou sobre seu estômago. Apoiou-se nos cotovelos e olhou para os dedos. "Como você sabe? Você perguntou a ela?"

Instantaneamente Rachel se perguntou se elas estavam falando sobre a mesma pessoa. Lentamente, muito lentamente, ela deslizou ainda mais para baixo ao longo da cama, imitando a posição de Quinn. Ela olhou para os dedos de Quinn que brincavam uns com os outros. Seu coração batia ruidosamente contra o peito, por que ela se sentia como se estivesse à beira de algo grande. Ela só queria saber como proceder a partir de agora. Ninguém havia lhe dado conselhos de como agir com uma garota, se é que aquilo caminharia para a direção que ela pensava. 

"Eu não perguntei a ela," ela sussurrou de volta. "Estou com medo disso."

Quinn oscilou para perto, arrastando seus olhos até encontrar os de Rachel. "Você alguma vez já beijou uma garota?"

Rachel balançou a cabeça em silêncio.

Quinn revirou os olhos. "Então como você sabe que gosta de meninas?"

Ela suspirou trêmula, seu corpo zumbindo em surpresa por ter essa conversa com Quinn. "Porque garotas são… menos peludas," ela respirou com uma risada trêmula. "E suaves."

Quinn se aproximou, franzindo o cenho enquanto calmamente perguntava, "Você já tocou em alguma garota antes?"

Seu cérebro fritou completamente com a pergunta e de como ela saiu áspera dos lábios de Quinn. Lábios que pareciam se aproximar mais a cada segundo. Rachel olhou para eles, os seus próprios se separando para pegar mais ar para os pulmões, porque se sentia tão sufocada em estar na cama de Quinn, com Quinn tão próxima a ponto de elas estarem quase se tocando em todos os lugares. E ela cheirava tão bem, como flores e frutas maduras que Rachel tinha o desejo de morder. Sua língua se arrastou lentamente ao longo do seu lábio inferior enquanto tentava se controlar. "Eu nunca toquei outra garota."

"Então como você sabe?"

Ela estava tão longe para continuar o debate que optou por encolher os ombros. "Suponho que não sei."

A próxima coisa que sentiu foi um leve toque contra os seus dedos. Ela suspirou baixinho, olhando para baixo vendo Quinn cobrir a sua mão, enrolando os dedos em torno dela e a levando para o rosto. Rachel respirou trêmula quando a palma de sua mão entrou em contato com a pele pálida e suave. Quinn estava tão quente todo aquele maldito tempo; não parecia humanamente possível alguém estar tão quente e ao mesmo tempo ser saudável. Ela observou seu polegar acariciar lentamente a bochecha de Quinn em reverência. Suas sobrancelhas inclinadas em confusão, mas ela não podia interromper para questionar naquele momento.

"Como eu sou?" Quinn perguntou asperamente.

Rachel finalmente abriu os olhos para ver que seus dedos agora escorriam até o queixo de Quinn. Ela conheceu o tom escurecido dos olhos de avelã, o verde engolido pelas íris até se tornar oliva. Ela engoliu em seco.  "Você é tão macia, Quinn," ela sussurrou, quase mistificada. Seus olhos acompanharam seus dedos cuidadosamente traçando ao longo da sobrancelha direita de Quinn. Elas eram tão bem cuidadas e arqueadas, mais escuras do que a cor dos cabelos de uma forma que deixava Quinn ainda mais sedutora.

Quando ela rastreava para baixo do queixo de Quinn, perto da covinha que ela amava, Quinn agarrou sua mão. Rachel esperou ansiosamente por qualquer reprimenda que sentiu vindo dela.

"Posso tocar em você também?" Quinn perguntou em voz baixa.

Demorou um pouco para o seu cérebro compreender a pergunta, mas a cabeça já balançava em consentimento. Quinn tinha no rosto a expressão pensativa mais adorável que Rachel já tinha visto quando ela chegou para frente, colocando a mão no rosto tão suavemente quanto o tinha feito há uma semana quando elas quase se beijaram. O polegar acariciou a sua bochecha e ela suspirou, seu corpo cedeu se inclinando para o toque de Quinn.  "Você é realmente quente," Quinn sussurrou.

Rachel revirou os olhos internamente; Quinn não podia se dar ao luxo de falar que alguém era quente. Longos, os dedos ágeis se arrastaram de seu rosto para baixo de sua mandíbula e um pequeno som saiu pelos lábios de Rachel enquanto uma sensação engraçada continuava a lhe tomar ao senti-los correndo em direção à parte de trás do seu pescoço.  Quinn brincou com as mechas de cabelos dali e os olhos castanhos tremularam e se fecharam.

Ela sentiu Quinn se inclinar para mais perto, sopros do ar quente que ela exalava tremulando contra a sua mandíbula. "O que você diria se eu te dissesse que quero te beijar?"

"Por favor," Rachel imediatamente sussurrou.

A próxima coisa que ela sentiu foram os lábios suaves pressionados contra os seus. Ela gemeu instantaneamente, formigamentos se desdobrando ao longo do seu corpo a partir do ponto de contato com Quinn. Ele viajou por baixo de sua espinha enfraquecendo os músculos de seu corpo quando ela se aproximou. Ela estava beijando Quinn. Quinn Fabray, Presidente do Clube de Celibato, Capitã das Cheerios, a garota mais bonita que Rachel já conhecera— ela estava beijando aquela Quinn, aqui, agora, na cama dela.

Será que a vida dela poderia ficar muito melhor do que isso? Provavelmente não.

Muito cedo, Quinn se afastou. Os trêmulos olhos de Rachel se abriram quando ela lambeu os lábios, saboreando o gloss cereja dos lábios de Quinn. Quinn imitou sua ação, provavelmente saboreando o gloss de morango de Rachel depois seus olhos se fecharam e ela beijou Rachel novamente. Foi-se a hesitação do primeiro beijo. Dedos longos agarraram a parte de trás do pescoço de Rachel e a puxaram para mais perto enquanto Quinn inclinava a cabeça, deslizando seus lábios de uma forma que puxavam os de Rachel. Seus dedos apertavam os lençóis brancos macios, não tendo certeza se lhe era permitido tocar em Quinn ou não.

Depois de um momento, Quinn mudou o foco para o seu lábio inferior. Ela o chupou suavemente e a mandíbula de Rachel caiu com um gemido baixo. Nunca havia se sentido tão bem antes. Então Quinn pressionou seus corpos, apoiando-se pesadamente contra ela e Rachel sentiu o momento. Ela se inclinou para trás, descansando a cabeça contra o travesseiro com Quinn firmemente em cima dela, nunca quebrando o contato. 

Suas mãos se agitaram ao seu lado, incertas, ela ficou nervosa por não ter experiência suficiente nessa área. E era exatamente o que tinha medo quando pensava em amassos com Quinn. Suas mãos se alojaram levemente nas costas da camiseta regata branca, mas Rachel ficou parada, com medo de mover qualquer coisa que não fossem os lábios. 

Lábios macios a deixaram sozinha e Rachel lambeu os seus quando o ar frio bateu sobre eles. Ela estremeceu com a risada gutural de Quinn. Quinn olhou para suas bochechas vermelhas, os dentes perfeitos prendendo o lábio inferior inchado em diversão. "Você é rígida."

Rachel corou de vergonha. "Eu não quero ser," ela disse suave.

Quinn suspirou enquanto mudava seu peso para um lado, agarrando Rachel fortemente por trás e posicionando um braço na parte de baixo de sua cintura. Ela fez o mesmo com o outro e então descansou as mãos na cama pairando sobre Rachel.  "Está tudo ok," ela respirava preguiçosamente. "Você vai aprender."

Ela vai aprender?

Esse foi o primeiro pensamento que flutuou na sua mente antes de Quinn bloquear o segundo quando a beijou novamente. Uma mão subiu para tocar o seu rosto suavemente quando os beijos de Quinn se tornaram mais agressivos. Rachel se afundava no colchão diante da forma ágil acima dela que a apertava incrivelmente perto. Cada curva de Quinn estava pressionada calorosamente contra Rachel e ela se inclinou para ficar ainda mais perto, segurando os quadris de Quinn com a segurança que ela não tinha tido segundos antes. Ela foi recompensada com um gemido baixo que vibrou da parte de trás da garganta de Quinn e derreteu o ventre de Rachel. 

Rachel ofegou suavemente contra os lábios de Quinn. Ela podia sentir os seus próprios mais sensíveis a cada instante em que elas se beijavam e isso a estava deixando louca. Então algo suave deslizou ao longo de seu lábio inferior e ela gemeu alto quando percebeu que era a língua de Quinn acariciando amplamente contra ela.  Ela ainda não tinha conseguido absorver o fato de que tudo aquilo estava acontecendo. Ela estava dando amassos com a garota mais popular da escolar. Mais importante, ela estava dando amassos com a garota por quem ela tinha uma queda há semanas e estava sendo glorioso.

Quinn mordeu o lábio inferior dela suavemente quando não houve resposta à tentativa e Rachel gemeu, separando os lábios para permitir a entrada de Quinn. A língua deslizou para dentro, ao longo de Rachel, antes de se elevar e acariciar o céu da boca. Rachel gemeu, mexendo-se abaixo de Quinn enquanto suas mãos apertavam os seus quadris. A mão de Quinn deixou seu rosto, enrolando-se em seus cabelos, segurando Rachel firmemente no lugar enquanto sua língua explorava o interior da sua boca.  

O polegar de Rachel acariciou o quadril de Quinn para frente e para trás. A camisa tinha subido levemente e o primeiro contato com a pele nua resultou nas duas gemendo com o contato. Quinn se afastou ofegante, respirações rápidas, e voltou a beijá-la. Rachel continuou esfregando círculos profundamente na pele clara. Ela arrastou a unha levemente e Quinn mordeu os lábios, gemendo enquanto seus quadris se moveram ligeiramente. A suave pressão fez Rachel estremecer completamente, porque era tão bom e novo.

Quinn se afastou imediatamente. Ela olhou para Rachel, olhos vidrados e faces coradas, em seguida se arrastou de cima dela. Rachel se sentou devagar, assistindo a maneira como a mão de Quinn corria através dos cabelos ligeiramente despenteados. Ela evitou contato visual por alguns segundos fazendo com que Rachel tivesse silenciosos ataques de pânico. 

Ela não achava que seria capaz de absorver a informação de que, de fato, ela havia beijado Quinn Fabray. E que tinha sido deliciosamente bom. Seu corpo ainda se sentia fraco enquanto ela olhava para como os lábios de Quinn estavam inchados, a prova física do que elas tinham acabado de fazer.

Como se pressentindo, Quinn lambeu os lábios, girando lentamente o olhar até Rachel que sorriu para as bochechas coradas. "Você está linda," ela disse em voz baixa com os olhos grandes e sérios.

Parecia que Quinn estava relutante em sorrir, mas sorriu mesmo assim, e Rachel mordeu o lábio, abafando o grito que queria explodir acerca do quão bonita ela parecia naquele momento. "Obrigada."

Rachel se aproximou quando pareceu que o caminho estava livre. "Perdoe-me se isso soar rude, mas porque você parou?"

Quinn fez um gesto vago, deixando seu olhar sobre ela quando murmurou, "Porque as coisas pareciam querer ir adiante."

Rachel lambeu os lábios secos distraidamente. "Bem… pode estar segura que eu não estou preparada para o sexo, se é sobre isso que você se referia. A coisa não teria ido muito longe do que beijar."

Quinn encolheu de ombros. "Mesmo assim. Eu precisava parar."

Suas palavras cortaram a névoa de felicidade que Rachel sentia imediatamente, fazendo-a esvaziar, caindo das estrelas de volta à terra. E só demorou cerca de três minutos para Quinn estragar tudo. "Você se arrependeu?" ela perguntou hesitante.

"Eu não sei," Quinn respondeu, finalmente encontrando o olhar de Rachel. Ela parecia confusa e com medo quando se mexeu desconfortavelmente. "Eu não sei o que aconteceu ou que acontecerá, então se essa for sua próxima pergunta, por favor, não pergunte isso."

Bem, lá se foi a sua pergunta. Rachel balançou a cabeça realmente não sabia como proceder a partir dali. O que ela sabia é que ela tinha gostado de beijar Quinn mais do que qualquer outro tipo de afeto físico que tivesse recebido no passado. Não que ela tivesse recebido tantos, ou de várias pessoas, apenas Finn e um menino hiperativo na segunda série no parque infantil. Não muita experiência, mas ela sabia que a coisa boa que tinha compartilhado com Quinn superava uma boa milha de outras experiências. 

"Você gostou?" Rachel perguntou, tentando manter a voz firme mesmo com as entranhas abaladas.

Quinn respirou fundo e prendeu a respiração. Ela inclinou seu corpo para longe de Rachel e parecia se fechar em si mesma.

"Ok," Rachel respirou trêmula depois de um momento. Ela arrumou a saia enquanto deslizava para fora da cama. Seus olhos ardiam com lágrimas estúpidas presas e suas pernas pareciam gelatinas, quando ela lambeu os lábios secos e provando algo desconhecido depois de tudo de Quinn. "Bem, Eu— obrigada por você ter me permitido vir até aqui, umm…" Ela parou de falar quando a voz falhou, recusando-se a chorar enquanto estivesse na presença de Quinn. "Se você não quiser que eu venha aqui de novo, eu entenderei."

"Rachel, eu não estou tentando ser má com você aqui," Quinn embargou quando Rachel começou a caminhar em direção à porta.

Ela parou, olhando para as mãos. "Tudo o que eu queria saber era se você gostou."

"Eu não deveria ter gostado," Quinn respondeu laconicamente.

"Não foi isso o que perguntei."

Uma batida na porta assustou as duas. Rachel pulou para trás como se houvesse um monstro ao seu lado. "Os pais de Berry estão aqui, então coloquem essas bundas para fora!"

Rachel silenciosamente amaldiçoou a si mesma, em seguida olhou para sua mochila. Ela caminhou rapidamente em direção a ela pegando seu telefone onde tinham três ligações não atendidas. Ele estivera no modo vibrar todo esse tempo. Ele bateu a mão na testa, pegando a mochila e a deslizando sobre um ombro. Quando ela se virou, Quinn estava lá, segurou gentilmente seu rosto e inclinou-se para beijá-la.  Rachel ficou tensa, sendo pega desprevenida, mas imediatamente relaxou e se deixou levar pelo ritmo suave que ela e Quinn passaram os últimos vinte minutos desenvolvendo.  Desta vez quando Quinn arrastou a língua ao longo dos traços dos seus lábios, ela o acolheu facilmente, deslizando a dela profundamente na outra boca.  Depois de alguns segundos de beijos desesperados, Quinn se afastou. Ela olhou ao redor da face de Rachel por poucos segundos antes de se virar e caminhar em direção à porta.

Rachel a seguiu, sentindo-se positivamente tonta enquanto descia as escadas com sua mochila. Santana e Brittany esperavam por elas na parte de baixo das escadas tentando conter inutilmente os seus sorrisos. Quinn as ignorou, andando em direção à porta. Rachel hesitou, sentindo presunçosa quando as sobrancelhas de Santana subiram em um gesto silencioso de surpresa.

"Eu não acho que ela realmente fez isso," Santana murmurou para Brittany quando Rachel se virou. Se ela estava falando sobre ela ou Quinn, Rachel não tinha certeza.

Quando ela entrou no pequeno corredor diante da porta, Quinn lhe entregou o casaco, olhando-a enquanto Rachel o colocava. Rachel deu um sorriso amigável. Quinn fechou os lábios antes de mordiscá-los cuidadosamente. Ao que parecia ela estava pensando. Sobre o quê, Rachel temia nunca saber. "Obrigada por me convidar novamente."

Quinn deu um suspiro divertido e revirou os olhos. "Eu não fiz."

Rachel fez uma careta para ela e Quinn sorriu lentamente antes de se virar para a porta. Ela segurou-a aberta e Rachel caminhou para fora, para uma temperatura que parecia centenas de graus mais baixa do que a escaldante do quarto de Quinn. "Tenha uma boa noite, Quinn," ela disse calorosamente, antes de se afastar.

"Vejo você depois, Rachel."

Rachel deslizou para o banco de trás do carro, dando um suspiro melancólico quando Leroy começou a se afastar. Quinn não tinha que responder imediatamente se ela não quisesse; seus sentimentos estavam começando a ficar claros para Rachel.

"Posso presumir que os estudos foram bem?" Hiram perguntou.

A cabeça dela pendeu para o lado para observá-lo. Ela sorriu com ar sonhador. "Pai, acho que estou apaixonada."

"Oh, boy," Leroy murmurou no assento do motorista. "Você está em apuros."


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