Capitulo 6

Dormi nos braços de Maxon a noite inteira. Senti-me aliviada com sua presença. Seus braços ao redor de mim dava a proteção que precisava. Comecei a abrir os olhos aos poucos, percebia que o sol recém estava nascendo. Maxon ainda estava deitado comigo. Sua cabeça pendia em cima da minha. Levantei meu rosto para olhar para ele.

- Maxon  – disse bem baixinho perto de seu rosto. Percebi que ele começou a se mexer, então abriu os olhos.

- Olá? Bom dia? – disse devagar com um sorriso carinhoso, e com os olhos ainda pesados de sono.

- Bom dia – respondi colocando a cabeça de volta em seu peito. Ele me abraçou.

- Dormiu bem? – perguntei.

- Muito bem, e você? – ele me perguntou

- Muito bem também – olhei para ele – dormi bem por que você ficou aqui comigo. – disse. Ele sorriu.

- Fico feliz em lhe sido útil senhorita – disse tocando a ponta de meu nariz.

- Gostaria de ficar na cama assim todo o dia. – disse suspirando.

- Comigo? – disse Maxon com uma sobrancelha erguida. Arregalei os olhos e fiquei vermelha. Dei uma tapa em seu ombro. Ele começou a rir de mim.

- Não pense besteiras seu bobo e... não ria. – disse envergonhada – Não foi isso que eu quis dizer... – continuei – Quis dizer que seria bom ficar na cama sem fazer nada. Só isso! Ele continuava rindo da minha cara. Argh!

Sentei-me na cama escorando as costas nos travesseiros e cruzei os braços com uma cara incomodada. Maxon ainda deitado me olhava com um meio sorrisinho. Fiquei olhando para o outro lado.Percebi que ele também se sentou.

- Eu estava brincando America – disse ele. Ainda estava com o rosto virado para o outro lado.

Me virei para olhar para ele – Não quero que interprete mal minhas intenções. Gosto muito de estar com você, e ontem... – baixei a cabeça e continuei – não queria ficar sozinha.

- Conheço suas intenções America – ele se inclinou para olhar para mim. Ainda não olhava para ele – sei que elas são boas e eu nunca faria nada para prejudicar nós dois – ele pegou minha mão e percebi que ele a beijou – olhe para mim amor. – disse de um jeito carinhoso. Me virei.

Ele ainda segurava minha mão perto do rosto e acariciava meus dedos. – Você me desculpa? – disse ele fazendo beicinho. Não me contive e comecei a rir.

- Esta bem eu desculpo. – disse lhe empurrando de brincadeira. Ele me empurrou de volta também. De brincadeira é claro.

- Te amo seu bobo – disse.

- Me ama mesmo? – disse ele.

- Claro que sim. Por que esta me perguntando assim?

- Por que você ainda não me deu um beijo – eis o modo brincalhão.  Eu adoro.

- Me desculpe alteza – disse revirando os olhos. Me inclinei e beijei ele na bochecha. Ele olhou para mim com a boca aberta e com um meio sorriso.

- Esta me provocando senhorita? – perguntou ele com os olhos meio cerrados e com uma falsa cara de aborrecido.

Agora é minha vez de brincar.

- O que foi que eu fiz? – disse de um jeito inocente.

- Esta bem então – ele se levantou da cama e começou a ir em direção da porta.

Minha tentativa de brincar não deu certo. Será que estava chateado? Pulei da cama para alcança-lo.

- Maxon espere, eu não qui... – ele se virou e me agarrou. E me beijou.

- Eu sabia que você viria atrás de mim! – disse me beijando e me agarrando pela cintura. Estava brincando com minha cara.

 - Você me enganou! – disse ainda abraçada com ele.

- Sei que não resiste a mim – disse esfregando o nariz no meu.

- Convencido. – disse saindo de seus braços.

- Sou um convencido apaixonado. – disse ele cruzando os braços sorrindo.

Balancei a cabeça rindo dele. Ele estava tão bonito daquele jeito recém-acordado. Cabelo desarrumado meio caído no rosto e de pijama.

- O que você esta olhando? – perguntou ele me tirando do meu olhar.

- O que?

- Você estava me olhando com uma cara? – disse ele me olhando nos olhos. Me virei. Fiquei vermelha outra vez. Maxon é muito bonito, não é de se admirar que ninguém perceba isso.

- Acho melhor você ir não é? – continuei – Porque senão minhas criadas entram aqui e podem nos ver. – Peguei meu roupão e coloquei logo. Percebi que só estava de camisola na frente de Maxon até agora.

- Você tem razão, tenho que voltar – disse. Me virei para olha-lo. – Até a hora do café então – ele se aproximou e pegou minha mão e a beijou.

- Até mais então. – disse o beijando outra vez. Ele continuou segurando minha mão.

- Posso lhe fazer uma pergunta? – ele disse. Concordei com a cabeça.

-Sei que não quer me falar sobre isso agora mas... – ele continuou – ainda vai me contar sobre o pesadelo? – o encarei quase sem palavras.

Não queria me lembrar daquele pesadelo horrível. Falar para Maxon que seu pai estava nele e que ele foi o motivo para estar me sentindo tão apavorada. Contar exatamente detalhe por detelhe. Não estava preparada.

- Err... não – disse abaixando a cabeça.

-America, você sabe que pode me contar. – olhei para ele – Não confia em mim?

-Sim – disse como um sussurro.

- Então meu amor, sinto que ainda esta incomodada – disse ele erguendo meu rosto com a mão.

- Esta bem Maxon – disse suspirando e continuei – Só que não agora. Deixe me preparar para lhe contar primeiro.

- É tão ruim assim, que você precisa se preparar? – disse ele ficando serio.

- Sim – disse balançando a cabeça

- Esta bem então – disse suspirando e me dando um beijo na testa – Nos vemos na hora do café. Concordei sorrindo. Ele entrou em seu quarto.

Me sentei na cama. Teria que contar para Maxon sobre meu sonho. Ou melhor, pesadelo. Ou inventaria outra história.

Estou tão confusa!

Será que o rei Clarkon me faria algum mal? Será que ele me odeia tanto assim? A partir daquele momento me cuidaria com ele. O observaria mais. Aquele pesadelo foi muito convincente e teria que estar preparada no caso de acontecer alguma coisa.

Meu coração não estava em paz. Alguma coisa estava por vir