Capitulo 5

Estava com um vestido branco. Parecia de noiva. Caminhava por um jardim que parecia ser do palácio, só que não achava saída. Comecei a correr para todos os lados procurando alguém, aquele lugar parecia um labirinto. Chamei por Maxon com todas as forças, mas nada. Corri mais e mais. Estava assustada. Estava escuro e só se via a luz da lua. Meu vestido se prendia nos galhos. Estava cansada então parei.

Comecei a ouvir passos. Prendi a respiração de medo. Com coragem comecei a caminhar devagar e de repente avistei a entrada do palácio. Vi Maxon. Ele parecia distante olhando para o céu escorado na porta, seu cabelo estava desarrumado e sua barba já dava para ver que estava crescendo. Chamei por ele. Não ouviu. Chamei outra vez. Não ouviu de novo. Dei alguns passos para ir em direção a ele mas parecia que não me via.

- Maxon, estou aqui! – gritei agitando os braços. Queria abraça-lo e perguntar por que estava daquele jeito.

- Mas não estará mais. – ouvi aquela voz atrás de mim. Tremi. Não era uma voz em um tom comum. Era sinistra. Virei-me e vi o rei Clarkson. Ele me olhava como se quisesse me matar. Seus olhos mostravam que parecia estar possuído por algo ruim. Dei um passo para trás quase sem ar.

- Rei Clarkon – estava sem ar mesmo. – Por que esta me olhando assim? – disse.

- Porque quero você fora daqui! – disse entre dentes – Você nunca estará a altura de ser uma princesa – continuou – quero você fora daqui. – disse ele gritando. Dei um pulo e sai correndo na direção de Maxon que ainda estava parado na porta, mas não me via. Quando estava quase chegando perto dele percebi que ele estava chorando.

- Não chore Maxon, estou aqui. – disse quase chegando perto. De repente quando me virei o rei pulou em cima de mim. Gritei.

- Socorro! Solte-me. Deixe-me em paz – estava gritando e me debatendo.

- America acorde, por favor – uma voz me chamava me sacudindo. Abri os olhos. Estava completamente confusa. Foi um sonho, ou pior, foi um pesadelo. Ligaram a luz do lado da minha cama. Era Maxon.

- Maxon – disse me jogando em seus braços. Ele me segurou. Estava chorando e meu coração estava disparado. – Você esta aqui? – falei passando a mão em seu rosto em meio as lagrimas.

- É claro America – respondeu abraçado comigo – O que você estava sonhando para ficar assim? – disse acariciando minhas costas.

- Você não me via e não me ouvia... – continuei – gritava por seu nome e nada. Estava com medo. Estava sozinha. – disse afundando a cabeça em seu peito.

- Não minha querida – Maxon pegou meu rosto – nunca deixarei você. Nunca. – ele me abraçou mais.

- Nunca tive um pesadelo assim.

- Não vamos falar mais sobre isso. – disse Maxon – agora relaxe e volte a dormir, nada irá lhe acontecer.

Sera?

Não comentei a ele que seu pai era o motivo do meu pesadelo. Agora estava com medo de voltar a dormir e o rei aparecer e tentar me matar. Maxon ajeitou minhas cobertas e me fez deitar outra vez.

- Esta melhor agora? – disse acariciando meu rosto. Consenti. Na verdade não estava nada. Estava morrendo de medo.

Quando ele se levantou agarrei sua mão.

- Você já vai?

- Você quer que eu fique? – disse ele

- Sim, por favor... não vá até eu pegar no sono – comecei a chorar outra vez.

- America – ele se sentou ao meu lado da cama outra vez – não chore. Tudo bem, ficarei mais um pouco com você.

Estava tremendo. Nunca me senti amedrontada daquele jeito. Maxon me olhava mas não dizia nada.Ele segurava minha mão.Suspirei.

- Vai me contar exatamente o que sonhou? – ele me perguntou. Olhei para ele.

- Maxon, não quero falar sobre isso, por favor – respondi. Meus olhos estavam doendo de chorar, mas também por causa do sono.

- Tudo bem, desculpe... – ele continuou – só que me assustei com seus gritos. Entrei correndo aqui e vi você se debatendo. Não sabia o que fazer.

- Estou me sentindo melhor agora com você aqui. – disse com um sorrisinho. Pois, percebi que Maxon estava de pijama azul marinho e com o cabelo desarrumado. Ele percebeu que eu estava o observando.

- Não deu tempo de colocar um roupão – disse ele sorrindo e percebendo meu olhar. Sorri.

Sentei-me na cama e lhe abracei. Agarrada em seu pescoço disse:

- Você me salvou meu príncipe – falei enterrada com meu rosto em seu ombro. Ele me abraçou também.

-Faço tudo por você meu amor.

Aquele gesto tão carinhoso de me chamar de amor, fez com que eu o olhasse com admiração.

- Amor? – perguntei quase como um sussurro. Fiquei derretida. Ele me olhou de um jeito carinhoso.

- Você é... e sempre será... meu amor. – respondeu ele olhando em meus olhos. No mesmo momento me joguei em seus braços outra vez e o beijei. Ele retribuiu é claro.

Nos beijamos de um jeito diferente naquele momento. Era mais delicado e carinhoso. Ele sabia que ainda estava abalada com meu pesadelo. Estava carente de proteção e atenção.

- Maxon? – disse em meio o nosso beijo.

- O quê?

- Fica comigo esta noite? – perguntei. Ele olhou para mim com as sobrancelhas levantadas.

- America err... não sei – disse coçando a cabeça – não posso fazer isso. É errado...

- Você nunca passaria dos limites comigo, sei disso – disse agarrada em sua mão – confio em você. Preciso de você comigo agora. – abaixei a cabeça e puxei minha mão.

Na verdade, o que eu estava pensando? Ele não passaria a noite ali comigo. Nem percebi que fiz aquele pedido. Não pensei malicia nenhuma. Só queria sua companhia para me sentir segura. Só isso. Mas sei o que Maxon achava. Mesmo se ele passasse a noite ali e alguém soubesse mesmo a gente dizendo que não tinha acontecido nada, ninguém acreditaria. Por isso Maxon queria preservar minha honra e a dele.

Ele pegou meu queixo e me fez olhar para ele. – Fico com você esta noite. – disse.

Me ajeitei na cama e ele se arrumou ao meu lado. Ele abriu os braços e eu me deitei encostando minha cabeça em seu peito.

Não me importava com Maxon ali comigo. Ele era a pessoa mais educada que eu conhecia e por me amar tanto não estragaria nada entre nós. Nem eu. Só não queria ficar sozinha aquela noite.

- Maxon?

- Hum.

- Obrigado.

- De nada meu amor. – respondeu ele. Suas ultimas palavras me fizeram relaxar. E na transmissão de sua proteção adormeci.