A Realeza - Casamento Real escrita por Mia Golden


Capítulo 19
Capítulo 19




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Capitulo 19

Caminhei até o centro da cidade e logo avistei a praça. Comecei a andar devagar e a olhar para todos os lados, nada parecia suspeito. Avistei um banco e me sentei. Algumas pessoas passavam e me olhavam, mas sabia que eram moradores locais. Levei um relógio de pulso para ficar vendo as horas, era cinco para meio dia.

- Você é uma pessoa que realmente se pode confiar! – disse alguém logo atrás do banco que estava sentada. Me assustei e logo me virei.

- O quê? – disse.

- Senhorita America, é um prazer, me chamo Caleb  - disse o rapaz. Ele parecia ter minha idade, tinha cabelos castanhos e olhos castanhos claros. Mas suas roupas eram um pouco gastas.

- Foi você que me enviou aquele bilhete? – perguntei logo.

- Sim, fui eu – ele disse.

- E por qual motivo? – perguntei desconfiada. Ele olhou para os dois lados.

- Por favor, senhorita, vamos nos sentar – disse ele apontando para o banco em que eu já estava sentada. Enfim, cedi e sentei. Ele começou.

- O que tenho para falar com a senhorita é muito rápido, só preciso lhe preparar – disse ele.

- Como assim me preparar? – perguntei.

- Irão acontecer algumas coisas a partir de hoje senhorita – ele disse – e essas coisas terão um impacto grande em todo o país.

- Que tipo de coisas? – disse.

- Coisas que mudarão tudo, por isso a senhorita é importante – disse ele.

- Me desculpe mas,... você já me disse seu nome – disse o encarando – mas quero saber quem realmente é você?  - perguntei a ele. Ele sorriu.

- Eu sou um rebelde senhorita – disse ele. Meu coração quase saiu pela boca – sou um sulista.

Quando ele disse que era um sulista eu dei um pulo do banco e comecei a me afastar dele.

- Você é...um sulista? – falei morrendo de medo – fique longe de mim.

- Por favor, não fique com medo! – disse ele se aproximando – não vou lhe fazer mal algum.

- Você quer me matar? – perguntei tensa.

- É claro que não – disse ele – por favor, senhorita, só me ouça.

- Vocês querem atacar a família real – disse – querem fazer mal a eles – falei quase faltando o ar – então era tudo verdade sobre vocês.

- Irei lhe dizer tudo, mas só se a senhorita se acalmar –disse ele.

Por incrível que pareça, mesmo ele sendo um sulista ele não me pareceu ameaçador. Sempre soube que este tipo de rebelde era o mais violento e mortal. Mas este rapaz, Caleb, pareceu confiável. Fui me acalmando aos poucos e me sentei outra vez.

- Esta bem, estou mais calma – disse. Ele sentou outra vez ao meu lado.

- Há uma semana os rebeldes do sul foram brutalmente atacados e mortos – ele começou – o rei Clarkson enviou tropas para realmente nos matarem e acabarem com toda a nossa raça existente – disse ele olhando para mim – só que muitos conseguiram escapar do massacre e nos escondemos. O nosso líder, que é meu pai, então resolveu que não poderíamos desistir, então teve a ideia de fazermos diferente para atacarmos.

- Vocês querem atacar o palácio para se vingarem? – perguntei com medo. Naquele momento pensei em Maxon, ele poderia se ferir.

- Não só nós, sulistas – disse ele – mas com a parceria dos nortistas também.

- O quê? Os nortistas se juntaram a vocês? – perguntei.

- Sim senhorita, agora somos um único grupo, muito maior e mais forte – disse ele.

O olhei incrédula, tanto os nortistas ou os sulistas já ficávamos com medo, imagine os dois juntos?

- Desculpe mas, ... até agora não sei o que isso tem haver comigo? Não sei se percebeu mas, não irei mais me casar. – disse a ele.

- Sim, nós sabemos – disse ele.

- Então?

- A senhorita é a nossa princesa, senhorita America – disse ele com simpatia – os dois grupos gostam muito de você. Eles veem que você é alguém do povo e não aceita injustiças.

- Mas não serei mais princesa – disse abaixando a cabeça.

- Mas será – disse ele. Olhei para ele.

- Como?

- Em breve, só precisa estar preparada – disse ele se levantando.

- Preparada para o quê? – perguntei também me levantando.

- A senhorita decidirá o destino do nosso país – disse ele.

- Eu?

- Não se preocupe, estaremos ao seu lado – disse ele começando a ir embora.

- Espere! Isso ainda é muito confuso! – disse indo atrás dele. Ele se virou para mim.

- Olhe o Jornal de Illéa hoje à noite – ele disse.

- Mas hoje não é o dia do jornal – disse.

 - Sim mas, hoje será um dia especial – disse ele indo embora.

- Vocês não irão machuca-lo não é? – perguntei a ele me referindo a Maxon.

- Quem senhorita? – disse ele se virando para mim.

- Maxon – disse.

- Se ele for bonzinho, não – disse ele com um sorrisinho. Ele se virou e foi embora.

Fiquei tensa. Se os rebeldes atacassem o palácio e machucassem Maxon, eu não sei o que faria. E o que ele quis dizer para assistir o Jornal de Illéa hoje à noite? Decidida voltei correndo para casa, tinha que esperar até a noite para ver o jornal.

Desde a hora que tinha chegado em casa, tentei manter a calma e a tranquilidade para não dar motivos de desconfiança. Não queria contar a minha família o que aconteceu. Jantamos e logo depois de lavar a louça, fui para a sala e liguei a TV. Já estava quase na hora de começar. Me sentei e comecei a tremer. No fundo estava preocupada, não sabia exatamente o que iriam falar. Quando percebi ,dez minutos adiantados, o brasão de Illéa apareceu na tela e em seguida o hino nacional. Meus pais ouviram o barulho da TV e vieram também para a sala. De repente um homem apareceu na tela. Ele não era estranho. Eu já tinha o visto! Era o Coronel Walters. Mas não via Maxon nem o rei e a rainha. Senti meu coração acelerar. Será que o coronel iria dar más noticias. Ele começou.

‘Povo de Illéa, boa noite! Venho por meio deste meio de comunição lhes informar das ultimas noticias.

Como bem sabem a nossa nação é nova e inexperiente. Há séculos somos reféns de uma ditadura imposta por um homem que não teve visão e que deixou nosso imaturo país se tornar uma nação injusta aos nossos filhos. Como bem sabem, nós somos divididos por castas e elas muitas vezes não nos definem de verdade, somos obrigados a viver de uma maneira que foi decidida por alguém que não sabe o que é desespero para sobreviver. Não sabe o que é fome, frio e a sensação que pode morrer esperando um leito em um hospital.

Povo de Illéa, a partir de hoje isso irá mudar. Pois a família real de Illéa não estará mais no momento no comando da nação. Quem estará no comando neste exato momento somos nós, os rebeldes. ’

Neste exato momento, mesmo sentada me senti frouxa. Os rebeldes conseguiram invadir o palácio e pegaram a família real. Meu Deus! Maxon! Comecei a chorar.

- Mamãe? – disse olhando para ela – os rebeldes estão dominando Illéa agora.

- Meu Deus! O que irá acontecer com nosso país? – disse ela agarrando o braço do meu pai.

- Os rebeldes renderam a família real – disse meu pai – eles conseguiram o que queriam e agora tudo está sobre domínio deles.

- Maxon! – disse me levantando e correndo para os meus pais. Eles me abraçaram.

- America... eu não sei o que dizer – disse meu pai esfregando minha costas.

- Será que eles irão mata-lo? – perguntei chorando. Meus pais só se olharam.

Em um súbito, a porta da frente se abriu. Eu, meu pai e minha mãe nos assustamos. Quando percebi alguns homens entraram na nossa casa, e logo atrás entrou o rapaz que tinha falado mais cedo comigo. Caleb.

- Senhorita America, precisa vir conosco. – disse ele se aproximando de mim.

- Quem são vocês? – perguntou meu pai se colocando na frente de Caleb.

- É melhor não se intrometer senhor Singer – disse Caleb encarando meu pai.

- Papai, por favor – implorei a ele.

- America, você os conhece? – perguntou meu pai se virando para mim.

- Sim – disse concordando com a cabeça.

- Mas de onde? – perguntou minha mãe.

- Mãe, é uma longa história – disse.

- Senhorita America, o tempo já esta passando – disse Caleb batendo o dedo em cima do pulso.

Naquele momento eu tinha entendido o que ele me disse para estar preparada. Olhei para meus pais, eles me olharam sem entender. Fui em direção a eles.

- Mãe, pai, eu preciso ir com eles – disse me aproximando.

- Mas o que eles querem com você filha? – disse meu pai.

- Por favor, eu lhes peço que só confiem em mim, está bem? – disse a eles.

No mesmo momento um dos rebeldes se aproximou de mim e me pegou pelo braço. Meu pai tentou intervir, mas eles não deixaram. Minha mãe começou a chorar sem entender. Ouvi quando May e Gerad vieram correndo para a sala e começaram a tentar me pegar. May gritava com o homem que me arrastava para fora, já Gerad começava a chutar as pernas dos homens.

Eles me levaram para um carro que estava esperando do lado de fora. Era o carro com o brasão de Illéa. Logo me colocaram lá dentro. Pela janela vi minha família correndo até o portão. O carro saiu logo em seguida. Olhei para trás e vi que meu pai tentou correr atrás do carro, mas desistiu.

Chorei o caminho inteiro. Estava nervosa. Não sabia ainda o que realmente iria acontecer. Estava com medo de descobrir que eles fizeram algum mal a Maxon. Não sabia para onde eles estavam me levando, mas sei que levamos meia hora para chagar ao algum tipo de pista de avião.

Eles me tiraram do carro e começaram a me guiar até um pequeno avião. Nele também tinha o brasão de Illéa.

- Gostou do avião senhorita America? – perguntou Caleb entrando no avião na minha frente.

- Não sabia que tinha um avião – disse.

- Pois é, este avião pertence só a família real – disse ele se sentando em uma das poltronas cor de creme.

- Para onde vocês irão me levar? – perguntei. Caleb se espreguiçou na poltrona colocando os braços de trás da cabeça.

- Vamos levar você de volta ao palácio – disse ele com um sorrisinho torto – é você que decidirá tudo por nós senhorita.

- Como assim, vou decidir?

- O futuro deste país e de todo o povo esta em suas mãos – disse ele se levantando e vindo em minha direção.

- Mas não faço mais parte da elite, Caleb – disse a ele.

- Não, não faz mesmo – disse ele – por que não existirá mais isso – ele se sentou outra vez – a senhorita é que acabará com as castas – ele me encarou – a senhorita vai obrigar o rei Clarkon a acabar com elas.

- Eu... obrigar o rei Clarkson? – disse me sentindo tensa outra vez, só de pensar em estar perto daquele homem.

- Ele vai ouvir você – disse ele.

- Como?

- Por que ele está sobre os nossos cuidados – disse ele tomando um copo d’água.

- O que vocês fizeram com ele? – perguntei.

- Demos uma boa surra nele – disse ele parecendo orgulhoso. Por um momento fiquei feliz em ouvir isso. Bem feito! Mas de repente algo me veio à tona.

- E o Maxon e a rainha? O que fizeram com eles? – perguntei morrendo de medo.

- Eles estão em outro lugar – disse ele.

- Onde?

- Não posso lhe dizer no momento – disse ele sorrindo.

- Só me diga que eles não estão feridos? – perguntei enchendo os olhos d’água.

- Não sei lhe dizer senhorita, pelo que soube os dois foram levados para longe.

Me sentei e comecei a chorar. Logo percebi que o avião começou a decolar. Estava a horas de decidir o futuro do meu país, e tudo isso dependia da minha conversa com o rei Clarkson. Tinha que convencê-lo da mudança. Enquanto estávamos ainda no ar, percebi que Caleb se levantou e veio se sentar ao meu lado. Me virei para olha-lo.

- Senhorita America? – ele disse – não poderia lhe dar isso, mas, vou lhe entregar mesmo assim. – Ele enfiou a mão no bolso e pegou um pedaço de papel e me entregou. – fique a vontade – disse ele se levantando e indo sentar onde estava.

Comecei a abrir o envelope. Quando percebi, meu coração começou a palpitar. Era uma carta de Maxon. Comecei a ler em meio às lágrimas.

America

Soube de tudo. Aspen me contou.

Me perdoe, por favor! Eu não acreditei em você quando me alertou sobre meu pai.

Espero que um dia ME PERDOE, por que lhe amo e sempre vou amar.

Seja forte neste momento, e quando nos reencontrarmos quero lhe abraçar forte e nunca mais me separar de você.

Em breve meu amor!

Maxon

Quando terminei de ler a carta de Maxon eu soube que nada do que estava acontecendo foi em vão. Estava voltando para a minha futura casa e lá, seria pelo resto da minha vida.


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