You're Not Invisible To Me escrita por Loves Wanted


Capítulo 4
Feel like givin’ up


Notas iniciais do capítulo

Se sente desistindo
Oi amores, leitores lindo que aqui estão. Obrigada a todos que estao acompanhando a historia, é mesmo importante para mim 
Boa Leitura *---*



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Durante toda a semana Daniela foi até a casa de Bianca brincar com ela e conversar com Kim. Elas passavam horas e horas na grama brincando com as bonecas e outros brinquedos de Bianca, depois Daniela lia uma historia para ela e ela adormecia. Por duas vezes Daniela acabou dormindo junto com a menina e acordava assustada alguns minutos depois.

Daniela já não estava tão bem como antes e sentia isso a cada dia. Simples atividades como ir até a casa de Bianca cansavam-na, e depois de um tempo mesmo não querendo admitir estava completamente cansada. Forçava-se para ficar e parecer bem, mas já estava se tornando difícil mentir para a pequena. Suas bochechas estavam coradas a cada dia mais, indícios de febre, e às vezes ela parava de brincar e deitava-se na grama ou na sLLA com Bianca e sentava-se para descansar. Bianca lhe perguntara por varias vezes se ela estava bem e ela sempre dizia que sim, não queria preocupar a menina. Entretanto, quando chegava a casa nem via seus pais, simplesmente ia dormir.

Na noite de sexta, após brincar bastante com Bianca chegou a casa e estava cansada, super cansada. Dei um breve ‘oi’ para seus pais e foi para seu quarto. Tomou um banho não demorado e após passar a mão pelos cabelos sentiu mais fios em seus dedos. Abaixou-se no box do banheiro e começou a chorar. Ela não tinha mais esperanças. Seu ultimo tratamento já quase a matara e ela sabia que não resistiria a mais sessões de quimioterapia e radioterapia. Seu iminente fim se aproximava. Chorou por minutos que parecia horas a fio, a agua caia por seu corpo aquecendo-a enquanto deixava as lágrimas caírem soltas, libertas.

- Daniela? Dani? Você esta bem? Responde-me Daniela! – sua mãe gritava através da porta do banheiro, mas não ouvia uma resposta.

Depois do longo tempo em que Daniela tinha ido para o chuveiro sua mãe ficou preocupada. Ela nunca demorava tanto assim, com exceção das vezes em que passara mal enquanto banhava-se.

- Daniela, minha filha, me responde! – sua mãe já estava exasperada.

Daniela ouvia sua mãe lhe chamar e queria dizer que estava tudo bem, mas não conseguia, sua voz não saia e seu corpo não obedecia aos seus comandos.

Cairelem chamou seu marido e ele, com um chute forte quebrou a porta do banheiro.

Cairelem entrou e encontrou a filha abaixada no box, seus lábios roxos e a pele gelada. A água esfriara e ela não conseguira fechar a torneira.

- Dani! – a mulher gritou e a filha levantou os olhos. Cairelem pegou uma toalha e enrolou a filha e com a ajuda do marido levou a menina até a cama. Colocou a deitada e cobriu-a com vários cobertores para aquecê-la.

Daniela queria fLLAr com a mãe, mas estava muito cansada. Em instantes fechou os olhos e adormeceu.

Cairelem após ver a filha adormecer ligou para o médico que cuidava da menina. Estava preocupada.

O médico chegou pouco depois e enquanto Daniela dormia ele realizou alguns exames que constataram o que Daniela e Cairelem mais temiam: A LLA¹ tinha voltado.

Cairelem sentou-se ao lado da filha e chorou ali segurando sua mão.

- Eu sinto muito... – foi a única coisa que o Doutor Simon foi capaz de dizer.

O médico deixou uma nova receita de medicamentos para Daniela e pediu que ela voltasse a fazer novos exames na segunda feira. Não haveria mais chances, não havia mais saída. Daniela estava com seus dias contados. Segundo o médico, havia uma estimativa de três meses ainda de vida, porem este tempo poderia ser reduzido conforme o corpo reagisse aos medicamentos, ou seja, não havia muitas esperanças.

hhgf

Carlos estava ansioso, saiu do ensaio para a pequena turnê e foi direto para a casa de Daniela. Fazia alguns dias que não via a amiga e queria saber se ela iria com eles na turnê. Sentia seu coração apertar-se. Queria muito que ela fosse, mas não a obrigaria a ir caso ela não quisesse. Pegou o carro e parou apenas ao chegar a frente a casa da menina. Logan, James e Kendall tinham ido para seus apartamentos respectivamente e iriam à casa da menina depois.

Quando desceu do carro viu a mulher já de meia idade abrir a porta, e quando ele foi se aproximando, a mulher foi em sua direção e o abraçou forte chorando em seguida. Carlos ficou sem reação, imaginou que o pior havia acontecido.

- Dona Cairelem... – ele começou, mas não conseguia completar a frase.

- A Dani está mal de novo Carlos, a LLA¹ voltou... – a mulher disse separando-se de Carlos e fitou os olhos do menino que já sentia um nó formando-se em sua garganta – O doutor Simon disse que ela não aguentara até o inverno... – a mulher disse e voltou a chorar.

Carlos abraçou-a sentindo as lágrimas caírem de seus olhos. Fez um calculo mental e viu que faltavam pouco mais de três meses até o inverno chegar.

Depois de um tempo ali com Cairelem Carlos soltou-a.

- Onde esta a Dani? - perguntou.

- No quarto Carlos, ela ainda esta dormindo.

- Eu vou ir vê-la tudo bem?

- Vai lá Carlos, ela vai gostar de vê-lo. - a mãe da menina incentivou-o.

Carlos entrou na casa e foi direto para o quarto que ele conhecia bem.

Bateu na porta e abriu-a.

Daniela estava toda coberta e dormia serenamente.

Ele sorriu ao vê-la daquela forma.

Sentou-se ao lado dela na cama e segurou sua mão. A mão dela estava gelada. Apertou levemente a mão dela e logo depois a levou aos lábios e beijou.

Sentiu que a menina virou-se na cama e fitou-a. A menina abriu os olhos e piscou varias vezes para acostumar-se com a claridade.

- Carlos... - ela disse com a voz fraca.

Abaixo de seus olhos estava um pouco roxo e sua pele estava mais pálida que o normal.

- Sim, como esta se sentindo meu anjo? - Ele perguntou ajudando a menina a sentar-se na cama.

Ela se sentou com a ajuda de Carlos e sentiu certo frio por seus braços. Só então notou que estava nua embaixo das cobertas.

Puxou as cobertas para seus braços, cobrindo seus seios e aquecendo-se.

- Você pode chamar minha mãe Carlos? - pediu num fio de voz.

- Claro.

Carlos saiu do quarto e foi de encontro a mulher pedindo que ela fosse ver Daniela.

Ficou na sLLA esperando. Ele notara o constrangimento da menina ao notar que estava sem roupas.

Depois de um tempinho, a mulher voltou e disse a ele que Daniela o chamava.

Ele voltou para o quarto da menina e agora ela estava vestida.

- Carlos, você já sabe não é? - Daniela perguntou baixo e o menino assentiu.

- Dani, você vai ficar bem, eu sei que vai. Isso vai passar você é uma guerreira... Estamos juntos nessa lembra? - o rapaz disse segurando a mão da menina que apenas mexia a cabeça em sinal de negação.

- Carlos, eu não vou mais fazer Radioterapia, nem Quimioterapia, eu não quero passar por tudo aqui de novo. Eu não vou aguentar, eu não quero! - Ela disse tentando erguer a voz, mas estava fraca.

- Dani, você consegue! Você ficou dois anos bem, não pode agora...

- Carlos nós dois sabemos que isso ia acontecer.

- Mas não deveria... - Carlos estava com a voz embargada.

- Eu te amo Carlos, nunca se esqueça disso. Você sempre foi meu melhor amigo, o irmão que eu nunca tive, sempre esteve ao meu lado... - Daniela disse abraçando-o.

- Dani, eu nunca me esqueceria... Eu também te amo... - Carlos falou apertando-a em seus braços. Sentiu seu ombro molhar com as lagrimas de Daniela, mas não se importava. Ficou com ela ali em seus braços por um longo tempo e ficaria assim para sempre, mas ouviu seus amigos chegarem e cada um deles abraçou Daniela antes de sentarem-se em volta de sua cama.

- Dani, você não vai conosco não é? - James perguntou brevemente.

Daniela olhou para nós e sorriu.

- Eu vou. Esta semana irei ao médico e tomarei os remédios e injeções necessárias. Essa pode ser a minha ultima oportunidade de passar algum tempo com vocês como nos velhos tempos... - ela disse. - Dani, não diga isso! Você vai ir a varias outras turnês conosco, vai sim! - Logan disse e ela apenas sorriu.

- Eu vou estar sempre com vocês meninos, mesmo que eu parta, eu sempre estarei ao vosso lado.

- Dani, eu sei que você se sente desistindo, mas você não pode simplesmente se afastar... - Carlos falou.

- Eu não estou desistindo Carlos, estou apenas sendo realista. Se eu fizer novamente o tratamento, passar por tudo de novo, vai adiantar de que? Passar mais um ou dois anos me preocupando com o que faço e se estarei bem amanha? Eu estou aceitando o que já é inevitável. - Ela passou os dedos pelo rosto dele e acariciou-o.

- Eu amo vocês e irei à viagem, independentemente do que possa acontecer. - Ela disse e todos os meninos a abraçaram em conjunto.


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Notas finais do capítulo

LLA¹ : Leucemia Linfócitica aguda: Tipo de leucemia comum em crianças, jovens e adultos com mais de 65 anos. A taxa de sobrevivência de 5 anos é de 85% em crianças e 50% em adultos.
Espero que tenham gostado do capitulo. Por favor comentem o que estão achando 
Muitas emoções no próximo hein?
Beijos
Xx