You're Not Invisible To Me escrita por Loves Wanted


Capítulo 2
Do You Ever Wonder?


Notas iniciais do capítulo

"Você já se perguntou?"

Espero que gostem da fic tanto quanto eu estou gostando de escreve-la :)
Capitulo todo em narrador!
Boa leitura!



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Dez anos Depois

- Carlos! - Gritou Daniela após ver seu amigo colocar três pedaços de bolo na boca de uma vez só. - Como consegues ser tão porquinho? - ela perguntou rindo.

- Eu. Não. Sou. Porquinho. - ele disse ainda mastigando os pedaços do bolo.

- E ainda fala de boca cheia!

- Pare Dani, me deixa comer! - Defendeu-se o menino.

A morena apenas sentou-se na cadeira e começou a tomar seu chá.

- Sabe... É tão bom ver você assim... - Carlos comentou sorrindo.

- É, dois anos sem hospital. - a menina dando um sorriso de canto de lábios.

- Sabe, eu ainda me lembro da primeira vez que tudo isso aconteceu. Você era tão pequena... - Carlos disse sentando-se ao lado da amiga de infância.

 - Sim, eu tinha seis anos quando diagnosticaram a doença. Meus cabelos já caíram tantas vezes por causa dos tratamentos e olha agora? Parecem mais castanhos e encaracolados que da ultima vez que eles tentaram crescer! - animada a garota comentou passando os dedos pelos fios castanho médio que mantinham na altura de seus ombos, caidos em cachos definidos.

- Linda, você é linda Daniela, seus cabelos e eu amo quando você esta assim... Saudável. - O rapaz abraçou a amiga pela cintura.

- É, mas você sabe que a qualquer momento meu corpo pode voltar a produzir leucócitos ruins não sabe? A minha ALA é instável. Agora ela esta parada, mas ela pode voltar a ativa a qualquer momento. - A menina lamentou triste.

- Por isso que você deve se alimentar bem e aproveitar que esta bem! Olha, daqui a duas semanas eu e os meninos vamos fazer uma pequena turnê o que você acha de vir junto? Se divertir, aproveitar... - Carlos disse entusiasmado.

- Não sei Carlos, tenho medo. - a menina disse tristonha.

- Medo do que Dani? - Carlos olhava para a menina que abaixara a cabeça, triste.

- Você e eu sabemos que a ALA é instável! E se eu viajo com vocês e fico mal? E dai? - Ela disse segurando as lágrimas.

Ela sabia muito bem que isso poderia acontecer a qualquer momento. Mas as vezes as pessoas pareciam não compreender isso.

- Se você ficar mal? Se isso ocorreu eu cuidarei de você! Eu te ajudarei até mesmo nos piores momentos Daniela, tenha certeza disso! - Carlos afagou os cabelos da  menina e agora tinha a cabeça encostada sobre seu ombro.

- Não sei Carlos, não quero atrapalhar a sua turnê, nem nada com os meninos. É o trabalho de vocês! - A menina olhava para Carlos com os olhos marejados. - Hei, pare de falar coisas Ruin! Você está bem e permanecera assim por um longo tempo, não será esta viagem que vai estragar sua saúde, e Dani, você tem passado muito tempo sem sair! Vem, vamos!? Por favor! Não tenha medo meu anjinho eu estarei com você!

- Quanto tempo será a turnê? - Receosa Daniela perguntou.

- A turnê é só aqui na América. Vamos para o Canadá, Argentina e Brasil. Vai ser mais ou menos duas semanas apenas. Dois shows no Brasil, um na Argentina, Vancouver, Montreal, Toronto. E aqui no país em Nova York,  Washington DC e Las Vegas! - Carlos encontrava-se animado pelas cidades que iriam visitar. A maior parte delas seria a segunda ou terceira vez que iriam, mas mesmo assim, a energia das fãs incentivava o latino a levar consigo sua grande amiga, que na verdade não era apenas amiga, não para ele.

O garoto de pele morena e totalmente carinhoso escondia dentro de si um grande sentimento que nutria pela amiga.

Sempre, desde pequeno aquele sentimento esteve ali, mas ele tinha medo de revela-lô a menina, e mais ainda de revela-lô a si mesmo.

- Essas cidades parecem ser bem legais, já me falaram sobre a Argentina e o Brasil, dizem que tem comidas maravilhosas lá. - A menina disse baixo.

Gotas d'agua começavam  cair do céu, deixando a tarde mais fresca, mas fazendo também Daniela se arrepiar.

- Então Dani, vamos! Olha, podemos ir ao médico e fazer alguns exames se você quiser, ai, nós vamos e você vai se divertir muito. Tenho certeza de que Gustavo não se importara e os meninos vão ficar contentes por você estar conosco. - Carlos segurou a mão da menina e notou que a mesma estava um tanto gélida.

A chuva agora caia torrencialmente lá fora, trazendo uma temperatura fria para dentro da casa de Daniela. Carlos levantou-se e fechou todas as janelas e ligou um pouco o termostato deixando-o em uma temperatura agradável para Daniela.

Desde que souberam de sua leucemia, Daniela tinha que ter alguns cuidados extras com a saúde, e isso incluía baixas temperaturas. O frio, em qualquer magnitude, causava calafrios e sua imunidade abaixava consideravelmente, deixando-a vulnerável. Seu corpo agora produzia mais leucócitos bons do que ruins, porem, qualquer coisa poderia fazer-lhe mal, e Carlos entendia bem isso.

Ele sentou-se novamente ao seu lado, após fechar a todas as janelas, e ouviu o som de um trovão que caia com a chuva. Daniela se assustou com o barulho e pulou da cadeira, recostando seu rosto em Carlos quase que imediatamente.

Daniela tinha medo de trovão, pois eles a lembravam de seu primeiro incidentes há dezesseis anos atrás.

Ela estava sozinha, sua mãe tinha saído para comprar alguns pães para o café, e ela ficara assistindo a um desenho. Então começou a chover e raios e trovão caiam quase que sem parar deixando a menina assustada. Ela desligou a tv e foi para a cozinha. Sem querer, ela bateu a mão em uma faca, e gritou de dor. Sua mãe chegou nesta hora, toda molhada, com sacolas nas mãos, e viu a menina com sangue escorrendo pela mão cortada. Sua mãe correu pegar a caixa de curativos, mas ela já estava perdendo muito sangue, pois  o corte era profundo. Sua mãe enrolou um pano em sua mão e saiu com ela pela chuva, pra o hospital.

Quando chegou lá, a menina já estava desacordada e os médicos fizeram um curativo no corte e fizeram um exame. Naquele exame foi contatado o motivo de tanta perda de sangue em um corte que não era tão grande assim.  Ela tinha leucemia, e seu sangue estava bem mais "liquido" do que o normal. E desde então, ela passou varias vezes pelo hospital, chegando a ficarem meses internada e fazendo tratamentos que a debilitavam e a deixavam extremamente fraca.

Daniela se recordava vividamente daquele dia, e por isso o som de trovão lhe assustava.

Mas Carlos sempre esteve ali. E isso lhe ajudava a manter-se firme.

- Dani? - Carlos chamou-a e ela ergueu os olhos encontrando os dele. - Você já se perguntou, quando ouviu o trovão, porque o mundo parece ser tão pequeno? - Ele falou olhando para fora, vendo a água cair sem limites e sem medo.

- Já. - a menina respondeu breve.

- Você já notou que mesmo assim, todo tem uma chance, uma escolha, uma vida? - Carlos começou a passar a mão pelos cabelos de Daniela, fazendo-a breves carinhos em sua cabeça.

- Todo tem uma chance, mas nem todos aproveitaram esta chance. - Daniela comentou.

- Sim, mas devemos aproveitar cada momento, cada dia de nossa vida, mesmo quando chove ou o sol esta muito forte....

- O que você quer dizer com isso Los? - Daniela interrompeu-o.

- Eu quero dizer, que você deve ir comigo na turnê! - Carlos disse meio que aos gritos começando a fazer muitas cócegas em Daniela, fazendo-a ter uma grande crise de risos. Daniela controrcia-se na cadeira de tanto dar risada e sua barriga já doía, mas Carlos não parava.

Ele só parou quando ouviu o barulho da campainha da casa de Daniela tocar.

Ele parou de fazer cócegas nela e foi atender a porta. A menina tinha dificuldades de respirar por conta das risadas.

Quando Carlos abriu a porta, viu seus amigos, ali, todos molhados.

- Entrem seus bobões! - Daniela gritou quando os viu naquele estado.

Ela foi até um guarda-roupa e pegou algumas toalhas e roupas secas para os meninos.

Eles se secaram e ficou ali conversando com Daniela, fazendo a garota se perguntar se deveria ou não ir com eles na turnê.


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Notas finais do capítulo

ALA é um tipo de leucemia, para mais informações sobre ela, veja o wikipedia!

Por favor, comente!
beijos
xx



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