Narrador.

Na sala de aula, Carlos estava fazendo um pequeno desenho, um desenho sobre ele e sua amiga, Daniela, e o quanto eles se divertiam juntos. Mesmo aos doze anos, ele gostava de fazer aqueles desenhos e da-los a menina.

Intretido, Carlos nem percebeu quando Daniela começou a empalidecer e suas mãos começaram a tremer.

Carlos, eu não estou bem - A menina de aparência frágil e pele pálida falou ao amigo que se sentava ao seu lado.

O que foi Dani? É ... - o menino não teve tempo de falar, ele apenas pode observar que o nariz da menina começara a sangrar. De novo.

Dani, levanta a cabeça. Professora, a Dani está mal! - O menino já estava se encontrava desesperado. Ele sabia o que estava por vir. Logo a professora chamou os enfermeiros da escola que levaram a menina para o hospital. Como sempre, não deixaram Carlos ir junto, então ele ficou ali, cabisbaixo pensando em como ela estaria naquele momento. Continuou a pintar o desenho, e após acaba-lo, deu uns últimos retoques, pois queria leva-lo a ela no hospital mais tarde.

Depois de um tempo, viu o desenho que Daniela fazia quando passou mal, e pegou-o, guardando em seu casaco. O desenho dela tinha uma menina de cabelo cacheado e preto, a bochecha bem rosada e ela estava de mãos dadas a um menino, moreninho que se parecia muito com ele. Assim que a aula acabou, ele foi para casa e acompanhado de sua mãe foi ao hospital.

O menino com pouco mais de doze anos chegou ao hospital já exasperado por notícias de sua amiga e leva-va consigo o seu desenho e o desenho dela.

Os enfermeiros levaram-no até um quarto onde Daniela estava sendo medicada, e agora dormia tranquila. Ele vestiu a roupa que sempre usara para entrar e foi até a cama onde Daniela estava. Todos aqueles fios sobre seu corpo, tantas máquinas a sua volta. A tristeza tomava conta de Carlos, mas ele queria ser forte. Daniela era forte.

Ele ficou ali até anoitecer, olhando para os desenhos que haviam feito mais cedo, porem estava sozinho. Os pais de Daniela choravam no corredor ao lado do quarto da menina, mas Carlos não sabia como consola-los. Em sua mente, mesmo sendo uma criança, ele sabia que deveria fazer de tudo para ajudar a sua amiga, e ali, ao lado de todos aqueles aparelhos, ele deixou o desenho que ele fizera para ela, e escreveu:

"Sempre estarei ao seu lado".

Ele iria a qualquer custo ajudar sua amiga, nem que isso custasse sua própria vida.