Uma Nova Chance escrita por Lady Padackles


Capítulo 7
Capítulo 7




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Dean e Sam passaram o resto do domingo em seus respectivos quartos, sem ânimo para fazer mais nada. Nem mesmo o trabalho de história conseguiram adiantar. Saíram apenas para comer, mas não se esbarraram pela cafeteria em momento algum. Sam também não se encontrou com Clark, que havia passado o dia fora com Garth visitando um antigo mosteiro, que era o objeto de sua pesquisa. Assim como Clark e Garth, várias outras duplas de alunos tinham aproveitado o domingo para sair do colégio e visitar prédios históricos para o trabalho de história.

Na segunda-feira de manhã, Sam arrastou-se até a cafeteria sem o menor ânimo. Clark acenou para ele animadamente. Na mesa, ao lado de Clark, estava Garth. Pareciam conversar com entusiasmo.

– Bom dia, Sam! – Clark exclamou ao ver Sam se aproximando. Garth também o cumprimentou.

Sam apenas acenou com a cabeça. Será que aquele dia poderia ser mesmo bom? Ele duvidava muito...

– E então? Conseguiu terminar o trabalho com o Dean ontem? – Clark quis saber.

– Não... – Sam suspirou. Só tinham mais uma semana para terminar aquele trabalho, e vários outros trabalhos de outras matérias estavam se acumulando. Ele esperava que Dean tivesse conseguido trabalhar mais do que ele, caso contrário estavam mesmo ferrados.

– Eu e o Garth quase terminamos tudo ontem! E ainda foi super divertido o nosso passeio fora da escola, não foi?

Garth concordou com o colega e começou a contar sobre todos os lugares que haviam visitado e pessoas que haviam encontrado.

Como podia alguém ser assim tão animado? Sam ouviu a tudo tentando ser simpático, mas estava difícil. A vontade que tinha era de sair correndo dali e se trancar em seu quarto.

Depois, Clark, também animado, contou de como o motorista fora camarada parando em um mini shopping center para que os meninos pudessem comprar presentes para seus pais.

– Eu comprei um camisa super bacana, e o Garth comprou um creme de barbear – contou ele.

Sam lembrou-se então da festa que teria no próximo sábado para a comemoração do dia dos pais, que seria no domingo seguinte. Não tinha nada para presentear seu pai. Problema... Quem coloca o filho em uma escola interna não pode mesmo esperar um presente...

Dean avistou os três meninos sentados na cafeteria e tratou de se sentar bem longe deles. Queria evitar Sam até onde fosse possível, principalmente porque não tinha material nenhum para lhe apresentar para o trabalho de história.

As aulas se arrastaram, e tanto Dean quanto Sam torceram para que o dia acabasse logo. Ao final da última aula, Dean estava sentado tentando prestar atenção quando viu Sam passar um bilhetinho para um colega. Dean estremeceu ao perceber que o bilhetinho estava vindo em sua direção. Seria uma mensagem para ele? Provavelmente Sam queria se encontrar para falar sobre o trabalho. Teria que inventar uma desculpa, estava muito sem graça por não ter conseguido fazer nada.

Quando o bilhete chegou em suas mãos, Dean leu:

“Eu não fiz mais nada do trabalho de história. Você quer me mostrar o que você fez depois da aula?”

Aliviado por não ter sido o único vagabundo, Dean respondeu:

“Eu também não fiz nada... Podemos marcar na quarta-feira depois da aula de inglês?”

Recebeu como resposta: “Ok, combinado. Passo no seu quarto as 15h”.

Assim que a aula terminou, Dean correu esbaforido para a saída. Conseguiu evitar topar com Sam mais uma vez. Só de pensar em trocar olhares com o moreno, estremecia.

Sam, notando que Dean o evitava, tornou-se ainda mais amargo. Não via a hora de terminar aquela porcaria de trabalho de uma vez por todas e nunca mais olhar para a cara do louro. Era óbvio que Dean não queria olhar para a cara dele também.

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Quarta-feira, dia 15 de Junho de 1994, 14:30h. A aula de inglês terminou cedo. Dean estava suado, talvez por nervosismo, ou talvez por que fosse de fato um dia muito quente de verão. O menino correu para o quarto, precisava de um banho antes de se encontrar com Sam.

Debaixo da ducha fria, Dean podia ouvir seu coração batendo forte. Tanto que tentara esquecer aquele menino... Pelo jeito havia sido totalmente em vão. Só de pensar que encontraria com Sam em poucos minutos, Dean ficava fora de si.

Assim que terminou a aula, Sam foi até seu quarto buscar as anotações que tinha feito para o trabalho. Sua ideia era juntar aquilo com o que quer que Dean tivesse escrito e finalizar sem mais demora. Precisava fazer exercícios de física e matemática, não queria mais perder seu tempo com aquele trabalho. Se tirassem nota baixa, problema...

Pegou um bolo de folhas escritas e seguiu em direção ao quarto do louro. Eram 14:45h quando bateu na porta. Sem resposta...

– Dean! – chamou ele.

O louro, ao ouvir a voz do moreno, saiu esbaforido do banho. Sam não havia chagado cedo demais?

– Já estou indo! – ele gritou de dentro do quarto.

Dean se secou de qualquer jeito e enfiou uma bermuda e uma camiseta o mais depressa que pôde. Correu até a porta.

Sam engoliu em seco. Dean estava com o cabelo todo molhado e despenteado, com a camisa pelo avesso e tinha a respiração ofegante.

– Desculpa, eu estava acabando de sair do banho. Entra... – ele disse fazendo um sinal para o moreno entrar.

“Minha mãe do céu, por que esse infeliz tem que ser tão bonito...” – pensou Sam, ao mesmo tempo que estendia a mão para entregar a Dean toda a sua pesquisa.

Dean pegou também suas anotações, e entregou ao colega.

Cada um dos meninos passou os olhos pelo trabalho do outro. Pareciam ter escrito mais ou menos o mesmo número de páginas.

Sam tentou ler alguma coisa, mas não conseguiu. Dean estava tão cheiroso... Dean olhou do trabalho para Sam e também não conseguiu ler nada. Estava sem fôlego. Aquele garoto precisava sair dali, e depressa.

– Sam, eu vou ler o que você escreveu, e você lê o que eu escrevi, e amanhã a gente junta... Pode ser? – o louro disse, já se encaminhando para a porta.

Por que Dean estava com tanta pressa de tirá-lo do quarto? No mínimo estava tomando banho para se encontrar com outro menino mais tarde. Se Dean pretendia se livrar dele, ele que fosse mais claro e direto.

Sam então se aproximou de Dean por trás e apertou suas nádegas com as mãos. Dean se virou assustado, e Sam se encostou mais. Prendendo o louro contra a parede, Sam começou a apalpá-lo de uma forma quase agressiva. Estava morrendo de vontade de agarrá-lo.

Dean ficou sem ação. Ele era louco por Sam, mas o que o moreno estava fazendo? Parecia claro para ele que tudo o que Sam queria era enfiar suas mãos nele, sem se importar nem um pouco com seus sentimentos. Sam não gostava dele, queria apenas uns amassos. Dean permaneceu imóvel diante aos avanços do colega.

Sam olhou o louro nos olhos. Ele parecia um filhote de bambi assustado. Talvez estivesse sendo grosseiro demais... Sam sessou os amassos e aproximou seus lábios dos de Dean. Beijou-o carinhosamente e apertou seu corpo em um abraço caloroso. Sentiu a temperatura subir e seu coração bater como louco.

Dean estremeceu. Aquele beijo estava gostoso demais. Tudo o que ele queria agora era ficar abraçado a Sam, para o resto da vida. Passou seus braços por cima dos ombros do moreno e apertou-o com a pouca força que lhe restava. Estava com as pernas bambas.

Sam levantou Dean do chão e levou-o até a cama, onde se sentaram. Olharam-se nos olhos sem dizer nada. Então Sam empurrou Dean de leve para que ele se deitasse e voltou a abraçá-lo. Sam enfiou seus braços por dentro da camisa de Dean e acariciou-o carinhosamente. Dean imitou os movimentos do colega.

Dean não podia acreditar. Então Sam gostava dele afinal? Não havia sido apenas uma ilusão? Ele podia sentir todo o carinho que vinha do moreno... Era impossível não se controlar. Dean tentou engolir o choro o máximo de tempo possível, mas foi em vão.

Sam sentiu a respiração do louro entrecortada.

– Dean... Você está chorando? Por que? – Sam perguntou alarmado afastando seu rosto da face molhada do louro.

O menino deu de ombros. Não podia dizer que estava chorando de emoção, podia? Não podia dizer que estava apaixonado e que sentir que era correspondido era o melhor sentimento do mundo... Existia limites para ser bicha, mesmo para um homossexual assumido.

Dean abraçou Sam com força e escondeu seu rosto nos ombros do moreno.

Sam beija Dean... Dean chora... Não era a primeira vez que isso acontecia... Dean falava do tempo e de coisas banais, evitava falar de sentimentos. Depois, agarrado a seus braços, chorava...

Meu Deus! Sam sentiu seu coração sendo arrancado do peito. Como pudera ser tão cego? Como pudera ser tão completamente idiota? Como pudera pensar que o Dean real e o de seus sonhos eram iguais por fora e diferentes por dentro, quando na verdade, era exatamente o contrário?

O Dean de seu sonhos tinha perdido a mãe e o irmão, estava doente, tinha um pai idiota. O Dean real não, aparentemente tinha uma vida normal, mais feliz. Isso era “por fora” e não “por dentro”...

Por dentro, em essência, eram a mesma pessoa. Aquele menino que estava agora em seus braços, que suspirava e corava e chorava da mesma forma que o seu amado, ERA o seu amado. Como pudera duvidar disso? Ele havia de fato conseguido uma nova chance. Aparentemente uma nova chance na qual Dean tinha um histórico familiar mais feliz.

Sam apertou Dean contra seu peito com força e sentiu as lágrimas brotarem em seus olhos. Era uma emoção infinita que sentia ao finalmente reconhecer que estava ao lado do grande amor de sua vida.


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Notas finais do capítulo





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