Menina dos Olhos escrita por Spaild


Capítulo 6
Oásis.


Notas iniciais do capítulo

E peço desculpas pela demora, mas há coisas que precisam de mais atenção do que fics na minha vida!
Espero que entendam!

Beijos da Jun e Boa Leitura!

E afirmando, tudo o que reconhecerem é da J.K. nada é meu, uma lástima...



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Chapter Six: Oásis.

 

“Now that I know what I'm without

(Agora que eu sei o que me falta)

You can't just leave me

(Você não pode simplesmente me deixar)

Breathe into me and make me real

(Dê-me fôlego e me faça real)

Bring me to life

(Traga-me para vida)

 

Bring me to life

Evanescence

 

 

Minerva era sublime com as palavras, para todo o lado que olhasse havia pessoas chorando, em sua grande maioria mulheres, Hagrid limpava os olhos nas mangas de seu casaco de pele que Hermione suspeitava que contivesse pequenas culturas de pulgas. Harry, ao lado de George, cuidava com os indicadores para não deixar as lágrimas rolarem.

Um nó estava formado no fundo da garganta de Hermione, a algumas cadeiras à frente estavam um a cada lado do Senhor e Senhora Weasley, Ronald e Kingsley. A ultima semana passou como um flash e a lágrima não pode ser evitada de macular o rosto da mulher.

- E que o casal seja um para o outro de corpo e de mente, e que vivam passado e presente em função de um futuro. Que nada no mundo separe um casal sonhador, que ninguém possa interferir no lar e na vida destes dois. Que o homem... – E Minerva colocou uma parte da estola de seda com runas em dourado sobre o ombro direito de George. – carregue nos ombros a graça de um Pai! Que a Mulher... – E repetiu o gesto com Angelina. – seja um céu, em ternura, contendo aconchego e calor. E que vossos futuros filhos conheçam a força que brota do amor! Que o casal não se traiam nem traiam seus filhos, nem permitam que o ciúme destrua a certeza do amor entre os dois.

Neste momento o casal trocou as alianças cedidas por Harry e Katie, depois de colocada as alianças nos dedos anulares esquerdos, cada um apontou a varinha para o peito do outro.

- Diligo Eternus – Disseram juntos.

Uma fumaça perolada saiu da ponta da varinha, sendo de cores diferentes, a de Angelina era branca enquanto a de George tinha um leve tom azulado. Os feitiços se cruzaram como em uma dança e alcançaram o coração do outro. Minerva removeu a estola e segurou as mãos do casal.

- Sendo apenas um, partilhando do mesmo coração e alma, o que a magia sublime uniu, nada no mundo separa!

Naquele momento houve uma chuva de palmas, e Hermione suspirou, queria um amor certo como este, queria que o homem que amava acreditasse tanto naquelas palavras quanto ela mesma.

Depois dos noivos terem recebido os cumprimentos a festa começou, havia uma música suave tocando, alguns casais dançavam na pista, Neville e Luna eram os mais entusiasmados deles. O casal dançava cúmplice, e Hermione brincava com um copo de Old Ogden. Ela nunca fora do tipo que bebia, porém, aquela bebida estava ao acaso em sua mão, Luna o tirara de Neville e pedira para que a morena segurasse enquanto dançavam. E foi por acaso que ela virou o liquido em sua boca, sentindo o gosto do álcool e sua queimação as lágrimas vieram como aviso, embora ela tenha virado novamente o copo sorvendo mais um pouco do liquido.

- Bebida dos Infernos!

- Granger gracinha...

- McLaggen!

- Olha quem diria, usando o presentinho que eu te dei! – disse tomando o copo da mão de Hermione e bebendo todo o resto. – Fica realmente belo em você!

Hermione sorriu com o elogio e corou um pouco, talvez, e ela alegaria com certeza que sim, aquela reação era por causa da bebida forte. Ficaram apenas conversando, pela primeira vez, ela notara que Córmaco não tentara nenhuma aproximação forçada.

Ronald Weasley estava sentado a uma mesa distante, sozinho e mantinha os olhos fixos em Hermione com o McLaggen em uma conversa animada cheio de sorrisinhos de ambas as partes. Se não tivesse sido imbecil o suficiente, estaria naquele instante, circundando com seus braços a cintura fina de Hermione.

- Maldição! – ele reclamou.

Luna e Neville ainda dançavam, junto com eles, os noivos e outros convidados que já haviam bebido o suficiente para permitirem-se dançar na frente de tantos outros convidados.

- Granger, correndo o risco de levar mais um fora, eu preciso perguntar... Dança comigo?

Hermione estava mesmo esperando um convite, aceitaria qualquer um que lhe valesse a pena e como Córmaco demonstrava algum tato naquela noite, ela lhe daria o beneficio da dúvida.

- Está com sorte Córmaco!

As mãos do rapaz pousaram respeitosamente as costas de Hermione, enquanto as da morena entrelaçavam-se no pescoço do rapaz. A morena sentiu claramente olhos sobre si e com um rodopio gracioso de McLaggen percebeu os olhos azuis de Ronald pregados em cada um de seus movimentos.

Córmaco desceu a mão um pouco e apertou a cintura de Hermione aproximando a mulher de si.

- Córmaco! – ralhou ela parando de súbito.

- Não tem como resistir gatinha! – Sussurrou no pé da orelha de Hermione.

Desvencilhando-se alcançou uma mesa vazia e se sentou. Havia algum tempo que Hermione não via Ginny e o marido, Luna e Neville, ambos com os rostos vermelhos da dança, sentaram-se com a morena. Córmaco chegou em seguida com duas bebidas nas mãos.

- Gracinha, para você! – e ofereceu uma delas para Hermione.

- Então está saindo com Córmaco agora Hermione? – Luna disse olhando para o céu estrelado como se estivesse falando sobre o tempo.

O tom de pele de Hermione adquiriu um tom de vermelho inédito para os três ali presentes, que acharam que observar o rubor de Hermione era melhor do que aproveitar a festa.

- Claro que não Luna! – respondeu sem graça.

- Não por falta de tentativas não é gracinha?

- Córmaco eu tenho um nome, para de me chamar de gracinha!

- Então prefere outros adjetivos? Lindinha, Gatinha... – Os tons de Hermione mudavam a cada novo adjetivo proferido por Córmaco. – Gostosa?

Neville engasgou com a própria saliva ao ver onde aquela conversa de Luna havia ido parar, mas o incrível mesmo era a alienação da loira aquilo tudo que provocara.

- Boa Noite meus jovens! – uma voz grave atrás deles impediu qualquer que fosse a reação de Hermione.

- Oh, Boa Noite Senhor Ministro! – sorriu Luna.

Os outros ocupantes da mesa cumprimentaram o Ministro, mas os olhos negros do homem não saíram de Hermione que o cumprimentou com um ‘boa noite’.

- Será que a Senhorita me daria a honra e o prazer desta dança? – estendeu a enorme mão para ela.

Córmaco fechou a cara quando a mão pequena e alva de Hermione apoiou-se sobre a do Ministro. Os contrastes não eram poucos, eram literalmente opostos. Hermione que batia exatamente no ombro de Kim conseguiu uma pequena vantagem com os saltos que usava, muito embora ela pouco quisesse aquilo, preferia ficar fugindo de Córmaco a ter que lidar com o Ministro naquele momento.

Segurando uma mão de Hermione com sua mão direita, pousou a outra sobre a lordose lombar. Pouco a vontade ela apoiou a mão direita no ombro largo do Ministro enquanto seus pés seguiam os dele, ágeis e leves como uma pluma. Para todo aquele tamanho jamais poderia chegar a conclusão de que ele era um exímio dançarino. Seus olhos fugiam dos do homem a sua frente, buscavam qualquer coisa no salão, tomando nota do beijo que os noivos davam, do Sr. E Sra. Weasley abraçados dançando não muito longe de si, De uma Ginny emburrada e um Harry irritado, um Ronald vermelho, seus amigos a mesa divertindo-se e rindo. Mas, o que gravou em suas retinas como brasa sobre o lombo de um animal foi a imponência de Severo Snape, parado a alguns metros, olhando para sua leveza.

Estava tão absorta olhando fixo aquelas obsidianas que lhe pareciam ferir, que assustou-se com o hálito quente de Kim em seu pescoço.

- Hermione, deixe-me lhe mostrar o quanto um homem pode te fazer feliz...

Os olhos da morena arregalaram-se e ela parou. Kim, erroneamente entendeu aquilo como um sim e avançou sobre os lábios rosados e ao mínimo roçar, ouviu o claro barulho e a ardência que caracterizavam o tapa que acabara de ganhar.

Por pura sorte, os casais estavam mais entretidos com a dança para sequer notar que o Ministro da Magia acabara de receber um tapa. Hermione afastou-se com a indignação estampada em sua face. Parado ao mesmo lugar estava Kingsley, com uma mão no queixo. Aproximou-se da mulher assustada, sem que ninguém notasse nada de anormal, e a cada passo que ele avançava a morena retrocedia.

- Hermione... – e ele estava a alguns passos.

As costas de Hermione encontraram logo a mesa onde estavam as bebidas, e ela estancou, procurando alguma forma de sair dali sem ofender mais o Ministro.

- Não se aproxime mais Ministro!

- Hermione eu...

- Não! Não e não...

- Vamos Hermione, eu quero apenas...

- Algum problema Senhorita Granger? – A voz de barítono encheu o local e os dois olharam para a figura de Severo Snape.

Como um porto seguro para atracar, Hermione lançou-se ao bruxo. A mão de Snape moveu-se em câmera lenta até atingir o ombro de Hermione e acaricia-lo.

- Compreendo. – disse Kim finalmente. – Severo meu caro, você é um homem de sorte, e eu um respeitador. Mas esteja certo, de que se eu souber que ela é infeliz, eu mesmo me certificarei de faze-la a mulher mais feliz do mundo.

Kim saiu com toda a pompa que seu status mandava, enquanto Hermione estava aconchegada sobre o porte firme de Severo.

- Obrigada. – respondeu e afastou-se.

Snape apenas observou quando ela sentou-se ao lado de McLaggen, uma fera sibilou dentro de Snape, e inúmeras azarações passaram por sua mente quando os dedos incontroláveis do garoto roçaram a cintura da sua mulher. Porque sim, Hermione era sua, soubera realmente quando mais uma vez, fora a escolha de porto seguro da jovem senhorita, apenas teria de mostra-la o quanto ela mesma o buscava quando necessitava de braços fortes. Acalmando a fera dentro de si, virou-se e deixou aquela festa. Havia tido a sua cota de homens a espreita de Hermione e se ficasse por mais tempo ali, ninguém seria capaz de reconhecer Córmaco McLaggen novamente.

 

Hermione sentia-se em meio a um vendaval, nunca em toda a sua vida, nem nos mais delirantes sonhos se imaginou tão desejada, fato era que ela realmente nunca fora, por falta de palavra melhor, sexy. E sentia-se sufocada com toda aquela atenção, inclusive de pessoas que ela jamais pensara que pudesse nota-la como mulher.

Estava sentada ao lado de McLaggen, mas este não conta, pois Hermione mesma era a culpada da obsessão que o rapaz tinha por ela. Pensava no Ministro da Magia e como ele fora direto o suficiente para fazer a garota se assustar e se indagar: “Desde quando?”. Estranho era o menos favorável adjetivo para aquela loucura, porque ainda tinha Severo Snape no meio, o Ex-Professor de Poções, Ex-Comensal da Morte, Ex-Espião, Frio, Insensível, Sardônico... E apenas há algumas semanas descobrira que sua paixão adolescente pelo professor era digamos, correspondida.

Severo Snape não era mesmo um homem de virar as orbes femininas, mas enfurnada em um internato como Hogwarts, com alunos que não tinham nada na cabeça, nem mesmo os mais avançados. Por quem então uma garota poderia se apaixonar? Adultos, claro! E ela apaixonara-se uma vez no segundo ano pelo belo professor Lockhart. E ele valeria a pena se não fosse um falsário que terminara louco de pedra. Depois deste episodio, Hermione acabou por notar algumas qualidades de Snape, poucas, mas realmente existiam. Embora não gostasse muito da idéia, a quem poderia direcionar a sua libido? Hagrid? Ela fazia careta apenas de pensar, assim sendo, Severo Snape era mesmo uma boa opção. Afinal de contas, ele era inteligente, lutava pelo lado certo entre outras coisas que coraria apenas com a lembrança.

Hermione estava devaneando quando sentiu um beijo molhado na curva de seu pescoço e soltou um gemido leve. Corou bruscamente quando voltou a si.

- Córmaco!

- Gracinha, você estava distraída.

- Isso não lhe dá o direito de beijar o meu pescoço! – Ela levantou-se raivosa. - Se me dão licença preciso ir!

Ela estava farta daquilo tudo, ao levantar-se Córmaco se antecipou e puxou a cadeira para a mulher, ela lhe sorriu em agradecimento.

- Eu a acompanho até em casa Hermione. – disse ele sério demais para ele.

- Córmaco, eu pretendo aparatar em minha casa...

- Então eu a acompanho até o local de aparatação.

Ela concordou com a cabeça, andaram lentamente, cada um com os seus próprios pensamentos, o local de aparatação não era tão distante assim de onde estavam, afinal com o extermínio do megalomaníaco bruxo, aquela zona anti aparatação era apenas uma forma de evitar constrangimento.

Hermione parou, ajustando-se para uma melhor aparatação quando Córmaco a puxou pela mão, tão gentilmente que Hermione sentiu-se agradecida. Os olhos do rapaz percorreram o rosto da jovem e ele soltou a mão dela.

- Sabe Hermione, você é o meu Oasis...

Hermione franziu as sobrancelhas.

-... Uma coisa que eu desejo e sei que jamais alcançarei.

- Desculpe Córmaco, mas eu, eu realmente não...

- Eu sei, você sempre amou muitas pessoas, seu coração está lotado não é mesmo?

- Cabe um amigo aqui Córmaco. – ela disse tocando o peito.

- Amigo é? Não sei, porque eu sofreria muito mais sendo seu amigo Hermione. A mulher que se ama e não pode alcançar deve ficar sempre no patamar de inalcançável. Porque se não, eu a magoaria por não conter os meus impulsos e lhe magoar Hermione dói muito.

Hermione abraçou Córmaco com lágrimas nos olhos, não sabia exatamente porque chorava, mas aquilo acertara um ponto sensível demais. E o ombro de Córmaco não era o ombro que seu rosto gostava, mas, era quente o suficiente para querer continuar ali. Mas ele a afastou.

- Desculpe... – Qualquer coisa que ele tivesse a dizer, foi interrompido.

Os lábios de Hermione estavam sobre os de McLaggen, macios e adocicados. Era um erro ela sabia, mas queria oferecer um pouco de tudo o que o outro lhe oferecia. E foi ele mesmo quem terminou o pequeno beijo.

- Embora eu muito quisesse, talvez seja melhor você esclarecer seus sentimentos primeiro Hermione.

- Talvez.

 

De volta a Godric’s Hollow Hermione caminhava tranquilamente enquanto o luar banhava a sua pele, tinha muito no que pensar e sua cabeça estava pesada como quando era apenas uma aluna e tinha de se preocupar com os NIEM’s. Bichento a recebeu com um miado alto, não era para menos o animal deveria estar morrendo de fome. E então algo que chamou a atenção. Pousada próximo a janela estava uma coruja negra. O coração de Hermione deu um salto. Afinal, o que ele queria?


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Notas finais do capítulo

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