Menina dos Olhos escrita por Spaild


Capítulo 5
Sentidos Contrários.


Notas iniciais do capítulo

Isso tudo é meu e a J.K. Me roubou!
PEGADINHA DO MALANDRO! ¬¬'

Agradeço ao Papai de Céu por ter dado a J.K. a vida e a quem quer que seja por ter dado a inspiração!
Amém!



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Chapter Five: Sentidos Contrários.

 

"Bem que se quis
Depois de tudo
Ainda ser feliz
Mas já não há
Caminhos prá voltar
E o quê, que a vida fez
Da nossa vida?"

Bem que se Quis

Marisa Monte.

 

As luzes ainda estavam acesas, o que davam a Hermione a real certeza de que era esperada por muitos dentro de sua própria casa. Porque ela conhecia Ronald extremamente bem para poder jurar pela saúde de seus Pais que ele não dissera absolutamente nada sobre o repentino sumiço de sua companheira e poderia até ouvir os ossos dele tremendo.

Quase riu, quase mesmo, porque podia até formar as imagens em sua cabeça, um Ronald completamente desprovido de coloração, um Harry com cara de taxo tentando entender o que estava acontecendo, uma Ginny intrigada sentada a um canto olhando desconfiada para o irmão e uma Senhora Weasley preocupada tanto com a cor do filho quanto com o sumiço da nora.

Hermione abriu a porta, e se a coisa não fosse séria ela daria uma gostosa gargalhada. Entrou sob os olhares entre aliviados, curiosos e preocupados. Olhou para o ruivo sentado na poltrona e suspirou.

- Temos que ter uma conversa Ronald!

- Hermione querida, estavamos todos muito preocupados com você querida, onde estava?

- Estou bem Molly, não se preocupe, estava entendendo alguns pontos que preciso discutir com seu filho.

A coloração de Ron passou para um verde de aspecto doentio, Ginny se levantou e olhou do irmão para a cunhada.

- O que aconteceu Hermione, o idiota...

- Ginevra! – repreendeu a matriarca Weasley.

- ... do meu irmão não disse uma única palavra. – Ignorando os protestos de sua mãe continuou. – Ele está com cara de culpa!

- Típico não? Vamos Ronald, porque não elucida os fatos? Não sou apenas eu que careço de detalhes!

- Do que você está falando Hermione, eu e Ron...

- O seu querido amiguinho vem me traindo Potter!

Um gritinho surpreso foi ouvido vindo de Molly que olhou da morena para o filho que tinha os olhos injetados e tremia o queixo. Ginny deu um soco forte no ombro do irmão e postou-se ao lado de Hermione apertando a sua mão demonstrando que estava com ela.

- Hermione ele te ama isso é impossível! – ajudou Harry na defesa do amigo.

Hermione olhou para Ronald esperando alguma coisa vinda dele, Molly tinha as mãos na boca aparentemente espantada demais para fazer qualquer coisa que fosse.

- Eu te amo Hermione, me desculpe... – resmungou ele.

Harry olhou para o amigo e sua face foi tomando um tom de descrença, estava claro que o Potter não estava querendo acreditar no que o melhor amigo confirmava tão timidamente.

- Ron, não me diga que... Lilá? – Indagou Harry.

- Harry eu sinto muito...

- Não é a mim que deve desculpas cara... não é a mim! – O moreno andou até a mulher e segurou sua cintura fina. – Vamos Ginny, vamos deixar os dois sozinhos para conversar! Hermione, conte conosco no que precisar, e sua decisão será indubitavelmente aceita por esta família!

- Obrigada Harry! – respondeu sem tirar os olhos do ruivo na poltrona.

- Eu não acredito no que ouvi Ronald Weasley! – a voz de Molly estava esganiçada como se ela não a usasse há muito tempo. – Eu criei todos vocês com respeito e ensinando que a verdade era necessária acima de tudo. Ronald Weasley, você me decepcionou totalmente...

Ela saiu antes que o casal Potter passasse pela porta, com um apertão no ombro de Hermione Harry abandonou aquela sala fechando a porta logo em seguida.

Hermione fechou os olhos por alguns segundos e depois com um suspiro longo subiu as escadas.

- Mione...

- Não Ronald, não me venha com ‘Mione me desculpa’ Eu não sou do tipo que guarda mágoas, mas eu também não posso ignorar o desapontamento que está em meu peito. – disse ela acenando com a varinha fazendo algumas de suas roupas se arrumarem em uma mala sobre a cama. – Eu só pedia uma coisa neste relacionamento, respeito!

Ron jogou-se aos pés de Hermione, aquela não era uma bela cena, não era o que Hermione imaginava quando via filmes em sua casa quando criança. Não era nada romântico e nem era facil como pensava perdoar um deslize do homem que se estava junto.

- E eu me remoendo por um beijo roubado! – disse afastando de Ronald e pegando a mala que estava cheia.

- McLaggen?

- Não! E o pior é que eu realmente estive tentada em dar aquele beijo há muito tempo, e quando finalmente acontece, eu preso mais este relacionamento que eu tinha com você do que o beijo do homem que eu sempre sonhei...

Hermione saiu da casa antes mesmo que Ron pudesse notar que ela terminara de falar. Ainda jogado ao chão estava com o rosto enterrado nos joelhos. Amaldiçoando o dia em que cruzara novamente com Lilá a um ano.

 

Hermione não sabia bem ao certo para onde deveria ir, os Pais era uma opção nula, tendo em vista que a morena não queria mais problema em sua vida conturbada e nem sentia-se preparada o suficiente para encarar os Pais e lhes dizer que o namoro que eles tanto apoiavam acabou por causa de uma traição. A casa de Harry e Ginny nem de longe era o melhor local, conhecia Harry o suficiente para saber que o amigo iria querer os detalhes que faltavam a ela mesma. Nada de Weasleys, sua cordialidade com ruivos estava naquele exato momento em ruínas, mesmo ela sabendo que os demais não tinham nada haver com a idiotice de Ronald. Severo Snape? Nem como ultima opção!

- Nada de pessoas de Hogwarts! – disse para si mesma enquanto andava lentamente pela rua mal iluminada.

Decidiu-se por um hotel a poucos metros dali, depois, decidiria melhor o que fazer, naquele momento ela precisava mesmo era de um bom banho quente e uma boa cama macia para dormir. Mas, uma risadinha asmática tirou-a de seus devaneios e em menos de um segundo, a varinha já estava em punho vasculhando com os olhos atentos e ouvidos abertos a feitiços hostis todo canto sombrio que encontrava.

- Não deve andar por ai sozinha bruxinha esperta... Morgana pode estar a sua espreita.

Hermione ouvia a frase vindo de todas as direções possíveis, quem quer que estivesse ali, estava aparatando de um lado a outro, apenas para dificultar sua localização.

- Morgana, Morgana, aviso eu, bruxinha esperta, que Merlim está comigo, enquanto tu fores Morgana eu sendo esperta nada devo temer.

A mente rápida de Hermione deduzira que aquela voz era de Alecto Carrow, e que aquela frase havia saído de um conto infantil que as bruxas contavam a seus filhinhos.

- Apareça Morgana, venha brincar...

Hermione teve sorte de abaixar a tempo, uma azaração da morte passou por sua cabeça arrepiando seus cabelos. E no movimento mais rápido que seu pulso permitira, um raio vermelho atingiu a escuridão e um baque fora ouvido do mesmo instante que vários sons característicos de aparatação foram ouvidos, ainda alerta, Hermione quase azarara meia dúzia de Aurores do Ministério.

- Senhorita Granger, tudo bem? – Perguntou um loiro corpulento que entrara a pouco para aquela seção.

- Sim, está tudo bem obrigada!

- Hermione! – o chamado de Harry era de fácil reconhecimento. – Deixei Ginny em casa sozinha, enquanto cuido desta louca ali, você vai pra minha casa e vai ficar com ela! – Hermione ia abrir a boca para retrucar quando o moreno a cortou. – Não me venha com ‘Mas Harry eu...’ Vá agora Hermione!

Alcançou sua mala que havia sido esquecida e olhou para a mulher atarracada jogada ao chão. Sem uma única palavra, aparatou para o mais perto que as proteções de Harry permitiam. Godric’s Hollow. Ainda era tudo exatamente como ela se lembrava. Andou pela rua ladeada de chalés todos de luzes apagadas. Estava tarde e não demorou muito, Hermione avistou a casa do amigo, uma luz bruxuleante podia ser vista de uma das janelas. Hermione bateu a porta.

Ginny abriu a porta e surpreendeu-se de ver Hermione parada ali, cedeu espaço e a morena passou pela ruiva silenciosa.

- Ginny, Harry me mandou eu

- Eu sei, ele me enviou um Patrono, estava esperando por você! – a ruiva sorriu um pouco. – o quarto de hóspedes está lhe esperando Mione, vá lá, nós sabemos o quanto você quer um pouco de privacidade agora.

Hermione aceitou a oferta sem reclamar. Sobre a cama, seu corpo parecia pesado, os lençóis estavam amarrotados, o travesseiro sobre a cascara de cabelos castanhos e os olhos cor de mel arregalados para aurora que surgia lentamente.

O sono não estivera nem perto de atingir Hermione, e sua cabeça fervilhava entre mil coisas ao mesmo tempo, Snape, Ron, Alecto. De todos, era sobre Alecto que Hermione mais tinha curiosidade, o que levara a Comensal da Morte a ataca-la no meio de um bairro trouxa a altas horas da madrugada? Sabia que os comensais fugitivos buscavam vingança, mas, porque Alecto fora justamente atrás de Hermione que nunca fizera nada diretamente para a mulher?

Uma coruja bicou o vidro acordando Hermione do cochilo que conseguira dar. O sol estava alto e a julgar pela posição das sombras que os objetos formavam no quarto, devia ser umas nove da manhã. Uma moeda fora depositada na bolsinha que a coruja carregava e Hermione apanhou o profeta diário sem muito entusiasmo, passou os olhos sobre as manchetes e viu seu nome junto com o da comensal que a atacara horas antes. Aqueles sugadores do profeta não perdiam uma única oportunidade mesmo. Hermione agradeceu o pingo de bom senso que teve de sair do Baile antes de falar com Ronald, porque seu rompimento com o Auror estaria em uma coluna destacada assinada por Rita Skeeter.

 

_____________________________________

Severo Snape tomava uma xícara de café preto sem açúcar jogado sobre a poltrona puída no casebre da rua da fiação quando uma coruja marrom entrou no recinto jogando um exemplar do profeta diário sobre seus joelhos e pousando delicadamente sobre o braço da poltrona esperou ser pago. Aquilo lembrou Snape dos tempos em que lecionava em Hogwarts, dos tempos em que passava todas as manhã rodeados de falatório, crianças e colegas de trabalho abelhudos. Pagou a coruja e abriu o jornal ao acaso e seus olhos se prenderam em um nome e ele leu.

 

“Hermione Jane Granger, Chefe do Departamento de Execução das Leis Mágicas; Foi atacada esta madrugada, por Alecto Carrow, com uma maldição da morte. A Heroína de Guerra, acostumada com ataques surpresas e sempre alerta, esquivou-se da azaração mortal e aplicou na Comensal foragida um feitiço estuporante. Poucos segundos depois, uma frente de Aurores apareceu no local para cuidar da captura da mulher.

Dizem, que Os comensais foragidos procuram vingança, sabemos que Carrow não tivera uma batalha de frente com a jovem Granger, o que intriga-nos do motivo real da tentativa frustrada de vingança. Potter...”

 

Snape amassou o jornal e o atirou longe. Ao menos Hermione estava bem, porém, bem onde? Provavelmente com os Potter, sendo assim, poderia se dar o luxo de relaxar e esperar que um novo encontro do acaso os juntassem na mesma sala. Encontro este que não estaria tão longe assim. Snape levantou e depositou a xícara vazia sobre uma mesinha cheia de livros, aparatou. Ao lado da xícara, jazia um envelope aberto com e sobre este um convite de casamento assinado por George Weasley e Angelina Johnson.

 

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Hermione passou a semana na casa dos Potter em Godric’s Hollow, indo do trabalho para ‘casa’ pela sua rede de flu particular, evitando assim qualquer contato com Ron. Seu humor já estava ótimo para quem havia acabado um relacionamento como o que tinha. Vivia uma vida de casada sem realmente estar casada.

Era um belo sábado e Hermione estava ajudando Ginny na cozinha quando Harry chegou apressado.

- Ginny meu amor, O seu irmão pirou!

A ruiva encarou o marido com as mãos na cintura em uma perfeita imitação da Senhora Weasley.

- Ah sim, com cinco irmãos eu sei perfeitamente bem de quem você está falando Harry!

- Hermione, - cumprimentou o rapaz. – George, disse que Eu tenho de ser o padrinho dele.

- E isso é estar pirado Harry? – perguntou à ruiva voltando a seus afazeres.

- Sim é, quando o casamento é amanhã a tarde e eu não tenho nenhuma veste em boas condições.

Aquilo, Hermione e Ginny riram, Harry estava pela primeira vez, realmente preocupado com a sua aparência. Harry e Ginny conversaram, ou melhor, Ginny convenceu Harry de que ele era um bruxo e que se quisesse algo diferente poderia transfigurar uma de suas vestes. Hermione estava terminando de preparar o purê quando Harry lembrou-se de avisar.

- Ah, o Ministro vem jantar conosco hoje!

- E quando você pretendia me avisar isso Potter? – indagou Ginny apontando uma escumadeira para o marido.

- Calma, Hermione, ajuda aqui!

- Ginny, tudo bem, você sempre faz comida a mais! – A ruiva olhou desconfiada de Harry para Hermione. – Sabe Harry, eu acho que Kim é um Ministro exemplar, está sempre envolvido com as seções do Ministério, sempre preocupado por saber o que se passa.

Harry franziu o cenho, achava que Kim poderia dar mais atenção a seção de Aurores sendo que ele mesmo já fora um. Hermione começou a contar como ele ia frequentemente ao escritório dela saber sobre o andamento das coisas.

- Ele sempre me visita depois de passar na seção dos Aurores, é gentil da parte dele não tocar no nome de Ron. – disse soando desinteressada.

- Como disse Mione?

- Que Kim é gentil em não tocar no nome de Ron. – repetiu ela olhando para o amigo.

- Não essa parte!

Ginny olhou para o marido e antes que qualquer um pudesse dizer qualquer coisa, a lareira ficou verde e a cabeça da secretária do Ministro apareceu.

- Senhora Potter, Boa Noite, O Ministro pergunta se já pode vir.

- Ah sim, pode sim!

Marido e mulher se encararam enquanto Hermione lavava manualmente as poucas louças que estavam sujas.

Harry puxou Ginny de lado e começou aos sussurros.

- Ginny, estranho, o Kim nunca vai no escritório.

- Harry o que...

A Lareira tornou a ficar verde e Kim surgiu em meio as chamas, Harry o convidou a ir até a cozinha onde a mulher estava pondo a mesa.

Kim era demasiado alto e corpulento, tinha olhos pequenos, lábios grossos e um belo sorriso alvo. Usava um brinco na orelha direita e vestes sempre em bom alinhamento, principalmente depois de se tornar Ministro. Segurava flores em uma mão e uma garrafa de vinho na outra.

- Boa Noite Senhora Potter! – disse sorrindo, sua voz grave, ressoando por todo aposento. – São para a senhora estas flores!

- Obrigada Ministro!

Hermione estava secando as mãos com um pano de prato quando ouviu a voz de Kim, e soltou um pequeno risinho, inaudível, antes de se virar enquanto retirava o avental azul de Ginny.

- Boa Noite Kim! – sorriu ela.

- Boa Noite Hermione!

O sorriso daquele homem para Hermione fez o sangue de Harry ferver nas veias, e o modo como sua voz acariciava o nome da amiga, deixou claro o porque dele ter passado a visitar o escritório dela. Sentou-se muito relutante ao lado de sua mulher e enquanto Hermione colocava o assado na mesa, observou que o Ministro retirava uma rosa do meio das flores que levara para Ginny.

Hermione sentou-se de frente para Harry sorrindo para o amigo, parecia relaxada o suficiente. E o que aconteceu a seguir, teve de ter a pequena intervenção de um feitiço paralisante de Ginny. Ocorreu que o careca, ofereceu a tal rosa a Hermione, mas não fora o ato de oferecer uma rosa que o irritou, porque ele tinha feito isso com sua mulher e não apenas uma, mas um buquê inteiro, e tudo transcorrera bem, não, fora o que ele disse ante ao agradecimento de Hermione que irritou Harry.

- Obrigada Kim!

- Uma flor para uma flor! – a voz dele era como melado quente. – Muito embora a primeira perca sua graça e valor perto de você Hermione.

Os cabelos dos Weasley perderiam de lavada para a cor que adquirira o rosto de Hermione naquele instante. Sentindo a animosidade de Harry, a dona da casa, incentivou o ministro a servir-se. Feitiço retirado, os olhos de Harry não saiam do homem ao lado de sua amiga.

Hermione havia pedido licença para ir ao toaliet quando Ginny puxou Harry pelo braço.

- Harry, o que está acontecendo com você?

- Ginny você viu o que...

- Shiii! Eu vi ok? E Hermione não é boba, ela também percebeu, e conhecemos ela o suficiente para saber que ela dirá da melhor forma possível um não! Agora para de criancice e vamos para a sala.

- Senhora Potter, foi um jantar esplendido, Potter obrigada pelo convite!

- Não por isso Kim! Já tem que ir?

- Preciso. De onde posso aparatar?

- Eu o levo... – ofereceu Harry, mas o Ministro fora mais rápido.

- Não quero atrapalhar o casal, e além do mais, se Hermione não se incomodar, preciso mesmo ter uma breve conversa com a senhorita.

Hermione não esperou para ver a reação da Harry, saiu com o Ministro tão breve ele terminou sua frase. Andavam lado a lado, enquanto Hermione preocupava-se de manter uma distancia segura daquele homem. Não que tivesse medo dele tentar qualquer coisa, porque sabia que ele sendo o Ministro da Magia jamais tentaria nada contra a vontade de uma mulher da sociedade.

Fazia uma noite fresca, e haviam janelas acesas nas casas, Estavam no meio do caminho para fora das proteções de Harry. Hermione achava exagero, ter uma proteção tão abrangente. Apostaria o polegar que se fosse possível, Harry colocaria uma proteção em toda Godric’s Hollow.

- Lamento o que aconteceu...

- Como? – Hermione parou e ficou alguns passos para trás antes do Ministro parar.

- Lamento Hermione, você não merece ser traída!

Hermione recomeçou a caminhada. Olhava para todos os lados menos para sua esquerda, onde sabia que o Ministro estava encarando-a esperando que ela dissesse algo.

- Ninguém merece Kim, ninguém...

- Hermione, eu sei que é cedo ainda, mas gostaria que soubesse...

- Chegamos! – disse ela e Kim olhou a sua volta. – Obrigada pela visita Ministro, nos encontramos em breve!

- Que Merlim queira! – E entendendo o que a mulher quisera com aquilo Kim aparatou.

Hermione não demorou muito para fazer o caminho de volta para a casa dos Potter, e nos poucos minutos que teve sozinha decidira-se que não poderia ficar mais ali, encontraria uma casa logo e deixaria o casal viver a vida.

Ao abrir a porta da sala deparou-se com Harry sentado na poltrona, com cara de poucos amigos.

- Demorou!

- Desculpe-me Papai... – zombou. – Harry, qual o problema?

- O problema é que Kingsley está a fim de você Hermione, esse é o problema!

Hermione não pode deixar de rir, andou até ele e afagou os cabelos negros deixando-o em seguida, somente para ser parada por Ginny que vinha do corredor.

- Mione?

- Ah sim, segunda mesmo eu vou procurar uma casa!

- Hermione, você é bem vinda aqui! – reclamou Harry.

- Eu sei Harry, mas eu preciso do meu espaço sabe, eu gosto daqui, mas sinto que atrapalho vocês.

Ginny a abraçou e cochichou qualquer coisa no ouvido de Hermione fazendo a morena sorrir abertamente. Conversar com Ginny era sempre bom, a mulher sabia como alegrar qualquer um, sem contar que era uma excelente amiga, do tipo que apóia até quando se está errada. Hermione estava receosa com o casamento de George, porque desde o fatídico dia do Baile, não encontrara nenhum outro Weasley, principalmente Ron, porém jamais poderia deixar de ir ao casamento do ruivo, porque George era uma peça e mesmo sendo irresponsável e cheio de brincadeiras, se dava muito bem com Hermione.

Estava quase pronta quando Ginny entrou feito um furacão no quarto assustando Bichento e Hermione que deixara os grampos encantados caírem no chão.

- Ahhh... Eu juro que eu mato ele Hermione juro!

- O que foi Ginny, porque ainda não está pronta?

- Porque aquele seu amiguinho o Potter, enfiou-se no banheiro e parece uma moça porque até agora não saiu!

Hermione deixou de arrumar os cabelos para acalmar e ajudar a amiga se arrumar para o casamento do irmão. Com a pele clara que tinha e os cabelos vermelhos, Ginny optara por um vestido roxo frente única com o bojo recoberto por pequenas contas prateadas, Hermione estava arrumando o cabelo da amiga em um coque moderno.

- Pronto Ginny, agora vá apressar o príncipe lá no seu quarto que preciso arrumar meu cabelo.

A ruiva agradeceu e saiu segurando a saia do vestido para não sujar enquanto não calçava as sandálias. Hermione apontou a varinha para o cabelo, e ele se retorceu e prendeu-se com os grampos mágicos em forma de cascata, a franja de lado e uma delicada libélula enfeitava seus cabelos castanhos. Quando se olhou no espelho quase se assustou com o estado de seu vestido ficara, todo amarrotado. Passou a varinha por ele e o tomara que caia rosa bebe ficou impecável. Prendeu a faixa com o laço nas costas e lembrou-se de que Ronald insistira para que ela comprasse aquele vestido.

- Vamos Hermione? – Ginny apareceu na porta. – Epa! Nada disso, cadê aquele colar de pérolas que você ganhou do Córmaco?

- Guardado porque?

- Porque ele ficaria perfeito com esse vestido, e porque ele é lindo, e porque você não precisa mais agradar meu irmão!

Hermione prendeu com ajuda de Ginny o colar ao pescoço, então puderam aparatar para À Toca quando Harry desfez as proteções. Hermione achou Harry um tanto quanto paranóico e quando o viu vestido com uma veste de gala azul petróleo deu razão a Ginny por estar emburrada. Tanta bagunça para vestir uma veste comum de uma outra cor que não preto ou verde musgo.

Havia diversas cadeiras brancas dispostas pelo jardim d’a Toca, divididos em duas colunas, para abrigarem as famílias dos noivos e seus convidados. Um tapete felpudo vermelho entre as colunas e um altar belo coreto de madeira branca enfeitado de flores azuis claras e amarelas. Hermione sentia-se deslocada e um tanto quanto constrangida com os olhares que recebia. Achou Neville com Luna e juntou-se aos dois em uma conversa amigável enquanto esperavam o inicio da cerimônia.

Os três sentaram-se quando notaram Minerva McGonagall entrar no coreto vestida com uma túnica e uma capa com capuz, ambos de cor branca. Hermione lembrou-se de um livro que lera uma vez nas férias com seus pais sobre os Cavaleiros Templários e sorriu, era exatamente daquele modo que as imaginara.

Os noivos entraram juntos, seguidos de Harry e Katie Bell, padrinho e madrinha do casal. E então Hermione imaginou-se naquela situação, agradeceu por não ter aceitado o casamento com Ron, casamentos bruxos são para toda a vida do casal, não podem ser desfeitos. Era realmente interessante a reviravolta que o destino dava na vida das pessoas, bagunçando tudo e deixando por conta delas mesmas para organizarem de volta.

A algumas cadeiras atrás dois Homens não tiravam os olhos de Hermione, Córmaco com um sorriso enviesado, os cabelos penteados para trás e uma bela veste de gala vinho. O Outro, bem, não havia nenhum sorriso naquele rosto, os cabelos soltos e suas vestes totalmente negras, do mesmo estilo que todos sabiam ser do gosto dele do temível Mestre de Poções.


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