– Obrigado onii-san –agradeceu, dando um leve abraço no moreno e logo depois um beijo no rosto do mesmo.

O pequeno adentrou a casa e correu em direção a cozinha, lugar em que sua mãe já preparava o jantar.

– Tsu-kun! – chamou- Nunca mais suma desse jeito está bem? –repreendeu o menor que soltou um murmuro em resposta- E então, por que demorou? –perguntou, sem tirar a atenção da cenoura que cortava.

– E-eu me perdi... –sussurrou corado, não queria contar a sua mãe que sem querer seguiu um gato e acabou se perdendo no parque- M-mas um onii-san me ajudou a chegar em casa –falou animado, sorrindo ao lembrar do moreno.

– Hum... E esse onii-san foi legal com você? –perguntou calmamente, enquanto cortava alguns tomates.

– Hai! –respondeu animadamente- Eu percebi que ele não era de falar muito... Mas mesmo assim ele foi muito legal comigo –terminou de falar enquanto se sentava em sua cadeira favorita.

– Entendo, e você não perguntou o nome desse onii-san? –perguntou, agora fritando alguns pedaços de salsicha em formato de polvo.

– Hum... –o menor colocou a mão no queixo de forma pensativa- Ah! Kyoya-niisan –respondeu sorrindo ao lembrar o nome do moreno.

– Hum... Um dia eu espero conhecer ele ok, Tsu-kun? –falou- Agora vá lavar as mãos para podermos jantar –ordenou calmamente, enquanto colocava os pratos na mesa.

– Hai Okaa-san! –respondeu enquanto se levantava e corria em direção ao banheiro.

~x~

– Kyoya-niisan...? –suspirou enquanto encarava o céu, as nuvens declaravam que logo iria chover, o castanho suspirou novamente.

Estava na floresta de namimori, havia sido levado até ali por Reborn que, antes de ir embora, falou algo sobre “Fique aqui e espere por seu onii-san”. Enquanto esperava a tal pessoa, que o Sawada jurava que poderia ser Dino Cavallone, o pequeno acabou pegando no sono, sonhando com o dia em que se perdeu por culpa de um gato e acabou conhecendo o misterioso “Kyoya-niisan”.

– Parando para analisar... –sussurrou para si mesmo- Ele me lembra um pouco o Hibari-san... –falou pensativo- Impossível, o demônio Hibari nunca iria ajudar uma criança... Apesar que ele também era uma criança aquela época... –o castanho bateu sua cabeça contra a arvore em que estava encostado- Ah! Por que tudo em que eu penso gira em torno do Hibari-san? –se perguntou choroso- Eu já lhe avisei Tsuna, não se apaixone por ele... Dame-Tsuna! –brigava consigo mesmo quando ouviu um barulho de trovão- Ah... –suspirou- Espero que isso seja um aviso dizendo que Gokudera-kun, Yamamoto e Lambo estão vindo atrás de mim... –falou enquanto se levantava pronto para ir embora daquele lugar- Reborn costuma sempre estar por perto, por que justo dessa vez ele não está? –se perguntou irritado.

O castanho começou a caminhar pela trilha, procurando a saída da floresta. Uma hora de caminhada depois, o vongola volta a encarar o céu, que agora estava completamente escondido pelas nuvens, suspirou.

– Dame-Tsuna... Novamente perdido –voltou a suspirar enquanto se encostava em uma arvore.

– Herbívoro? –chamou o moreno, caminhando em direção ao menor- O que faz aqui? –perguntou indiferente, enquanto observava o castanho lhe encarar surpreso.

– Hiiii! H-Hibari-san? –gritou surpreso- O-o que... Q-quer d-dizer... O-o R-Reborn m-

– Pare de gaguejar ou irei te morder até a morte –bufou o moreno irritado.

– HIII! Gomen! –gritou assustado, tomando uma distância segura do moreno- Etto... –o menor respirou fundo e soltou todo o ar em um forte suspiro- O Reborn me trouxe até aqui sob ameaças... Eu já estava indo embora... Mas me perdi... hahah –disse dando uma risada sem graça enquanto coçava a nuca.

– Você tem a mania de se encostar em arvores quando se perde? –sussurrou o moreno para si mesmo, mas alto o suficiente para o castanho ouvir.

O menor sussurrou um “Eh?” sendo ignorado pelo moreno, que suspirou tentando se manter calmo e indiferente ao lado do menor.

– Vamos logo. –bufou puxando o menor pela mão, caminhando entre as grandes arvores da floresta.

A caminhada foi silenciosa, sendo cortada somente pelos grunhidos do mais novo toda vez que um trovão cortava o céu nublado. Sem sequer notar, o moreno ainda segurava a mão do menor fortemente. O menor soltou uma leve risada ao perceber a mão do moreno sobre a sua, ato que chamou a atenção do moreno.

– O que houve? –perguntou indiferente, sem olhar para o castanho.

– Isso me lembra de algo que aconteceu a alguns anos atrás... –respondeu calmo, enquanto apertava a mão do moreno- Na verdade tudo no dia de hoje está me fazendo lembrar daquele dia... –falou, voltando a olhar para o caminho pelo qual o moreno o levava.

O moreno sorriu levemente, caminhando um pouco mais lentamente. Então o herbívoro se lembrava daquele dia...

– Só que, desta vez, você seguiu um bebê e não um gato... –falou calmo.

O castanho parou de andar assim que escutou o que o moreno disse. Então o onii-san que ele havia conhecido a infância era realmente Hibari Kyoya?

– H-Hibari...san? – o menor sussurrou surpreso.

– Surpreso? –perguntou- Pois é, eu também me surpreendi quando percebi que o pequeno garoto que ajudei quando era mais novo, era o herbívoro idiota que me irritava diariamente junto ao seu grupo de amigos idiotas... –falou voltando a andar, levando o menor consigo.

– P-por que nunca me falou nada? –perguntou o castanho.

– Ah claro, eu ia chegar em você e falar “ei, você se lembra do menino que te ajudou quando você era mais novo? Pois é, aquele garoto era eu.”, claro que não faria isso. –respondeu sério.

– Não vejo motivos para não ter falado... –comentou o menor sério.

– Se torne um carnívoro e irá entender pequeno. –falou enquanto caminhavam calmamente pela ponte que ligava a floresta a cidade.

Caminharam por algumas horas, o céu azulado agora dava lugar a uma noite estrelada, os dois iam em direção ao colégio.

– H-hum... H-Hibari-san... –sussurrou o menor assim que chegaram ao colégio

– Hum? –o moreno se sentou o belo sofá preto, encarando o menor que continuava em pé lhe olhando corado.

– O-obrigado por me ajudar... novamente – falou corado, se curvando- E eu também queria lhe dizer uma coisa... –sussurrou- E-eu amo você –sussurrou em um tom quase inaudível.

– O que disse? –perguntou o moreno, tentando ter certeza de que o que ele ouvira era o certo.

– N-não foi nada... –falou rapidamente, enquanto saia correndo da sala do comitê de diciplina.

O moreno suspirou enquanto se levantava e seguia o menor que corria rapidamente pelos corredores do colégio.

– Eu te fiz uma pergunta. –falou sério, agarrando o menor pelo braço.

– E-eu já disse... foi só uma coisa besta –falou tentando se soltar do agarre do maior.

– Acredito que uma declaração de amor não seja algo besta –comentou sério.

– E-eh? E-então v-você o-ouviu... – sussurrou corado.

– Não exatamente, só disse isso para ter certeza, parece que eu entendi certo. –falou soltando o menor, que se agachou abraçando as próprias pernas tentando esconder o rosto corado- Mas vou te dizer uma coisa pequeno... Desde o dia em que descobri que aquele garoto era você, eu percebi que estava perdidamente apaixonado pelo mesmo menino que várias vezes aparecia nos meus sonhos... – falou calmamente, olhando para o céu pela janela do grande corredor- Clichê não? – terminou, sorrindo ao perceber o olhar surpreso do menor sobre si.

– A-apaixonado? –perguntou corado.

– Isso mesmo –respondeu, puxando o menor pelo braço, fazendo o mesmo ficar em pé- Pensar que, eu realmente me apaixonaria por um herbívoro medroso –falou, acariciando levemente a bochecha rosada do menor- Você não tem noção do quanto mexe comigo pequeno...

O silêncio tomou conta do corredor, o menor, na ponta dos pés, prendia levemente o rosto do maior entre suas mãos enquanto seus lábios se encostavam levemente em um simples beijo.

– Ah! E-eh... desculpe Hibari-san! –se desculpava o menor extremamente corado, enquanto soltava o maior- E-eu fiz sem pensar... me desculpe –falou tristonho abaixando a cabeça.

– E o que você fez de errado para se desculpar? –perguntou o moreno, puxando o rosto do menor pelo queixo, fazendo o mesmo lhe encarar- Até porque se esse beijo foi algo errado eu também deveria me desculpar, já que estava pensando em fazer a mesma coisa... –falou calmamente enquanto selava seus lábios nos do menor, em um leve beijo- Eu te amo Tsunayoshi –sussurrou enquanto abraçava o menor.

– E-eu também te amo Hibari-san –sussurrou de volta, extremamente corado enquanto abraçava o maior.

Ainda abraçado ao castanho, o moreno encarou o céu, sorriu ao ver uma única nuvem no grande céu estrelado.

– O primeiro e único amor... –sussurrou para si mesmo.

– O que disse? –perguntou o menor, curioso.

– Que você é lindo –respondeu calmamente, dando um rápido beijo no topo da cabeça do menor, que corou com o ato- Vamos, vou te levar para sua casa... sua mãe deve estar preocupada –falou, pegando a mão do menor e caminhando em direção a escada.

– Ela vai ter um ataque fujoshi quando me vir chegar em casa com você –falou o menor, soltando um longo suspiro.

– Isso será interessante –falou o maior, soltando uma leve risada.