Batalha Da Lua escrita por Mika, Yui


Capítulo 11
Capítulo 11




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Ponto de Vista - Kaye

Eu comi algumas amoras que sobraram, mas deixei a maioria para depois. Fui seguindo meu caminho até encontrar uma garota num local que parecia ser um acampamento. Ela tinha alguns dardos ao seu alcance, e antes que ela pudesse fazer algo, eu virei minha lança de forma que só a madeira ficasse "para cima" e lhe golpeei a cabeça. Eu não sou uma assassina. Não vou matar. Mas também não sou boba, eu quero viver, mas não vou me vender como todos estão fazendo. Resolvi apenas deixar meus adversários inconscientes e não matar, se eu vou ganhar essa coisa com a minha estratégia, bem, só o tempo dirá.

Ponto de Vista - Hideko

Yuri havia ido caçar e não voltava já fazia mais ou menos uma hora (já que eu não tenho relógio, tento marcar o tempo pela mente mesmo). Fiquei sentada no acampamento esperando ela, quando apareceu uma garota ruiva com uma lança, fiquei com medo e comecei a formular algum jeito de escapar, ela veio até mim e virou sua lança para baixo, então me golpeou. Eu não morri, mas não estou mais consciente, mas...

Ponto de Vista - Sachiko

Tive uns dias bem difíceis e meus pensamentos se voltavam para o meu passado, me lembrei da dor da fome e da solidão. Fiquei muito deprimida por isso e nem quis conversar com Hiro, ou sair com ele para caçar. Ele foi atencioso comigo e não me forçou a nada, me deu frutas e percebi que para ele esses dias estavam sendo bem duros também.

Quando me senti um pouco melhor, sai e fui tentar caçar, enquanto Hiro dormia, consegui uma pequena caça, levei para a cabana e preparei o jantar para ele, como forma de agradecimento. Ele ficou bem contente e pudemos sorrir por uns instantes. Enquanto comíamos, eu timidamente disse:

-Me desculpe, por agir daquele jeito da última vez, eu fiquei assustada...

-Está tudo bem, Sachiko - ele respondeu.

Eu sorri.

Ponto de Vista - Hiro

Não conheço Sachiko muito bem mas esses dias, depois que encontramos aquele corpo, notei que ela estava muito reclusa e deprimida, não queria caçar e nem sair da cabana. Estava muito preocupado com ela.

Me surpreendi quando uma noite, percebi que ela havia saído da cabana sozinha, rastreei suas pegadas e a observei de longe, ela estava séria, compenetrada, caçando. Ela não notou minha presença.

Ela foi muito bem sucedida em sua caça. Ao voltar para cabana,  ficou cozinhando e mais tarde me chamou para jantar com ela.

Ela fez isso tudo por mim, para me agradecer e se desculpar. Ela me deu muito mais do que um alimento. Me senti tão feliz, mas, não podia dizer a ela tudo que eu queria, ficamos ali, comendo e por alguns instantes nos esquecemos da tristeza.

Ponto de Vista - Riki

Dias monótonos e tristes, a vida sempre pareceu assim para mim, mas estes dias estão diferentes, este lugar é a prova de que a morte pode ser mais cruel do que todos pensam, por não deixar vinte jovens morrerem em paz. Eu morri com vinte anos, a mesma idade da minha irmã Chiharu, como se uma morte tão prematura não fosse o suficiente, tenho de voltar para este inferno e ser obrigado a matar ou me esconder como uma criança assustada. Eu ainda me lembro, me lembro da minha morte, me lembro dos gritos e dos clientes assustados, dos pratos se quebrando e de todo aquele caos, me lembro daqueles que me tiraram a vida. Eu me lembro, e esta lembrança e desejo de viver novamente é a única coisa que me faz superar minha quase automática tendência suicida e querer de uma estranha forma permanecer vivo. Mas este desejo é cobiçado, todos aqui o querem, e eu não sei se o meu querer é tão grande para superar o dos outros.


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