Na Linha Da Vida escrita por Humphrey


Capítulo 4
Cara questão


Notas iniciais do capítulo

Oi, meus caros. O capítulo sairia antes de ontem, mas eu estou doente e nem tive ânimo para terminar de escrevê-lo.
Enfim, não achei este capítulo muito relevante, mas ele vai deixá-los curiosos.
Boa leitura.



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– Trevor! – exclamei, após a agressão ser resultada em um grande corte no lábio inferior do mesmo. – Brandon, olha o que você fez!

– Não acredito que, depois de tudo, está defendendo esse cara – afirma, movendo negativamente a cabeça.

– Você vai me pagar. Não hoje, mas vai – ameaça Trevor, que passa as mãos pelo lábio ferido e vê a quantidade de sangue que manchava seus dedos.

Ok, Trevor mereceu. No entanto, Brandon poderia ter pegado leve com ele. Não sei o motivo de tê-lo defendido, afinal, Trevor foi o culpado de tudo aquilo que acontecera e estava fazendo algo ruim a mim.

– Não tenho medo de você, moça – Brandon debocha e sorri maliciosamente. Ele cruza os braços acima do peito e ambos se encaram, como se estivessem formando uma telepatia brutal que me fez ficar completamente assustada. Após isso, os dois fizeram o mesmo e cada um foi para um lado oposto, porém Trevor me seguiu.

– Me fale de uma vez: o que você quer comigo? – pergunto, virando-me para ele e pausando os passos.

– Você sabe a promessa que me fez. Ou não se lembra? – respirei fundo, tentando engolir a raiva e a decepção por ter aceitado um acordo que fizemos no passado. Apenas abaixei a cabeça e assenti. – Então, hoje eu vou sair com uma garota e preciso que você faça o meu trabalho de geografia.

– Hoje não dá. Tenho o meu para fazer e, no tempo livre, tenho de cuidar da minha avó, você sabe disso.

– Se esse for o caso, amanhã trarei aquilo para todos verem – sorriu com ironia, tentando me chantagear.

– Idiota.

– Se você acha que não, problema é seu. Só estou avisando – ele dá de ombros. Volta-se para seu armário, apanhando um lenço e limpando o sangue do machucado. Bufo e finalmente resolvo responder:

– Certo. Eu farei o que você quer, mas não ouse mais tocar nesse assunto – minha frase foi ignorada e isso me deixou ainda mais brava, imaginando um jeito de socar a cara daquele garoto pelo qual havia sido apaixonada por muito tempo e, depois de descobrir quem ele realmente era, tivera nojo de ouvir somente a sua voz.

Mas, naquele momento, esse não era o maior problema. Eu atuaria com o Brandon. Aliás, como ele era um grande irresponsável, tinha certeza de que não compareceria aos ensaios e que arranjaria algum pretexto para isso.

O fim de semana de ensaios tão esperados por todos nós chegara exageradamente rápido e, como ele mesmo havia dito, Brandon nos deixou plantados no palco, esperando por sua presença. Eu consultava o relógio a toda hora, certificando de que ele realmente nos deixaria ali. Já havia perdido as esperanças, quando o vejo na porta do teatro, adentrando-o. Todos os olhares voltaram-se para ele, esganando-o mentalmente.

– Eu estava ficando tão feliz por perceber que você não viria – caçoei sussurrando para ele, enquanto o mesmo passava por mim e largava a mochila em qualquer poltrona.

– De nada – afirmou, o sorriso irônico no rosto. Fui até ele, brava.

– Você sabe que horas são? Devia estar aqui há trinta minutos, senhor irresponsável! – protestei, gesticulando e o seguindo em qualquer lugar que ia.

– Me deixe em paz, garota. Você não sabe o motivo do meu atraso.

– E nem quero saber – assopro uma mecha de cabelo que caía do penteado e cobria uma parte do meu rosto.

– Ah – virou-se para mim –, simplesmente não faremos o beijo, beleza? Ou você acha que – ele dá uma risada rígida – eu beijaria você?

– Por mim, tudo bem. Apenas não quero tirar nota baixa na matéria – Brandon revirou os olhos e me puxou pelos ombros.

– Então eu farei deste jeito – no momento, meu coração pulsou tão rápido que quase tive um enfarto. O idiota aproximou o seu rosto do meu e beijou o canto mais próximo da minha boca. O bati várias vezes, mas acho que não fez a mínima diferença. Confesso que ele era bem robusto para a idade – e bonito. Contudo, isso não bastava. Eu tinha acabado de ter mais nojo daquele garoto.

– Infeliz! Que susto!

Ele ri sarcasticamente das minhas ofensas e segura o meu pulso antes de eu dar um tapa em seu braço.

– Calma, sua maluca. Achou que eu faria o quê? – Brandon ri novamente do mesmo modo. – Escute, eu nunca beijarei você propositalmente.

– Ótimo. – Livro bruscamente meu pulso das mãos daquele garoto. – Enfim, essa é a sua fantástica ideia? Simplesmente beijar o canto da minha bochecha?

– Tem outra melhor?

Após pensar por alguns segundos, movo a cabeça em sinal de negação.

– Então é isso. Vamos, pois eu não deixei de jogar o meu precioso vídeo game para ter que escutar a sua voz.

Ele me puxou pelo braço e me levou até o palco. Apanhou os papéis das suas falas e me entregou os meus.

– Comecem – afirmou o professor, que nos encarava atentamente, sentado em uma das diversas poltronas que ficavam à nossa frente.

Brandon lia suas falas com tanto ânimo que todos estávamos quase dormindo em pé. O professor, na sua cadeira, suspirava, decepcionado. E no momento em que devíamos nos beijar, Brandon faz o mesmo que havia feito quando estávamos sozinhos e, então, o professor percebe a brilhante ideia que tivemos e se levanta, indignado.

– É isso o que vocês farão no dia da apresentação? – foi uma pergunta retórica. – Se não derem o que eu quero, já sabem o que irá acontecer, não é? – Brandon e eu nos encaramos perplexos, sem ter o que responder.

~~~~ ♣ ~~~~

O desgraçado do professor deveria compreender que nós não nos gostávamos e que o que queria nunca aconteceria, embora isso custasse duas notas baixas. Aliás, eu nem ligava para as notas, pois já estava ciente de que ficaria em exame no final do ano.

Mesmo insatisfeito, finalmente o autoridade-nesta-classe nos liberou. Na saída, Anne sequer olhou para a minha cara. Ao caminhar pelo corredor em direção à saída, David novamente iguala o ritmo dos seus passos aos meus, ao andar do meu lado.

– Eu ainda não estou acreditando, cara – ele quebra o silêncio.

Certo. David era definitivamente um garoto insuportável e eu não sabia como ainda não havia o mandado calar a boca. Dane-se que Anne fosse bonita e desejada; eu tinha a Bailey, agora.


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Notas finais do capítulo

E o enigma no começo do capítulo?
Podem me esganar através dos reviews.
Agradeço à Naah Ferreira, Bruna Mendes, Ingred Bezerra e Lana Suzy por sempre estarem comentando. Obrigada à Lana Susy, também, por ter feito a maravilhosa recomendação, Apesar de que conheço a Lana há algum tempo, não a vi pessoalmente e nunca imaginaria que recomendaria a fic, K.
See ya.
Beijos,
M