Além De "irmãos" escrita por Quézia Martins


Capítulo 22
Queria Que Tivesse Dado Tempo


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo e hoje nem é dia de postar hein... É que faltei na escola daí não tem nada de interessante pra fazer (só serviço rs') então vou postar mais esse capítulo.

Boa leitura!



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POV Carlos


Eu vi quando Carmem saiu de braços dados com Luan e então criei coragem para entrar no apartamento. Sabia que seria difícil falar com Samanta e convencê-la a sair comigo, ainda mais depois de ontem. Mas, eu precisava tentar.

–Samanta? _Gritei entrando no apartamento. Não tinha tempo para procurar por ela.

–Pai? _Ela perguntou sobressaltada quando me viu. _O que você está fazendo aqui?

–Vim me desculpar.

–O Luan sabe que você está aqui? _Ela perguntou.

–Claro que sabe! _Menti. _Encontrei ele e sua mãe na entrada do prédio agora a pouco.

–E ele te deixou subir?

–Claro filha. Eu sou teu pai. _Ai que garota esperta. _Preciso conversar com você.

–Estou ouvindo. _Ela disse evasiva.

–Preciso conversar com você longe daqui.

–Daqui? O meu apartamento?

–Exatamente.

–Eu não vou sair daqui. _Ela disse cruzando os braços. Eu a olhei de cima a baixo e vi uma faixa na coxa branca e flácida dela.

–Venha logo. Eu só quero conversar! _Andei até ela a segurando pelo braço. Ela iria comigo por bem ou por mal.


POV Carmem


Seguimos um pouco em silêncio.

–E então? _Ele perguntou.

–Você também me acha submissa demais? _Eu perguntei. Não conseguia esquecer o que Samanta havia dito.

–Sim mãe. Eu também lhe achava bastante submissa. Eu, a Samy e todo mundo podia ver isso! _Eu o olhei.

–Sério?

–Sim. Muito sério. Sabe mãe, a senhora concorda sempre com tudo que papai lhe diz. Não toma suas próprias decisões, vive sua vida pra suprir as necessidades absurdas dele. Você nem parece esposa.

–Não? _Perguntei.

–Parece empregada.

–Eu só queria ser uma boa esposa. _Disse baixo minha voz falhando.

–A senhora sempre foi uma boa esposa e uma ótima mãe. _Ele disse tentando me consolar.

–Nesse momento estou sendo apenas uma boa esposa _Eu deixei escapar.

–Como assim?

–Volta pra casa. _Eu disse de repente sem poder revelar o verdadeiro sentido do meu pedido.

–O que? Por que? _Ele disse relutante.

–Volta pra casa, Luan. _Eu disse com firmeza.

–A senhora nem disse ainda o que queria dizer!

–Você está surdo? Será que pode me obedecer e ir pra casa? _Ele me olhou assustado. E depois começou a andar em direção ao apartamento dele. Desse jeito não daria tempo. _Corre Luan! _Eu gritei. Vi ele olhar pra trás e depois acelerar o passo. _Corre! _Insisti e então ele começou a correr. Eu sabia que não daria tempo. Mas, eu tinha esperança.


POV Samanta


Meu pai me grudou no braço e me empurrou até o carro dele. Eu estranhei pra caramba, mas ele mais forte que eu. Nada que eu fizesse o impediria de me levar até o veículo preto dele. Abriu a porta e eu entrei estranhando mais ainda, ver Josefa, minha antiga mordomo dentro do carro. Corri abraça-la assim que a vi. Só então, senti que o carro andava e ouvi o barulho das portas travando.

–Cadê meu pai? _Eu perguntei exasperada.

–Ele ficou esperando sua mãe. _Josefa disse com um meio sorriso. Meio sorriso que eu chamava de "o sorriso camuflante da mentira da Jo".

–Fale a verdade, Jo. Eu conheço você! _Ela soltou um suspiro e me olhou.

–Eu não sei. _Ela disse séria.

–Para onde estamos indo?

–Aeroporto. _Ela disse simplesmente.

–Você vai viajar? _Eu sabia que aquela pergunta era um absurdo.

–Você quem vai. _Eu a olhei suplicante.

–Estais falando sério? _Uma sensação de pânico se apossou de mim.

–Estou.

–Para onde?

–Eu não sei. _Arqueei a sobrancelha ao perceber que ela falava a verdade.

–Por favor, você tem que saber.

–Eu não sei. Samy. Eu não sei. _Eu sabia que ela seria leal ao meu pai. Ela sempre era. Me encolhi nos braços dela outra vez. E senti lágrimas quentes saindo de meus olhos.

–Você acha que é longe? _Ela passou a mão na minha cabeça.

–Prefiro acreditar que não. _Então era longe. _Aceita água? _ela ofereceu. Eu estava morrendo de sede. Desde que saíra do hospital não havia bebido nada.

–Sim. _Eu disse me levantando e pegando a garrafa d'água. Virei e tomei tudo num só gole.

–Você estava mesmo com sede, hein? _Ela comentou quando entreguei a garrafa vazia.

–É... Eu estava. _Disse deitando novamente no colo dela. Aos pouco meus olhos começaram a ficar pesados. Eu já não conseguia os manter abertos.

–Josefa?

–Sim?

–Você me dopou? _ E essa foi a última coisa que eu disse. Mas, eu ainda a ouvi dizer.

–Foi preciso querida, foi preciso.


POV Luan


Cheguei e frente de casa e vi meu pai parado ali. Aquele verme, escroto, monstro. Ele me olhou.

–O que você está fazendo aqui?

–Fumando. _Então reparei no cigarro entre os dedos dele.

–E você fuma desde quando?

–Desde... Ahn, não é da sua conta! _Ele disse jogando o cigarro no chão e pisando nele.

–Espero que você não tenha subido lá.

–Eu disse que voltaria para pôr as coisas no lugar. Eu vim. Estava esperando você e sua mãe voltarem. Aliás, cadê ela? _Como ele era cínico. Olhei para onde estávamos minutos antes e ela vinha devagar, quase cabisbaixo.

–Como sabia que tínhamos saído?

–Eu vi. Estava no carro.

–Então veio junto com ela? _Perguntei

–Vim logo depois. Atrás.

–Que seja! _Eu disse passando por ele e entrando no prédio.


POV Carlos


Observei Luan entrar no elevado. Carmem parou do meu lado sorrindo.

-Conseguiu? _Ela perguntou.

-Claro que consegui. _Vi o sorriso sumir dos lábios dela.

-E o que está fazendo aqui?

-Achei que ficaria muito suspeito se eu não estivesse aqui então... Mudei meus planos.

-E quem está com a Samanta?

–Josefa. _Eu disse. _Vamos subir? _Perguntei a ela

–Vamos. _E ela passou na minha frente.

Já no elevador...

–Estou cansada.

–Cansada? _Perguntei não entendendo muito bem.

–É... Cansada de ser submissa a você, de fazer tudo que você quer sempre. Cansada de realizar seus desejos. Cansei! Simples assim. _Eu olhei para ela. _Vou contar tudo pro Luan _A porta do elevador se abriu e eu a peguei pelo braço e sussurrei no ouvido dela.

–Se você disser, nunca mais verá sua querida filha. _Ela engoliu em seco. _Nunca mais. Agora, engole essa sua cara de bunda e disfarça ok? _Abri a porta e vi Luan parado na sala com a mão no cabelo.

–Samanta sumiu. _Ele disse assim que me viu.

–Como assim ela sumiu? _Carmem perguntou cínica.

–Sumiu. Eu procurei ela pela casa toda.

–Não seja burra mulher! _Eu disse a ela. _É lógico que eles tramaram isso por que sabem que eu vou acabar com essa pouca vergonha.

–Ela sumiu porra! _Luan falou mais alto. _Ela sumiu. _Vi lágrimas caindo dos olhos dele e logo dos olhos de Carmem também.

–Tá, digamos que ela tenha sumido... _Comecei.

–Ela sumiu. _Luan afirmou.

–Ok, digamos, mas, mesmo que ela tenha sumido... Para onde teria ido?

–Mãe... _Luan disse ignorando minha pergunta. _Por que a senhora disse para eu voltar pra casa? _Eu olhei para Carmem mecanicamente

–Tive um pressentimento ruim, filho. Apenas isso.

–E por que você mesma não veio? _Ele perguntou

–Achei que você chegaria mais rápido _Ela disse alternando o olhar de Luan para mim. Então, ela havia tentado me trair? Vaca!

–Eu queria ter andado mais rápido... Se eu soubesse que ela iria embora eu... Eu queria que tivesse dado tempo. _Ele disse soluçando. Carmem foi até ele e o abraçou.

–Ela vai voltar filho. Você vai ver. _Aquela cena estava me enojando. Sentei no sofá.

–Talvez... _Eu disse. _Talvez.


[...]




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Notas finais do capítulo

Cachorro o pai deles né? Affs!!!!!!!!!

Até logo gentttiii...



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