POV Karla

Ele saiu atrás dela. Eu já esperava aquilo. Era ela que ele amava. Tudo bem me deixar aqui com cara de tacho. Ele faria aquilo novamente se julgasse necessário.

POV Luan

Eu a olhei. Cara, como ela me tirava do sério. Aqueles olhos. Aquela boquinha perfeitamente desenhada. Aquele corpo com aquelas curvas. Tudo nela era perfeito. Tudo nela me seduzia. Eu queria pegá-la a força e levá-la para casa. Viver os momentos de amor que tenho idealizado na minha mente. A Samanta era minha musa. Eu queria possuí-la completamente. Roubá-la para mim. Discutir com ela era a última coisa que se passava na minha cabeça. Ai que ódio! Por que as coisas não podem ser como imaginamos? Agora ela estava ali. Parada na minha frente. Me olhando com aqueles olhos arregalados. Eu a amava. Estava cansado de tudo aquilo.

–Me solta, Luan! Tenho mais o que fazer! _Aquela fúria visível nela só entregava o tamanho do sentimento dela.

–Tá morrendo de ciúme né? _Eu provoquei.

–Eu? Com ciúme? Hahaha! _Ela riu sarcástica _Achei que já estivesse bem claro que você não importa para mim! Você não é nada pra mim, Luan! Nada. _Ela ressaltou com desdém.

–E eu devo acreditar? _Perguntei ignorando o tom que me magoou no fundo.

–E por que não? Essa é a verdade!

–Ata! Só que nunca. Eu sei que você só está dizendo essas coisas para ver se convence a si mesma.

–Me convencer? _Ela perguntou me interrompendo _Me convencer de quê?

–Vai negar? _Ela engoliu em seco. Eu a olhei. Ainda segurava seu braço. Tinha medo de que ela fugisse. Os seios dela ainda subiam e desciam. O nervosismo dela era evidente. _Vai negar que se arrependeu no segundo seguinte pela escolha idiota que você fez? Acha que me engana, maninha? Eu te conheço. Sei que pensa em mim todo dia. _Bloqueei ela na parede, pressionando meu corpo contra o dela e a selei. Ela não se moveu, não me correspondeu, mas, eu a vi fechar os olhos. O nosso desejo estava claro. Ela soltou a bolsa que carregava. Aquilo foi um sinal verde para que eu desse continuidade.

POV Samanta

Soltei a bolsa que eu carregava. Meu corpo estava a mil. E eu queria aquilo. Ele segurou minha cintura com força e pressionou o corpo dele contra o meu na parede. A outra mão dele estava na minha nuca. Ele apertava com força. Então eu retribui finalmente. Levei minha mão em seus cabelos e o puxei. Com um impulso pulei no colo dele. Nossos lábios pareciam estar grudados. Eu precisava me lembrar do motivo pelo qual eu não deveria me entregar para ele ali. Mas, eu havia me esquecido.

–Luan... _Murmurei. Mas, ele me calou com outro beijo. A língua dele brincava na minha boca. Eu estava perdendo a noção. Já havia me esquecido de quem eu era. Eu senti a mão dele descer a alça da minha blusa e a boca dele trocar meus lábios pelo meu ombro. Gemi baixo quando ele passou para meu seio.

–Luan? Por favor, eu.. Nós... A gente... Por favor... _Dessa vez ele parou. Estávamos ofegantes.

–Não quer? _Ele perguntou baixo. Com certeza tinha medo do que eu poderia responder. Mas o que eu deveria responder? Eu queria ou não? Sua idiota! É claro que eu queria. Idiota! Idiota! como eu era estúpida. Por que interrompi? Agora eu ficava pensando no Felipe. Agora eu me sentia culpada. Agora eu não queria isso. Ai Deus! Mas, eu quero. Quero ou não? Ainda estava no colo dele e ele me olhava. Eu encostei minha cabeça em sua testa e suspirei. Ele me soltou devagar.

–Você não quer né? Claro que não! Até parece que trairia seu garoto perfeito. _Eu o olhei, mas não consegui dizer nada. _E só pra você saber... A Karla é apenas uma amiga. _Uma amiga? Que tipo de amiga veste a blusa de um garoto e ainda mais, a blusa que EU havia dado? Eu formulei aquelas perguntas na cabeça, mas não consegui liberá-las. Não vendo o olhar dele sobre mim. Ele virou e se foi. Me deixou ali sozinha. Eu encostei na parede e perdi minhas forças caindo no chão, com a cabeça entre os joelhos. Fiquei assim por um tempo e depois tudo ficou escuro.

POV Karla

Eu já estava impaciente e andava de um lado para o outro quando o vi entrar batendo a porta. Ele me olhou e foi até seu quarto. Eu o segui.

–Luan? _Ele não respondeu. Mas eu sabia que ele tinha ouvido. Sentei ao lado dele na cama. _Quer me dizer o que aconteceu? _Eu já havia vestido a minha roupa. Ele deitou a cabeça dele sobre meu colo.

–Nos beijamos. _Ele disse apenas.

–Que bom! _Eu disse tentando animá-lo.

–Não Kah! Isso não é bom! _Ele me interrompeu.

–Por que não?

–Porque ela ainda assim prefere ele. A gente quase transou no corredor e ela não me permitiu continuar! E sabe por quê? _Eu balancei a cabeça e ele prosseguiu. _Por que ela pensou nele! _Ele cuspiu com raiva.

–Ela te disse isso? Disse que não podia por causa dele?

–Como se precisasse! Eu a conheço tão bem. Aquilo estava estampado na cara dela. Que ódio! Você não tem noção de como quero matar aquele garoto! _Eu senti as lágrimas dele molharem minha perna.

–E do que adiantaria matá-lo? Ela iria te odiar. Você sabe que você é o dono do coração dela, Lu. Então desencana. Na hora certa ela vai assumir que te ama. Na hora certa ela vai vim correndo atrás de você. Só espera.

–Eu não tenho paciência. Vou acabar sequestrando ela! _Eu ri.

–Para de chorar que você tá parecendo uma garotinha _Nós dois rimos e ele saiu do meu colo e me abraçou.

–Obrigado, Kah. Nunca tive uma amiga como você. _Ele me olhou profundamente.

–E você já teve alguma amiga? _Eu perguntei arqueando a sobrancelha.

–Não! _Ele exclamou rindo. _Vamos terminar de comer aquela panqueca saborosa que você fez? _Ele levantou me pegando pela mão.

–Vamos! _E saímos juntos. Luan era incrível. Eu com certeza me apaixonaria por ele se o Sebastian não ocupasse todo o espaço do meu coração.

POV Renan

Eu cheguei no prédio, peguei o elevador. E acabei errando o andar. Eu tinha acabado de me mudar para aquele edifício. E só por causa da Samanta. Havia decidido que tudo deveria mudar aquele ano. Eu havia decidido que faria Samanta saber quem sou. Cansei de ser refém da minha timidez. Errar o número do andar foi a coisa mais sábia que fiz sem saber. Pois, eu a vi ali. Samanta. Caída no chão. Desmaiada. Corri até ela. Eu não saberia dizer o que era mais importante, aquela aproximação ou ela ali. Desacordada. Inconsciente. Eu a peguei no colo. Não conseguia parar de pensar "No quê haveria acontecido?" Fucei na agenda dela e achei um número escrito "Amor" ... Mesmo com raiva eu disquei praquele número.

–Alô? _Alguém perguntou do outro lado.

–Você é alguma coisa da Samanta? _Perguntei.

–Namorado. _Que ódio me subiu.

–Eu encontrei ela desacordada, pode me passar seu endereço? Eu a levo até aí. _Perguntei sem um pingo de vontade de fazer aquilo de verdade. Mas, após eu ter desligado aquela ligação eu tive outra ideia.

[...]