Hermione havia ficado impressionada com a decisão de Draco Malfoy naquele dia, o qual não esqueceria tão cedo.

Já havia se passado um mês, as coisas iam bem. Lembrar daquele dia lhe trazia boas lembranças, nunca imaginou que confiaria tanto em alguém que sempre achou que a menosprezava, e o melhor, em tão pouco tempo.

No dia posterior ao que Draco informou-a que gostaria e que precisava de sua ajuda, Hermione imediatamente começou a elaborar um plano para ajudar o, até então, novo amigo. Algumas ideias já haviam lhe passado na cabeça, porém a situação era pior do que ela esperava.

Draco não tinha tanto tempo para cumprir sua missão, a de matar dumbledore, e, apesar do ano letivo estar no começo, cada vez mais a Guerra se aproximava, era muito evidente, e a aproximação dela era só um dos fatores que os faziam ficar alertas. Voldemort passou a pedir feedbacks constantes do que o loiro estava tramando e, até então, nada era realmente um plano, até Hermione ter uma “brilhante ideia”, só do ponto de vista dela.

— Draco Malfoy, tive uma ideia bri-lhan-te!

A morena exclamou dando um susto no pobre desavisado ao seu lado.

Estavam na sala precisa, tentando consertar o armário sumidouro, que era, a princípio, o plano.

— Hmm, diga qual é a sua “brilhante ideia” então, sou todo ouvidos.

— Bem, eu sei perfeitamente que a ordem tem alguns espiões dentro do círculo de Voldemort e eu, particularmente, acho que eles não nos falam tudo o que deveríamos saber. Sendo sincera eu acho que eles estão do lado de Voldemort.

— Tá, e o que isso tem a ver com a missão?

Indagou o loiro tentando acompanhar o raciocínio.

— E daí que eu quero me infiltrar lá! Quero ver o que realmente acontece! Quero saber o que os outros não saber e assim também posso te ajudar.

— Garota! Você está completamente maluca. Sabe que nem mesmo eu quero estar lá e eu vivi no meio disso, você jamais conseguiria lidar com toda a pressão.

Falou Draco, apavorado com a possibilidade de ver a única pessoa que o ajudava nas mãos de Voldemort.

— Ora! Você está apavorado. Nunca teve real acesso ao círculo interno, isso só vai acontecer se você conseguir matar Dumbledore, o que é bem difícil, por saber disso você nem cogita a possibilidade de que talvez não seja tão ruim como imaginamos. Ele não teria tantos seguidores se fosse péssimo!

Hermione revirou os olhos. Sempre teve curiosidade de saber como seria o círculo interno de comensais.

— Okay, e você acha que vai me ajudar como se tornando seguidora de Você-sabe-quem? Vai ser apenas mais uma pivô do jogo dele.

— Draco! Raciocina! Eu me junto a ele e, claro, por estar em Hogwarts e ser da sua confiança, me ofereço para ajudar a matar Dumbledore, além disso já conheço-o o suficiente para saber algumas de suas fraquezas.

Respondeu a morena como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. O que para Draco estava parecendo extremamente estranho. Desde quando Hermione Granger concorda em matar alguém inocente? Desde quando não se importa se Dumbledore irá ou não sobreviver? Logo ele, que sempre ajudou tanto o Potter.

— Hermione, você tem noção do que está falando? Você está se dispondo a me ajudar a matar Dumbledore e a virar uma comensal!

Hermione se pôs a pensar um instante. Não teria mais como esconder seu segredo. Há muito tempo sabia que Dumbledore, assim como Harry e Rony e toda a Ordem escondiam dela algo que poderia mudar toda sua história.

Desde muito pequena soube que era adotada, seus pais trouxas nunca haviam mentido. Ela merecia saber. Porém nunca soube quem eram seus pais verdadeiros.

Quando fora deixada no orfanato, o mesmo que fora adotada, nenhum registro foi feito de seus pais. Apenas sabia que as mulheres que a deixaram lá eram bruxas, pois estava registrada em um cartório bruxo.

Foi adotada por pais trouxas, mas que tinham conhecimento e mente aberta sobre os bruxos que existiam no mundo. Vinham de famílias que, a muitas e muitas gerações atrás tinham sido bruxos, mas seus genes se perderam.

No final do ano anterior, antes de irem para as tão esperadas férias de verão, escutou uma conversa que a fez mudar toda sua visão em relação aos amigos e ao lado certo da Guerra. Não era a toa toda sua curiosidade pelo lado oposto.

Dumbledore, como um bom stalker, sabia a origem de seus pais desde que ela entrara em Hogwarts.

Na conversa que escutou, dele com os seus, até então, melhores amigos, ele dizia claramente que os pais dela eram comensais, mas que isso devia ser mantido em segredo, pois ela era peça essencial do lado deles na Guerra pela sua inteligência e poder.

Sentiu-se traída naquele dia. Não tanto por seus amigos, eles apenas estavam cumprindo ordens daquele velho. Faziam parte do jogo dele.

Nas férias foi para A Toca como se nada tivesse acontecido. Seus amigos eram os mesmos. Descobriu-se uma ótima atriz.  

No geral tudo tinha sido ótimo. Tirando aquela ideia que lhe atormentava. Queria muito saber quem eram seus pais biológicos.

Com isso prosseguiu:

— Draco, preciso te contar uma coisa.

Suspirou cansada.

Ele seria a primeira pessoa com quem compartilharia toda sua história.