Laços Impossíveis escrita por mandycarol


Capítulo 3
Capítulo 3 - Prévia


Notas iniciais do capítulo

Se não entender umas coisas como o nome dos lugares, joga no Google, foi lá que fiz boa parte das pesquisas para que a fic se tornasse o mais próximo da realidade e convenhamos Google é amor.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/40486/chapter/3

A semana começava e eu estava repleta de energias, me sobravam apenas uma semana antes do retorno das aulas após as férias de primavera. O enorme pé de sakura em nosso jardim estava extremamente florido e belo e até podia ver passarinhos cantando. Algo me dizia que esse seria dia com boas novidades. E elas realmente vieram, durante a manhã o telefone tocou.

- YUUKI! É PRA VOCÊ! – gritou minha mãe do térreo.

- CERTO. – desci as escadas e peguei o telefone sobre a raque da sala. – Já pode desligar mãe. – avisei para que pusesse o telefone da cozinha no gancho.

- Yuuki? – perguntou uma voz feminina sem confiança.

- Sim. Quem é? – estava desconfiada.

- Como assim quem é? Não reconhece mais as amigas? – Yori vociferou.

- Claro que sim Yori. Como vai?

- Bem e adivinhe?

- Já está em Tóquio? – minha voz entusiasmada frente a possibilidade.

- Sim, AHHHHHHH!

- AHHHHHHH! – Gritamos ao mesmo tempo. – Não acredito.

- Está bem, então não venha me ver. – irônica, como sempre.

- Quando e Onde? – fui direto ao ponto.

- Ás 14 horas e podemos ir ao shopping hoje à tarde.

- Certo, nos encontramos em frente a Vivienne Westwood (era a grife preferida da Yori-chan).

- Já vi que irei gastar. Combinado, até lá. Agora só para você morrer de curiosidade, não imagina quem vi surfando em no arquipélago de Ryukyu.

- Me conte Yori. – implorei.

- Tchau, tchau! – desligou.

Ela adorava me deixar na curiosidade, provavelmente ela havia visto algum garoto bonito que estudava em nossa escola ou que conhecíamos. Não fiquei tentando adivinhar, nunca o conseguia, apenas iria aguardar pacientemente que me contasse.

Como planejado, hoje eu veria a Yori e nem conseguia imaginar o tanto de coisas que ela tinha para me contar, passaria horas falando. Ela havia feito uma rápida viajem as ilhas de Okinawa junto com a sua família. Provavelmente havia visto as ruínas Gusuku, comido hidjá no shirú e visitado várias praias do nosso Havaí japonês. Mas não era sobre isso que Yori falaria, iria contar sobre como as praias eram bonitas e como os rapazes eram ainda mais belos. Eu não diria que ela era do tipo namoradeira, mas observadora.

Eu estava trajando uma calça jeans, blusa regata e saltos baixos. Os acessórios e uma bolsa prata eram os responsáveis por deixar a composição graciosa e um pouco de requinte. Eu não era muito vaidosa, mas gostava de me vestir bem. Entrei no carro modelo esportivo e Kaname já estava ao volante, elegantemente vestido um terno preto de alfaiataria e óculos escuros.

- Vamos? – virou-se para mim e sorriu.

- Sim. – retribui o sorriso.

A garagem se abriu, Kaname deu a ré, se posicionou na pista e fomos em direção ao grande shopping.

– Levarei você até lá e irei ver Ichijou em seu escritório e quando quiser voltar ligue no meu celular.

- Ok, sem problemas.

Não demoramos para chegar no destino, me despedi e demorei menos ainda para encontrar Yori, que já estava dentro da loja, provando cada sapato da vitrine. Ela começou contando sobre a beleza do lugar onde foi passar as férias, do que comprou e como os rapazes eram bonitos.

- Yori não enrole. – dizia ao provar um scarpin de verniz preto. – Quem você viu? Eu conheço?

- Mais do que eu mesma talvez.

- Ande logo, quem?

- Nem ao menos um palpite Yuuki? – cruzou os braços.

- Não sou adivinha. Me conte já Sayori Wakaba! – falei com autoridade.

- Aidou-senpai. – soltou um risinho abafado.

- O Idol... quer dizer, Aidou! Nunca imaginei que ele surfasse. – estava realmente surpresa.

- Mas vocês não namoraram?

- Sim, mas ele é estranho. Não que ele não falasse nele, aliás, falava sobre si mesmo a maior parte do tempo, porém eu quase sempre estava pensando em outra coisa e não ouvia o que dizia.

- Nossa Yuuki, você é tão, tão... – procurou a palavra. – negligente?
 
- Eu diria distraída.

- Ele falou que sou bonita e chegamos a dançar juntos num luau. Você não se importa não é? – perguntou timidamente.

- Por que me importaria. – dei de ombros. – Vai fundo, Gambare! (Estou com você!/Tenha Garra!)

- Obrigada! Fiquei sabendo que Kaname está aqui, é verdade?

- É sim. – finalmente um conversa em terreno confiável.

- Acho que darei um “oi” quando vier te busca. E como ele está? Já saíram muito?

- Muito bem. Não vai acreditar o que fiz quando ele chegou, morreu de vergonha...

Contei tudo que havíamos passado e Yori, menos de minhas inseguranças. Isso era algo que não podia confiar a ninguém, nem a mim mesma, eram coisas da minha cabeça, que deveria parar de pensar para não contaminar meu coração.

A tarde transcorreu rapidamente e quando estava quase anoitecendo liguei para meu irmão vim me buscar, esperamos em frente ao shopping e Kaname não demorou a chegar. Ele saiu do carro, mas não o trancou.

- Como vai Wakaba-san?

- Bem e como está Kaname-kun? – fez uma leve mesura.

- Bem. Está muito bonita. – ele disse cortês.

- Obrigada! – ela baixou sua cabeça e a vi corar.

Dei-lhe um abraço e beijei suas bochechas em despedida, Kaname abriu a porta para mim e pude ver o olhar da Yori o acompanhar, se não a conhecesse e se não fosse minha amiga, diria que vi desejo em seus olhos vívidos.

Eu e Kaname estávamos no carro a caminho da nossa casa de verão perto do Monte Fuji, eu brincava em meu celular enquanto ele estava concentrado ao volante, o silêncio já estava se tornando cotidiano entre nós. Ele sempre sorria, mas nunca estava próximo demais e nem conversávamos muito, apenas o essencial. Eu liguei o som do rádio para que o barulho das montanhas não me enlouquecesse, joguei minha cabeça para trás e torci para que chegássemos logo. Se ele não queria vir, por que apenas não disse não? E insistiu em sua decisão.

***Flashback***

Estávamos todos à mesa de forma bastante formal, um clima estranho no ar o qual não entendia, penso que nem meu pai, pois ele foi o primeiro a falar.

- É sua última semana de férias, certo Yuuki? – tentou um tom descontraído.

- Sim.

- Eu estava pensando, - começou a fazer rodeios. – É sua última semana livre, Kaname só tem mais algumas semanas conosco e o dia anda limpo, fiquei sabendo que se pode ver o Monte Fuji...

- Espera. – O parei com um gesto com minha mãe direita. – Estou confusa, não consigo encontrar a ligação entre, minhas Férias, Kaname e o Monte Fuji.

- Nem eu. – disseram minha mãe e Kaname ao mesmo tempo.

- Bem, nós temos uma casa em Fujinomiya, uma pequena cidade perto do Monte Fuji. Liguei para lá e um dos empregados nos disseram que o céu anda bastante limpo por lá... – estava prestes a interromper novamente quando meu pai me relanceou aquele olhar de “não interrompa Yuuki Kuran” – pensei que nós poderíamos passar uma breve estádia lá, faz tempo que não vamos à casa de verão.

- É uma ótima idéia querido, então iríamos neste final de semana? – perguntou minha mãe entusiasmada.

- Não exatamente. Kaname e Yuuki poderiam ir amanhã pela manhã e nós os encontraríamos lá no final de semana, devido ao trabalho. – explicou.

A expressão de Juuri mudou subitamente.

- Não sei se seria uma boa idéia Haruka. – ela parou por um instante. – Os dois sozinhos... – sua voz falhou.

Kaname parecia compreender a aflição na voz da mamãe, eu não esperava tal reação.

- Podemos esperar pelo final de semana, não é Yuuki? – um sorriso forçado em semblante.

- Não vejo o motivo para não irmos antes. – Decidi discordar, ele não poderia decidir por mim.

A expressão dele e de nossa mãe era vazia, sem expressão, não sabia o que pensavam, mas de fato era algo em comum.

- Deixem essas caras. – meu pai interrompeu. – E apenas uma viagem, Kaname dirige melhor do que eu e não saíram da estrada ou algo do tipo, não se preocupe querida. – “seria esse o motivo de preocupação?” eu não teria tanta certeza. – Vocês partem amanhã! – ele decidiu por todos.

Todos ficaram em silêncio, isso soou como um “sim”.

***Fim do Flashback***

Finalmente chegamos e que lugar maravilhoso é este que viemos parar. Fomos recebidos por alguns dos empregados que tiveram a gentileza de nos mostrar o local, a casa era antiga e feita totalmente de bambu, nos quartos apenas armários e um [i]futon[/i]. Havia um jardim enorme cheio de sakuras e uma fonte com Kínguios, mais conhecido como peixe-japonês. E ao longe, talvez não tão longe, o Monte Fuji que completava a bela paisagem.

Voltando da minha rápida excursão pelos aposentos, meu “amado” irmão já havia desaparecido, os empregados haviam me informado que ele teria ido conhecer a região, mas ele nem tinha se dado o trabalho de me esperar ou marcar um lugar para me encontrar. Só podia concluir algo, ele não queria minha companhia. Dei de ombros e fui para as águas termais, tentar relaxar. Não lembro quanto tempo passei lá, mas fiquei imóvel até meus poros começarem a cozinhar, talvez até tenha dormido. Levantei, a muito custo e fui me vestir.

Era tarde e Kaname não havia chegado e não me importaria, ou assim queria acreditar que me sentia. No dia seguinte foi o mesmo, ele saiu sem eu ver e chegou quando estava dormindo. Ele estava sendo frio e egoísta. Onde raios ele ficava o dia inteiro?

No outro dia, último dia antes de nossos pais aparecerem, eu acordei mais cedo, me vesti com uma roupa casual e esperei no meu quarto qualquer movimentação. Ouvi um barulho, ele realmente pretendia me deixar sozinha aqui de novo. Iria segui-lo.

Não possuía alternativas, ela me ignorava e não queria ignorá-lo. Não podia compreender a fonte disso tudo e não era nenhuma psicóloga para isso. Apenas não aceitaria que fosse frio comigo e cruzasse os braços. Ele saiu pela porta principal e eu a sua espreita. Ele andava normalmente, mas suas passadas eram rápidas e tinha dificuldade para acompanhá-lo. Como eu queria ter pernas longas de uma modelo neste momento. Andamos durante uma meia hora, parando ocasionalmente para não ser notada. E que visão belíssima, estávamos num grande lago, com o Monte Fuji ao fundo fazendo um grande reflexo nas águas escuras. Estava tão maravilhada que quase me esqueço de me esconder, piso em falso sobre um galho, havia me denunciado.

- YUUKI! – Kaname chama meu nome em voz alta. – SEI QUE ESTÁ AI! – Sai de trás de um pequeno bar perto do lago. Acenei brevemente e lhe dei um sorriso forçado e constrangido. – Venha! – e me estendeu a mão. Seu semblante era tranqüilo, tão belo. Segurei sua mão firme e pude sentir meu coração pulsar.

- Como sabia que era eu? – perguntei desajeitada.

- A vi desde que começou a me seguir quando sai de casa. Você não é uma boa espiã! – apertou a ponta de meu nariz com os dedos. – Não gostou daqui? – fazia uma careta.

- Eu xei. – disse fanha. – Max entan pur que raia todax as manhãs rem me levar?

Ele soltou meu nariz e se virou, me deixando no vácuo. Seu rosto perturbado.

- Kaname? – arrisquei.

- Desculpe. O que dizia? – fez cara de tolo.

- Nada. – deixei de lado, não adiantava discutir, se ele não queria falar não falaria, simplesmente. O deixaria vir até mim.

- Então, quer andar de barco?

- Hum! – abri um largo sorriso afirmativamente.

Alugamos um pequeno barco e Kaname remou até o centro do lago, ficamos lá conversando sobre coisas fúteis, Kaname me fazendo rir freneticamente. Estava tão à vontade, éramos novamente tão íntimos. Como podíamos oscilar tanto entre a frieza e espontaneidade. Aquilo me fazia tão bem e ao mesmo tempo me perturbava, a mesma perturbação que os olhos de Kaname me passaram naquele momento. Me perdi em meus pensamentos, puros devaneios.

- Yuuki? Está tudo bem? – Ele me balançou levemente e retornei ao presente momento.

- Sim! – disse animadamente de dei um pulo, me esquecendo que estávamos num barco e não em terra firme.

O barco se desequilibrou e eu junto com ele, senti meu corpo vacilar e começar a cair, senti Kaname me segurar forte pela cintura como se pudesse impedir minha queda. Caímos os dois na água fria no meio do imenso lago. Senti meu corpo afundar, abri meus olhos, mas não conseguia ver absolutamente nada. Fiquei submersa durante alguns segundo, quando pude sentir meu corpo ser puxado, logo estava boiando sobre o lago, Kaname ainda me segurava. Eu tossia bastante, tentando tirar a água de meus pulmões. Quando consegui respirar ouvi minha respiração ofegante, eu e Kaname respirávamos em completa harmonia, o encarei, respirando compassadamente. Não suportei. Comecei a rir, sim, a rir e não conseguia parar, de vez em quando começava a afundar e meu irmão tinha que me puxar novamente.

- Pare de rir, vai se afogar. – seus olhos estavam amedrontados.

Não respondi, joguei água nele, brincando como se estivéssemos numa enorme piscina e não passássemos de crianças travessas. Vi sua expressão mudar, ele jogou água em mim e logo estávamos guerreando em pelo lago Kawaguchi, rindo tão naturalmente. “Nós podíamos ser assim para sempre”, pensei.

- Ai, meu olho. – reclamei após receber litros de água doce em meu olho.

- Chega Yuuki, precisamos voltar para o barco, antes que não tenhamos forças para isso. – e jogou mais um jato de água em mim.

- Ei! Isso não é válido.

O ajudei a desvirar o barco e ele subiu, me deu o braço para que me apoiasse e me levantou, cai sobre ele, novamente, como aquele dia no parque. Fiquei vermelha.

- Me desculpe – sibilei e me afastei rapidamente, não queria que ele voltasse a ser frio comigo, mas principalmente não podia dar tempo para que meu coração pensasse coisas erradas.

Voltamos para a margem do lago, ainda em tom descontraído.

Kaname prendia o barco na margem do lago, encharcados de água pingávamos sem parar. Eu estava em pé ao seu lado quando um vento soprou repentinamente.

- Atchimmmm! – espirrei.

- Vamos pegar um resfriado desta maneira. E nossa casa está um pouco longe. – estava pensativo.

Ele analisava as possibilidades, seus olhos longes. Olhava seu rosto contemplando os traços de seu rosto, fascinada por seus traços suaves, o cabelo molhado em seus ombros. Sacudi a cabeça tentando não retornar a pensamentos proibidos. Corri os olhos ao meu redor, tentando desviar minha atenção parei ao ver uma placa e uma grande casa ao fundo.

- Tem uma hospedaria logo em frente. – apontava para um grande casarão.

- O que disse? – Kaname estava distraído.

- Uma hospedaria, ali. – apontei novamente.

- Ótimo! – ele pegou em meu braço e praticamente me arrastou até a hospedaria.
Na recepção todos nos olhavam com olhar desconfiado, andávamos entre os rostos curiosos e os cochichos dos poucos hóspedes, Kaname ainda segurava fortemente minha mão, quase tropecei.

- Você está bem? – se virou preocupado.

- Hum! – assenti.

- Desculpe, não havia percebido. – soltou minha mão.

Fomos até o balcão da recepção e nos deparamos com uma recepcionista fazendo uma carranca para nós, havíamos molhado todo o local.

- O que desejam? – falou rude.

- Precisamos de um quarto, tomaremos um banho e iremos. Ahh! E precisamos que lave nossas roupas.  – disse Kaname objetivo.

- São 100.000 yens.

Ela só poderia estar brincando, esse preço para não ficarmos nem um dia.

- Certo. – Kaname não a questionou, começou a revirar os bolsos. Logo estava praticamente arrancando todos os bolsos. –Droga! –sibilou.

- O que foi? – estava assustada diante de sua reação.

- Minha carteira caiu no lago. – explicou.

- E agora? Seus documentos.

- Não eram tão importantes, posso tirar uma segunda via. – se virou para a recepcionista. – Podemos mandar o dinheiro está noite, pedirei ao motorista.

- E por que confiaríamos em você. – Levantou uma das sobrancelhas, nos olhando com desdém.

- Somos da família Kuran, nossa geração está nesta cidade muito antes dos seus bisavós pensarem em nascer. – Ele a encarava enquanto esta estava de queixos caídos. – Vamos Yuuki, aqui não é lugar para pessoas do nosso nível.

Ele me puxo pelo braço e nos dirigíamos à saída. Ao alcançarmos a porta um idoso se pôs ao nosso caminho.

- Você tem um espírito vigoroso jovem Kaname. Não posso dar-lhes um quarto, mas posso ajudá-los a se aquecer. – Ele nos deu uma piscadela visto que tremia de frio e o seguimos.

 Ele nos levou a um pequeno e velho cômodo aos fundos da hospedaria, ao que indicava ser onde dormia. Sentamos-nos em um banco na parte de fora enquanto o velhinho entrava, o tempo esfriava e começava a escurecer. Ele trouxe um edredom e sentados lado a lado, Kaname colocou o braço em volta ao meu pescoço e nos enrolamos no cobertor grosso.

- Está melhor assim? – perguntou sorrindo e que sorriso.
- Sim. – respondi também com um sorriso tão animada como pude.

O senhor que havia nos ajudado havia sumido novamente dentro do pequeno cômodo em pouco tempo ele reaparecia com algo em suas mãos.

- Aqui. – O bom velhinho da hospedaria nos ofereceu dois copos com um líquido cheirando a álcool forte.

- O que é isto? – perguntou Kaname sério.

- Saquê. – os olhos do meu irmão se arregalaram. – Irá aquecê-los. – disse e saiu, retornando a hospedaria, deixando uma garrafa a nossa frente.

- Yuuki, acho que não deveria beber isso.

- Por que não? – o questionei. – Ele disse que irá nos deixar mais quentes e estou morrendo de frio. – o era edredom grosso, mas não parava de tremer.

- Apenas vá com clama. – Antes de concluir já havia virando o copo completamente, minha boca aberta esperando o último gole cair, seus olhos giraram nas órbitas. – Está louca! – bufou.

Não lhe dava ouvidos. Parei por um tempo analisando o efeito do saquê em meu corpo.

- Ainda estou com frio. Será que bebi pouco? – perguntava a mim mesma.

- Yuuki você não irá beber... – virava o segundo copo mais rápido que o primeiro.

Já podia me sentir um pouco zonza com o álcool e meu irmão percebeu, retirou a garrafa da minha frente e a escondeu.

- Mas está fr... – o álcool começava a fazer efeito e podia sentir meu corpo aquecer rapidamente.

Desvencilhei-me do edredom e dos braços de Kaname e tentei me levantar, cambaleei e cai sentada no mesmo lugar.

 - Você está bêbada. – estava furioso.

- Eu não. – respondi, mas não havia sido uma pergunta.

- Está bem, vou ver se encontro um telefone para pedirmos ao motorista vir nos buscar. – fez menção de se levantar.

- Espere! – segurei pelo braço. – Ainda não.

Não queria retornar, ele me obrigaria a dormir e tomar um banho frio para dispersar minha bebedeira. Não iria aproveitar sua companhia.

_ Yuuki, nós não... – ele continuou a falar sobre os diversos motivos pelos quais deveríamos voltar para casa, mas não me lembro nem metade de suas palavras. Seus lábios se movimentavam de modo que me deixava fascinada, os toquei com as pontas do dedo. – Yuuki, o que está...

O beijei. Não permite que terminasse a frase, deixei meus lábios tocarem os deles de forma intensa, como se aquele a minha frente fosse um homem qualquer o qual tivesse atração. Fechei meus olhos para não ver sua expressão de incompreensão, continuava a beijá-lo deixando meus lábios se movimentarem sobre os deles. Deveria pensar que havia perdido os sentidos, não estava lúcida. Lascívia, paixão, amor, eu não sabia o que sentia, mas, ao lhe dar um beijo tão incisivamente e imprudentemente eu pude sentir algo pulsar dentro de mim, meu coração pulava com essa mescla de prazer e horror pelo que fazia. Por um breve instante achei que me correspondia, porém ele se retraiu e segurou meus pulsos fortemente, então soube que era hora de parar. Deixei-me cair em seus braços e desmaiar. Tentando falsamente apagar o que havia feito de minha memória, mas se no dia seguinte me lembrasse, negaria. Diria que não me lembro de nada sonsamente, como sempre fui.

No dia seguinte, havia acordado em meu quarto, Kaname provavelmente tinha ligado para casa e mandaram um motorista. Fingi não me lembrar de nada, de acordo com meus planos.

- Como chegamos em casa? E o que aconteceu? Minha cabeça dói. – disse de maneira inocente.

- Você bebeu demais, apenas. – estava zangado.

Eu também sentia repudio pelo que havia feito. Mas aquilo era algo que não me atrevia a dizer nem a mim mesma, este seria meu segredo, o mais profundo.

A tarde meus pais chegaram e passamos o final de semana como uma família normal, ao menos simulando ser uma por uma parte e de Kaname. Ele não fingia tão bem, sempre me jogava olhares e quando eu percebia desviava seus olhos. Voltamos para casa no domingo à noite e ele continuava frio, eu poderia ter acabado com a qualquer tipo de relação devido minha estupidez.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Aviso: Talvez eu demore um pouco mais para postar a partir de agora pois a fic alcançou o Orkut, onde posto primeiro e lá eu posto aos pedaços e aqui posto um capítulo inteiro. Pelo menos são grandes, não? Obrigadão a quem está lendo!