A Dama E O Vagabundo escrita por Pepe Poynter


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Capitulo dedicado a Juh MM minha primeira leitora !



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Julio narrando.

Que mina que não pirava na minha pegada? Essa burguesinha não ia ser a primeira, meu celular começou a tocar, me despedi dela e fui pra fora pra atender. 

- Oi? - eu disse baixo.

- Onde você tá Julio? - conhecia aquela voz. 

- Tudo bem Nanda? To bem também, então... - ela me interrompeu. 

- Cretino, onde você tá? - comecei a rir. 

- To em uma balada aqui na Zona Sul... - ela me interrompeu. 

- PORRA! - ela gritou. - acabei de bater o teu record no futebol. 

- AH CARALHO NANDA! - eu gritei. - quem deixou você entrar no meu quarto?

- Abri com um grampo, porque tem algum problema? - ela começou a rir. 

- Porra Nanda. - fiz cara feia. 

- To metida em encrenca Jú. - ela disse baixo. - preciso da sua ajuda. - a Nanda tinha o cabelo ruivo e era toda tatuagem, éramos tipo irmãos. Ficavamos quando batia a vontade, ela tirou minha virgindade, ela era aquele tipo de mina madura que nunca daria condição pra você, nunca mesmo. 

- O que aconteceu? - eu disse atravessando a rua e acendendo um cigarro. 

- To te esperando na sua casa. - eu sabia que ela não ia falar por telefone, a Nanda era daquele tipo de pessoa que ou era tua amiga pra caralho ou não era merda nenhuma. 

- Vai demorar um tempo pra eu chegar ai fia. - eu disse tragando o mesmo. 

- Sou paciente, enquanto isso vou jogando todos os teus jogos e bater todos os seus records. - suspirei. 

- Bateu o espírito infantil ai é? - ela riu. 

- Orras, chega logo viado! - ela desligou, mandei uma mensagem para os meninos e o Felipe foi o primeiro a chegar.

- Porra mano, porque tu quer ir embora? - ele tava emburrado. 

- Porque a Nanda ta metida em confusão. - ele sorriu. 

- Nossa, pela Nanda eu largo todas. - eu gargalhei e apaguei o cigarro. 

- Felipe, qual a parte dos mil nãos que a Nanda te disse que você não entendeu? - ele sorriu. 

- Ela é dificil, mas me curte que eu sei. - o Michel chegou em seguida. 

- Quem te curte? - ele disse brincando com aquele pierging de viado. 

- Nanda. - ele disse sorrindo. 

- Nossa, que mulher. - ele sorriu. 

- Porra todo mundo pegou ela, menos eu! - ele rolou os olhos.

- Todo mundo não! - eu bati nele. - mais respeito com ela. - ele gargalhou. 

- Desde quando você tem ciumes dela? - o Felipe disse rindo. 

- Desde quando ela é minha. - eu sorri. - ou vai ser. 

- Sonhador vocês! - o Michel nos abraçou. - vamos embora que a viagem é longa meus parças. - nós fomos rindo, pegamos um buzão e depois um metrô, e finalmente casa. As mesmas ruas esburacadas, os caras fumando beck e oferecendo, as mina piriguetes se encinuando, logo vi minha casa, pulei o portão e os meninos fizeram o mesmo, tinha esquecido a chave, abri a porta de casa e minha mãe levou um susto. 

- JULIO! - ela gritou assustada. 

- Oi véia. - eu disse dando um beijo no seu rosto. 

- Tia. - o Felipe disse dando um beijo no rosto dela. - eai mano, firmeza. - ele comprimentou o João que tava mexendo no computador. 

- Eai. - ele disse fazendo sinal de joía. 

- Quem é essa? - eu perguntei parando atrás dele. O Michel sumiu pra cozinha pra comer, aposto. 

 Vou pegar amanhã. - ele disse se levantando da cadeira e eu sentei nela, e abri meu face na outra guia. O João tinha quinze anos e era o oposto de mim, adorava essas baladinha de playboy. 

- É muita areia pro seu caminhão. - a Nanda disse chegando na sala. 

- Salve. - eu disse tocando na mão dela. 

- Fala viado! - ela disse me deixando no vácuo e me dando um beijo na testa. - Lipe. - ela disse dando um abraço nele. 

- Nandinha. - ele disse sentando no sofá e ela sentou no colo dele. 

- Estouro viado! - a Nanda disse vendo o Michel entrar na sala com um prato gigantesco de lasanha. 

- Fala Nandinha. - ele disse mandando beijo pra ele e se jogou na poltrona. 

- Fala ai. - eu disse me virando pra ela, o João ligou a tv e colocou na MTV. 

- Não era nada, só queria vocês aqui de volta pra Nandinha de vocês. - eu levantei a sobrancelha e ela sorriu. 

- Mano, eu tava ficando com uma mina... - o Felipe disse rindo. 

- Vocês são meus, só meus. - ela sorriu e segurou o rosto do Felipe lhe dando um selinho. 

- Quando que você vai ficar comigo? - o Felipe perguntou fazendo bico.

- Tudo a seu tempo Lipe. - ela se levantou. Eu me levantei junto e peguei um prato pra colocar comida pra mim, ela me preensou na parede. 

- Que isso novinha, que isso? - eu cantei rindo, odiava funk. 

- Você, eu, no seu quarto mais tarde. - ela piscou. 

- Nanda o que aconteceu? - eu perguntei segurando seu braço. 

- Hoje você é meu Julio. - ela segurou meu rosto com força e mordeu meu lábio. - você, o Lipe, o Michel e o João são meus. - ela me deu um selinho. - e bota na sua cabeça que nenhuma menina vai roubar vocês de mim. - eu sorri.

- Ta possessiva hoje hein novinha. - eu pisquei.

- Sempre fui, só que odeio concorrencia. - ela saiu da cozinha a eu fiquei a olhando ir.

Nanda. - eu chamei ela antes dela sair da cozinha, ela se virou. - usa uma lingerie bem pequena pra não me dar trabalho na hora de tirar. - eu pisquei e ela riu. 

- Pode deixar gatinho. - então ela saiu de vez, minha mãe entrou pela porta da cozinha. 

- Vocês se gostam não sei porque não namoram. - eu comecei a rir. 

- Dona Julia, eu e a Nanda somos tipo irmãos. - minha mãe riu. 

- Irmãos não filho, irmãos não fazem esse tipo de coisa, - senti meu rosto ruborizar, droga.

- Ah mãe. - fiz careta. - deixa pra lá tá? - ela riu e assentiu. Eu coloquei comida pra mim e sai dali, fui sentar na sala, ficamos conversando um tempão, jogamos video game e depois o Felipe foi o primeiro a ir embora, o Michel ficou até uma hora da manhã e depois foi embora também, o João tinha ido em uma baladinha e só voltava de manhã e minha mãe a essas horas já estava no milésimo sono. 

- Enfim sos. - a Nanda disse quando eu coloquei os copos na pia, eu me encostei na pia e sorri.

- Que concorrencia você tava falando? - eu perguntei sério, ela sorriu e encostou o corpo no meu. 

- Não chega a ser uma concorrencia Jú... - ela sabia que eu gostava que me chamavam de Jú. 

- Hum... - arrepiei. 

- Você não trocaria uma mulher por uma garota não é mesmo? - eu sorri e a encostei na pia, invertendo a posição. 

- Você ta se achando demais. - eu disse sério. 

- Eu sei o quanto você paga um pau pra mim meu anjo. - ela piscou e sorriu. 

- Vamos subir, vem. - eu a puxei e subimos as escadas aos tropeços. - shiu. - eu disse quando passamo pela porta do quarto da minha mãe, ela riu e me abraçou pelo pescoço. 

- Ta com medo da dona Julia acordar é? - ela disse sussurrando. 

- Odiaria que alguém acabasse com minha farra. - ela sorriu e me beijou, foi aquele beijo da Nanda, rápido, com desejo, beijo que levaria ao que queriamos, o nosso beijo. Entramos no quarto e eu tirei sua blusa jogando no chão, bati a porta com força e me praguejei baixo. 

- Vem aqui. - ela puxou minha camisa e passou a unha pelas minha costas, eu arrepiei e sorri em seguida, a mão dela desceu pela lateral do meu corpo e desabotoo minha calça, eu sorri e alisei suas costas chegando até o feicho do sutiã e soltei o mesmo lentamente, ela me empurrou pra sentar na cama e deixou o short cair lentamente, sorri quando vi que ela estava sem calcinha. 

- Muito prática você. - eu disse a puxando para sentar no meu colo. 

- Muito. - ela disse rindo e tirando o sutiã ela mesmo, começamos um novo beijo, eu a deitei na cama e tirei meu tênis e tirando minha calça, ela inverteu a posição e tirou minha cueca bem lentamente, inverti a posição de novo. - camisinha Julio. - ela disse rindo, bufei. 

- Que droga. - eu disse rindo, peguei a camisinha e coloquei, essa transa foi sem delongas, precisavamos apenas matar a saudade, e foi isso que fizemos. Não demorou muito e acabamos, cansados. 

- Vou dormir aqui, tudo bem? - ela já estava quase que com os olhos fechados.

- Pode, quer que eu estenda o colchão no chão pra eu dormir? - eu disse de olho fechado.

- Não precisa, dorme bem anjo. - ela me deu um beijo na testa. 

- Tu também. - eu sorri e adormeci logo depois. 

Alice narrando.

Acordei de manhã, tinha colégio, tomei um banho e coloquei o uniforme, arrumei meu cabelo em um rabo de cavalo comprido e desci pra comer. Meus pais não estavam em casa pra variar. 

- Bom dia Alice. - o Érick disse sentando na mesa e com um óculos escuro. 

- Bom dia Érick. - eu disse continuando a comer, e ficamos nisso, olhei pra trás e um boné vermelho chamou minha atenção, larguei o pão e fui pegar o boné, foi instinto, cheirei e estava tão... Cheiroso. Me lembrei do "vagabundo". Não conseguia me lembrar do nome dele, peguei meu celular o vi o número dele, mandar ou não mensagem? 

- Esse boné dahora é de quem? - vi o Érick tomar o mesmo da minha mão. Peguei de volta. 

- Não te interessa! - eu disse cerrando o dentes pra ele.

- Interessa sim. - ele piscou. - Esse boné dahora é de quem? - vi o Érick tomar o mesmo da minha mão. Peguei de volta. 

- Não te interessa! - eu disse cerrando o dentes pra ele.

- Interessa sim. - ele piscou. - de quem é? - eu coloquei o boné na cabeça. - do guri que tu pegou na balada? - eu não respondi. - É né. - ele me abraçou. 

- Porque ta tão interessado nele? - eu levantei a sobrancelha, ele riu. 

- Não to interessada nele. - eu suspirei. 

- Teu celular ta tocando. - ele me soltou e eu atendi sem olhar o número. 

- Oi? - eu disse baixo.

- Fala princesa. - reconheci aquela voz, mas olhei no visor pra ver se ele era ele, droga, era ele.

- Quem é? -fiz charme. Ele riu do outro lado da linha. 

- É aquele dono do boné que você roubou lembra? - sorri. 

- Ah, aquele menino chato que me beijou a força? - peguei minha bolsa e ouvi ele rindo do outro lado da linha. 

- É, você é péssima mentirosa viu mimadinha? - ele suspirou. - quero meu boné. - eu gargalhei. 

- Você nunca mais ver esse boné. - eu sorri. 

- Eu não disse quero, de querer, eu disse quero de eu estou mandando você devolver meu boné. - senti a ironia na sua voz. 

- Escuta aqui... - ele suspirou. 

- Alice... - ele fez uma voz tão linda. - me diz onde você estuda que eu vou buscar ele. - eu suspirei. - vamos garota, eu tenho que trabalhar. 

- Eu estudo no Vinicius de Moraes. - fiz bico, duvidava que ele ia vir buscar mesmo.

- Ta bom, na hora da saída vou estar ai e eu vou pegar meu boné. - eu ri. - tchau mimada. - nem deu tempo de eu me despedir, ele desligou. 

- Quem era? - o Érick disse rindo, odiava quando ele se intrometia na minha vida. 

- Não te interessa Érick, que saco! - ele riu e nós fomos pra escola, porque eu estava tão animada para o final da aula mesmo? Hein? Encontrei a Anne e a Bruna na entrada, contei à elas a minha conversa com ela e nenhuma das duas acreditaram que ele iria buscar mesmo, de resto não ocorreu nada de espetacular na minha vida. A não ser na hora da saída. 

 Menina, desencanta ele não vai estar aqui. - a Bruna disse rindo, eu suspirei, pelo menos ia ganhar o boné. 

- Ou vai. - a Anne completou baixo, eu me virei, ele estava descendo de uma moto e eu reconheci o motorista, o gato de olho azul. 

- Reconheço isso que está na sua cabeça. - ele disse chegando perto de mim, o Vagabundo, sorri com esse apelido, usava uma calça larga com um tênis de skatista e uma blusa comprida sem mangas com uma escrita em inglês e o rosto do Bob Marley, ele estava sem boné. 

- Você veio. - eu disse baixo. Ele sorriu, um sorriso de lado meio maroto. 

- Eu vim buscar meu boné. - ele piscou e pegou o mesmo da minha cabeça colocando em sua cabeça. 

- Não veio pra me ver. - eu fiz bico, ele sorriu. 

- Convenhamos né, você não deixou tanta lembrança... - eu fui pra cima dele para bater em seu braço e ele segurou meus pulsos, prendendo meus braços nas costas. 

- Grosso. - fiz careta. 

- To brincando gatinha. - ele me deu um selinho e me bateu uma vontade imensa de o beija-lo. 

- Você que é o dono do boné. - o Érick tinha que estragar tudo. Ele me soltou. 

- Sou. Meu nome é Julio. - ele estendeu a mão pro Érick que olhou a mesma e logo em seguida apertou.

- Julio, a Nanda ligou ta esperando a gente pra comer. - fiz careta, quem era Nanda? 

- Beleza, tava só pegando uma coisa minha de volta. - ele sorriu pra mim e me deu um beijo no rosto, sua mão foi pro meu pescoço e tirou minha correntinha. 

- EI! - eu gritei. 

- Quando quiser pegar, vou estar esperando você na minha casa. - ele mostrou a correntinha que eu nunca tirava do pescoço, a correntinha de Nossa Senhora que minha mãe havia me dado. 

- Essa correntinha... - ele subiu na moto. 

- É linda, até mais. - ele colocou o capacete e saiu, como assim saiu? SÓ SAIU? Não acredito mano.

- Perdeu a correntinha que a mamãe te deu, ta fudida. - o Érick riu. 

- Érick me deixa em paz. - eu o empurrei e entrei no carro do pai da Anne. 

- Agora você que vai ter que ir buscar a correntinha com ele. - a Bruna disse sorrindo. 

- Nem me fale. - suspirei. 

- Ela faz essa cara ai, mas ta doidinha pra ir buscar a correntinha lá. - a Anne disse rindo. 

- Nossa Anne. - fiz careta. - cuidar da sua vida você não quer né? - eu pisquei. 

- Eu vou com você. - a Bruna disse rindo. - quero rever... - ela sorriu. - o Michel, ai. - nós rimos

Julio narrando.

Parei no restaurante e a Nanda já estava lá com o Michel, sentei na mesa. 

- Demoraram. - ela disse bebericando o suco. 

- Fui buscar meu boné. - eu disse pegando o mesmo. 

- Ah sim, quem tinhe pego ela? - olhei pro Felipe e ele olhou pro Michel que deu de ombros. 

- Uma menina ai. - eu disse pegando o cardapio. 

- Desde quando você deixa seu boné com uma menina ai? - ela me olhou, af mano. 

- Uma burguesinha que ficou com meu boné Nanda, nada demais. Eu hein. - eu suspirei e pedi bife com batata frita. 

- Nossa, calma Julio. - ela cruzou as pernas. 

- Não gosto de ninguém no meu pé Nanda, você sabe disso. - eu suspirei. 

- Eu só perguntei quem era a menina, não posso? - ela me encarou. 

- Estamos indo... - o Michel disse baixo.

- FICA AI! - nó gritamos em uníssono. 

- A gente não vai discutir Fernanda! - eu disse sério. - fiquei com a Alice, e eu vou ficar de novo e eu não vou brigar contigo por causa disso. - me levantei. 

- Onde você vai? - o Felipe disse virando. 

- Vou comer em casa. - eu disse arrumando o boné da cabeça. Porra, ninguém manda em mim. Ninguém mesmo. Eu fico com quem eu quiser, a hora que eu quiser, do jeito que eu quiser, não tenho nem namorada pra não dar satisfação e a Nanda quer cobrar logo de mim? De mim cara? Há há.

- Julio? - trombei com o João.

- O que você ta fazendo aqui? - eu perguntei sério, ele estava com mais uns playboyzinhos. 

- Você conhece ele amor? - uma menina morena dos olhos claros que estava com a mão entrelaçada na dele falou. 

- Conhece? - eu perguntei sério. 

- Esse é o meu irmão amor. - AMOR? AMOR? Segurei pra não rir. 

- Ah sim, prazer sou a Lidia. - ela sorriu e eu dei dois beijos na sua bochecha. 

- Prazer, sou Julio. - eu sorri. - to vazando João. - eu bati em seu ombro. 

- O que aconteceu? - quem melhor pra me conhecer que meu irmão? 

- Nanda. - eu suspirei, ele assentiu. 

- Depois a gente conversa então. - então eu sai andando rápido até em casa, até meu celular começar a tocar. Era número restrito. 

- Alô? - eu disse rápido.

- Quero minha correntinha. - sorri. 

- Olha só quem resolveu ligar. - ela bufou. 

- Me diz onde eu posso ir pegar ela! 

- To bem também, e as novidades Alice? - segurei pra não rir. 

- A cada dia que passa eu tenho mais certeza que você é idiota! - ela riu ironicamente.

- Idiota? Eu? - fiz careta. - você deve estar me confundindo princesa, sou um gentleman. - ela riu. 

- Você não sabe nem falar. - eu sorri. 

- Você pode vir me ensinar, traz um giz uma lousa e uma roupa bem curta, sempre tive essa fantasia. - mordi meu lábio. 

- Você não presta. - ela disse rindo baixo do outro lado da linha. 

- E você descobriu isso agora? - eu ri ironicamente. 

- Chega! - ela disse irritada. - onde você mora que eu vou buscar minha correntinha. 

- Tá... Sabe onde fica...? - então eu falei onde eu morava, ela não tinha a minima ideia.

- Ta bom, mais tarde eu vou te ver. - ela desligou, eu sorri e guardei o celular no bolso, quando cheguei em casa, me joguei no sofá e nem comi, dormi direto, tava afim de ir pra escola não, na boa. Ia inventar uma desculpa, mentira, qualquer porra! Acordei com uma barulheira. 

- Bom dia cinderela. - o Julio disse rindo, eu virei pro outro lado. 

- Tomar no meio do seu cu Julio. - eu disse irritado.

- Não vai pra escola não? - me virei de novo e o Michel estava com a mochila nas costas. 

- Vou não. - fiz careta. 

- Ah então nem vou, FELIPE! - ele gritou, fechei meus olhos. - COLA AI, VAMOS JOGAR VIDEO GAME! - logo ouvi a porta sendo aberta e eles jogaram as mochilas no chão.

- Vou tomar banho, próximo sou eu! - eu disse subindo as escadas. 

- EU TAMBÉM! - ouvi o João gritar, tirei a camisa e a calça, quando vi a correntinha cair do meu bolso, coloquei no meu pescoço e peguei uma toalha, quando abri a porta do quarto, vi a Nanda. 

- Vai tomar banho? - ela disse me olhando de cima a baixo.

- Vou. - eu disse passando por ela. 

- Não estava te cobrando nada Jú. - eu entrei no banheiro e tirei a cueca entrando no box. 

- Hurum. - abri o chuveiro na água gelada. 

- Ta certo, vai ficar de bico? - ela disse abrindo a porta do box. 

- Não Nandinha, só quero tomar banho, eu posso? - eu sorri e lhe dei um selinho, ela mordeu meu lábio e em seguida saiu do banheiro fechando a porta, fiquei uns quinze minutos debaixo do chuveiro e sai enrolado na toalha, escutei o barulho da campainha, mas nem liguei muito, coloquei uma cueca e uma bermuda, baguncei o cabelo, colocando um boné, passei um perfume e desci.

Alice narrando. 

E para achar aquela casa meu? ME EXPLICA?

- Alice, você tem certeza que ele mora aqui? - eu suspirei, já era a terceira vez que passavamos por aquele grupo de meninos. 

- Ele deu esse endereço, calma vou perguntar! - puxei a Anne e a Bruna para um grupo de meninos. 

- Oi princesa. - um deles disse me olhando. 

- Você sabe onde mora o Julio? - eu fiz careta. 

- Julio? - um deles fez careta. 

- É, um moreno, alto, que tem alargador... - um deles sorriu. 

- O Ju mano. - ele sorriu. - é naquela casa verde ali. - eu sorri. 

- Obrigado. - eu puxei elas duas para a casa, o portão estava aberto e eu entrei, como que uma pessoa deixa o portão aberto? Tinha uma janela aberta e vinha um monte de voz de lá de dentro, risada também. 

- Alice, se não for ele... - a Anne fez careta. 

- Se não for ele, eu mando ele vir me buscar aqui! - eu bati na porta e antes da segunda batida alguém abriu, uma menina. Ela era absolutamente linda. 

- Pois não? - ela tinha um monte de tatuagem e era ruiva, era linda. Pequena inveja batendo em mim. Antes de eu responder eu o vi, ele estava descendo as escadas e eu quase tive um infarto, que menino gato, ele não me viu, entrou direto para uma sala, é acho que era uma sala. - Menina? O que foi? - sai do meu transe. 

- O Julio, por favor? - eu pedi, ela rolou os olhos. 

- JULIO! - ela gritou. 

- MANDA ENTRAR! - ele gritou da sala, a Bruna sorriu e entrou, ela era a mais solta de nós, a Anne entrou em seguida e eu entrei por último. 

- Por aqui meninas! - ela disse ironicamente e saiu andando na frente, nós a seguimos, a caa dele não era ENORME! Mais era um pouco grande, era um pequeno hall e na frente a escada, do lado direito a sala e do lado esquerdo a cozinha, mais pra frente tinha um corredor e uma porta. - suas visitas! - a menina disse sentando na cadeira do computador, ele estava encostado no sofá e pausou o jogo. 

- Bem vinda mimadinha. - ele piscou.

Julio narrando. 

Ela estava mesmo ali, toda encolidinha e vi o olhar do Felipe sobre as meninas, sabia nem disfarçar o viado. 

- Quero minha corrente! - ela estendeu a mão. 

- Pode se sentar. - eu me afastei no sofá. - ou prefere sentar no meu colo? - ela bufou.

- Eu só quero minha corretinha. - a Nanda bufou e a Alice a olhou. - algum problema? - eu sorri. 

- Você veio até aqui pra pegar uma correntinha? Porque não compra outra? - a Alice sorriu.

- Não é qualquer correntinha, é a minha correntinha, é a correntinha que minha mãe trouxe pra mim de Nossa Senhora, e eu corro atrás do que eu quero. - e foi assim que eu sorri, ver ela de nariz em pé, sorrindo e querendo enfrentar a Nanda, talvez ela não conhecesse a Nanda, mas valia a intenção. 

- Ok. - eu intervi antes que a Nanda quisesse falar alguma coisa pra ela. - vem comigo, vou pegar sua correntinha. 

- Eu faço compania para as outras damas. - o Felipe disse sorrindo, eu mostrei a escada pra ela e ela subiu a mesma lentamente, eu abri a porta do meu quarto bagunçado e ela entrou no mesmo sentando na cama. 

- Cadê minha correntinha? - ela disse séria, eu me ajoelhei em sua frente. 

- Ta aqui. - eu mostrei no meu pescoço, ela sorriu. 

- Me dá. - ela disse baixo.

- Dou. - eu disse alisando seu braço. - me dá um beijo primeiro. 

- Primeiro me dá minha correntinha. - eu tirei do meu pescoço, e mostrei a correntinha na minha mão, ela estendeu a mão pra pegar a correntinha e eu puxei a nuca dela a beijando, foi lento, mas foi muito gostoso, ela tinha um beijo bem lento, a mão dela passou pelo meu ombro e eu fui subindo aos poucos, até meu corpo ficar por cima dela, ela parou o beijo. - não... - ela disse baixo.

- Shiu mimadinha. - então eu a beijei de novo, sabia que não iria passar daquilo, mas pelo menos eu fiz minha parte, ela parou o beijo e me empurrou. 

- Minha corretinha! - ela disse de pé, arrumando o cabelo, joguei a cabeça pra trás rindo. 

- Ta aqui. - eu me sentei. - posso colocar em você? 

- Pode! - ela parou na frente do espelho e eu fiquei atrás dela. 

- Segura o cabelo. - ela levantou o cabelo e eu coloquei a correntinha em seu pescoço, ela arrepiou com meu toque. - Você é linda. - eu disse baixo.

- Não era mimadinha? - ela sorriu e deixou o cabelo cair nas costas.

- É mimadinha. - ela se virou lentamente pra mim. - uma mimadinha linda. - ela sorriu.

- A que devo esses elogios? - ela disse séria.

- Gostei de ver você enfrentando a Nanda. - ela sorriu. - ninguém enfrenta a Nanda, mas você é diferente. - eu sorri. 

- Isso é legal? - seu sorriso foi só aumentando. 

- Não, - ela ficou séria. - isso é irritante, uma mimadinha linda irritante. - ela sorriu de novo. 

- Me dá o teu boné? - eu levantei a sobrancelha. 

- Meu boné. - fiz careta. 

- É, ai você vai buscar ele de novo. - eu sorri. 

- Porque você não leva outra coisa? - eu olhei em volta. 

- Deve ta frio lá fora. - eu peguei meu moleton do Bob, meu MOLETON DO BOB e deu pra ela. 

- Veste. - ela vestiou e ficou tão... Tão linda cara. 

- Ai você vai buscar ele? - ela sorriu. 

- Buscar o moleton? - ela rolou os olhos. - talvez com alguns beijos? 

- Vou pensar. - ela fez bico.

- Você ta maluca pra eu te beijar de novo! - eu disse rindo. 

- Você nem beija tão bem assim menino, se liga! - ela fez mensão de ir embora e eu puxei seu braço a beijando de novo, minha mão foi pra sua nuca e eu a beijei bem rápido, parei um beijo com um selinho. 

- O que você tava dizendo? - ela estava com a respiração ofegante. 

- Cala boca e me beija de novo. - foi o que eu fiz, a beijei de novo, ficamos nisso uns dez minutos. Ela me empurrou.

 Que foi? - eu disse baixo.

- Tem como a gente ir embora? - ela se levantou e limpou a boca, arrumando a roupa.

- Você quer ir embora mesmo? - eu puxei seu corpo de volta pro meu. 

- Por favor, Julio. Minha mãe deve estar preocupada. - eu soltei seu pulso. 

- Deve nada. - eu sorri de lado e rocei meus lábios no dela. 

- Ta sim, deixa eu ir. - ela fechou os olhos.

- To deixando, pode ir. - eu sorri mais largo e ela passou o braço pela minha cintura. 

- Garoto, que saco! - ela riu. 

- Último, prometo. - nós nos beijamos mais uma vez, ela parou o beijo com vários selinhos. 

- Vamos! - ela me puxou para descer as escadas, a Nanda passou pra cozinha com um bico ENORME, finge que não vi, o João tava lá e as meninas estavam jogando video game com eles. 

- Pronto, essa correntinha dela se escondeu viu. - eu disse rindo. 

- Se escondeu né? - a morena disse. - sei. - a Alice deu um sorriso de lado.

- Vamos? - ela me olhou. 

- Vamos. - as duas levantaram. - tchau meninos. - elas acenaram. 

- Tchau Julio. - a Alice disse me dando um beijo na bochecha. 

- Vou te levar até a porta, porque se não, você não volta. - eu pisquei, ela riu e acenou para os meninos sentados.

- Sua amiga me odeia. - a Alice disse rindo quando eu caminhava com ela até o carro que elas vieram. 

- Particularmente ela não gosta de ninguém. - eu pisquei.

- Ninguém que chega perto de você? - ela riu. 

- Não somos nada. - eu disse rindo. - caso você esteja pensando.

- Não estou pensando nada, até porque. - ela me olhou. - se vocês fossem alguma coisa, ela tinha me botado pra fora da sua casa. - eu sorri. 

- Ainda bem que ela não é nada minha né? - as amigas dela entraram no carro e ficamos um pouco atrás.

- Concordo. - ela sorriu. - então... - eu puxei sua cintura. 

- Eu vou buscar minha blusa. - eu sorri. 

- Eu sei. - ela enlaçou meu pescoço, eu aproximei o rosto do seu. - boa noite Julio. - ela me deu um beijo no rosto. COMO ASSIM?

- Ei, que mané boa noite, vem cá! - eu tentei puxar seu pulso, mas ela já tinha entrado no carro. 

- Gostinho de quero mais. - ela disse rindo enquanto o carro se afastava. Voltei pra casa e fui direto pra cozinha, a Nanda estava lá sentada na mesa de cara feia. 

- O que foi? - eu parei na sua frente. 

- Vai lá ficar com sua pirigueta. - fiz careta. 

- Nanda. - ela me encarou. - não temos nada. - ela rolou os olhos.

- Você nunca me viu ficando com ninguém. - ela me encarou. 

- Porque escolha tua! - eu coloquei as duas mãos na sua coxa. 

- Porque eu respeito você! - ela disse séria. 

- Eu não sou teu Nanda! - me afastei dela. - não sou uma propriedade tua. - ela saiu da bancada. 

- Na hora de transar você é né? - eu me virei. 

- Você ta agindo como uma menina mimada. - eu sorri. - essa não é minha melhor amiga. 

- To cansada disso! - ela suspirou. - de termos e não termos nada.

- Não temos nada Nanda! - eu bati na parede. 

- Ok Julio! - odiava quando ela falava meu nome daquele jeito. - estou indo pra minha casa. - ela passou por mim. 

- Espera! - eu disse tentando segurar seu braço. 

- Me solta! - ela disse me empurrando e saindo pela porta, suspirei e encostei na parede, porra que merda!

- Que cara é essa? - o Felipe disse entrando na cozinha. 

- Porra mano, odeio quando a Nanda dá dessas! - segui ele. 

- Quando ela te cobra por não terem compromisso? - ele se virou pra mim com aquele maldito sorriso ironico no rosto.

- Vai começar também? - ele colocou as duas mãos pra cima. 

- Julio, para e pensa! - ele parou na minha frente e colocou o copo com água na pia. - você fica com a Nanda a sei lá quantos anos, ela te curte, é muito na cara isso, sente um ciumes desgraçado de você, e tu ta curtindo cara, fala pra ela isso. - eu suspirei. 

- Ela sabe Felipe! - ele me interrompeu. 

- Não Julio, ela não sabe, ela pensa que a qualquer hora você vai cair em si e ver a mina firmeza que ela é e se ligar que pra ela ser tua, só precisa você pedir. - rolei os olhos. 

- Não tive uma experiencia boa com namoros. - fiz careta. 

- Ta certo Julio. - ele riu. - e a mimadinha? - sorri. 

- Que beijo, que gostosa. - mordi meu lábio. 

- Tu acabou de brigar com a Nanda e ta ai pensando na outra. - bati em seu ombro. 

- Foda-se a Nanda, não temos nada porra! - o Michel entrou na cozinha. 

- Foda-se quem? - ele sempre chegava no meio da conversa. 

- Nanda. - o Felipe disse rindo. 

- Foda-se mesmo, ela ta no teu pé, e a gostosa da Zona Sul. - gargalhei.

 Gostosa mano! - eu disse mordendo o lábio.

- Quanto tempo pra cama? - ele disse abrindo minha geladeira e pegando uma cerveja.

- Essa precisa de um capricho a mais. - pisquei.

- É mulher porra, - o Felipe riu. 

- Você não vai levar ela pra cama. - o João entrou na cozinha, olhamos pra ele.

- Porque? - eu disse rindo e abrindo a cerveja que o Michel me jogou. 

- Porque ela é firmeza mano, você não vai conseguir levar ela pra cama. - ri. 

- Olha pra minha cara. - ele me encarou. - eu levei a Nanda pra cama, ela gamou nesse corpo nú. - os meninos riram. - não vai ser essa mimadinha que vai me jogar o chaveco viu João. 

- ISSO MESMO IRMÃO! - Michel bateu no meu braço.

- Você não presta. - o João pegou o copo de coca.

- Você que é viado. - eu disse o olhando.

- Sou romantico caralho! - ele riu. 

- Vocês não dormem? - minha mãe disse entrando na cozinha. - bebendo Julio? - ela me encarou. - e você também Michel? - ela cerrou os olhos pra nós.

- Só uma mãe. - fiz careta. 

- Juízo vocês! - ela pegou um copo de água. - ouvi vocês falando da Nanda houve algo? - o Felipe riu. 

- Mulheres tia! - ele piscou. 

- Por isso que você é a única mulher da minha vida mãe! - eu mandei beijo pra ela.

- Sou a única agora, depois você arranja uma. - ela sorriu. 

- Deus que me livre! - fiz sinal de cruz e ri. 

- O vagabundo enfim foi laçado ♪- os meninos cantaram em coro, o João me abraçou e nós começamos uma guerra, nós quatro.


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Notas finais do capítulo

Uauu um super Capitulo para você , beijos até o próximo capitulo *---*



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