Imprevistos E Surpresas Da Vida escrita por Liz


Capítulo 54
Fim


Notas iniciais do capítulo

Acho que quem escreve deve concordar comigo: É fácil começar uma história, mas terminá-la não é tão simples assim. Já fazia um tempo que eu estava planejando como seria esse final, e espero tê-lo escrito da melhor forma possível.

Queria agradecer a todas que chegaram até aqui. As que acompanham desde o primeiro capítulo, as que começaram a ler depois... todas. E vocês que comentaram e/ou recomendaram, agradeço mais ainda, pois foi muito importante o apoio de vocês.

Por último, um agradecimento especial para a Valéria, que várias vezes me deu ideias e até escreveu alguns trechos de capítulos :D

Boa leitura!



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Ao ver a forma como a irmã falava, Paulina começara a crer em suas palavras. Aproveitando o momento, sentiu a necessidade de perguntar algo que inúmeras vezes havia rondado sua cabeça, sem nenhuma resposta concreta.

– Por que você me odiava tanto?

Paulina fez a pergunta olhando diretamente nos olhos da irmã, buscando uma mirada sincera. E -para sua surpresa- encontrou.

– No dia do meu aniversário, quando nos vimos pela segunda vez, eu tinha certeza que você aceitaria minha proposta. Mas quando me desafiou, me senti ameaçada, mesmo que não deixasse isso transparecer. – suspirou- Sempre fui tão respeitada por todos, e ao ver que você, uma moça humilde, não se deixava humilhar, fez com que nascesse em mim uma raiva. E então quando soube do seu relacionamento com Carlos Daniel, senti essa raiva aumentar. No entanto, meu ódio mesmo só nasceu quando descobri que somos irmãs.

– Mas... - Paulina tentou dizer

– Por favor não me interrompa, preciso te contar tudo. – pediu

Paulina fez um sinal positivo com a cabeça, e então Paola seguiu:

– Eu sempre tive dinheiro, luxo... tudo. Menos o principal: carinho e amor. Meu pai passava a maior parte do tempo viajando, e minha avó sempre me tratou mal. - Paola respirou fundo, tentando inutilmente conter as lágrimas que novamente vinham a tona- Senti tanta falta de uma mãe para estar ao meu lado... e quando li aquela carta deixada por ela e percebi que você sim tinha tido tudo isso, não consegui sentir outra coisa a não ser ódio. A partir daí comecei a pensar em como te destruir e... - seu tom de voz baixou, estava envergonhada– quase consegui.

– Paola, por que não se abriu comigo antes? Talvez pudéssemos ter tido uma boa relação...– falou Paulina- entendo que se sentisse mal, mas eu não sou culpada por termos sido separadas.

– Eu sei, agora eu sei. Por isso mais uma vez eu peço que me perdoem. Carlos Daniel... - Paola voltou seu olhar em direção a ele– sei que você também sofreu muito, espero que agora vocês dois possam me compreender e quem sabe me perdoarem. - afirmou

Carlos Daniel, que até então havia silenciado, foi sincero:

– Assim como você está sendo honesta, eu também preciso ser. Acho que "perdão" é uma palavra muito forte, mas como te disse em outra ocasião, nunca te considerei uma inimiga. Acho que se você se arrependeu e reconhece isso, não sou eu quem devo te julgar. Então de minha parte, não guardo nenhum rancor e nem te desejo nenhum mal.

– Obrigada, não sabe o quanto isso é importante para mim! - esboçou um sorriso de gratidão– E você Paulina? – novamente olhou para a irmã

Antes que Paulina pudesse responder, Carlos Daniel se pronunciou.

– Acho que agora o assunto é entre vocês. Paulina, não se importa em ir embora de táxi? Tenho uns problemas da fábrica para resolver. - disse sério

– Problemas de trabalho em pleno domingo? – perguntou- Tudo bem, nos vemos mais tarde então. - Paulina estava desconfiada, mas não faria uma cena na frente de Paola

Carlos Daniel despediu-se das duas e saiu.

– E então Paulina? - Paola repetiu a pergunta

– Sabe Paola, eu também cheguei a te odiar. Mas diferente de você, não foi por saber que somos irmãs, e sim por tudo que eu sofri, principalmente durante o tempo em que estive aqui na cadeia. -Paulina olhava fixamente na íris verde da irmã, e não pôde segurar as lágrimas ao recordar momentos tão difíceis- É uma situação complicada, mas não posso mentir para mim mesma. Sou grata por você ter salvo a minha vida e principalmente a do meu filho que está a caminho, e assim como Carlos Daniel, não guardo mais nenhum rancor. Porém não consigo te perdoar, ainda não.

– Quando eu resolvi doar meu sangue, foi com a intenção de achar uma maneira de usar isso contra vocês depois. Mas quando te vi tão debilitada e percebi o tamanho da responsabilidade que eu tinha, algo mudou em mim. - Paola pôs sua mão direita sobre a mesa, esperando que Paulina fizesse o mesmo, e ela o fez. - Eu sei que geneticamente já temos o mesmo sangue, mas a sensação de saber que uma parte do meu corpo corre em suas veias, me fez sentir, de alguma maneira, mais ligada a você.– segurou firme a mão da irmã– Não conheci nossa mãe, mas acho que onde quer que ela esteja, está feliz em nos ver mais próximas. Obrigada por ter vindo Paulina, e espero que um dia ainda possamos recuperar o tempo perdido. Mais uma vez, perdão.

Lágrimas rolavam pela face de ambas. Paulina estava sem palavras. Paola soltou a mão dela e se levantou, com o intuito de voltar para a cela. Mas antes que virasse as costas, algo a impediu.

– Espera, Paola. - chamou Paulina

Paola ficou parada, e então Paulina aproximou-se e a abraçou forte.

As duas compartilharam um longo abraço, um verdadeiro abraço de irmãs. Assim, sem mais palavras, deixando apenas a emoção tomar conta do momento, se despediram.

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Paulina saiu de lá com um misto de emoções. Por um lado, estava imensamente feliz pela mudança de Paola. Por outro, não conseguia apagar de suas recordações e de seu coração todas as maldades cometidas por ela. Resolveu deixar que o tempo decidisse qual seria a relação delas.

Ainda no táxi, lembrou-se da forma estranha como Carlos Daniel havia ido embora, e entre tantos acontecimentos, isso a preocupava.

Chegando em casa, após conversar brevemente com Vovó Piedade e brincar com as crianças, Paulina foi até o escritório, onde estava Carlos Daniel.

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– Carlos Daniel, por que saiu daquele jeito do presídio? - perguntou um pouco irritada

– Achei que você precisava conversar a sós com sua irmã.

O semblante sério de Carlos Daniel levou-a a pensar que algo verdadeiramente grave estava acontecendo, só não sabia o que.

– Só isso? Não minta Carlos Daniel.

– Tinha uns assuntos de trabalho para resolver, nada mais. - respondeu enquanto voltava sua atenção para alguns papéis

Paulina fez a volta na mesa e virou a cadeira em que Carlos Daniel estava sentado, deixando-o em frente a ela.

– Você está me escondendo alguma coisa, eu sinto isso. - agachou-se para que ficassem da mesma altura– Por favor, seja sincero. - pediu olhando-o nos olhos

– Você tem razão.– desviou o olhar- Bem... não sei exatamente como te dizer isso, mas eu... eu... preciso de um tempo.

– Tempo? O que está querendo dizer? - Paulina tocou o queixo de Carlos Daniel, forçando-o a olhá-la

– Não posso explicar bem, mas estou um pouco confuso.

– Confuso com seus sentimentos? Você não me ama mais, é isso? - o choro já era inevitável para ela

– Não é isso! – respondeu rapidamente- Eu só... preciso arejar a cabeça, vou te dar dinheiro suficiente para que se hospede no melhor hotel da cidade enquanto isso, depois conversaremos.

– Acha que eu sou um objeto que você pode usar e largar quando te der vontade? - Paulina levantou-se, incrédula- Não precisa de tudo isso para dizer que não quer mais nada comigo. Hoje mesmo vou embora dessa casa, e não quero nenhum dinheiro seu. Quando puder, volto para buscar a Carolina.

Paulina saiu daquele escritório feito um furacão.

– Me perdoa meu amor, mas tudo isso vai valer a pena! - disse para si mesmo quando ela saiu

Carlos Daniel pegou seu celular e rapidamente discou um número.

– Alô, Célia? Sou eu, Carlos Daniel. Já cumpri a minha parte, agora faça a sua! – disse rapidamente

– Está nervoso? – riu do outro lado da linha- Calma, vai dar tudo certo! Já está tudo nos conformes!

– Como não estaria nervoso? Não suporto a ideia de pensar que a Paulina está sofrendo, ainda não sei como tive coragem de dizer isso a ela! - disse enquanto andava de um lado para outro

– Vai ser por pouco tempo, além disso a ideia foi sua!

– Eu sei, mas quase me arrependi ao vê-la tão triste.

– Relaxa, e agora deixa tudo comigo! - argumentou, desligando logo após

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Paulina foi correndo até o quarto de hóspedes, pegou uma mala e jogou algumas roupas dentro. Ela soluçava em meio ao choro descontrolado. Como ele podia ter esquecido todos os momentos que passaram juntos? Essa era apenas uma entre tantas perguntas que se passavam na cabeça de Paulina.

Enquanto fechava a mala, seu celular tocou. Olhou no visor e percebeu que era Célia.

– Célia, que bom que ligou, pode vir me buscar? - pediu com voz fraca em meio às lágrimas

– Claro amiga, não se preocupe que já estou indo. Ah, tenho uma novidade pra você! - disse misteriosa

Paulina nem ao menos prestou atenção na última frase da amiga. Desligou o telefone, pegou sua mala e desceu sem se despedir de ninguém. Pediu a um dos empregados que abrisse o portão, sem maiores explicações. Não demorou muito e Célia chegou para buscá-la.

Durante o caminho, Paulina contou a Célia o que havia acontecido, e a mesma fingiu não saber de nada. Depois de ouvi-la, tratou de animar Paulina com a tal "novidade".

Aos poucos, seu choro foi cessando, mas o peso das palavras de Carlos Daniel ainda caía sobre seus ombros.

Assim que chegaram na casa de Célia, Paulina percebeu que lá havia mais alguém além dos empregados. Uma mulher loira, de olhos castanhos e estatura baixa chamou sua atenção.

– Paulina, essa é minha amiga Larissa. - apresentou Célia

Ambas se cumprimentaram.

– Larissa é uma grande amiga. É fotógrafa, e disso se trata a novidade que eu tinha comentado. - disse Célia, enquanto as três sentavam-se em um sofá

– Ainda não entendi. Sejam diretas. - pediu

– É que eu preciso fazer um editorial de fotos para uma revista no sábado, mas a modelo furou e não consegui encontrar ninguém. Então a Célia me falou sobre você. - falou Larissa

– Eu? Mas eu nunca fui modelo nem nada parecido! Além disso, estou grávida. Me desculpe, mas não posso aceitar!

– Pense melhor, o editorial é sobre casamento e você ficaria perfeita vestida de noiva. A sua gravidez será um charme a mais para as fotos. - respondeu animada

– Não sei se me sentiria a vontade, na verdade nunca gostei muito de ser fotografada. Acho que eu não sou a modelo que você busca. - Paulina foi sincera

– Larissa, nos dá licença um minuto? - pediu Célia

– Claro!– respondeu

Célia chamou Paulina até a cozinha.

– Célia, que maluquice é essa? Por que foi falar de mim para essa fotógrafa? Sabe que nunca gostei dessas coisas, e com tudo que aconteceu, tenho menos clima ainda! - comentou Paulina

– Esquece por um momento o Carlos Daniel, tenho certeza que vocês vão se acertar. Por favor Paulina, aceite! - insistiu

– Não! - rebateu, decidida

– Você não disse um dia que queria me pagar por ter te ajudado? Pois então! Me pague aceitando esse ensaio fotográfico!

– Isso é golpe baixo, sabia? - disse rindo, só mesmo a empolgação de Célia para fazê-la rir quando estava tão abalada

– Sabia que ia conseguir te convencer! - riu também

– Ai Célia, está bem! Eu aceito!

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Os dias seguintes passaram lentamente, tanto para Paulina quanto para Carlos Daniel. Ela estava mergulhada em uma enorme angústia, esforçando-se, em vão, para entender como as coisas tinham mudado de maneira tão drástica.

Ele contava até os milésimos de segundo para rever a amada, e mais de uma vez esteve a ponto de desistir de tudo só para acabar com o sofrimento dela, mas ligava para Célia e esta o tranquilizava.

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6 dias depois:

Sábado a tarde. Paulina já estava no estúdio de Larissa, preparando-se para as fotos, ainda que sem animação alguma para tal. Célia havia dito que surgira uma audiência de emergência com um cliente -afinal não podia deixar de lado sua profissão- , e portanto não pôde acompanhá-la.

Depois de ter sido devidamente penteada e maquiada, Paulina foi guiada por Larissa até um camarim, onde encontrou um belo e elegante vestido de noiva a sua espera, acompanhado por um par de sapatos e um par de brincos.

– Vou te deixar sozinha, caso precisar de ajuda para vestir-se, pode me chamar. - afirmou Larissa

– Está bem. - respondeu

Paulina vestiu-se sem maiores dificuldades. Não podia negar que o vestido era lindo, mas mesmo que tentasse, não conseguia sentir-se feliz com essa sessão de fotos.

No entanto, assim que terminou de calçar os sapatos, a visão que teve ao olhar-se em um enorme espelho que ali havia, foi deslumbrante: O vestido branco tinha um corpete tomara que caia drapeado, valorizando seus seios e também seu ventre pouco saliente pela gravidez. O colo de tule branco, bordado com cristais, complementava perfeitamente. A saia não tinha bordados, mas era confeccionada com sobreposição de tecido na mesma cor, formando um lindo volume. No cabelo, um coque perfeitamente alinhado. E por fim, a maquiagem em tons de prata chamava a atenção para os belos olhos verdes de Paulina, harmonizando o conjunto.

Vestido

Foi naquele momento que Paulina percebeu que estava vestida como sempre havia sonhado estar no dia de seu casamento.

Por um instante enquanto admirava-se, pensou como seria se de fato estivesse prestes a se casar, e foi então que deixou uma lágrima escapar ao dar-se conta do quão longe estava esse sonho de se tornar realidade.

– Está pronta? - batidas na porta tiraram Paulina de seus devaneios

– Sim. - respondeu enquanto secava a lágrima teimosa e logo ia até a porta

– Nossa, você está incrível! - exclamou Larissa ao vê-la

Paulina esboçou um sorriso tímido em resposta.

– Vamos, quanto antes chegarmos, mais tempo teremos para tirar as fotos.– disse Larissa enquanto a puxava pela mão

– As fotos não serão aqui no seu estúdio? – perguntou intrigada

– Bem... não. Pensei que Célia havia comentado isso com você.

– Não, ela não me disse nada. Mas se não vai ser aqui, onde então?

– Logo você saberá, menos curiosidade e mais trabalho! - disse divertida enquanto iam até o carro

Mesmo achando estranho, Paulina acompanhou-a.

– A partir daqui, é tudo surpresa! - disse Larissa com uma venda em mãos, ao chegarem até o veículo– Vou tapar seus olhos!

– Que brincadeira é essa? Pra onde está me levando? - perguntou já irritada pelo mistério

– Calma Paulina, te garanto que não é nada de mal. Sei que não nos conhecemos muito bem ainda, mas peço um voto de confiança. - disse sorrindo

– Mas eu não entendo... isso é realmente necessário? - retrucou

– Sim Paulina. Logo você vai entender!

Apesar da desconfiança, Paulina aceitou que seus olhos fossem vendados. Durante todo o caminho ficou apreensiva, seu coração batia acelerado e suas mãos suavam. Ela achava que fosse nervosismo pelo desconhecido, mas o que não sabia era que algo muito maior do que ela pudesse imaginar estava prestes a acontecer.

Depois de aproximadamente meia hora, Paulina percebeu que o carro lentamente parou de se movimentar e deduziu que haviam chegado. Não demorou muito e Larissa abriu a porta para que ela descesse.

– Até que enfim chegamos. - disse Paulina, mas quando fez menção de tirar a venda, Larissa a impediu

– Ainda não! – afirmou- Falta pouco Paulina, só mais um pouquinho. - disse enquanto a pegava pela mão

Assim que desceram do carro, o único som ouvido era o dos passos de Paulina e Larissa. Andaram poucos metros e Larissa orientou-a para que ficasse parada onde estava, e Paulina assentiu.

Em uma fração de segundo, desamarrou o pano que cobria os olhos de Paulina, e foi então que seus olhos finalmente viram onde estavam.

– Meu Deus! - foram as únicas duas palavras que Paulina pôde pronunciar enquanto tentava assimilar o que acontecia ali

Paulina estava em uma igreja, perfeitamente decorada e lotada de convidados. Se antes seu coração estava acelerado, agora batia em um ritmo que até então ela desconhecia. Ficou boquiaberta admirando todos os detalhes, sem saber o que fazer ou dizer enquanto todos os olhares estavam voltados a ela. Toda a família Bracho, Célia e até mesmo Filó estavam lá, sorrindo enquanto observavam sua expressão de espanto.

Foi então que uma voz vinda diretamente do altar a fez sair de seu transe.

" - Amar é sublime, o amor é uma semente que floresce no coração de cada um de nós, e cada um escolhe se vai regar ou não.

Assim começou nosso amor, tão inesperado e ao mesmo tempo tão desconhecido para duas crianças que mal entendiam o significado desse sentimento."

Paulina direcionou sua visão para o altar e lá estava ele: Carlos Daniel. Com um microfone em mãos, ele pronunciava cada palavra com um enorme sorriso no rosto.

"- Com a doçura de uma criança e força de um adulto, ele floresceu. E mesmos distantes, regamos esse amor minuto a minuto, dia a dia, ano a ano em nossos corações, tornando-o indestrutível."

Ela ainda não acreditava que tudo aquilo estava realmente acontecendo e que era mais do que um sonho do qual logo ela despertaria. Mas sim, era real.

Lágrimas tomavam conta de face, embaçando sua visão, mas Paulina ouvia cada palavra atentamente, tentando eternizar em sua cabeça e seu coração até o menor detalhe daquele momento único.

"- Paulina, minha Paulina. Parece inacreditável que tenhamos chegado até aqui, os imprevistos e surpresas da vida tantas vezes jogaram com a gente... mas cá estamos, esquecendo todos os imprevistos e deixando que só as boas surpresas se façam presente. Como esta, que espero tornar a melhor de nossas vidas.

Saiba que tudo o que preparei hoje é apenas a concretização daquilo que para mim já era certeza há muito tempo: Quero que seja minha amiga, minha companheira, minha esposa. Para o resto dos nossos dias.

Te amo."

Agora as coisas começavam a fazer sentido para Paulina. A forma como ele a tinha tratado, o pedido de tempo... tudo era parte de um plano. Foi então que Paulina sentiu-se a mulher mais feliz do mundo, pois mais do que nunca estava segura de que Carlos Daniel era o homem perfeito.

Assim que Carlos Daniel, emocionado, concluiu sua fala, a marcha nupcial soou. Então, acompanhada por Rodrigo, Paulina desfilou pelo longo tapete vermelho de encontro ao seu amado.

Quando seus olhares finalmente se encontraram, o brilho que antes já estava presente em suas íris intensificou-se ainda mais. Ajoelharam-se no altar, mas nem ao menos prestaram atenção nas palavras ditas pelo padre.

Para eles, apenas uma coisa era suficiente: O amor que sentiam um pelo outro, que fora reafirmado naquele dia, diante de Deus e todos seus entes queridos, selando uma união eterna.

===================4 meses depois ===================

Depois daquele dia, Carlos Daniel e Paulina nunca mais se separaram ou ao menos brigaram. O casal estava radiante e ambos estavam ansiosos pela chegada de Gabriel, que mesmo ainda estando no ventre da mãe, já era muito amado.

Paola foi condenada a 16 anos de prisão, mas estava verdadeiramente arrependida e graças ao apoio de Marco, com quem havia começado uma relação, estava se tornando uma pessoa melhor. Quando possível, Paulina a visitava. As duas tinham um relacionamento muito bom, ainda que nem Paulina nem Carlos Daniel pudessem esquecer do mal que lhes foi feito.

Paulina e Carlos Daniel, juntamente com as crianças, estavam passando férias em Cancun, na casa que haviam comprado em frente ao mar.

Em um dia qualquer, ela despertou e percebeu que o amado não estava a seu lado. Estranhou, mas assim que olhou para o criado-mudo ao lado da cama, encontrou um bilhete deixado por ele.

"Amor, estou na praia com as crianças. Espero que não se incomode, mas você estava dormindo tão serena que não quis te acordar. Descanse. Beijos, Carlos Daniel."

Paulina levantou-se, e da janela do quarto, pôde avistar Carlos Daniel jogando futebol com Carlinhos, enquanto Filó brincava com Lizete e Carolina. Ao vê-los tão contentes, sorriu realizada.

Logo, vestiu seu biquíni com um vestido solto por cima e desceu. Ao percebê-los distraídos, Paulina decidiu caminhar um pouco, molhando os pés no mar.

– Aiii! - exclamou ao sentir que uma bola de futebol havia batido em suas pernas

Paulina sorriu ao ver quem tinha a atingido.

– Me desculpe senhorita, foi sem querer! - disse Carlos Daniel, brincalhão

Ambos recordaram imediatamente o momento em que suas vidas mudaram para sempre, naquela mesma praia.

– Não foi nada. Eu me chamo Paulina, e você? - disse ela, entrando na brincadeira

– Prazer, Carlos Daniel!

– Nunca tinha te visto antes...gostaria de ser meu amigo? - disse rindo

Carlos Daniel aproximou-se mais da amada, depositou suas mãos na cintura dela e roçou seus narizes.

– Claro que sim! - riu também

Essas foram as últimas palavras ditas por ele antes de colar seus lábios aos de Paulina, iniciando um beijo lento e apaixonado, que proporcionava a ambos sensações inigualáveis, apenas possíveis de serem sentidas com a força do amor.

"A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos."

Charles Chaplin

Fim!


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Notas finais do capítulo

Curtiram?

Gostaria que todas que leram esse capítulo, comentem algo. Sobre a história em geral, o que mais gostaram nesse fim... qualquer coisa. Quero saber a opinião de vocês, pra quem sabe melhorar em uma próxima.

Beijos!!