Imprevistos E Surpresas Da Vida escrita por Liz


Capítulo 5
Relembrando momentos


Notas iniciais do capítulo

Aqui está a história da Paulina e do Carlos Daniel, espero que gostem!



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Como era possível que Paulina estivesse na frente daquele que pensou que nunca mais veria? Lembranças vinham à sua mente como um furacão.
----------------------------------------Flashback:--------------------------------------------
                  15 anos atrás:

Era de manhã. Paulina andava calmamente sozinha na praia, molhando os pés no mar. Quase não tinha amigos, e como era época de férias, os poucos que tinha estavam viajando. Por morar perto, sua mãe havia lhe dado permissão para passear por ali.

- Aiii! - Disse ela, ao ser atingida nas pernas por uma bola de futebol.

- Me desculpe, foi sem querer - disse um menino de estatura média, de cabelos e olhos castanhos, enquanto pegava a bola.

Ainda no primeiro encontro de olhares dos dois, um brilho diferente surgiu, iluminando os rostos de ambos.

- Não foi nada. Eu me chamo Paulina, e você? (sorrindo)

- Carlos Daniel. (sorrindo também)

- Você é daqui? nunca tinha te visto antes

- Não, sou da capital, vim apenas passar as férias aqui com a minha família.

- E vai ficar quantos dias? Eu quase não tenho ninguém da minha idade pra brincar... gostaria de ser meu amigo?

- Vou ficar duas semanas, e gostaria sim!

A conversa seguiu por algum tempo, até que Paulina ouve um chamado de sua mãe. Era hora de voltar pra casa.

- Sabe Paulina, adorei te conhecer! Amanhã posso te ver de novo? - disse Carlos Daniel, animado com a ideia.

- Claro, vou pedir permissão pra minha mãe e amanhã nesse mesmo horário virei aqui. (despedindo-se de CD com um abraço)

Dias se passaram, e sempre no mesmo horário Paulina e Carlos Daniel se encontravam na praia para conversar, brincar... Sempre se divertiam muito, e com certeza nascera ali um sentimento maior do que amizade, ainda que parecesse impossível, pois eram apenas crianças.

Era véspera do aniversário de Paulina, quando completaria 7 anos. Ia acontecer uma festinha, e ela mais do que contente foi ao local de costume para convidar Carlos Daniel. Mas antes que pudesse fazer isso...

CD: Paulina, tenho que te contar uma coisa (com uma cara triste)

Paulina: O que é?

CD: Amanhã eu volto pra capital, teremos que nos despedir (com os olhos marejados )

Paulina: Mas já? E... não nos veremos mais? (toda sua animação com a festa de aniversário tinha ido pelo ralo, lágrimas começaram a cair de seus olhos)

CD: Eu... não sei

Paulina: Eu estava tão feliz, vim aqui pra te convidar para o meu aniversário que vai ser amanhã, sem você não vai ser a mesma coisa.

CD: Gostaria muito de ficar, mas infelizmente o vôo será de manhã, então não vou poder.

Paulina: Então isso é uma despedida?

CD: Acho que é sim.

Os dois se abraçaram chorando. Quando se separaram do abraço, Carlos Daniel deu um beijo no rosto de Paulina, que sorriu envergonhada. Assim, ambos se despediram.

No outro dia, Paulina ficou todo o tempo cabisbaixa. Sentia como se uma parte sua faltasse, e não entendia bem seus sentimentos. Ainda não sabia bem o significado de "Amor", mas sabia que algo diferente acontecia com ela sempre que estava perto daquele amigo da praia.

Nem mesmo quando chegou a hora de sua festa, ela se animou. Tentava sorrir, mas isso havia se tornado difícil. Até que em um momento, quando olhou pra porta com esperança de vê-lo, seu desejo se cumpriu. Ali estava Carlos Daniel, que a chamou para fora. Paulina inventou uma desculpa para sua mãe, disse que não demoraria, e saiu por um instante.

- Vem comigo! - Disse CD

- Está bem, mas pra onde? Eu disse pra minha mãe que não demoraria - respondeu Paulina

- Já vai saber! não se preocupe (à puxando)

Caminharam alguns metros e chegaram em uma pequena cabana. Nela, havia algumas pétalas de flores no chão, e duas almofadas.

- Senta aqui! - disse CD, sentando-se em uma das almofadas e esperando que Paulina se sentasse na outra.

- Você que colocou essas coisas nessa cabana? - perguntou Paulina, impressionada

- Sim, encontrei ela hoje mais cedo e tive essa ideia.

- Espera aí, você não ia viajar hoje cedo?

- Ia, mas meus pais adiaram o vôo pra hoje a noite.

- Que bom! Agora me diz pra que me trouxe aqui, fiquei muito curiosa.

- Bom... (demonstrando um pouco de nervosismo) te trouxe aqui porque quero te dar seu presente de aniversário, e te perguntar uma coisa.

- Perguntar o quê?

- Antes, seu presente (disse enquanto pegava uma caixinha do bolso)

Paulina abriu a caixinha e ficou encantada. Era uma pulseira com um pingente de coração, que Carlos Daniel tinha comprado com sua mesada.

- Obrigada, de verdade! - disse ela, com um enorme sorriso no rosto e os olhos brilhando.

- Olhe, tem as minhas iniciais gravadas nela! E como também queria ter uma lembrança sua, para mim eu comprei um chaveiro e pedi pra gravarem nele a letra "P" (retirando o chaveiro do outro bolso e mostrando para Paulina).

Paulina estava emocionada, nunca tinha se sentido tão feliz. Mas ainda lhe restava uma dúvida.

- E a pergunta que ia me fazer? (disse ela, com um misto de ansiedade e curiosidade)

- Então, Paulina... desde a primeira vez que eu te vi, senti algo diferente. Não sei explicar bem o que é, mas gosto muito de você! Acho que estou apaixonado! (ficou uns segundos em silêncio, apenas a olhando)... quer se casar comigo?

- Eu também sinto isso, mas... casar? Não temos idade pra isso! - afirmou Paulina

- Calma, eu sei, o que eu quis dizer é: No futuro, quando tivermos idade, você aceita? (nervoso, torcendo por uma resposta positiva)

- Bom, se é assim, sim!

- Então quero que a gente faça um pacto. Assim que eu puder, voltarei pra cá, e vou trocar meu chaveiro e sua pulseira por um par de alianças. Promete que vai me esperar? Promete que vai amar?

- Prometo!

- E eu prometo que não vou falhar com você, prometo que também vou te amar sempre,sempre!

Ficaram um tempo calados, seus olhares já diziam tudo. Florescia ali um amor puro, sincero.
 

- Agora o seu segundo presente, feche os olhos! - disse Carlos Daniel, quebrando o silêncio.

Paulina imediatamente os fechou, sem saber o que estaria por vir.

Carlos Daniel se aproximou e lhe deu um selinho, e como o próprio nome já diz, assim ficaram seladas duas coisas: A promessa que haviam feito e o amor que eles sentiam um pelo outro.

- Feliz Aniversário Paulina! - disse ele, levantando-se e indo em direção à saída.

Era hora dele ir embora, e Paulina percebeu isso. Sabia que não poderia impedí-lo, então apenas se levantou e ficou parada o olhando, tentando evitar pensar que pudesse ser uma despedida definitiva. Lágrimas insistiam em cair dos olhos de ambos.

Depois daquele dia, nunca mais se viram. Todos os anos, principalmente nessa data, suas esperanças de vê-lo novamente parado na porta de sua casa e à chamando só cresciam. Com o fim da infância, veio a adolescência e as expectativas eram as mesmas. Nunca isso aconteceu.

Já na fase adulta, Paulina começara a se desiludir e a entender que nunca mais se encontrariam. Isso até esse preciso instante, em que o destino resolvera colocá-los frente a frente outra vez.
------------------------------------Fim do Flashback------------------------------


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Notas finais do capítulo

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