De Todos Os Loucos No Mundo escrita por Laranja


Capítulo 4
Meus seios viram noticia


Notas iniciais do capítulo

olá genteeeeee!! Mals pela demora, o que faltava mesmo era a criatividade heheheh
Bom, então nesse cap eu apresento mais um personagem e ele também é uma pessoa da minha vida, porém nome e algumas caracteristicas serao mudadas para q só os q souberam oq aconteceu reconheçam-o.
Boa leitura!!



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– Você ficou com ele.

Continuei encarando o travesseiro no meu colo.

– Você realmente ficou com ele.

Não tirei os olhos das listras da fronha do meu travesseiro.

– Por que diabos...?

– Eu sei lá cara, foi coisa do momento, não vai se repetir.

– Não vai se repetir? – Laura tentou imitar minha voz – Não vai se repetir tanto quanto não ia rolar?

Botei o travesseiro no meu lado e a encarei.

– Foi só um beijo!

– Gabriela, só um beijo...

– Por que se importa tanto? – cortei-a – Parece que você ainda gosta dele!

Laura olhou furiosa para mim. Tão furiosa que chegou a dar até um pouco de medo. Mas ela não agiu como eu previa que iria agir, como todas as vezes que a gente brigava. Ela só respirou fundo, contou até dez e me encarou.

– Eu me importo porque sou sua amiga. E eu já te contei que gosto do João. J-o-ã-o. – eu ia cortá-la novamente, mas Laura estava no embalo – Tanto eu, quanto você, ou qualquer outra pessoa que conheça o Marcos sabe o quanto ele é idiota! Ele só quer transar contigo, Gabriela! Aquele garoto só pensa em sexo, em mais nada! E agora que ele desconfia que você é virgem...

– Pera, desconfia?

– ... Aí mesmo que ele não vai descansar até conseguir!

Cocei minha testa, tentando controlar minhas palavras. Eu pensava muito antes de falar, pensava tanto que na maioria das vezes desistia de falar o que eu queria me tornando uma pessoa que conversa pela mente. Às vezes eu me pegava respondendo a pessoa pela mente, e a encarando como se ela tivesse escutado o que eu pensei e tivesse a obrigação de me responder.

– Desisto de avisar você – Laura suspirou e deitou-se na cama, mexendo no celular – Nós vamos viajar para Teresópolis no Carnaval, iremos curtir, esquecer esse beijo, vou fazer você e Caio ficarem juntos, talvez resolver meu problema com o João... Okay, ignoremos essa última parte porque a Melissa vai também...

E ela continuou a falar e eu não prestei atenção. Estava perdida nos meus pensamentos, perdida naquela adorável e excitante lembrança dos lábios carnudos se mexendo em perfeita sintonia com os meus...

–---------------/----/-----------------

O dia seguinte foi o mais normal possível. E por mais que eu fingisse para mim mesma, Laura estava mais do que certa. Marcos Oliveira estava ignorando minha existência como sempre fez. Laura sorriu ironicamente quando ele passou por mim sem nem olhar para a minha misera pessoa. “Você estava certa” foi o que eu disse para que ela parasse de sorrir e concordasse com a cabeça.

E nessas horas eu lembrava que ela conhecia Marcos como ninguém, até porque eles se conheciam desde pequenos.

A vista da janela da minha sala de aula parecia extremamente interessante enquanto as aulas passavam. O modo como a parede do prédio ao lado era o máximo de liberdade que conseguíamos sonhar durante aquele inferno escolar. Mas não era isso que eu estava pensando durante o dia – e não, não era sobre Marcos -, e sim sobre o como a minha vida era a mais monótona possível. Nada de interessante - talvez o fato de ter beijado o menino mais popular do colégio tivesse quebrado esse tédio chamado de Vida da Gabriela -, tipo, nada de divertido para que eu pudesse contar para os meus filhos sobre a minha adolescência. Nada de bom para eles repetirem, nada de mal para eles não fazerem. Eu era aquele tipo de vida que só fazia figuração enquanto as outras viviam os papeis mais legais no cinema.

Talvez Deus não tivesse tempo de programar uma vida animada para cada alma que era enviada para a Terra – fora os outros planetas existentes no Universo.

Obvio que começou a haver boatos sobre o meu beijo com o Marcos. Eu negava, fingia que era apenas mais um boato, mas quem acreditaria em mim quando se estava relacionado a ele?

– Eu simplesmente não acredito que você tenha beijado ele! – João me acompanhava até em casa, literalmente gritando pela rua.

– Vamos João, agora suba naquele prédio e grite a mesma frase para que todos saibam – resmunguei.

– EU VOU GRITAR MAIS AINDA! – ele parou na minha frente – VOCÊ É IDIOTA OU O QUE?

– Que diabos...?

– Sabe o que o Juca falou? Que o Marcos contou pro Afonso que contou pro Juca que vocês quase transaram, e que os seus peitos são bons de agarrar e...

– O QUE?

–... Que vocês iam transar, mas que você é virgem então ficou com medo de perder com o Marcos, já que aquela parte lá debaixo é grande de mais para alguém que seja virgem...

Puta que pariu.

–... E que você gritaria de dor, e que o Oliveira só ficava imaginando vocês transando enquanto faziam o trabalho. Sabia que ele já bateu uma punheta pensando em você? Ele é um...

– Para, chega – meus olhos estavam pressionados, como se eu pudesse conseguir fechá-los tanto que pudesse desmaiar e acordar e tudo aquilo não passasse de mais um sonho. João devia estar olhando para mim, como algumas outras pessoas que eu tinha a sensação de que passavam pela gente.

– Antes que você me bata, só estou repetindo o que me falaram. – abri os olhos e vi João olhando para mim numa posição já preparado para se defender. Eu apenas balancei a cabeça não acreditando. Dei um tapinha fraco no ombro dele e continuei andando para casa, e os cadarços do meu all star vermelho viraram algo tão bonito quanto um por de sol no campo.

– Ele não tocou nos seus seios, tocou? – João perguntou, quando virávamos a esquina da minha rua.

– Não. A única verdade aí foi que nós nos beijamos. – falei.

João pareceu aliviado e não fez mais nenhuma pergunta relacionada ao Marcos. Nós nos despedimos, ele entrando no prédio 223 e eu no 225. Passei correndo pela portaria, agradecendo pelo porteiro não estar lá no momento para que eu não tivesse que dar um sorriso falso. Apertei o número quatro quando cheguei no elevador, rezando para que nenhum vizinho irritante aparecesse.

Foi como um sonho. Eu me assistia fazendo as coisas. Assistia-me abrindo a porta correndo, trancando-a, ignorando o olhar confuso de meu irmão Rafael e de minha mãe, me assistia correndo até meu quarto fechando a porta com uma força que nem achei que teria, trancando a porta e a cortina. E eu fiquei ali, sentada na cama olhando para as fan-arts que eu desenhava e de que tinha tanto orgulho.

Aliás, não era um sonho. Era um pesadelo, e dos piores. Esse foi o pior modo de mudar o tédio que minha vida era que Ele encontrou. Ótimo, a escola toda estava falando sobre experiências sexuais que eu “tinha” feito, enquanto a verdade era que eu continuava sendo a virgenzinha indefesa.

Uma grande bola de merda.

Algum tempo depois minha mãe bateu na minha porta. O cabelo dela estava preso num coque, e ela já vestia a roupa de secretária. O olhar dela era triste, como se soubesse exatamente o motivo de minha irritação.

– Já estou indo trabalhar. – ela disse – Seu irmão vai ficar em casa hoje... O almoço está na geladeira.

Okay.

Mamãe caminhou até a minha escrivaninha olhando para os desenhos.

– Você melhora a cada dia.

Agradeci sem olhar para ela. Mamãe suspirou e depositou um beijo em minha testa. “Qualquer coisa, me ligue” ela disse antes de sair. Por que pais tem essa mania de falar frases que sabem que os filhos nunca irão fazer? Eu não odiava minha mãe, mas não era amiga. Ela era apenas minha doce mãe que trabalhava meio período de tarde e meio período de noite enquanto esperava por um marido que nunca chegara.

A única lembrança que eu tinha do meu pai é de ver ele de costas fazendo a barba e fingindo barbear meu irmão. Eu provavelmente devo ter ficado com ciúmes e o obrigado a fazer o mesmo comigo.

Isso era o máximo do meu pai que eu lembrava logo depois de ele abandonar a gente.

Eu não sentia mais falta. Nem no Dia dos Pais, nem em nada. De quem eu sentia falta mesmo era o meu avô, ele sim era meu pai. Infelizmente ele não estava mais entre nós...

Meu celular apitou, e lá estava Caio dizendo:

maratona hp hj as sete?

E eu respondi dizendo:

Vou levar o uniforme todo.

–-------------/-/-----------------------

Marcos Oliveira só perdia para uma pessoa em questão de idiotice e beleza. O nome dessa pessoa? Arthur Lopes, o meu maravilhoso vizinho. Aliás, irritantemente maravilhoso. Eu o odiava tanto que só de ficar no mesmo ambiente que ele me dava vontade de vomitar.

Então, quando ele tocou a minha campainha eu quase fechei a porta na cara de Arthur.

– Ei, ei. Cadê sua educação? – ele disse, botando o pé na frente para que eu não conseguisse fechar a porta na cara do mesmo.

– Infelizmente ela não aparece para gente idiota.

– Por isso que ela nunca aparece? Vamos supor que eu sou a sua educação – Arthur cruzou os braços, coçou a garganta e começou a imitar a minha voz – Oi, eu sou a educação da Gabriela Vieira, mas eu não apareço muitas vezes porque eu não gosto de gente idiota, então toda vez que eu vou tentar aparecer eu olho para a Gabriela e volto a dormir. Até porque a Gabriela é idiota e nerd, e...

– Você é tão infantil. – resmunguei, batendo a porta no pé dele. Arthur murmurou algum xingamento, mas mesmo assim não tirou o sorriso idiota do rosto.

– Só vim perguntar se você pode me emprestar uma xícara de farinha.

Revirei os olhos e tentei fechar a porta novamente.

– É sério! Eu to tentando fazer um brownie que eu vi na internet, mas eu não tenho farinha. E eu só preciso de uma xícara, então pensei que a linda da minha vizinha poderia parar de ser pão dura e fazer essa doação.

Ele estava me irritando, mas no final o deixei entrar enquanto eu pegava a xícara. Arthur ficou parado me observando fazer isso, o que me incomodou e me fez agilizar aqueles dois minutos enquanto eu procurava a farinha.

– Obrigado – ele disse quando eu entreguei a xícara. – Depois devolvo.

– Seria bom isso.

Arthur sorriu e caminhou até o outro lado do corredor, fechando a porta.

– Ele gosta de você – levei um susto tão grande que demorei um pouco para raciocinar que era apenas Rafael parado de cueca atrás de mim.

– E eu vou casar com o Rupert – disse, passando por ele rapidamente e correndo até meu quarto afim de pegar todas as coisas para a minha maratona Harry Potter.


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Notas finais do capítulo

criticas boas, ruins, construtivas, divertidas,...
Contanto que tenha review!! (se tiver algum erro de ortografia grave me avisem, pois eu posso não ter revisado tão bem)



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