Fight For This Love escrita por Succubus


Capítulo 25
Capítulo 24 - Sacrifícios.


Notas iniciais do capítulo

Nada a declarar. Obrigada a todas que comentaram, e que estão sempre conosco. Nos perdoem pelos dois meses sem absolutamente nenhuma notícia. Esperamos que gostem, está ficando interessante. ♥

PS: Tem momentos baseados no livro.

Succubus



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/404765/chapter/25

Acordei sobressaltada após um pesadelo horrível, em que eu corria pelo ginásio do colégio desesperada com um sentimento muito ruim e um aperto no coração, com meu pijama mesmo e pantufas nas sombras da noite. Com aquela sensação de que alguma coisa havia acontecido, aquele não parecia uma simples sonho ruim, parecia ser bem real.

Minhas mãos apertavam o lençol enrugado com força, eu podia sentir o suor frio em minha pele pálida como a de quem viu um fantasma. Ainda arfando, olhei para o lado em direção as camas das garotas querendo falar com alguém imediatamente, tamanha foi minha surpresa ao olhar e não encontrar ninguém, mesmo nos escuros pude notar as camas vazias, elas estavam desalinhadas de um modo apressado, como se tivessem saído dali tão rapidamente que não se preocuparam em bagunçar de verdade, ou melhor, como se tivessem sido arrancadas delas.

Arregalei os olhos começando a ficar realmente preocupada, afastei alguns fios que desprenderam de meu coque atrás das orelhas e levantei da cama calçando as pantufas, dando alguns passos devagar em direção as camas, observei as cobertas caindo do colchão e um travesseiro jogado no chão. Dei mais alguns passos começando a arfar outra vez notando minha respiração já começar a se alterar. Tentei manter a calma. Não havia nenhuma ligação com meu pesadelo, elas deveriam ter saído apenas com Dudu e algum amigo, era normal isso, eu é que não era muito dessas, por isso não deveriam ter me chamado mesmo.

Alcancei meu celular sobre minha mesa de cabeceira digitando os números pronta para ligar para Agatha, mas antes de realmente realizar a ligação observei, ao que parecia, um papel sobre o travesseiro da cama de Agatha. Desconfiei e me aproximei tentando decidir se era uma coisa boa ou ruim. Peguei o papel e imediatamente cancelei a chamada no iPhone. Derrubei o aparelho sobre o colchão assim como meu corpo despencou sentada sobre ele, encarando aquele bilhete boquiaberta em estado de choque, prendendo a respiração por alguns instantes.

"TODOS QUE VOCÊ AMA VÃO ACABAR MORRENDO DESSE JEITO, É SÓ UMA QUESTÃO DE TEMPO."

VOCÊ SE LEMBRA? AGORA É A VEZ DAS SUAS AMIGAS.

VENHA NOS VISITAR NO GINÁSIO, ANJO.

Engasguei com a própria saliva, amassando o papel entre meus dedos raivosa, sentindo meus olhos enchendo-se de lágrimas. Soltei um soluço sentindo todo o peso da culpa, não podia ser verdade, se acontecesse alguma coisa á elas por minha causa eu jamais me perdoaria. Tudo isso era minha culpa. Engasguei outra vez ao tentar engolir em seco, primeiro Dorotha e agora minhas duas melhores amigas... Não!... Não pode ser. Não vai ser! Eu não vou permitir.

Me levantei desesperada dando alguns passos atordoada passando as mãos nos cabelos, em seguida limpando o rosto e fungando tentando conter o choro. Era hora de agir. Peguei o iPhone depressa, chegando a errar algumas vezes na tentativa de digitar os números corretos na tela, um pouco por minha visão turva e ainda mais pelo estado nervoso em que minhas mãos assim como meu corpo tremiam constantemente.

— Patch! — gritei quando ele finalmente atendeu após alguns minutos que para mim pareceram uma eternidade.

— Hm?... — ouvi seu murmurio sonolento quando atendeu o maldito celular.

— Patch... Eu preciso... Me ajude! — me atrapalhei nas palavras desnorteada. Apoiando a mão na testa dando alguns passos, ensandecida pelo quarto.

— Hm?... — murmurou parecendo ser dominado pelo sono, seguido de um bocejo.

— Patch!! — falei alto ficando furiosa, me responda direito! — Acorda!

— O que... Houve? — perguntou após outro bocejo como se estivesse fazendo um esforço para acordar.

— O perseguidor ele... Está atacando de novo... Ele pegou as meninas! Ele vai matá-las! Eu... Socorro! — o bombardeei com minhas palavras enlouquecidas.

— O quê? — Patch perguntou parecendo finalmente perceber a gravidade do problema. — Fique onde está, estou indo para aí. — alertou-me com tom mais preocupado. — E Ashley... Não saia daí. — ordenou como se fosse algo imprescindível.

— Elas estão no ginásio! Patch, por favor, salve-as. — implorei caindo de joelhos não contendo mais as lágrimas.

— Onde você está? — ele perguntou como se já estivesse preparando-se para vir. — Calma, estou chegando aí logo, não se preocupe, vamos salva-las. Eu prometo.

— No quarto... — solucei entre as fungadas para recuperar o ar.

— Fique aí, estou chegando. — garantiu antes de desligar com certa pressa o que de certa forma era um alívio.

Joguei o iPhone em algum tentando me controlar para continuar no quarto e fazer o que Patch havia mandado, mas era praticamente impossível, principalmente com as imagens de Dorotha vindo em minha mente, me lembrando em como eu não havia feito nada para ajuda-la. Ficar parada naquela situação não ajudou em nada, pelo contrário só piorou as coisas. Ele quer a mim, não a elas, enquanto eu me escondo pessoas morrem no meu lugar, enquanto fico parada esperando realmente quem eu amo se machuca. E se continuasse assim, não sei o que será das garotas e está claro que não vai parar por ai, se eu não agir então o próximo será quem? Meu pai? Não! Eu não podia continuar por trás permitindo isso, estava na hora de agir.

Me ergui do chão recuperando as forças e tentando conter o choro, tomei coragem e fôlego, então cerrei as mãos em punho sentindo o cravar das unhas em minha pele, puxei o cardigã da cadeira e sai vestindo-o enquanto corria porta a fora do quarto pelos corredores do colégio. Movendo-me tão rapidamente quanto podia na iluminação fraca, fui seguindo o caminho entre corredores e curvas até encontrar a escada estreita que dava acesso para as portas duplas do ginásio. Desci de dois em dois degraus até trombar contra a porta e a empurrei.

Adentrei ao local olhando freneticamente ao redor procurando um sinal de minhas amigas, tentando recuperar o fôlego.

— Agatha! Renata! — gritei desesperada varrendo os olhos descontrolados pelo local, adentrando em meio a quadra lançando o olhar as arquibancadas, as curvas para o corredor do vestiário e mesmo a cabine sobre o auditório próximo a parte superior do saguão.

O som de um gemido fez chamar minha atenção para cima, aquela era uma voz conhecida, com certeza eram as meninas. Ergui o olhar inclinando o pescoço para trás visualizando as silhuetas de Agatha e Renata suspensas por uma corda amarradas de costas uma para outra, pendendo do teto a uma altura assustadoramente imensa, eu não queria imaginar o que seria se aquela corda não aguentasse e as duas despencassem dali. Com sorte elas entrariam em coma.

— Aí meu Deus... — sussurrei chocada cobrindo a boca com as mãos, sentindo mais lágrimas inundarem o meu rosto enquanto eu contive um grito desesperada.

Olhei novamente em volta atordoada até que vi perfurada numa parede acima das arquibancadas uma escada de ferro. Ela alcançava a grade de vigas no alto do ginásio. Na ponta mais distante das vigas, na parede oposta, quase diretamente acima de onde eu estava, as meninas se encontravam penduradas. Se eu conseguisse chegar até lá, eu conseguiria escalar e liberta-las. Corri em direção a escada colocando meu pé direito no primeiro degrau me suspendendo, escalando um degrau e então outro.

Quando alcancei a superfície da plataforma por fim, sentindo minha respiração oscilar, com meu coração batendo descompensado, além das dores musculares quando sentia meus músculos latejando após tamanho esforço que fiz para subir depressa as escadas, ainda assim tive uma surpresa nada agradável ao alcançar o topo e dar de cara com a ultima pessoa que eu esperava ver hoje e aqui.

— Debrah?! — perguntei surpresa ainda com a sensação de adrenalina após tudo o que vinha acontecendo.

— Olá Ashley. — cumprimentou-me normalmente minha ex psicóloga anjo da morte e ex namorada de Patch. — Por essa sua expressão, vejo que já sabe sobre mim.

— O que você está fazendo aqui? — quis saber a encarando com a expressão fechada.

— Ah, só brincando com as minhas novas amigas. — ela sorriu debochada e cruel gesticulando as sobrancelhas em direção a Renata e Agatha suspensas no teto.

— O que... — arregalei os olhos surpresa, era Debrah o tempo todo que estava me perseguindo? — Por que você está fazendo isso?

— Tédio, muito tempo na terra, anjo da morte, etc. — ironizou naquele tom de provocação, apoiando as mãos nos bolsos traseiros dos jeans ainda mantendo-se na minha frente, bloqueando minha passagem.

— Você é louca?! — quis saber arqueando uma sobrancelha incrédula. — O que pretende com tudo isso?

— Eu prefiro o termo: determinada. — corrigiu, observando-me como se tentasse desvendar meus pensamentos.— Ah, só tirar uma pequena peça loira do meu caminho. — ela sorriu como se isso relembrasse alguma coisa. — Você está fazendo as perguntas erradas, querida. Tente de novo.

— Oh, fico feliz em saber que estou estragando os seus planos. — disparei a olhando com desdém. — O que é que você quer?

— Ah, não vai ficar tão feliz depois de eu acabar com você. — garantiu com ar sombrio intimidador ainda me analisando cuidadosamente. — Você sabe o que eu quero, a questão é o que você ainda não sabe.

— Estou esperando. — eu não sabia de onde havia surgido aquela confiança absurda, só que estava com raiva, muita raiva. — E o que seria?

Ela soltou uma curta risada, como se eu a divertisse.

— Tudo. — afirmou com um sorriso que logo desapareceu assim que ela começou a parecer pensativa. — Acha mesmo que sabe tudo sobre ele? Você não pensou Ash? Viu o que ele queria que visse. Sabe o que ele quer que saiba. Você acha que está no controle, mas nunca esteve, e nem eu... — houve um suspiro e uma breve pausa em sua fala. — É sempre assim com ele. Patch sabe melhor que ninguém manipular tudo a favor de si. É por ele que estamos aqui hoje. E eu nem sei se não é exatamente isso que ele quer...

— Você está me dizendo que matou minha empregada por causa do Patch?! — quis saber chocada fervendo em ódio. — Qual é o seu problema?! Vá atingir ele e não a mim!

— Não, eu matei sua empregada porque você é uma vaca. E porque foi divertido. — disse simplesmente como se fosse a coisa mais normal do mundo, me encarando com uma expressão insana, como se tentasse reforçar seu argumento. — Ah você não entendeu mesmo! Não há como atingi-lo. Com Patch você nunca sabe, tudo sempre acaba como ele quer. Acontece como ele quer. Não há o que fazer. Eu só posso tentar atingir você que, por alguma razão, parece estar nos planos dele, que seja lá quais forem, eu vou fazer de tudo para destruir!

Debrah deu alguns passos em minha direção, com uma expressão pensativa.

— Pensando bem eu estou te fazendo um favor. Porque acredite, seja lá quais forem os planos dele para você, não vai ser nada bom.

— Você é doente! — murmurei sentindo toda a dor pela morte de Dorotha vir á tona, ela morreu por nada! — Como se você não soubesse quais são os planos, não é mesmo Debrah?!

— Obrigada. — ela sorriu como se fosse um grande elogio, ou apenas meu sofrimento a enter tesse. — Acha que se eu soubesse estaria conversando com você? Você então já deve saber que eu dei o seu nome para ele? Bom, acha que ele não sabia de você antes? Ele só queria saber quem ia mata-la, não que você já não estivesse condenada por ele antes disso. Foi só como uma confirmação. — ela me sorriu como se compartilhássemos um segredo. — Patch é bom em seduzir para conseguir o que quer, mas isso eu não preciso te dizer.

— Porque você simplesmente não chega direto ao ponto? — perguntei de saco cheio, essa mulher é maluca, mas não poderia negar que o que ela dizia sobre Patch me causava duvidas e questionamentos sobre suas reais intenções comigo.

— O ponto em que você é um sacrifício para um ritual idiota? — então me encarou com um sorriso surpreso e satisfeito, como se finalmente percebesse a verdade. — Então você não sabe que a sua descendência vem de Nefilins?! E que o seu sacrifício transformaria Patch em humano?

— Do que é que você está falando? Nefilim? Que porra é essa?! — era como se minha mente desse voltas, que droga era aquela? Por que eu nunca sabia de nada no fim? — Então se você me matar Patch vira um humano?

— Ai.Meu.Deus. — seu sorriso realmente ficou enorme como se ela recebesse a notícia do ano, juntando as mãos em uma gargalhada. — Ele te manipulou direitinho e nem teve que te contar nada! Ele não falou nem do seu paizinho? O maior perigo que mora juntinho de você? É, estou vendo que ele se importa mesmo hein, estou achando que você tem razão, ele está apaixonado por você! — soltou uma risadinha se regozijando em me debochar, prestando a atenção em minha ultima pergunta. — Não bobinha, é por isso que é um sacrifício. Não pode ser cobrado, você tem que fazer. Por isso ele tentou e conseguiu faze-la se apaixonar por ele... Agora tudo faz sentido!

Ouvi passos pesados ecoarem no chão lá embaixo rápidos, eu conhecia aquele caminhar, era Patch. Desviei o olhar naquela direção, prestando a atenção quando ele parou bruscamente surpreso e preocupado ao ver a cena entre mim e Debrah.

— Debrah? — perguntou ele com uma expressão alarmada. — Afaste-se dela!

— O que meu pai tem a ver com tudo isso? O que... Você... — comecei a ficar tonta, do que ela estava falando?! Dei alguns passos para trás apertando minhas tempôras com as mãos, aquilo era ridículo e impossível. — Por que ele iria querer virar humano?! — o olhei mais alguns instantes parado lá embaixo e então voltei a atenção para o anjo em minha frente.

— Ah Patch, oi! Que bom que chegou, junte-se a festa! — o cumprimentou a loira com um ar cordial tão falso que chegava a ser aterrorizante. Ela me olhou outra vez admirada com a minha ignorância. — Por que não conta para ela Patch, quem realmente é Jared Claflin? O que ela é? E por que você quer tanto se tornar uma dessas criaturas desprezíveis? — ela sorriu piscando para mim, me fazendo olhar novamente para Patch. — O que não é mais desprezível para nós que um maldito Nefilim e seus descendentes como o seu paizinho e você!

— Se encostar nela eu juro que te transformo em uma coisa mais desprezível para você do que tudo isso. — ameaçou ele lá embaixo furioso. — E acredite, nada me daria mais prazer do que arrancar essas asas das suas costas e ver você cair.

— Do que é que ela está falando Patch? — o encarei em um misto de desespero e mágoa. Então voltei a atenção novamente a vaca. — Eu não sou nada, só a droga de uma humana!

— Eu estou falando do seu pai ser a droga de um maldito Nefilim que vem manchando a terra a décadas espalhando esse seu sangue podre por aí e ainda proliferando essa espécie imunda a qual você pertence sendo filha dele! — enquanto fazia as acusações aproximava-se de mim lentamente com uma expressão repugnada deixando claro o nojo que ela tinha em cada palavra.

— Eu estou avisando Debrah, é melhor você calar a boca e deixa-la em paz. Ou eu vou... — começou Patch pronto para ameaça-la novamente, irado, antes de ser interrompido.

— Não Patch, nada me daria mais prazer do que estragar os seus planos para essa garota, e para a raça maldita a qual ela pertence. — Debrah despejou desviando a atenção por um momento antes de voltar a mim quase acabando com o espaço entre nós. — Mas veja pelo lado bom, de qualquer jeito ela vai morrer, mas infelizmente você não vai ganhar nada com isso.

— Talvez você tenha razão Debrah, eu vou morrer de qualquer jeito.— a contrariei confiante, sabendo o que deveria fazer. Eu morreria, Patch viraria humano, e Debrah não iria conseguir o que mais desejava: Ter Patch só para si.

Olhei mais uma vez para Patch lá embaixo como se fosse uma despedida silenciosa, sentindo as lágrimas brotarem de meus olhos e então saltei. E tudo o que vi foi o vulto de Debrah tentando me impedir, vendo seu plano acabar diante de seus olhos enquanto eu começava a despencar para o chão, que provavelmente seria uma queda rápida aos olhos de outros mas para mim parecia tão lenta. Lenta o suficiente para eu ter tempo do vislumbre do famoso filme da vida que se passa em sua cabeça na hora da morte, é rápido e silencioso, você só vê os momentos correndo com flashbacks acelerados diante de seus olhos. Desde a infância até a hora fatídica. Mas para mim tornou-se mais demorado os momentos a partir de que conheci Patch. Cada momento com ele valeu á pena, verdade ou não. Pois foram os mais reais de toda minha vida.

De repente fechei os olhos esperando que o impacto da queda não fosse sentido nem a dor, apenas o escuro quente do fim. Tudo para mim havia se tornado silêncio pela expressão de Debrah, quando a vi pela última vez, ela parecia ter gritado, mas eu não ouvi. Os ecos foram se tornando distantes até que despareceram. Até um certo momento. Um som reconfortante se formava no ar próximo a mim, era sereno e tranquilizador. Asas, pensei. Rezei para que não fosse Debrah me salvando, mas como ela era o anjo da morte imaginei que já me levaria com ela, então apenas esperei. Eu estava deslizando através de mim para um lugar escuro e quente.

Meus olhos abriram, visualizando o concreto branco do teto acima de mim. Eu estava de volta ao quarto do colégio. Uma sensação de reafirmação me inundou então me lembrei de onde estive. No ginásio com Debrah, mas eu deveria ter morrido após jogar-me do alto. Um tremor percorreu minha pele.

— Patch... — chamei em um fio de voz rouca.

Tentei sentar meio sem forças, com meu corpo pesado e mole após o desmaio. Patch sentava-se aos pés de minha cama, analisando-me com olhos protetores, como se me vigiasse. Sorriu levemente ao me ver acordar, como se estivesse esperando por isso a um bom tempo.

— Bem-vinda de volta. — brincou com o fato de eu realmente parecer ter morrido. — Como se sente, anjo?

— Estou morta?... — quis saber com sentindo um aperto rápido no peito, temendo a resposta.

— É, lamento dizer que tenho más notícias. — senti um calafrio, mas seu sorriso sarcástico me reconfortou antes a próxima frase. — Seu plano de ser o sacrifício humano não deu muito certo.

— Do que você esta falando Patch? Era para você ser humano e eu estar morta. — soltei confusa o encarando a espera de respostas.

— Você não é um gasparzinho, desculpe. — aquele seu humor até que ajudava a dar uma acalmada nas coisas após toda tensão anterior. — Eu ainda sou eu, e você ainda é o meu anjo da Terra. — garantiu entrelaçando os dedos aos meus. — Tudo está como deveria.

— Explique direito as coisas, Patch! — pedi encarando nossas mãos com desconfianças. — Eu pulei da plataforma, como eu sobrevivi?

— Bom, digamos que o seu anjo da guarda, ou seja eu, não brinca em serviço. — um sorriso sem humor se formou em seu rosto, eu senti um certo pesar naquela declaração.

Abri a boca incrédula, mas não emiti som algum. Em seguida, senti a lágrima quente escapar por minhas pupilas e escorrer por meu rosto.

— Oh meu Deus, Patch... Eu sinto muito... Eu... — sussurrei pesadamente sentindo-me culpada, para então relembrar o óbvio: — Por que você não aceitou o seu sacrifício?

— Eu também. Mas já que terei de passar mais tempo com você, não posso dizer que é uma coisa ruim. — piscou para mim e soltou uma curta risada. — Porque eu percebi que posso perder tudo, menos você. — acariciou meu rosto com sua mão livre olhando-me profundamente nos olhos, trazendo outro vacilo ao meu peito. — Você é a única coisa que importa, anjo.

Senti-me soluçar, apertando a mão que segurava a minha com o resto de minhas forças, me lançando contra seu corpo o abraçando apertado.

— Obrigada... — sussurrei sentindo as lágrimas inundarem meus olhos novamente.

— Disponha... — sussurrou em resposta soltando o ar quente contra meu pescoço ao sorrir, envolvendo minha cintura com seus braços fortes, esmagando-me contra si.

— E Debrah? — quis saber, afastando-o para encara-lo nos olhos, ainda assim me mantendo próxima. — O que aconteceu com as garotas?

— Fugiu. Provavelmente, deve ter ido comunicar as novidades. — desviou os olhos com receio, como se previsse o que está por vir. — Nunca estiveram lá tolinha, foi uma ilusão. — esclareceu, sorrindo irônico finalizando a piada. — Você tem que aprender a ouvir seu anjo da guarda.

— O quê? — questionei entre-abrindo a boca com uma ponta de indignação. — Ela entrou na minha mente? Aquela vaca! — cuspi as palavras sentindo-me queimar em raiva.

— E você foi muito corajosa ao se jogar e frustrar os planos dela. — elogiou ele, deslizando os dedos em meu rosto, mantendo um sorriso. — Essa é a minha garota.

— Eu não deixaria ela se dar bem nessa! — garanti com a expressão fechada e um aceno de cabeça. — Você é um anjo... Sem asas?

— Não mesmo. Essa é a minha Ashley. — confirmou soltando uma risadinha, alternando logo para seu sorriso sarcástico. — Como acha que sobreviveu sem nenhum arranhão, anjo? Você não é tão dura na queda assim.

— Então por que eu não as vejo? — quis saber curvando a sobrancelha desentendida.

— Não pode vê-las. — Patch explicou-me. — São feitas de material espiritual.

— Eu tenho um anjo da guarda. Loucura. — suspirei impressionada, ainda tentando me acostumar com tudo aquilo.

— Não, você tem a mim. — corrigiu com aquele sorriso provocante e piscou. — É muito melhor.

— Eu tenho você? — arqueei a sobrancelha com um sorriso em resposta.

— E eu tenho a tarefa de proteger seu corpo. — disse-me com aquele sorriso safado. — Então, vou ter que me especializar no assunto pois levo esse trabalho muito a sério.

— Ah, eu acho isso ótimo então. — sorri sapeca, de alguma maneira, estava contente com o jeito como tudo terminou.

— E é melhor começarmos agora. — sorriu aproximando-se e me puxando para um beijo desesperado, ao qual retribui segurando-me em seu pescoço, após tudo o que passamos ontem.

Patch segurou firme minha cintura, inclinando o corpo sobre o meu, deitando-nos na cama enquanto me perdia naquele nosso beijo insano e delicioso.

— Ash?... — de repente ouviu-se a voz de Agatha e Renata, junto ao barulho de seus passos no piso, aproximando-se da porta pelo corredor.

— E aí estão elas. — Patch brincou, libertando meu lábio após uma mordida lenta.

— Elas são tão inconvenientes... — murmurei revirando os olhos. Quando eu precisei que elas chegassem as vadias não vieram, agora elas aparecem. Que ótimo!

— Ash? Está acordada?... — Renata ressaltou enquanto as batidas ecoavam na madeira através da porta fechada.

— Estou indo! — reclamei mau-humorada, sem vontade alguma.

— Eu também. — ele concordou sussurrando para mim, dando-me um último beijo em despedida, antes de se aproximar da janela de meu quarto. — Te ligo mais tarde.

— Tudo bem... Até mais... — concordei ainda que desgostosa por ele ter de ir, observando-o.

— Estava morrendo de saudades de fazer isso. — ele sorriu ao observar a janela a fora.

Eu já havia entendido do que ele estava se referindo antes mesmo de que passasse por ela, eu podia sentir a felicidade que teria em recuperar suas asas de volta e poder voar outra vez. Sorri e precisei de um momento para me recuperar para poder abrir a porta para as garotas, pronta a dar-lhes o maior sermão por sumirem sem me avisar e acabarem me colocando nesta situação toda.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Patch nosso salvador anjo da guarda! Gostaram? Que tal hein? As coisas vão começar a acontecer... 10 comentários e voltaremos! ♥

Succubus



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Fight For This Love" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.