Fight For This Love escrita por Succubus


Capítulo 18
Capítulo 17 - Os opostos se atraem.


Notas iniciais do capítulo

Hola! Muito bem, voltamos mais rápido dessa vez, oba! Meta do capítulo concluída e ultrapassada, conseguimos 7 comentários, viram como não é difícil?! Vocês nos fazem felizes, que a gente retribui, sigam comentando, apreciem o capítulo, beijinhos, tchau. ♥

Succubus



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— Como é? — Patch perguntou com um sorriso confuso como se realmente encontrasse alguma graça na pergunta.

— Você entendeu.

— Deveria?! — perguntou irônico arqueando a sobrancelha.

— Nos pouparia tempo. — insinuei dando de ombros e revirando os olhos. Como se ele pudesse me enganar, só estamos perdendo tempo nessa palhaçada.

— Estamos com pressa? — quis saber ele com um sorriso indecente. — Ainda temos quatro tempos, anjo, para você me explicar melhor essa história de Patch, o perseguidor.

— Certo, eu só perguntei se você por um acaso, me seguiu ontem a noite. — esclareci voltando direto ao ponto evitando toda aquela enrolação, afinal, eu não precisava da resposta, pois a minha intuição me garantia que era ele.

— Você não acha que se eu tivesse seguido você eu ia dizer Oi Ashley, estava te seguindo ontem á noite, topa dar uns pegas?

— Ok Patch, já entendi. — desisti percebendo que ele não pretendia me responder nada, com de costume, e que todo esse blá blá blá não levaria a lugar algum.

— Alguém não está de bom-humor hoje. — suspirou Patch aproximando-se mais de minha orelha e pude sentir o seu sorriso ao continuar: — Eu posso dar um jeito nisso depois da aula.

— Ah, jura?! E como você vai fazer isso se nunca está no colégio depois da aula? — ironizei com um sorriso zombeteiro.

— Por você, eu posso abrir uma exceção. — seu sorriso só se fez aumentar em um tom malicioso — Nós nos divertimos bastante da última vez, lembra anjo?

— Nossa, me sinto lisonjeada em saber disso. — revirei os olhos com a expressão cansativa, como se essas cantadas ainda me surpreendessem vindo dele. — E tem como esquecer? Se você fica me lembrando toda a hora.

— Como se você não lembrasse á noite quando vai dormir. — respondeu a sua maneira convencida que eu também já tinha me acostumado, mas agora me causava uma sensação alarmante.

— E o que, o faz achar isso? — finalmente olhei em seus olhos que estavam relativamente próximos a mim, recuei sentindo todo o pavor daquele momento do ataque em que o esquiador olhou profundamente em meus olhos.

— Digamos que eu tenho um bom palpite. — insinuou gesticulando com a cabeça e movendo o dedo em um gesto que pedia para que eu me aproximasse mais, como se ele fosse me contar um segredo, o encarei friamente. — Além do mais, o jeito como o seu olhar cai cada vez que olha para mim, confirma a minha teoria.

— Até parece que... — pigarreei. — Que você não gosta.

Meus pulmões inflaram mas minha respiração trancou, enquanto minha expressão congelava com os olhos arregalados e um sorriso amarelo, senti o sangue ferver em minhas bochechas e tive a certeza que estava corada até a raiz dos cabelos e abismada com o tamanho da sua cara de pau.

— Não foi o que eu disse. — ele sorriu arqueando a sobrancelha e eu senti seu tom de provocação que instantaneamente me fez ter uma vontade irresistível de baixar o olhar, por birra mantive meu olhar fixo ao seu. — Então, o papo perseguição fatal já acabou?

— Imaginei. — me contorci sobre a cadeira como se de repente ficar parada se tornasse impossível, e eu me sentia estranhamente desconfortável evitando olhar em seus olhos como uma nova prioridade. — Isso aqui está mais para um monólogo do que para um papo, porque em um papo as duas pessoas conversam!

— Fica difícil quando eu quero fazer muitas coisas com você, mas conversar não está entre elas. — Patch respondeu me fazendo sentir como se eu estivesse nua com seu olhar intimidador. Estremeci com um frio na barriga, mantendo a postura indiferente.

— E o que está entre elas? — perguntei mantendo a expressão fria mas com uma vontade oculta de saber aquela resposta pois, mesmo que não gostasse, ele despertava o desejo em mim.

— Não seria uma boa ideia falar aqui. — sua voz rouca soou em tom de sussurro e seu sorriso safado se tornou completamente provocante ao mesmo instante. — Mas eu posso te mostrar.

Patch aproximou-se de forma lenta e sedutora de mim, deixando-nos realmente próximos, fiz uma expressão interrogativa com ar confuso tentando desvendar o que ele quis dizer com aquela insinuação e foi então que senti sua mão em meu joelho fazendo com que eu me arrepiasse com a sensação de seu toque em minha pele. Sua mão não parou e continuou a subir deslizando devagar por minha coxa me causando arrepios e sentindo a temperatura subir por mim como se de repente eu estivesse em uma sauna a medida que sua mão subia em minha pele, alcançando a parte interna da perna e deslizando por ela em direção a minha calcinha alcançando enfim seu destino e fazendo meus pulmões inflarem enquanto eu de forma involuntária prendi minha respiração mantendo-me rígida e imóvel arregalando os olhos alarmada. Direcionei meu olhar para ele assustada e sem palavras mantendo-me sem mover sequer um músculo, enquanto Patch ironicamente apenas arqueou a sobrancelha com um sorriso tarado me provocando de forma óbvia e clara.

— Patch.... — comecei em tom de alerta direcionando um olhar de aviso á ele.

— Sim, anjo? — perguntou normalmente como se não estivéssemos na situação em que estávamos em meio a aula!

— Tire sua mão daí! — ordenei fazendo uma expressão carrancuda.

Ao mesmo tempo tranquei as pernas colando minhas coxas uma na outra tentando bloquear sua mão de imediato mas infelizmente, o resultado foi o oposto do desejado. Ao mesmo tempo em que cerrei minhas pernas, a mão de Patch aprofundou-se contra minha vagina, espalmando-se completamente naquela região e era como se o tecido dela não fosse consistente o suficiente para que eu não sentisse o completo impacto do movimento. Involuntariamente senti aquela sensação de êxtase que sem intenção me deixava excitada a ponto de ter que morder meu lábio inferior com o máximo de minha força para conter um gemido que viria em resultado ao estímulo. De imediato desci a mão esquerda a altura de meu quadril segurando o mais depressa que pude sua mão por sobre minha saia do uniforme mantendo-a parada onde estava com a intenção de impedi-lo de mexe-la de maneira alguma.

— Não, Patch! — o lancei um olhar irritado com a expressão de advertência.

— Qual a palavrinha mágica? — perguntou irônico encarando-me desafiador — Quero ver você implorar, anjo.

— Vai se ferrar. — disse entredentes franzindo o nariz e a testa ficando levemente irritada.

— Essas não são as minhas palavrinhas mágicas, peça com jeito. — provocou insistente.

Como uma intimidação senti dois de seus dedos se moverem a altura de meu clitóris sobre a calcinha fazendo com que eu fosse obrigada a fazer uma careta e morder novamente o lábio com ainda mais força para evitar de soltar um gemido extravagante em plena sala de aula.

Patch... — sussurrei com dificuldade entre os dentes e apertando mais as pernas tentando resistir ao impacto daquele estímulo sobre mim.

Minha cabeça instantaneamente e sem que eu pudesse conter desabou sobre o peito dele enquanto eu tentava ritmar minha respiração disfarçadamente, o que era um desafio quase impossível.

— Diga de novo. — senti seu pulmão arquear enquanto ele provavelmente sorria. — Eu adoro quando você diz meu nome.

Patch... — disse entre um gemido contido como uma súplica particular. Ele riu levemente.

— Boa garota. — brincou e senti seu braço volumoso se mover entre minhas pernas em retirada, mas ele não o retirou de imediato. — Tenho a impressão de que não quer realmente me soltar com o modo como está prendendo meu braço entre as suas pernas.

— Ah, cala a boca! — suspirei soltando uma risadinha nervosa e devagar soltei sua mão e abri minhas pernas lentamente libertando seu braço ao fim.

— O que acha de fazermos alguma coisa mais tarde? — sugeriu assim que retirou o braço me permitindo voltar a respirar normalmente aliviada. — Quebrar as regras do colégio, pular a janela, escalar a árvore. Conhece o esquema.

— E eu iria fazer isso de novo por? — perguntei erguendo a cabeça para encara-lo mais uma vez.

— Adoro como você sempre pergunta para mim o que deve fazer, anjo. — ele devolveu quase provocando uma expressão boquiaberta em meu rosto mas eu me contive irrelevante. — E nós sabemos que não importa o que discutiremos, no final nós conhecemos o resultado. — ele piscou.

— O que você está querendo dizer com isso?! — questionei semi-cerrando os olhos e afastando o rosto.

— Que os opostos se atraem e os semelhantes se repelem?! — perguntou ele com um sorriso irônico — E não fui eu quem disse, foi Newton, você sabe é o cara!

— Não, você está insinuando que eu sou fácil e que sempre faço o que você quer! — declarei cruzando os braços com a expressão irritada e um olhar em chamas.

— Estou insinuando que você fica linda escalando aquela árvore. — rebateu mantendo o mesmo sorriso simplório. — É uma visão que merece ser apreciada!

— Você é inacreditável! — declarei revirando os olhos em desistência. — Mas desculpe, não saio com desconhecidos!

— Sorte sua que eu saio. — respondeu-me com um certo charme, e o sinal repentinamente soou fazendo-me pensar em como o tempo havia passado tão rápido que eu sequer percebi. — Pego você ás nove.

Antes que tivesse tempo para uma resposta, ele apenas arqueou o rosto em minha direção dando-me um selinho rápido antes de se erguer da cadeira já apoiando a mochila sobre as costas e se dirigindo a porta da sala de aula assim como todos os outros alunos e eu como sempre me mantive apenas boquiaberta, surpreendida observando enquanto ele se retirava naturalmente.

— FFTL —

Por milagre, estava sozinha no quarto esta noite terminando de me arrumar para sair com Patch. Sim, estava me arrumando para sair com o cara que eu acho que está me perseguindo mas como sempre na hora H, eu não consegui negar, não pude evitar e quando percebi, de repente, já estava preocupada com o que iria usar, em como ficaria e como seria o look perfeito mas principalmente, no que ele iria achar, se ele iria gostar, se iria me achar linda descendo da árvore com esse visual, era inevitável, o poder que ele tinha sobre mim era sobre-humano e é mais forte do que eu, embora quisesse manter distância era impossível, eu não conseguia. Tudo bem, eu estava morrendo de medo, com muitas suspeitas, mas o que poderia fazer? Afinal era o Patch, não conheço suas reais intenções, porém gostaria muito de descobrir e embora todos os meus instintos me mandassem me afastar e ficar longe, só conseguia me aproximar cada vez mais, pois, ele estava certo em uma coisa: eu sempre acabo fazendo o que ele quer.

Fui retirada de meus devaneios com o toque de mensagem de meu iPhone e eu saí finalmente de frente ao espelho e caminhei em direção a minha cama alcançando o aparelho, desbloqueando a tela e jogando-me sobre a cama preguiçosamente apoiando a cabeça sobre a mão pendida pelo cotovelo contra a cama. Observei seu nome na tela, Patch e a respectiva mensagem, abri um sorriso.

Estou aqui na janela, está pronta?

Deixei por breves momentos a mensagem sem resposta, fazendo-o esperar algum tempo antes de responder.

Pronta para o que exatamente? Vai me sequestrar para onde desta vez?

Respondi indiferente, com ar superior como se realmente considerasse irrelevante o fato de sair com ele ou não, como se estivesse mesmo contra minha vontade. Obviamente, eu não estava mas ele não precisava saber.

Pronta para mim e até onde sei para ser sequestro deve ser contra a vontade da pessoa envolvida. Não é o seu caso.

Ele respondeu depressa o que me provocou um sorriso, significava que ele só estava falando comigo naquele momento e que, como eu estava levando algum tempo para responder, eu poderia estar falando com outras pessoas. Levantei em um pulo, soltando o iPhone sobre a penteadeira enquanto retocava a maquiagem rapidamente em frente ao espelho e enviava uma resposta logo em seguida.

Quem foi que disse? Eu fui muito bem persuadida.

Sorri outra vez mas assim que me olhei no espelho para continuar os retoques me encarei sorrindo como uma idiota, tratei de apagar este sorriso besta de meu rosto. Oi Ashley, acorda, esse cara tá perseguindo você, ele quase te matou e você vai ficar aí de sorrizinhos para ele?!, pensei para mim me repreendendo por isto.

Eu conheço seu ponto fraco e posso ser bem convincente.

A resposta chegou em seguida me chamando a realidade outra vez e voltei a dar atenção ao aparelho lendo as palavras na tela e me policiando para evitar mais sorrisos idiotas.

Bem, eu também conheço o seu... Estou descendo.

Respondi mais depressa do que deveria, conferindo o look pronto, a maquiagem, meu cabelo preso em uma trança e a roupa justa, além da saia escolhida propositalmente para descer pela árvore onde com certeza ele estaria me esperando, ou melhor, nas suas palavras, admirando a vista.

Você sabe que é o meu ponto fraco, anjo. Precisa de ajuda aí em cima?

Li a mensagem e desliguei o iPhone deixando-o sobre a cômoda sem a menor intenção de leva-lo comigo, sabia que não haveria ninguém que precisasse realmente atender, então não seria problema deixa-lo. Soltei o aparelho e corri levemente em direção aos meus sapatos vermelhos próximos a cama, os agarrei e me dirigi a janela, Patch estava próximo a árvore encarando a janela e imediatamente fizemos contato visual quando saí na mesma, pude ver seu sorriso enquanto esperava por minha incrível descida da árvore! Atirei os sapatos que caíram próximos aos pés dele e passei devagar pela janela tomando o cuidado para não resvalar e despencar daqui de cima.

Logo já estava deslizando pela enorme árvore contra a parede do colégio cheia dos maravilhosos galhos os quais facilitavam minha vida gradativamente. Quando já chegava ao fim, notei Patch me encarar ali debaixo esperando por mim e com certeza observando o show ao qual eu tinha de admitir contribui um pouco propositalmente usando saia esta noite. Ele segurou minha cintura erguendo-me da árvore e puxando para ele enquanto me apoiava em seus ombros e nossos olhos se encontravam. Olhar profundamente em seus olhos ainda me causava arrepios, mas tentei evitar de imaginar a cena do ataque a caminho da casa da Agatha.

— Obrigada... — agradeci assim que fui posta delicadamente ao chão, preparando-me para ir a procura dos saltos, mas Patch simplesmente os mostrou para mim em sua mão.

— Perdeu alguma coisa, Cinderella? — ironizou com um sorriso brincalhão entregando-me os sapatos.

— Acabei de achar! — exclamei sorrindo em resposta.

Me arrumei para calça-los, mas ele foi mais rápido, abaixando-se e calçando um dos sapatos em meu pé esquerdo de maneira gentil, prendendo-o com delicadeza. Sorri e alcancei o outro pé para que ele pudesse repetir o processo enquanto já me acostumava a pisar sobre o salto ainda no gramado. Depois de pôr os dois, caminhei ao seu lado enquanto olhava ao redor a procura do Jeep, em seguida senti seu braço contornar meu pescoço mas ainda estava com uma expressão desagradada e confusa a procura do carro que geralmente ficava a frente de minha janela rente a calçada.

— Patch, cadê o esplendoroso Jeep Commander? — perguntei curiosamente e levemente assustada, pois além de já estar um pé atrás com ele, de repente o Jeep some uma noite após o meu acidente, o que torna Patch ainda mais suspeito.

— Está de folga. — respondeu ele com naturalidade e me lançou um sorriso vadio. — Hoje o transporte fica por conta dessa belezinha aí.

Patch apontou em direção a uma moto preta estacionada contra a calçada, era a enorme Kawasaki Ninja, o veículo que ele usou para me trazer de volta ao colégio depois da minha pequena aventura no A.M.A. Meu queixo caiu antes que eu pudesse segurá-lo e eu sentia meus olhos relativamente abertos com o susto que tomei, ele estava brincando comigo para fazer com que eu me arrumasse, vestindo saia e tudo para sair com ele, e de repente ele me aparece aqui com uma moto!

— Você só pode estar de brincadeira com a minha cara! — disparei o encarando incrédula.

— Surpresa! — zombou ele sorrindo, como se fosse muito engraçado, continuei séria.

— Ah, qual é Patch! Você tem que me avisar quando vai vir de carro ou de moto, que ai eu não coloco uma saia! — resmunguei fazendo uma careta, jogando o braço de maneira irritada com desdém.

— Foi por isso que não avisei, acredita mesmo que eu perderia a chance de ver as suas belas pernas, anjo? — insinuou ele mordendo o lábio em um sorriso, de maneira sedutora.

— Você vê as minhas pernas todos os dias! — protestei emburrada franzindo a testa.

— O que eu posso dizer? Sou viciado nelas. — respondeu e eu senti que havia realmente uma segunda intenção por trás daquela frase, só não sabia dizer se era boa ou ruim.

— Ótimo, saia e moto combinam perfeitamente, obrigada por isso! — agradeci ironicamente voltando meu olhar a moto e me preparando psicologicamente para ter de andar me policiando para não ficar semi-nua graças a ventania.

— Eu e você combinamos perfeitamente. — respondeu se dirigindo a moto e subindo sobre ela retirando-a de contra a calçada. — Aliás, você pode arranjar um jeito melhor de me agradecer depois.

— Agradecer por isso? Jura?! Vai sonhando!

Concluindo a frase caminhei em direção a Kawasaki e posicionei-me segurando o capacete que Patch me oferecia, prendendo-o sob meu queixo e subindo com cuidado á moto ajeitando a saia para que ficasse presa em minhas coxas ao sentar, enfim, e muito contrariada, me obriguei a abraçar a cintura de Patch, segurando-me a ele enquanto ele colocava a moto na estrada e assim nos dirigíamos através das paisagens das belas ruas de Concord, em direção ao lugar misterioso.

Algum tempo depois paramos a moto em um estacionamento atrás de um amplo prédio de blocos cinzas com uma placa elétrica piscando em luzes de neon, com algumas letras apagadas, Fliera do B. Fliera do B? Mas que raio de lugar tem um nome desses? Descemos da moto e Patch segurou minha mão guiando-me em direção a uma fila de pessoas em estilo Punk, que inclusive me assustavam um pouco, não só pela aparência mas também pelo modo de agir enlouquecido e a maneira agitada de se comportar.

— Fliera do B?! — perguntei espremendo os olhos e concentrando minha atenção para tentar desvendar o que dizia ali.

As paredes do local eram grafitadas, provavelmente por gangues de marginais, com certeza acabariam em uma cela de prisão morrendo de HIV ou doenças piores, e milhares de pontas de cigarro pontuavam a calçada. Finalmente acabei percebendo a risada de Patch diante ao meu comentário, como se eu fosse uma grande comediante parada em frente ao fliperama de viciados idiota.

— Fliperama do Bo. — ele me corrigiu guiando-me a entrada junto de si. — Com certeza é o lugar onde você queria estar, não é?

— A placa diz ao contrário. — devolvi revirando a cabeça e olhando ao redor. — Na verdade, acho que não combino muito com esse lugar, dá para ver de longe.

— Imaginei que diria isso. — ele disse como se realmente já esperasse meu comentário. — Além do mais, aposto que você não duraria uma hora lá dentro de qualquer jeito, vamos voltar para o seu colégio onde todo mundo beija o chão que você pisa, graças ao seu pai.

— É uma boa aposta, mas eu não quis dizer isso! Em primeiro lugar, ninguém beija o chão que eu piso naquela escola, e em segundo lugar, espero que você se foda se realmente acha isso! — respondi fechando a cara com a postura superior, puxei minha mão depressa e dei alguns passos para trás antes de ser trazida de volta para ele que envolveu minha cintura com seus braços fortes, me trazendo em sua direção.

— E em terceiro, você fica irresistível quando está bravinha. — provocou me lançando um sorriso vitorioso, e eu me perguntei se essa era mais uma de suas provocações testando a minha reação.

— E em quarto, você é um idiota. — cruzei os braços girando o rosto na direção oposta a dele.

— E você é a garota mais bem vestida desse lugar. — ele sorriu erguendo meu queixo para encara-lo outra vez usando a mão direita. — E estou vendo que vai me dar trabalho vigiar esses caras sem tirar os olhos de você essa noite.

— Todos nós sabemos que você preferia estar com uma daquelas garotas Punk's bem ali Patch, elas combinam mais com você. — compliquei gesticulando com a cabeça em direção as garotas a nossa frente.

— Você tem uma péssima memória anjo, esqueceu o que eu disse?! Os opostos se atraem e os semelhantes se repelem. — ele sussurrou aproximando a boca de minha orelha, então ergueu o rosto para o meu novamente e segurou-o em suas mãos. — E não há mais ninguém que eu queira estar além de você. Você é minha. É o meu anjo.

— Olha aqui Patch... — comecei em tom ameaçador o encarando seriamente. — Cala a boca se não vou te encher de beijos. — houve uma breve pausa quando ele soltou uma curta risada.

— Estou torcendo para que isso aconteça. — confessou com um sorriso travesso. — Você ouviu? Eu ainda estou falando, você não vai fazer nada a respeito? — sussurrou em minha orelha outra vez como se fosse um segredo nosso. Ri levemente.

— Oh, sim, eu vou. — sussurrei em resposta.

Aproximei mais nossos rostos, baixei os olhos para sua boca e então mordi seu lábio inferior puxando-o lentamente e antes que eu pudesse finalmente beija-lo fomos interrompidos por uma voz grossa e aguda vinda de nosso lado esquerdo.

— O casal de pombinhos pretende pagar de uma vez ou vai atrasar mais a minha... — viramos a cabeça juntos quando o caixa tatuado com uma barba espessa cobrindo o queixo e cabelos oleosos escondidos sob um boné cinza sem graça, se interrompeu observando Patch e ignorando-me completamente. — Ah olha só, saudades de casa, garoto?!

— Pois é e trouxe uma convidada de honra, que aliás estávamos resolvendo algo realmente importante antes de você atrapalhar! — Patch respondeu trocando um cumprimento com o homem da caixa registradora.

— É, imagino que sim. — ele me encarou com um sorriso amarelo, realmente amarelo afinal seus dentes eram amarelados e irregulares, mas evitei de prestar atenção. — Não vai me apresentar a sua namorada?

— Não acho que seja uma boa ideia, cara. — zombou e o caixa trocou xingamentos com ele enquanto riam.

— E aí garota, eu sou Bo, por um acaso o dono desse lixo. — apresentou-se o tal "Bo" gesticulando com as mãos ao redor.

— E por falar nisso, recebi reclamações sobre o seu letreiro, "B". — Patch me dirigiu um olhar incriminante junto ao seu sorriso irônico.

— Muito prazer Bo, eu sou Ashley! — me apresentei lançando um olhar alarmante a Patch e arqueando a sobrancelha. — E eu não falei nada do seu letreiro...

— É claro que sim... Agora vão logo antes que eu perca mais o meu tempo aqui! — Bo disse entregando dois ingressos ao Patch que se despediu do cara com outro cumprimento.

— Sim, sei que você é um cara muito ocupado.

Patch me puxou pela cintura em direção a entrada do lugar, duas enormes portas de ferro abertas dando acesso ao interior do local eram bloqueadas por dois seguranças enormes que apenas recolheram nossos ingressos e permitiram nossa passagem. Acompanhei Patch em direção a umas escadas que levavam ao subterrâneo do lugar onde haviam mesas de jogatina, bar e diversas pessoas dançando ao som de rock.

— Assustada, anjo? — ele perguntou enquanto nos guiava em direção a uma das mesas de sinuca.

— Não, mais para impressionada... Por dentro é mais bonito do que por fora. — elogiei reparando em volta o local, embora enfestado por uma fumaça fedendo a nicotina, o local até que não era dos piores em relação a recreação.

— Eu sou impressionante, anjo. — Patch me lançou seu sorriso convencido antes de pararmos em uma das mesas já posicionadas com as bolas alinhadas em um triângulo, prontas para uma nova partida. — Imagino que nunca jogou billiard antes, não?!

— Nunca tive a oportunidade. — confessei observando a mesa com curiosidade enquanto Patch se encaminhava ao apoio para os tacos presos a parede.

— E nem a vontade, presumo. — brincou se aproximando com o taco em direção ao triângulo de madeira que unia as bolas na mesa, retirando-o e deixando de lado.

— Verdade, nunca entendi essa fixação que vocês homens tem por esse jogo. — disse observando as bolas unidas ainda formando a forma do triângulo.

— É como nós não entendemos a paixão entre vocês e seus sapatos. — ele sorriu se posicionando de uma forma natural mas a aparência completamente concentrada e preparada para uma tacada genial. — A sinuca é menos complicado, e muito mais barato também.

Eu soltei uma leve risadinha observando sua tacada que encaçapou três bolas do triângulo formado, agora espalhadas irregularmente pela mesa em posições variadas e diferentes. O encarei com um sorriso.

— Três bolas de uma vez. Me parece uma boa jogada! — elogiei da análise de quem não entende realmente nada sobre o jogo mas imagina que acertar seja o objetivo.

— É, acho que você está me trazendo sorte, anjo. — ele sorriu se aproximando de mim, outra vez senti seus braços em torno de minha cintura, puxando-me com uma certa força graças aos seus músculos o que não era nada desagradável — Quer beber alguma coisa?

— É uma boa ideia. — aceitei apoiando as mãos em seus ombros e alisando-os sobre a blusa com um sorriso.

— Diet Coke? — perguntou talvez para se gabar de que se lembrava meu refrigerante favorito ou talvez fosse apenas uma provocação como de costume.

— Não, Red Hot. — pedi arqueando uma sobrancelha também relembrando o energético que ele tomava, ele sorriu.

— Desde quando você passou a beber energético, anjo? — perguntou ele arqueando uma sobrancelha surpreso. — Está tentando me impressionar?!

— Desde de hoje. E não, não estou querendo te impressionar, só estou querendo beber. — respondi com um sorriso confiante.

— E eu imagino não ter nenhuma influência nisso, não é mesmo?! — ironizou com um sorriso vitorioso, como eu já esperava por aquela atitude convencida de sua parte.

— Isso mesmo. Não tem nenhuma. — respondi mantendo meu tom indiferente. E parando para pensar Patch havia mudado bastante coisa em minha rotina ultimamente, como a minha conduta moralista, agora, bem duvidosa, por exemplo.

Vulnerável. — ele sussurrou aproximando o rosto a altura de minha orelha, mordendo meu lóbulo lentamente antes de me soltar devagar para se dirigir ao bar. — Eu não demoro.

E devagar, fui perdendo-o de vista em plena multidão de pessoas que dançavam, jogavam, conversavam e se misturavam em meio ao salão. Desviei a cabeça para os lados me pondo a ponta do salto tentando enxergar por sobre as pessoas, mas já o tinha perdido de vista a algum tempo então, acabou sendo inevitável minha desistência e a conformidade de esperar seu retorno sozinha á mesa.

Me debrucei ao corrimão da mesa de sinuca olhando as bolas e suas posições em volta imaginando que tipos de tacadas encaçapariam as bolas distribuídas da maneira tão irregular em que estavam quando de repente, perdida em meus pensamentos, eu acabei por não perceber a presença de uma outra pessoa no recinto.

— Cuidado. Ele vai ficar uma fera se bagunçar o jogo, só um conselho! — escutei uma voz masculina firme mas tranquila e sem extravagâncias.

Virei-me depressa e me deparei com um cara alto, cabelos castanhos se faziam mais escuros aos efeitos das luzes fracas que davam pouca iluminação ao salão, seus olhos eram também azuis mas uns azuis foscos e um pouco apagados em contraste com a pele clara que deixava seus cabelos ainda mais escuros. Um rastro de barba por fazer enfeitava seu queixo e na postura, o peito inflado não tão forte mas não chegava a ser magro, músculos eram disfarçados sob um moletom cinza simples e jeans claros com tênis Vans preto e cinza aos pés. Eu diria que era um rapaz bonito, mas não imaginei de nenhum lugar ao qual tivesse visto antes.

— Ah, a propósito eu sou Alexys. — apresentou-se encostando-se a mesa de sinuca e me observando com um sorriso amigável. — É uma honra finalmente conhecer a famosa Ashley.


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Notas finais do capítulo

Muito bem, meta 5, se tiver mais comentários melhor, recomendações são bem-vindas também! Digam o que acharam, estamos aguardando. ♥

Succubus



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