The Search escrita por Bakurei


Capítulo 10
O Espírito do Ar.


Notas iniciais do capítulo

Rick e Lorenna estão em um barco. Tudo parece comum, mas eles tem uma visita.



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Depois de meia hora naquele sofrimento, Lorenna diminuiu a velocidade, me dando uma chance de olhar o que tinha nas minhas malas: Na primeira havia roupas, a maioria em cor verde, um suporte para espada e um broche onde podia se ler “Melghart”. Na segunda mala, havia pergaminhos e livros, a maioria com capas bem estranhas como “Criaturas e monstros”, “Magia e seus derivados” e “Como tirar deuses de frascos”. Olhando vi que tinha algo que eu reconhecia... Um livro em especial. Não o livro que me trouxe para aquele mundo, mas o livro em que minha avó lia para mim quando eu era pequeno e também leu para mim no dia anterior: O Livro da guerreira de Melg.

Fiquei um tempo parado, encarando a capa do livro antes de abri-lo. Lorenna reparou meu nervosismo e se aproximou:

–O que você está... –Ela travou. –Esse... São os contos da guerreira! Isso é uma relíquia!

Olhei para Lorenna, tentando entender como ela sabia da existência de um livro como aquele.

–De quem realmente fala esse livro? –Perguntei.

–Não sabe? –Os olhos de Lorenna parecem consoladores.

Abri o livro. Na primeira página havia uma frase. Aquela simples frase que me fez lembrar daquela que não podia me acompanhar.

Os contos de Annie Melstorn, a guerreira de Melghart. Dedicado à Hoke Melghart e seu filho, Rick Melghart.

–Minha mãe... Ela era a guerreira de “Melg”. –Eu disse, com lágrimas nos olhos e um sorriso no rosto.

–A capa está um pouco danificada, quase não dá para se ler “Melghart” escrito na capa. –Disse Lorenna, com as mãos em meus ombros. –Annie é uma guerreira honrada, mesmo rainha.

–Como?–Perguntei. –Ela “é” uma guerreira honrada? Ela está viva?

Lorenna me encarou, surpresa.

–Sim. –Ela disse. –Annie Melstorn é guerreira desde seus dez anos, nesse livro ficou arquivado muitas aventuras da mesma. Não sei donde você veio, mas aqui, sua mãe está indo para a Ilha Celebrindal, onde Oberon desejou sua presença.

–Quem é Oberon? –Perguntei.

–Governador da Ilha Celebrindal, a Ilha é o único lugar onde não sofre tantos ataques, já que é um lugar pequeno.

–O que estamos esperando?! –Gritei. –Vamos para lá agora!

–Não podemos!

–Por quê?!

Antes que Lorenna respondesse, nós ouvimos um alto grito ao mar. O vento pareceu mais denso, nós estávamos no meio do oceano, não era possível que nós escutássemos um grito, ainda mais tão alto. O barco diminuiu sua velocidade, guardei o livro de minha mãe na mala e olhem em volta: Tudo começou a mudar, a gravidade também parecia se alterar, tudo estava mais leve... Ao nosso lado, o ar começou a juntar-se criando uma silhueta feminina de aparentemente três metros, flutuando ao lado do barco. Lorenna pareceu desesperada quando aquela forma surgiu.

A silhueta de ar comprimido aproximou-se mais do barco e a silhueta criou forma física. Era uma mulher de pele pálida, cabelos negros e compridos. Seu rosto parecia frágil e leve, me lembrava Lorenna um pouco, pois usava uma roupa semelhante ao vestido que Lorenna usou no castelo de Melghart.

–Não é possível. –Disse Lorenna.

Marcas circulares haviam nas laterais do rosto da mulher. Seus olhos abriram e foi revelado um grande brilho azul vindo dos mesmos. Quando sua voz chegou aos meus ouvidos, era como se uma brisa se comunicasse:

–Rick Melghart e Lorenna Moonye. –Disse a mulher. –Eu sou aquela que comanda os ventos do Norte, aquela que controla o Sul, eu sou aquela que criou os ventos, eu sou o Espírito do Ar.

–O que você quer aqui? –Perguntei ainda um pouco nervoso com as revelações anteriores.

–Vocês deviam saber que tudo está mudando. –Disse o Espírito, me encarando com aqueles olhos fortemente azuis. –Rick Melghart, você não é daqui, mas precisa ser nesses dias. Se isso acabar, você não terá para onde voltar.

–O que ele deve fazer? –Lorenna perguntou.

–Não só ele, mas você também, Lorenna Moonye. Guie o estrangeiro até sua mãe, as informações dela levarão vocês para o destino certo... Ou talvez o errado. –Disse o Espírito, ficando cada vez mais transparente. –Mas antes... Leve isso com você.

O Espírito do Ar soprou em meu rosto, o vento criou uma luminosidade forte e uma aura azul surgiu envolta o meu corpo. Senti-me mais leve e de repente tudo apagou.

Eu não estava mais no barco com Lorenna, eu estava de volta á casa do meu pai, sentado em meu quarto. O Livro sem capa não estava lá, eu não tinha certeza se eu estava sonhando ou se eu tinha voltado para a minha vida simples de antes.

Escutei um grito. Corri para a sala e vi uma cena que fez meu coração bater muito mais forte: Meu pai estava caído na sala com muito sangue na boca. Minha avó estava ao lado, chorando e gritando por ajuda. Corri para meu pai e disse:

–O que aconteceu com ele?!

Minha avó ficou séria, olhou para mim e com o rosto pálido segurou meus ombros.

–Você não chegou a tempo. Por que, Rick?! Por que?!

Tudo se desmanchou e eu estava de volta ao barco, Lorenna pareceu assustada, deu-me uma toalha que havia tirado da mala e me ofereceu. Peguei a toalha e olhei em volta: Nenhum sinal do Espírito ou de alguma mudança no ar. Lorenna colocou a mão em seu bolso e tirou de lá um papel com a marca de Melghart preso nele. Era o mesmo papel que um dos guardas a deu no Castelo. Ela abriu o envelope e começou a ler, em voz alta:

–“Lorenna Moonye, herdeira do segundo continente das quatro nações de Zancor. Hoke Melghart deixa em suas mãos a segurança de seu herdeiro, Rick Melghart, contando que volte com o que foi combinado anteriormente, atenciosamente, Equipe real de Melghart.

–Em outras palavras, você é a minha babá. –Eu disse, ainda meio traumatizado pela imagem de meu pai morto.

Lorenna olhou para o horizonte e guardou o papel em seu bolso, talvez se perguntando se estaríamos perto de Moonye, e se me guiar seria algo complicado. Até porque uma criatura do ar surgiu para me dizer que eu precisava fazer algo, ou coisas ruins aconteceriam. Talvez o Espírito estivesse falando sobre a morte de meu pai e minha avó chorando, dizendo que cheguei tarde. Por que eles diziam tanto isso?

–Vamos. Temos muito que fazer. –Eu disse.


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Notas finais do capítulo

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