POV Bruno

Voltei para minha casa, tomei um banho, como não conseguia comer nada e nem ficar ali, dei uma passada na casa do Tony, fiquei conversando com ele. Era umas 20h quando meu pai me ligou para ir buscar os pais da Fatinha no hospital, assim eu o fiz.

Mara: Bruno? –me virei para ela.

Bruno: Oi dona Mara. –ela me abraçou.

Mara: Obrigada por salvar a minha filha, se não fosse por você ela não estaria aqui, e eu sei que ela te ama de verdade, por isso eu te peço perdoa ela...

Bruno: A senhora não precisa agradecer... Eu... Eu a amo, e só estou esperando ela acordar. –sim ela jogou tudo isso de uma vez só em cima de mim.

Levei os pais dela para a minha casa, a Ana tinha preparado uma comida para nós, jantamos, e como eles estavam muito cansados eu os levei até o Hostel no quarto da Fatinha, a Mara me agradeceu mais uma vez, e eu disse que era bom tê-la por perto, voltei para a minha casa, a Julia tinha ido até a casa do Alex, e meu pai estava descansando no quarto.

Ana: Filho posso falar com você um instante?

Bruno: Haam, sim, pode.

Ana: Senta aqui. –ela fez sinal para eu me sentar no sofá, e ela sentou-se a minha frente. –Bruno queria conversar um pouco com você sobre tudo o que aconteceu.

Bruno: Não sei se...

Ana: Por favor, me deixa continuar. Eu tenho aguentado esse peso desde que voltei para cá, Bruno eu sei que abandonei para vocês, eu reconheço, mas eu voltei para concertar meu passado. -eu ia intervir, mas ela me disse para esperar. –Mas quando eu cheguei aqui tudo o que eu fiz foi atrapalhar a sua vida, eu sei disso, quando eu voltei logo percebi que você estava gostando daquela menina, ai depois daquele acidente que você sofreu vocês começaram a namorar, e eu comecei a pegar raiva dela... Raiva sim, ela tinha seu amor e eu que era sua mãe não tinha, mesmo você quase morrendo por causa dela ela tinha seu amor, foi ai que a Manuela entrou em contato comigo dizendo que estava grávida, eu achei ótimo mas não sabia que o filho não era seu e fui eu que pedi para que ela voltasse, ela não queria, e eu entendi, mas depois ela me ligou dizendo que ia vir, mas quando ela chegou aqui, eu sendo médica nem percebi que ela estava com surtos psicológicos, enfim Bruno, eu falei muitas coisas da Fatinha para seu pai, disse até que odiava ela, mas depois eu pude perceber que ela nunca te fez mal pelo ao contrario, ela sempre te fez bem, ai percebi que errei mas uma vez.

Bruno: E o que você quer que eu fale para você?

Ana: Não precisa dizer nada, eu queria dizer que eu estou arrependida e farei de tudo para que a Fatinha fique bem.

A Ana era a melhor medica do hospital, tanto que ela era a chefe de lá, mas neurologia não era a sua área, e desde que a Fatinha tinha entrado em coma ela nem se quer havia entrado no quarto onde ela estava.

Bruno: EU NÃO ACREDITO EM UMA PALAVRA SE QUER.

Ovaldo: Bruno. –eu olhei para trás e lá estava meu pai com cara de reprovação.

Bruno: Me deixem em paz pelo amor de Deus. –me levantei do sofá, e sai do apartamento.

Ovaldo: Aonde você vai Bruno? –ele puxou meu braço.

Bruno: Ficar com a Fatinha. Tchau Pai.

Voei para o hospital, eu precisava ver ela, entrei naquele quarto, e lá estava ela na mesma, nem se mexeu, nem abriu os olhos, nem falou, somente respirava, eu a abracei, senti lagrimas escorrendo pelos meus olhos.

Bruno: Loira está tão difícil sem você aqui, volta pra mim volta? Acorda por favor, eu não aguento mais ficar sem você aqui do meu lado, volta para mim... –e o som do coração dela acelerava. –Você esta me escutando né? Amor, eu te amo tanto, eu fico tão confuso sem você, eu fico perdido, minha luz é você, e você não esta aqui comigo, o que eu faço? Eu não sei em quem acreditar mais, não sei se devo acreditar na Ana... –eu estava com a minha mão em baixo da dela, foi quando eu senti um apertão bem de levinho. –FAAT!

Doutor: Com licença Bruno? Vim fazer uns exames nela.

Bruno: DOUTOR! ELA DEU UM SINAL, ELA APERTOU MINHA MÃO.

Doutor: Isso é ótimo Bruno, deixa me ver qual é o estado dela. –dei licença para ele.

Bruno: ÉÉ doutor, eu vou ao banheiro ok?

Doutor: Vai lá rapaz.

Eu estava muito mais feliz agora, finalmente ela estava voltando,o banheiro não era tão perto do quarto dela, fui até lá fiz minhas higienes e voltei, uma enfermeira estava cuidando dela.

Enfermeira: Prontinho banho tomado, tudo renovado, agora vocês já podem ter uma ótima noite. Boa noite senhor. –disse para mim.

Bruno: Boa noite. –ela era simpática, acho que tinha os seus 40 anos, e era ela que cuidava da Fatinha.

E realmente estava tudo renovado, o soro, as sondas, o medicamento, e o oxigênio. Fui até ela beijei sua testa.

Bruno: Eu te amo muito... –deitei no sofazinho e adormeci.

1 semana depois

Doutor John era o nome de um dos médicos mais renomado dos Estados Unidos em neurologia, amigo da Ana, havia chegado nessa semana e veio tratar do caso da Fatinha de perto, como a Ana era a chefe daqui, ele logo começou a trabalhar, no caso ele estaria de férias, mas como ele era muito amigo da Ana veio fazer esse favor a nós, ele passou um dia inteiro fazendo exames nela, e só a noite é que veio falar conosco. Estávamos eu, a Julia, o Guilherme, A Alice e os pais dela na sala de espera, quando veio a Ana com o medico ao seu lado.

John: Boa noite a todos. –falou com o seu português bem afiado.

: Boa noite. –dissemos a ele.

John: Estão todos a espera né? –ele sorriu. -Hoje foi um dia cansativo para ela, passamo-la por diversos exames, de todas as áreas, um paciente em coma, por mais de uma semana, não fica imóvel como ela está, e sei que houve alguns sinais para você rapaz, como o acelerar do coração dela, e o aperto em sua mão, mas a mente humana é um mistério ainda tanto para a ciência quanto para a medicina, se realmente ela estivesse voltando, já era para ela ter acordado ou dado alguns sinais a mais.

Mara: O que o senhor quer dizer com isso doutor?

John: Quero dizer que foram apenas impulsos do corpo dela.

Bruno: Não é possível, não foram apenas impulsos, porque só quando eu estou perto dela que acontece isso?

John: Talvez seja a única voz que a mente dela se lembre.

Existiam todos esses outros porém, quando ela acordasse poderia surgir muitas consequências, como a paralisia cerebral, a perca de memória, mas eu sei que isso não ia acontecer com ela.

Mara: AAh meu Deus. –ela chorava muito, eu fui até ela e me sentei ao seu lado.

John: Os resultados dos exames não nos trouxeram nenhuma clareza, mas farei de tudo para trazê-la de volta, e você rapaz terá muito a fazer em.

Ana: Sim Bruno, você será muito importante, porque como ele disse, pode apenas ser os impulsos do corpo dela, mas além de tudo é um sinal, e se você é a única pessoa que isso acontece você é indispensável.

Bruno: As ordens. –eles deram boa noite para nós e voltaram para dentro do hospital.

Alice: Gente vamos fazer uma oração todos nós, e uma corrente positiva, venham. –nos demos as mãos, e começamos.

Passamos um tempo assim, o que foi muito bom, depois todos nós demos uma passada no quarto dela, desejamos boa noite, e voltamos para a casa.

3 dias depois

Mais exames foram feitos e nada, hoje era o dia em que a galera inteira viria ao hospital, a Larissa e o Marco haviam chegado de Minas para vê-la também, depois que todo mundo a viu foi a minha vez.

Bruno: EI loira viu só quantos amigos passaram por aqui? Desejando que você volte o mais rápido possível, todos estão com saudades, sua mãe, seu pai, seus amigos. Estou com tanta saudade de você que chega doer, fico lembrando nossos momentos juntos, você se lembra que não ia me abandonar? Sim, eu também te jurei isso e falhei, mas todos nós somos falhos, e o único perfeito é Deus, que te trouxe para mim, o melhor presente da minha vida, eu te amo mais do tudo, eu quero viver com você, quero morrer ao seu lado, quero me casar com você, quero ter filhos com você, netos... Mas você tem que voltar... Perdoa-me meu amor, por tudo que eu te falei, eu quero sim te ver, eu quero te ver todas as manhãs deitada ao meu lado, quero acordar e dormir com você, quero que você fiquei com medo dos trovões em noites chuvosas e venha correndo para me abraçar, quero olhar em seus olhos e dizer o quanto você é perfeita para mim, quero te amar por toda a minha vida e ainda será pouco pois o amor que tenho em mim é muito grande,eu te amo apesar te tudo, ou talvez por tudo. –deitei minha cabeça sobre sua barriga e fechei os olhos, quando eu senti um carinho em meus cabelos, olhei para ela e la estava, de olhos abertos, eu não me contive e comecei a chorar.

Fatinha: Moreno... –ela falou com dificuldade.

Bruno: OOOOOH Meu Deus Fatinha, você... Você... Voltou. –ela ergueu a mão bem devagar e limpou minhas lagrimas.

Fatinha: Acho que sim... –ela sorriu fraca. –Você esteve todo o dia aqui? –ela falava com bastante dificuldade.

Bruno: Não passei um dia se quer sem ver você.

Fatinha: Mas você disse que...

Bruno: Shiiu... Esquece o que eu disse. Vou chamar o médico espera um minutinho.

Chamei o Dr. John e ele logo veio a examinou, e tudo estava nos conformes, ela se lembrava de todo mundo, ela estava sem lesões, o sistema nervoso dela estava intacto, sim ela tinha voltado são e salva, eu aguardei lá fora enquanto eles faziam os exames.

John: Bruno?

Bruno: Sim.

John: Ela quer te ver. –ele sorriu para mim e eu retribui.

Fatinha: Não aguento mais fazer exames... –ela já estava bem humorada, sem mascara de oxigênio, apenas com o soro.

Bruno: Terá que fazer muitos ainda... –me sentei ao seu lado.

Fatinha: Você esta bem?

Bruno: Muito melhor com você agora. –peguei a mão dela e beijei, ela fez um carinho em meu rosto.

Fatinha: Eu não entendo...

Bruno: Não há nada a ser entendido, eu fui um idiota, me desculpa, me perdoa, eu nunca mais quero ficar longe de você.

Fatinha: Mas você me perdoa por eu ter ido embora? –abaixei a cabeça, me recompus e olhei-a.

Bruno: Ensina-me a viver sem você... Por que eu não sei.

Fatinha: Não quero que você aprenda, eu só fui embora meu moreno, porque tudo isso que aconteceu comigo aconteceria com você...

Bruno: Como assim?

Fatinha: Henk... Ele te ameaçou de morte se eu não te deixasse. –uma lagrima escorreu em seus olhos.

Bruno: Shii shiii não chora, nada mais vai te acontecer, nem a você, nem a mim, nem a ninguém.

Fatinha: Cadê ele? A Manuela? Eu lembro que vocês estavam brigando e ela atirou em mim...

Bruno: Não quero que você pense nisso, vamos pensar em coisas boas, já passou tudo bem? –ela concordou com a cabeça. –Fiquei louco com você aqui... Dormindo.

Fatinha: Eu sentia você perto de mim, eu tinha vontade de gritar: ”Brunooo, eu estou aqui estou te escutando... Eu te amooo”, mas não conseguia.

Bruno: Você o que?

Fatinha: Tinha vontade de gritar.

Bruno: Não não, a outra parte...

Fatinha: Que eu te amoo?

Bruno: Sim, você me ama?

Fatinha: Seu bobo... –ela sorriu para mim. –Você tem duvidas disso? Eu te amo, sabe ali no aparelho do coração? Então se ele lesse o que esta por dentro, certamente estaria escrito assim lá: “Moreno, mais lindo, mais cheiroso, mais gostoso, mais carinhoso, melhor do mundo, eu te amo”.

Bruno: Você não existe... Você escutou tudo o que eu te disse antes de você acordar?

Fatinha: Sim, mas não me lembro, repete?

Bruno: Não, deixa para uma outra hora, agora é hora de anunciar para todo mundo que você esta de volta.

Fatinha: A causadora voltou.

Bruno: Você nem imagina como é bom saber disso. –dei um selinho demorado em seus lábios, e depois um beijo em sua testa.

Fatinha: Você vai voltar não vai?

Bruno: Claro minha lôra, amanhã... Sua mãe e eu já havíamos combinado que ela passaria a noite aqui, imagina só ela te ver acordada?

Fatinha: Sim, ela ficará feliz, e eu também.

Bruno: Não fica triste vida, amanhã eu volto com a galera, e eu preciso ficar com o Mateus para a Juh descansar pensa que é fácil?

Fatinha: Eu entendo, e te admiro muito, por mim você nunca saia daqui, mas tudo bem, vai logo antes que eu desista, eu te amo, ficarei com saudades.

Bruno: Eu te amo vida, só mais um beijinho vai. –eu dei o ultimo e sai do quarto.

Era difícil deixá-la, mas todos tinham que saber que a causadora havia voltado e ainda tinha que cuidar do Mateus, pois é aquele menino que mesmo não sendo meu filho eu o amava muito.