The Powerful escrita por rafa_s


Capítulo 45
Capítulo 43 - Depois da tempestade...


Notas iniciais do capítulo

Vamos finalmente ao último capítulo (CALMA, ainda tem o epílogo :D)



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Eu, Rosalie, Alice e Emmett estávamos espremidos de um dos lados da minha cama, enquanto a Sra. Glow olhava os machucados de Jasper e Edward. Admito que se fosse há umas semanas atrás, eu não deixaria que ela tocasse nos ferimentos do meu namorado nem fudendo. Mas agora a situação era completamente oposta.

O fantasma Edward estava mais distante, só abservando a cena, com uma mão no queixo e um olhar atento. De vez em quando eu sentia seu olhar cravado em mim – o que não era muito cômodo, mas não era uma boa hora pra ficar reclamando. Ele disse que havia pegado James e deixado em seu quarto – não que eu estivesse muito interessada em saber. – Quanto à luva, ele não nos disse o fim que deu e nós não insistimos em saber.

Tanto eu quanto as garotas e Emmett, nos recusamos a ser tratados enquanto os outros dois não estivessem acordados. Admito que isso resultou em uma baita dor de cabeça e em uma perna latejante e insuportávelmente dolorida.

- Bella, acho melhor a gente chamar o Carlisle no meu quarto e dizer que você caiu da escada – Rose disse de repente. – Não vai te fazer bem ficar com a perna assim.

“Além disso, o Edward vai ficar uma fera porque nós não cuidamos disso aí” finalizou apontando pra minha perna inchada.

Eu ia retrucar, mas fui interrompida por uma exclamação saída da boca de Alice.

- Ah.. – um gemido brotou da boca do Jasper, fazendo com que todos fixassem os olhos nele. Aos poucos ele acordou e colocou a mão na cabeça. Depois olhou pro lado, onde Edward estava, e deu um pulo. – PORRA! SÓ POSSO TA DROGADO – exclamou se sentando no lugar e apoiando novamente a mão cabeça.

- Jazz? – Alice chamou com a voz chorosa.

Só então ele se tornou ciente da nossa presença.

- O que aconteceu? Cadê o James? – perguntou aturdido olhando pros lados.

Allie e Rose se jogaram no colo dele e começaram a chorar igual dois bezerros desmamados.

- O que…? – ele tentou mais foi interrompido pelas vozes histéricas das duas, que iam se atropelando nas falas. Nada fazia muito sentido.

- Jasper Hale se você mais uma vez... – Rosalie dizia séria.

- ... nossa eu achei que fosse morrer... – Alice tinha os olhos brilhantes e contava empolgada alguma história.

- ...Ah mas eu vou fazer você ficar de castigo por…

- … e então BOOM…

- ... é bom você ir se preparando...

- ...aí o fantasma Edward chegou abalando as estruturas...

- ...e eu ainda tive que te carre...

- Da pra vocês duas calarem a boca?! – pedi já estressada. – O cara acabou de acordar, ta todo machucado e vocês ainda estão deixando ele confuso – acusei séria.

As duas se olharam e depois me fitaram, abaixando a cabeça.

- Desculpa, Bella – pediram como duas crianças fariam.

Bufei e revirei os olhos.

- É pro Jasper que vocês têm que pedir – lembrei a elas.

Após as desculpas, nós explicamos o que tinha acontecido depois que ele apagou e ainda fizemos as devidas apresentações ao fantasma. O grandão estava quieto de mais, o que não passou despercebido por ninguém.

- Então agora os fantasmas estão completos – Jasper pensou alto. – Cadê os outros?

Minha mente voou da conversa enquanto meus olhos ainda estavam fixos em meu namorado. Depois de um certo tempo – que eu não saberia dizer quanto, – Rose me levou até o quarto dela, sob meus protestos, e a Sra. Glow surgiu com uma mulher toda de branco que carregava uma maleta.

Elas insistiram que eu teria que ir para um hospital, mas como eu recusei – pois  não sairía de perto de Edward, - ela teve que fazer o serviço todo ali.

- Isso vai doer – disse uns segundos antes de eu sentir minha perna queimando e pulsando.

Soltei um grito aguniado e senti as lágrimas rolando pelos meus olhos.

- Agora que está no lugar, vou imobilizar – a médica ia narrando enquanto limpava o machucado. – Por favor, você tem que ir o mais rápido possível até o hospital mais próximo – pediu com um olhar de pena. – Tem que tirar um raio-x disse aí.

Assenti e me virei pra fitar a janela.

Eu não fazia idéia de que horas eram, mas não devia faltar muito pro nascer do sol. Suspirei e me recostei, ainda sentada, nos travesseiros.

Depois do que me pareceu uma eternidade, ela enfaixou as costelas de Rose e limpou seus machucados também.

Voltamos pro meu quarto assim que Emmett entrou com o Jasper pela porta. A última coisa que ouvi foi a exclamação surpresa da médica, seguida por: “Onde essas crianças se meteram?”

Bom, a Sra. Glow que se virasse pra inventar uma desculpa. Tudo que eu queria era que o meu Edward acordasse logo.

Quando os primeiros raios de sol começaram a surgir, expulsei todo mundo do meu quarto e fiz com que fossem descançar. Ta que já não íamos conseguir ir à festa sem levantar suspeitas, então era melhor que todos estivessem preparados e descansados.

Eu já havia trocado as roupas sujas de Edward por um pijama que Alice pegou em seu quarto. Os machucados estavam limpos, mas ainda assim, feios.

Suspirei e deitei de lado, analisando seu rosto sereno e tentando entender o quão absurdo ele foi por se jogar na minha frente. Com delicadeza, tirei uma mecha do cabelo que estava caída perto do seu olho. Suspirei e afaguei seu rosto de anjo.

Ao sentir o meu toque, ele resmungou alguma coisa. Fiquei em alerta e cheguei meu rosto mais pra perto do dele, tentando pescar algo coerente nas palavras estranhas que ele havia começado a falar.

Do nada, seu sono começou a se tornar agitado. Seus dedos cravaram no lençol, enquanto seu corpo – agora suado – se mexia de um lado pro outro.

- Edward?! – chemei alarmada. – Amor... – segurei seu rosto com as duas mãos.

Ele se acalmou quase que instantaneamente e passou a respirar fundo, com as mãos ainda agarradas à cama.

-Isso, calma – pedi, limpando o suor de sua testa com um paninho que estava em minha cabeçeira. – Já acabou tud…

- Go… - ele tentou falar mas seu cenho franziu.

- Shh – pedi tentando mantê-lo calmo. Puxei seu corpo pra perto do meu e apoiei sua cabeça em meu colo.

- Go… - falou novamente com a voz falha.

Olhei pra baixo e vi que as duas esmeraldas me encaravam com um semblante cansado e confuso.

- Edward! – sorri feliz e senti as lágrimas rolando livres pelo meu rosto. – Você acordou – declarei animada.

Ele sorriu fraco e fechou os olhos novamente.

- Gostosa – finalmente disse. – Agora você tem o troco – riu, seguido de uma tossida.

Sorri sem ligar pra brincadeira de mal gosto e o abracei mais forte.

- Quer um pouco d’água? – ofereci.

Ele só balançou a cabeça afirmando, ainda de olhos fechados. Sem querer me mexer muito, peguei um copo que Alice havia deixado ali antes de sair e dei pra ele.

Edward tentou se levantar e gemeu, colocando a mão na cabeça.

- Nossa! Parece que caiu um tijolo por aqui – afirmou com a voz fraca.

Eu ri e o encarei.

- Você tinha que ver o Jasper, que acordou do seu lado já pensando merda – minha boca parecia empalhada com o sorriso que não queria deixar meus lábios.

Ele abriu a boca pra falar, mas foi interrompido por batidas frenéticas na minha porta.

- Por que eu…? – ele pontou pra cabeça e eu logo entendi que ele queria saber do seu poder.

Me levantei mancando, peguei seu cordão dentro de uma gaveta da cômoda e joguei pra ele. Depois me dirigi o mais rápido que dava até a porta. Eu mal a abri, pra trupe toda passar voando por mim.

- ED! – Emmett gritou radiante, se jogando na minha cama em cima do irmão. – Seu danado! Nunca mais faça isso entendeu? Você é um ingrato por me deixar tão triste a ponto de não pensar nem no Dick Vigarista – acusou. – Por tanto, se você resolver ficar desacordado novamente, pelo menos me avisa antes, sabe?

Todos rimos, vendo que o grandão estava de volta. Corrida maluca? Essa é nova.

Não demorou muito pra que eles fossem pros seus quartos. Apesar da felicidade de tudo ter acabado, nós ainda estávamos bem cansados das coisas que ocorreram noite passada.

- Você ainda não me disse o que aconteceu com a sua perna – ouvi a voz rouca de Edward, que estava atrás de mim na cama, agarrado à minha cintura. – E isso remete a outra questão – dessa vez ele virou meu corpo pra que ficassemos de frente. – O que você tem na cabeça pra pensar em ficar com essa perna quebrada?

Fiz meu melhor bico à la Alice.

- É sério, amor – ele fechou os olhos e respirou fundo. – Você sabe que eu nunca me perdoaria se algo de ruim acontecesse contigo – fez uma pausa e afagou meu rosto. – Ainda mais se fosse por minha causa.

- Já está tudo bem – declarei me aconchegando mais em seu corpo. – Vamos desconsar que amanhã vai ser um longo dia.

Ele riu e arrumou seus braços à minha volta.

- Boa noite gostosa – beijou minha testa. – Eu te amo.

- Eu também te amo – falei bocejando e finalmente caíndo em um sono tranquilo.

Na manhã seguinte, Emmett e Rose bateram em minha porta e, surpreendentemente, entraram com um carrinho de café da manhã e uma Esme aflita em seus calcanhares.

- Oh, Bella – me prendeu em um abraço apertado. – Rosalie e Emmett me contaram sobre o acidente de ontem a noite com a escada – se separou de mim e analisou o gesso improvisado que a média havia feito. – Vocês deviam ter me acordado.

Edward, agora sentado no cama, riu da mãe. Isso chamou a atenção da mulher pra ele.

- Meu filho! – exclamou ao ver o belo rosto cheio de machucados superficiais. – Eu não posso sair uma noite que vocês todos acabam quebrados – lamentou dramaticamente.

Desta vez, foi Emmett quem gargalhou.

- Mamãe, deixa a Bellinha e o Ed tomarem o café e depois você aluga eles – empurrou delicadamente Esme para o lado e colocou o carrinho perto do irmão. – Hoje o almoço vai sair mais tarde, então podem comer tranquilos – o grandão falou.

Olhei duvidosa pro grandão, enquanto Edward mantinha uma sobrancelha erguida.

- Bem, qualquer coisa liguem lá pra baixo. Tenho que terminar de arrumar as coisas pro baile – Esme disse da porta e saiu em seguida.

- Eu e Rose vamos tirar mais uma soneca – Emm se apressou todo feliz pro lado da namorada. – Ela tem que descansar.

- Emmett, não fale de mim como se eu não estivesse aqui – Rosalie revirou os olhos e bufou. –Vamos logo que eu quero estar bem pra festa mais tarde.

Enquanto ele dava tchauzinho pra gente, Rose o puxou pra fora do quarto.

(...)

- Maninha, você está perfeita! – Alice quicava do meu lado.

Agora de frente pro espelho eu tinha que concordar com ela. O vestido rosa caía perfeitamente bem – apesar do gesso que eu tinha posto à tarde no pequeno hospital da cidade.

Graças à minha perna quebrada meu calçado teve que ser o meu bom e velho All Star branco – o qual minha irmã fez questão de mandar pra lavanderia e inspecionar a limpeza enquanto eu ia ao médico.

Meu cabelo estava solto e levemente ondulado, já minha maquiagem não era lá muito discreta. Fitei o rosto agora triste de Alice, que se encarava no espelho. Percebendo minha atenção, ela sorriu de leve pro meu reflexo.

O arranhão em sua bochecha ainda era bem visível, apesar da maquiagem pesada.

- Não fiquei assim, Allie – puxei ela pra um abraço de lado, sem deixar de fitá-la pelo espelho. – Você é linda de qualquer forma. Isso aí daqui a pouco vai melhorar e o arranhão vai ser imperceptível.

Ela riu e se virou de frente pra mim.

- Eu não me importo, sabe? – abriu o sorriso que mostrava as suas delicadas covinhas. – Quando eu penso o que podia ter acontecido com qualquer um de vocês, eu fico aliviada de ter só um arranhão na bochecha.

Apesar das palavras confiantes e claramente sinceras, eu sabia que enquanto minha irmã se olhasse no espelho e visse aquela marca em seu rosto ela não se sentiria bem.

Puxei seu pequeno corpo pra um abraço forte. Bateram na porta e ela se soltou de mim, respirou fundo, fechou os olhos e em seguida abriu um sorriso.

- É a Rose – falou animada e foi sorridente abrir a porta.

As duas soltaram um gritinho quando se viram e logo em seguida Rosalie entrou no quarto com o seu lindo vestido vermelho. Ontem ela também foi ao hospital e sua costela não estava em seu pior estado. Então ela só tinha que manter seu tronco enfaixado.

Eu ri da ironia de nenhuma estar de salto alto. Se a um tempo atrás eu dissesse pra elas que isso iria acontecer, ambas iriam gargalhar da minha cara.

- Bella, apesar de louca, você está linda – minha amiga elogiou enquanto se adiantava pra me dar um abraço.

Um fato engraçado depois da batalha é que todos estavam excessivamente afetivos. Emmett distribuía abraços até pra Sra. Glow – o que rendeu várias gargalhadas de nossa parte e um rosto completamente corado da parte dela.

- Temos que descer meninas, antes que o Edward surte mais uma vez – Allie declarou entediada.

- Como mais uma vez? – levantei a sobrancelha inquisitiva.

- Sei lá, ele deve achar que a gente vai deixar você cair de verdade da escada – comentou rindo e sendo acompanhada por mim e pela Rose.

Numa velocidade digna de tartaruga, fomos andando pelos corredores em direção à escada. Devo dizer que o caminho nunca pareceu tão longo.

Eu sentia uma falta estranha dos fantasmas. Depois que o meu Edward acordou, nós não vimos mais o fantasma Edward – e nenhum dos outros, diga-se de passagem.

Eu não sabia o que pensar já que com toda a preocupação quanto à batalha todos esqueceram de nos contar o que acontecia depois. Não que isso fosse tão importante, afinal eles já estavam mortos e nós continuávamos vivos. Mas, ainda assim, era estranho não vê-los aparecendo e desaparecendo por aí.

Chegamos até a escada e eu respirei fundo.

Não duvido nada que Esme e Edward tenham contratado um paramédico para se por acaso eu chegasse lá em baixo rolando.

- Ei meninas – Leah nos chamou quando íamos começar a descer.

Ela e Ângela vinham em nossa direção com seus belos vestidos de festas.

- Soubemos o que aconteceu com você, Bella – Angie falou meio emcabulada. – Como está se sentindo?

Sorri sinceramente pra ela, feliz por estar ali e não ter que me preocupar com fantasmas mau humorados vagando por aí. Não que pra ela isso fizesse diferença, já que todos no castelo ficaram sabendo da versão da escada.

- Estou ótima – tanto ela quanto Leah sorriram pra mim quando eu respondi.

- Bem, vamos descer e aproveitar nossa festa – uma Alice subtamente animada, gritou.

Eu e as meninas olhamos pra ela assustadas. A baixinha simplismente deu de ombros e segurou meu braço, me dando apoio do lado contrário ao do corrimão.

Quando chegamos no meio da escadaria, a voz de Edward chamou a minha atenção.

- Elas estão demorando muito – disse impaciente.

- Você tem toda a razão, mano – Emmett concordou solenemente.

Alice soltou um risinho ao meu lado enquanto Rose revirou os olhos.

Depois de poucos degrais, tive a visão de Edward em seu smoking perfeitamente alinhado ao corpo. Ele andava de um lado pro outro e ainda não tinha percebido nossa presença, assim como Emmett.

- Já chega! – exclamou se virando pra Jasper. – Eu vou subir ago… - sua frase morreu no meio quando ele se virou e nos viu.

O olhar que ele me lançava era indecifrável. Seus olhos verdes passaram por todo o meu corpo e pararam em meu rosto. Vendo que estava sendo observado, Edward abriu seu sorriso torto perfeito.

Rapidamente ele se adiantou na escada e veio parar na minha frente. Pegou minha mão direita e depositou um beijo delicado ali, fazendo meus joelhos perderem as forças.

- Sabe Isabella Swan – começou, chegando sua boca perigosamente pra perto do meu ouvido, – a cada dia que passa eu vejo o quão sortudo eu sou por ter uma namorada mais linda e gostosa do que eu jamais poderia imaginar.

Senti minhas bochechas corarem e mordi meu lábio inferior, fazendo com que ele soltasse uma gargalhada gostosa.

- É sério amor. Você está absolutamente perfeita – disse, segurando meu rosto com uma mão de cada lado.

- Eu te amo – foi o que eu respondi.

Ele sorriu e me agraciou com um beijo casto, porém cheio de sentimentos.

- Ei vocês – Emm gritou. – Vão demorar muito aí?

Nós rimos e em seguida descemos as escadas vagarosamente.

Chegamos ao grande salão onde as meninas organizaram a festa. Tudo estava ainda mais lindo do que quando estivemos aqui da última vez. As mesas estavam perfeitamente alinhadas e uma pista de dança fora montada no centro do salão. No canto oposto à mesa tinha um pequeno palco improvisado, onde Esme e Carlisle estavam de pé.

Todos nos acomodamos em uma mesa perto da pista que tinha nossos nomes. O resto do pessoal fazia o mesmo, já que meus sogros tinham pedido atenção.

Quando todos estavam acomodados em seus devidos lugares o silêncio se instalou, então Carlisle se apressou pra começar seu discurso.

- Primeiramente; boa noite à todos. Hoje estamos aqui para o baile de encerramento dessas férias – deu uma pausa fitando os rostos que o encaravam. – Espero que tenham apreciado tudo o que oferecemos e que levem pra casa lembraças inesquecíveis.

Edward segurou minha mão mais forte, por cima da mesa.

- Quero agradecer à todos vocês por suas presenças e também, dizer que serão sempre bem-vindos por aqui – completou sorrindo.

Todo mundo aplaudiu e eu respirei aliviada, por ele não ter feito nenhum discurso sentimental. Não era uma boa hora e acho que de alguma forma ele sabia disso.

Esme deu uma tossidinha no microfone, chamando a atenção novamente.

- Bem, - começou meio sem graça e estranhamente emocionada. – acho que meu filho, Emmett Cullen, tem algo que quer dividir com vocês.

Eu e meus amigos viramos pra ele imediatamente. O grandão deu de ombros despreocupado, depositou um beijo na testa de Rosalie e se dirigiu até a mãe.

Alice parecia a única que sabia alguma coisa sobre àquilo, já que quicava em sua cadeira como se tivesse com pulgas na bunda.

- Eu não sou muito bom nisso, mas depois de uma epifania…

Emmett conhecia essa palavra?!

- Ei, não me olhem assim – apontou o dedo acusatóriamente pra nossa mesa.

Olhei pros lados e vi que os outros estavam tão bobos quanto eu.

- Enfim, depois disso eu descobri o que realmente importa pra mim – ele sorriu sapeca e colocou a mão no bolso de sua calça. – Apesar de não ligar muito pras coisas e ser meio… - olhou pra cima pensando um pouco. – distraído – nós rimos da palavra e ele sorriu pra gente.

“Eu sei exatamente o que eu sinto e o que eu quero. E no momento, aqui com a minha família e os melhores amigos que um dia eu sonhei em ter, acho que é a melhor hora pra demonstrar isso.” Sorrindo ele tirou o microfone do suporte e caminhou até a mãe, que o envolveu em um abraço apertado e depositou um beijo em sua bochecha.

Torci internamente pra que ele não começasse a dançar Rick Martin no meio da pista e revelasse que era gay. Qual é? Depois dessas férias tudo pode acontecer.

Edward riu do meu lado e depositou um beijo no meu pescoço.

“Não é nada parecido com isso” pensou, alisando meu braço.

O grandão desceu do palco e veio andando até a nossa mesa em passos lentos.

Alice tinha um sorriso enorme no rosto e os lábios presos por seus dentes, em um sinal claro de ansiedade.

Quando chegou perto de nós, ele virou a cadeira de Rose de frente pro seu corpo em um só movimento. Ela arregalou os olhos e fez menção em falar, mas foi interrompida pelo indicador do namorado. Uma vez que minha amiga estava calada e confusa, Emmett se ajoelhou na sua frente, fazendo com que ela arfasse.

Novamente ele enfiou a mão no seu bolso e tirou de lá uma caixinha de veludo negro.

- Rosalie Hale, - ele mal começou e ela já estava cheia de lágrimas nos olhos. – você é a coisa mais importante na minha vida. E isso é desde a primeira vez que eu te vi, naquele salão com sua cara totalmente abobalhada pra mim, tentando inutilmente esconder algo que era mais do que perceptível – ele deu uma pausa pra uma risadinha e nós o acompanhos.

“Eu sei que pode parecer precipitado, uma loucura, ou até uma burrice” olhou em seus olhos. “Mas eu sou completamente e irrevogávelmente apaixonado por você. É por isso, minha querida, que eu quero que você seja inteiramente minha. Para sempre.”

Ouvi um soluço alto vindo de outro canto do salão. Só então percebi uma mulher alta e loira parada ao lado de Esme.

- Mãe? – Jasper sussurrou.

- Calma sogrinha, já to acabando – Emmett gritou fazendo com que eu e Edward gargalhássemos. Ele fingiu uma tosse e voltou a encarar sua amada. – E então Rose, você acei…

- SIM! – ela gritou sem deixar ele continuar e pulou em seu colo, fazendo com que os dois fossem parar no chão e gritou novamente: - SIM!

- EU SABIA! – Alice explodiu de repente, fazendo com que minha crise de riso aumentasse ainda mais.

Aquilo estava mais parecendo uma comédia barata do que um pedido de casamento.

Depois que ele colocou o anel no dedo de Rose nós os cumprimentamos e práticamente deixamos o restante do salão surdos de tantos gritos que eu, Allie e Rose dávamos ao olhor pra enorme aliança.

- Minha bebê – a mulher loira abriu espaço entre a gente e se adiantou pra abraçar a filha.

- Mamãe! – Rose a cumprimentou contente. – O que faz aqui? – perguntou curiosa, porém não menos feliz.

- Ontem eu liguei pra cá, já que estava em Paris e queria ver meus bebês – ela contou pegando Jasper com o outro braço e mantendo cada um preso de um lado seu. – Sua sogra, muito simpática por sinal, me convidou pra esse baile. E hoje seu namorado veio pedir sua mão em casamento pra mim.

Todos nos viramos pra Emmett, que mantinha um enorme sorriso estampado em seu rosto.

- Confesso que levei um susto – comentou. – Mas depois de conversar com ele, com Esme e com Alice – todos nos viramos pra baixinha que sorria descaradamente, – vi que se era o que você queria eu também estaria feliz.

- Obrigada mamãe – Rose a abraçou novamente.

- Não me agradeça ainda – falou rindo. – Seu pai nos espera amanhã no aeroporto de Nova York.

Emmett engoliu em seco.

A maior parte do tempo nós nos esbaldamos na pista de dança. Além de ser nossa última noite por aqui, estávamos comemorando o noivado de nossos amigos.

Lá pras duas da madrugada Edward me puxou pra fora do castelo e me arrastou até o jardim.

- Infelizmente ainda não é a hora que eu vou te pedir em casamento – brincou juntando os nossos corpos e me fazendo rir. – Mas tem uma coisa que eu gostaria de te dar.

Mordi os lábios e me perdi na imensidão que eram suas orbes verdes.

- Venha até aqui – ele me encaminhou até um lugar mais afastado, onde depois percebi ter um cavalete com um quadro corberto.

Não demorou muito pro meu cérebro processar o que era aquilo.

Minha cabeça instantâneamente voou pra semanas atrás. Um curto período de tempo que já pareciam séculos atrás.

- Na época nós ainda não tínhamos nada e estranhamente você já habitava todos os meus pensamentos – sorriu desviando o olhar e passou os dedos pelo seu cabelo bagunçado. – Bom, a verdade é que esse quadro já era pra você desde aquele dia.

Edward deu um passo pro lado abrindo passagem pra que eu andasse até o quadro. Fitei seu rosto e ele me retribuiu com um sorriso, encorajando que eu continuasse.

Me encaminhei até o cavalete e segurei o pano branco que cobria o quadro. Olhei pra trás e depois puxei o tecido de uma vez só.

Assim que meus olhos bateram na tela senti meu coração falhar uma batida. Os traços do pincel eram tão sutis que parecia uma fotografia. A pintura era quase uma fotografia da janela do quarto dele; o céu estava em uma mistura de laranja e rosa enquanto o sol se juntava ao mar formando um fim de tarde perfeito.

Porém o que mais me impressionou foi a sombra que tinha em um canto da janela. Apesar de estar toda negra como uma sombra, os cabelos até o meio da cintura e o corpo não muito grande denunciavam quem estava retradada ali.

- Edward, é lindo – falei sem tirar meus olhos da tela. – Pelo jeito só eu sou uma negação nisso – fiz uma careta.

Ele riu e depois veio até mim, abraçando minha cintura por trás e juntando nossos corpos.

- É todo seu – ele sorriu e eu senti seu hálito quente batendo contra o meu pescoço. – Pensei em me colocar alí também, mas só contigo está muito melhor.

Sorri e selei nossos lábios em um beijo calmo e apaixonado.

No dia seguinte nós acordamos às sete da manhã, já que a Sra. Glow queria urgentemente encontrar com toda a trupe. Como nosso vôo só saía às seis da noite, nós ainda teríamos tempo pra arrumar as malas depois do almoço.

- O que será que ela quer? – perguntei curiosa pra Edward.

- Não sei – bufou impaciente. – Mas espero que seja algo importante – completou rabugento.

Ri fitando seu semblante emburrado.

- Você fica uma gracinha quando está irritado – falei contente fazendo ele revirar os olhos.

- Sei... – resmungou ainda mau humorado por ter acordado cedo. – Quando você me conheceu meu mau humor era dígno de um velho viúvo, segundo você mesma. Agora ele é uma gracinha... – bufou novamente, me fazendo rir mais ainda.

Quando chegamos até a escadaria da biblioteca, nos deparamos com uma Alice deprimida e um Emmett todo triste.

- O que aconteceu? – perguntei preocupada.

- Alice e Emmett não querem subir – foi Rose quem respondeu sem dar muita atenção pros dois. – Eles descobriram o porquê dela te nos chamado.

- Sério? E o que é? – questionei me aproximando mais deles.

Não devia ser tão ruim, afinal tanto Rosalie quanto Jasper pareciam tranquilos com aquilo. Antes que eu pudesse obter uma resposta a velha Glow apareceu na curva da escada.

- Venham, nós temos que conversar – mandou, fazendo sinal com a mão para que seguissemos atrás dela.

Eu não entendia muito bem o estado meio mórbido da baixinha e do grandão – e devo dizer que isso me deixava tanto nervosa quanto confusa.

Assim que todos entramos no aposento ela fechou a porta e trancou em seguida. Mandou que nos acomodássemos pelas poltronas que tinham para leitura e ficou de pé nos encarando.

- Primeiramente, é bom que vocês saibam que eu não tenho muitas respostas – começou num tom misterioso. Como ninguém fez nenhuma objeção ela prosseguiu. – Bem, chegou a hora de vocês devolverem suas pedras.

Hã?

- Mas... Por que? – perguntei.

- Como nós não sabemos se o Dr. John e os outros irão voltar daqui algumas décadas, devemos deixar as pedras no lugar onde estavam – explicou sem parecer muito confiante.

- Ei! A minha surgiu de uma flor – Alice jogou os braços pro alto. – Como eu devo fazer isso? – suspirou meio fingida querendo transformar aquilo numa novela.

Devo admitir que apesar do drama, ela tinha feito uma boa pergunta.

Shamira nos lançou um olhar triste e após uns segundos ela voltou a falar.

- Antes de… - respirou fundo. – Antes da batalha Alma me deixou isso – foi até sua mesa e pegou um pedaço de papel. – Aqui ela explica essa questão.

Depois de ler as instruções vimos que não era tão dificil quanto acharíamos. Pelo que Alma deixou escrito, durante certo tempo depois que o portal fosse fechado os lugares estariam prontos pra receberem as pedras novamente.

Admito que fiquei chocada quando soube que começamos a achar os anéis no tempo limite. Digo, se tivessemos tentado antes ou um pouco depois, nunca acharíamos nada, mesmo estando nos lugares certos.

Durante toda a manhã; desde a hora que nos despedimos da Sra. Glow até a hora do almoço, nós embarcamos em um tour melancólico até os lugares onde cada um achou a sua pedra. Apesar de uma certa tristeza misturada com um pouco nostalgia, não posso dizer que sentiria tanta falta daquilo.

Coisas maravilhosas aconteceram nessas férias, mas outras eu preferia apagar da minha mente.

- Pronta? – Edward tirou-me de meus davaneios com um beijo casto em minha testa.

Assenti e me virei mais uma vez olhando o quarto vazio que eu deixava pra trás. Meus olhos caíram sobre o armário que dava pra certa sala secreta, que provavelmente só seria novamente habitada quando outros adolescentes tivessem novamente necessidade de usá-la.

Suspirei pensando na falta de sorte que eles teriam se tivessem que enfrentar tudo o que passamos.

- Não precisa ficar com essa cara – a voz aveludada soou perto do meu ouvido. – Podemos voltar no fim do ano se quiser.

Eu ri alto e me virei pra fitar o lindo rosto do meu namorado.

- Obrigada, mas acho que eu quero umas boas férias sem sequer pensar em fantasmas ou castelos – brinquei, fazendo-o rir.

Chegando ao hall, Rosalie nos esperava com os olhos vermelhos ao lado de um Emmett cabisbaixo.

- Eu vou sentir tanto a sua falta – a loira correu em minha direção envolvendo-me em um abraço apertado.

- Também vou, Rose – correspondi ao gesto. – Pode ficar tranquila que nas férias e nos feriados nós vamos nos ver – sorri pra ela. – E não se esqueça do convite que meu pai fez à você – a lembrei e ganhei um olhar curioso do grandão. – Bem, o convite se estende ao seu noivo, então…

- Roooooose – um grito estridente surgiu do topo da escada.

Nos viramos pra ver uma Alice desesperada, desengonçada e toda chorosa, correndo escada a baixo em nossa direção.

- Amiiiga, eu vou sentir tanto a sua falta – se pendurou no pescoço de Rosalie. – Não esqueça de vir nos visitar, ok? Por favor!

- Ei, ei! – Emmett chamou a atenção. – Por que ninguém vai sentir a minha falta?

- EMM! – agora nos viramos novamente pra escadaria pra ver Jasper descendo correndo. – Grandão, como eu vou sentir sua falta! – gritou irônico.

Emmett arregalou os olhos e correu pra trás da noiva.

- Sai pra lá bicho ruim! Não quero você me agarrando não – abanou a mão no ar desesperado. – Ursinha, tira ele de perto de mim!

Jazz caiu na gargalhada, sendo seguido por mim e pelos outros.

Esme e Carlisle se despediram de Edward como se ele fosse se mudar pro Japão. Prometeram que iam nos visitar o mais rápido possível, e quando comentei sobre a exposição de meu pai eles logo se animaram e disseram que iriam também.

Como nos veríamos em alguns dias a despedida deixou de ser das piores. Qualquer vestígio de tristeza foi tampado pelo entusiasmo do casamento que em alguns meses ocorreria.

Quando o carro passou pelos portões do castelo dei uma última olhada pra majestosa construção que ia ficando pra trás.

Suspirei e fechei os olhos. Me concentrei em lembrar de cada momento que havíamos passado e também dos nossos amigos fantasmas – que, por alguma piada do destino, acabaram sumindo logo depois da batalha.

- No momento não preciso ler mentes pra saber no que você está pensando – Edward falou baixinho e afagou meus cabelos. – Eu não sei pra onde eles foram mas creio que estejam bem – abriu o sorriso que me fez ficar apaixonada.

Sorri e me acomodei encostada ao peito dele.

Depois de algumas horas chegamos até Londres e nos adiantamos para preparar as coisas pro embarque. Não sei como, mas tanto Jasper quanto Edward iriam direto comigo e com Alice para Seattle.

O vôo foi tranquilo. Nós quatro dormimos a maior parte do tempo, só acordamos com o aviso da aeromoça para que colocassemos os cintos para o pouso.

Saímos do avião ainda mais sonolentos e fomos nos arrastando da pista até o aeroporto.

- Minhas filhas! – Charlie chegou todo afobado e nos abraçou, cada uma de um lado. – Como eu senti saudades e… - seu olhar subiu pra Edward e Jasper que estavam nos encarando divertidos.

Percebendo o olhar desconfiado de nosso pai eles logo trataram de soltar tossidinhas e fazer caras mais sérias.

Prendi o riso e vi que Allie tinha feito o mesmo.

- Er… Muito prazer Sr. Swan, eu sou Edward Cullen – meu namorado, com uma estranha cordialidade, estendeu uma mão e esperou o aperto de Charlie.

Vendo o gesto do amigo, Jazz logo se adiantou e se pôs ao lado dos dois.

- Muito prazer senhor, eu sou Jasper Hale – repetiu a cordialidade do Ed.

Eu já devia estar roxa de tanto prender as risadas.

- Primeiro quero saber aonde vocês dormiram nessas férias – Charlie perguntou apontando pros dois e fingindo uma cara de mal.

- Juntos, ué – Alice respondeu dando de ombros, fazendo nosso pai ficar realmente meio nervoso.

Nossos namorados olharam incrédulos pra baixinha, que só resmungou um “o quê?!”

- É, eu e o Jasper dividimos um quarto – Edward disse rápidamente e meu pai os encarou incrédulo.

- É verdade, até uma cama! – Jasper completou com a voz fina e claramente desesperada.

Eu e Alice não aguentamos e caímos na gargalhada, enquanto Jasper ficou corado e desviou o olhar do meu pai.

- Tem certeza que eles são mesmo namorados de vocês e não amigas? – nos indagou fazendo a crise de riso aumentar.

Com certeza seria no mínimo interessante ter os garotos e Charlie por perto.


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Notas finais do capítulo

Aqui está o último capítulo.
O epílogo está basicamente pronto, então no fim de semana estaramos dando adeus à FIC. Vou deixar as mensagens e obrigadas pra ele...
Espero que gostem e please me mandem reviews dizendo o que estão achando.

Beeeijos, Rafa.



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