When I Look In Your Eyes escrita por Pétala


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Olá. Passei essa semana sem postar, mas não abandonei a fic, semana de provas tudo muito corrido. Enfim mais um cap, espero que gostem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/404529/chapter/6

Realmente foi difícil reconhecê-lo, esses anos o mudaram bastante, afinal, a última vez que o vi só tinha onze anos, os traços infantis foram substituídos por feições altamente sedutoras e mesmo com os saltos, eu apenas atingia a altura de seus ombros. Seu porte antes esguio transformara-se em músculos aparentemente bem definidos, a única coisa que permanecia inalterada estava fixa em mim, eram seus olhos, esses continham ainda o mesmo brilho sonhador. Ele apareceu perceber que eu o analisava e sorriu convencido, o que me fez corar por ter sido pega em minha análise nada discreta.

                Peguei minha bolsa em busca de meu celular, olhei às horas, ainda era cedo, mas eu precisava sair dali o quanto antes para entender o que estava acontecendo comigo, o porquê de sua presença me afetar tanto.

                - Foi realmente muito bom te reencontrar, mas, agora preciso ir.

                - Não senhora! Daqui a pouco terá a valsa e na minha família é tradição que os membros dancem, e, eu quero dançar com você.

- Ah, nem vem, eu não sei dançar, e olha o tamanho do meu salto. Vou acabar te machucando.

- Vou correr esse risco, vem!

Ele pegou minha mão e seguimos para o salão de festas. Vários casais já ocupavam a pista de dança incluindo Carly e Brad, sentamos em uns bancos enquanto aguardávamos a valsa.

- Então Freddie, além de inventar tradições falsas para conseguir contradanças de garotas indefesas, o que mais você faz?

Ele soltou uma risada alta e me encarou.

(Ah! Como eu sentia falta desse som.)

- Duas coisas Sam, Primeiro: Essa tradição existe sim, e você não é exatamente o que eu classificaria de garota indefesa.

- Esperto você, mas me responda.

-Eu trabalho com Informática. Tenho uma empresa onde desenvolvemos programas de computadores. Eu a abri quando ainda estava na Inglaterra. Ainda estou em processo de transferência para cá, mas já está quase tudo pronto.

- Isso parece chato – ops, ele fez uma cara de ofendido – foi mal, mas é o que eu acho.

- Tá ok senhorita “você é um chato”. O que você faz além de atormentar pobres garotos chatos?

- Esqueceu de nerd - dei uma risada e o encarei, ele fez uma cara séria, mas depois sorriu também.

- Ei, nerd não viu... Senti falta do seu sorriso – senti minhas bochechas queimarem, devo ter corado violentamente, seu sorriso aumentou – Você não respondeu minha pergunta.

- Eu trabalho meio período como Garçonete num bar de um amigo meu e faço faculdade de psicologia.

Freddie soltou uma gargalhada que me assustou.

-Ah, pequena Sam, você continua com o mesmo senso de humor – balancei a cabeça negativamente – Então você faz mesmo psicologia? – Afirmei com um aceno de cabeça e ele continuou rindo.

- Ei, dá pra parar? É sério, está me irritando. Qual a graça?

- Desculpa, mas é que é meio contraditório você fazer psicologia – ele falou tentando controlar o riso.

- Você é muito irritante, é sério, to indo embora.

(Levantei e peguei minha bolsa)

- Ei, não vai não, por favor! Eu sei que sou um idiota irritante, mas prometo me comportar.

- Está certo, mas só porque finalmente concordamos em algo – ele fez uma expressão confusa, semisserrando os olhos e me fitou – Que você é um idiota irritante.

- Pois que tal honrar esse nerd aqui com uma dança? Vem, está na hora – ele me estendeu a mão e me conduziu para a pista de dança. Nos misturamos a alguns casais que já estavam lá. Quando Carly me viu com seu primo, me deu um sorrisinho malicioso que eu retribuí com uma careta. Freddie deve ter notado, pois deu uma risada e disse: – Se eu  conheço à minha prima, ela só vai te deixar em paz quando arrancar todos os detalhes sobre nós dois.

- É você a conhece muito bem. Ta vendo aí o que você me arranjou? E não tem essa de nós dois não, é só uma dança.

- Ei, calma, eu sei – ele se aproximou de mim para por minha mão em seu ombro, sua mão em minha cintura e me puxou para mais próximo de seu corpo.

Começou uma melodia conhecida, mas não parei para analisar qual seria, estava muito concentrada no contato entre nós.

Fixei meus olhos onde jamais deveria, pois aquela atmosfera romântica somada a musica que tocava e pra completar, a sensação de olhar nos olhos de Freddie, tendo também seus olhos fixos nos meus certamente me traria sérias conseqüências. Precisava fazer algo o quanto antes, desviei o olhar e me concentrei na dança. Ele me conduzia com maestria.

- Você dança bem – falei sem pensar.

- Obrigado. Eu fiz uma aula de dança por um tempo, prefiro ritmos mais agitados como salsa, por exemplo, mas, com você, uma valsa é bem interessante.

Soltei uma risada sarcástica e lhe olhando disse:

- Freddie, qual é? Sou eu, Sam Pucket. Pode parar de bancar o conquistador.

- Perdoe-me se te ofendi, mas eu realmente não estou com joguinhos. Não gosto disso. Apenas tenho o costume de falar o que penso.

Ele estava sério, e pelo seu semblante pude ver que o tinha magoado. Aquilo me desarmou.

- Peguei pesado, sinto muito. É que... - fui ao meu limite, não podia simplesmente contar tudo o que havia passado o porquê de não confiar nas pessoas. O problema era que aquele Freddie que estava em minha frente não era o mesmo de dez anos atrás. Não sabia quase nada sobre ele. E se assim como aconteceu comigo, a vida tenha lhe feito tantas marcas a ponto de mudar quem ele era? Mesmo assim, ele exalava confiança, o que não era bom já que confiar significa se apegar, o que conseqüentemente resultava em lágrimas. Não suportaria me aproximar e acabar o perdendo pela segunda vez. Lágrimas já ameaçavam transbordar. Eu tinha de sair o mais rápido dali. Ele me encarava confuso, esperando que eu terminasse a frase que havia começado -... É que eu realmente preciso ir embora, você avisa a Carly pra mim, por favor? Afastei-me de seus braços. Não olhei em seus olhos, pois sabia que desmoronaria.

- Sam – O ouvi murmurar.

Não olhei para trás, apenas segui tentando sair dali. Olhei para Carly, ela apenas balançou a cabeça positivamente. Não precisávamos de palavras, entendíamo-nos com apenas um olhar. Saí de lá e rapidamente consegui um táxi, mas ainda não me permiti chorar. Cheguei em casa, me dirigi ao banheiro, e permiti que minha tristeza me dominasse, e logo toda dor que eu sentia foi embora em forma de lágrimas. Uma sensação de alívio me preencheu. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Quero saber o que acharam.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "When I Look In Your Eyes" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.