Debaixo Do Mesmo Teto escrita por Giulianna Valadares


Capítulo 30
And I would have died, I would have loved you all my life


Notas iniciais do capítulo

Olá, amigos do Nyah! Tudo bom com vocês??
Peço, mais uma vez, um milhão de desculpas pelo meu imenso atraso. Mas quando você é de exatas, faz faculdade, trabalha e ainda tenta ter uma vida social (falhando miseravelmente nesse quesito), seu ladro escritor fica notoriamente afetado.
Mas aqui estou eu, novamente, porque eu não posso desistir dessa fic se nenhum de vocês desistiu (somos 117 acompanhando e 24 favoritaram!!!).
Esse capítulo vai especialmente para a katt, que leu a história em praticamente um dia e ainda deixou uma recomendação maravilhosa que encheu meu coração de alegria e vontade de continuar! Beijo enorme, sua linda!!!
Tem o link da música desse capítulo no meio do texto, então cliquem nele quando aparecer (faz parte do clima do que vai rolar)!

Então, aqui vamos nós!

Aproveitem!! ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/404337/chapter/30

 

Faltavam dois dias para o baile. Dois dias separavam os estudantes de Huntington Beach High daquela que prometia ser a melhor noite de suas vidas. A ideia de se despedir do ensino médio ao lado dos seus amigos de anos amolecia o coração até daqueles que eram mais revoltados com a escola. Nas primeiras horas daquela quinta-feira, era só nisso que todos pensavam e falavam. Afinal de contas, a cidade era relativamente grande, mas o baile de formatura era um dos maiores eventos do ano. 

Só que Irvine não era uma cidade grande demais para que notícias ruins levassem muito tempo para chegar. E foi assim que, por volta do meio-dia, vários estudantes se concentravam na porta do hospital, procurando saber se Derek realmente havia morrido. Alguns chegaram mais cedo e conseguiram entrar. Um deles era Chase, que agora saía porta afora, totalmente entregue às lágrimas, correndo contra a multidão que tentava pará-lo para saber algo sobre Derek.

Savannah e Andrew haviam acabado de estacionar o carro quando perceberam a agitação na multidão de colegas. A garota percebeu que um rapaz chorava e tentava se desviar de todos, mas como era baixo e magro, não estava conseguindo sair. Ela percebeu a expressão assustada do rapaz de longe e logo se entremeou entre os colegas para afastá-los e tirar o menino de lá.

— Se afastem! Ei, deixem o menino passar! – Ela gritou, se aproximando do rapaz. Logo estava próxima o suficiente para abraçá-lo e puxá-lo para fora do motim. – Saiam todos! Vocês não estão vendo que ele não está bem? Andem, saiam, saiam!

Aos poucos, os alunos e colegas se distanciavam dela e de Chase, enquanto Andrew se aproximava para ajudar a garota. Os dois levaram o rapaz para perto de onde estacionaram. Savannah abriu o carro para que Chase se sentasse no banco do passageiro e entregou a garrafa d’água que pegara antes de sair de casa. Só naquele momento, Savannah reconheceu que aquele era o jovem carteiro que havia entregado suas cartas de admissão.

— Ei, você é o carteiro da minha rua, não? – Ela perguntou, sorrindo para o rapaz. Ele, que continuava a chorar e soluçar, apenas afirmou com a cabeça.

— Qual seu nome? – Andrew perguntou, entendendo que Savannah queria acalmar o menino.

— Cha…Cha…Chase… - O loiro respondeu – E sim… Eu… Eu sou… O carteiro…

— Que legal, Chase! Sabia que aquele dia você praticamente salvou a minha vida? – Savannah disse, animada. Chase apenas a encarou. – Eu achei que não tinha entrado em nenhuma universidade e você apareceu como um anjo com as minhas cartas.

Chase deu um sorriso fraco.

— Eu fico feliz por você, Savannah… - ele finalmente conseguiu se acalmar e os soluços diminuíram.

— Uau, você sabe meu nome? – Ela sabia que estava sendo um pouco infantil com ele, mas ele parecia tão novo que ela não sabia como abordá-lo de outra forma.

— Sim, eu sou do primeiro ano da sua escola. – Ele sorria para a garota.

— Ah, então é lá que eu te vi! – Andrew disse, estalando os dedos como se tivesse desvendado um mistério – Sabia que você não me era estranho. Você está no time de basquete, não?

— Sim, eu… - Chase começou a falar, mas travou, parecendo se lembrar de algo e, em seguida, o choro copioso retornou.

— Ei, fica calmo… - Savannah disse, abraçando o menino. – Você quer contar o que aconteceu? Você tem algum parente doente ou algo assim?

— Não, eu… Eu conhecia Derek e ele… Ele está morto, Savannah – O rapaz disse, abraçando a garota mais forte.

Quando a garota olhou para Andrew, o mesmo olhar catatônico que ela vira nele mais cedo voltou. Ele pareceu travar e se segurou na porta do carro, como se fosse cair. Andrew já sabia mais cedo da morte do colega de time, mas pensou que pudesse ser engano ou uma brincadeira de muito mal gosto dos outros colegas e era por isso que ele e Savannah decidiram ir até o hospital. Então, ouvir aquilo de um menino desesperado pareceu ser muito pior do que antes.

— Então é verdade… - Savannah ouviu Andrew sussurrar.

— Sim – respondeu Chase, se desvencilhando de Savannah para limpar o rosto – É verdade… Eu pensei que pudesse ser uma brincadeira de mal gosto, mas…

Ele não conseguiu terminar sem que o choro o atingisse de novo.

— E vocês eram amigos, Chase? – Savannah perguntou, acariciando o cabelo do loiro. Ela imaginou que eles fossem próximos dada a reação de Chase à notícia.

Fez-se um silêncio assim que ela perguntou. Chase levantou o rosto, olhou para a garota e para Andrew para, em seguida, apenas encarar a janela do outro lado. Savannah olhou para Andrew, procurando saber na expressão dele se ele havia entendido. O moreno apenas deu de ombros.

— Chase? – Savannah o chamou e ele olhou para ela – Está tudo bem, você pode nos contar.

Ela sorria para o garoto, na tentativa de transmitir confiança para ele contar. Ele respirou fundo antes de começar a falar.

— Ele era meu tutor em matemática – o rapaz respondeu, suspirando em seguida – E provavelmente o amor da minha vida.

Losing Your Memory

A declaração pegou Savannah e Andrew de surpresa. Os dois se entreolharam e voltaram a encarar Chase. Ambos sabiam que Derek estava envolvido com Tiffany e, antes dela, sempre fora muito mulherengo. Savannah não conseguiu conter a curiosidade.

— Mas ele… - ela respirou antes de prosseguir – Ele não estava com a Tiffany?

— Sim, ele estava. – Chase respondeu, escondendo o rosto nas mãos – Ele não sabia que eu poderia ser correspondido dele até duas semanas atrás, quando começamos a conversar sobre namoros e tudo mais.

Ele prosseguiu enquanto Savannah e Andrew apenas o encaravam.

“Veja bem, ele era meu tutor desde o começo do ano letivo, em setembro do ano passado. Eu vim de uma cidade pequena e meus pais não têm muita condição, mas fizeram o que podiam para nos mudarmos para Irvine para que eu pudesse ter uma educação melhor. Até então, eu não sabia o que era gostar de alguém ou mesmo se gostava de mulheres ou homens. Só estava preocupado em estudar e me sair bem.

Então, quando comecei a estudar, percebi que matemática seria meu maior problema. Conversei com os meus pais sobre pedir ajuda e eles foram até a secretaria da escola. Lá, eles disseram que Derek poderia ajudar e que não cobrava muito caro. Para nós, era perfeito.

Mas assim que a tutoria começou, eu não pude evitar e acabei apaixonando-me por ele. Ele era muito paciente e não tinha problemas com a minha lentidão em aprender. Ao longo do ano, ele também se tornou meu amigo. Conversávamos sobre tudo e ele até me convenceu a tentar entrar no time de basquete. Eu fui por algum tempo, mas tive que desistir para trabalhar e ajudar meus pais. Vendo a nossa dificuldade, Derek parou de cobrar pelas aulas e disse que faria porque era meu amigo.

Com o tempo, percebi como eu estava esforçando-me o dobro para aprender e poder impressioná-lo. Sempre me arrumava antes dele chegar para que ele me notasse. Sempre tentava falar sobre coisas legais para que ele me achasse mais interessante. Eu me apaixonei completamente por ele. Eu sempre soube que Derek tinha várias ficantes, mas que, ultimamente, estava só com Tiffany. Aquilo não me magoava, até porque eu nunca esperei ter algo com ele. Ele era apenas meu amor platônico.

Mas, duas semanas atrás, começamos a conversar sobre relacionamentos. Eu contei que nunca tinha namorado ou gostado de alguém até vir para Irvine, que fora aqui que eu descobri gostar de rapazes. Ele não se afetou e me contou sobre alguns dos relacionamentos que ele teve. Em algum momento, ele mencionou o nome de um rapaz. Eu fiquei completamente confuso e perguntei se ele também era gay. Ele deu o sorriso mais adorável que tinha ao ver minha expressão embasbacada e me disse que era bissexual. Vocês entendem o que aquilo significou para mim? Eu não consegui esconder a minha felicidade. Ele riu da minha bobeira repentina e perguntou o que eu tinha. Eu apenas me declarei. Contei tudo o que sentia e como eu tinha ficado apaixonado por ele desde a primeira semana de aula.

Ele ficou surpreso a princípio, mas não me rechaçou. Disse que estava feliz por alguém tão bacana gostar dele. E então, ele me beijou. Eu quase entrei em pânico porque era meu primeiro beijo e meus pais poderiam chegar a qualquer momento. Mas foi perfeito, assim como ele era. Ele me disse que estava com Tiffany, mas que não era sério e que, se eu quisesse, poderíamos nos ver além das aulas. Eu estava extasiado. Ele era meu primeiro amor, Savannah…”

Savannah e Andrew não souberam o que dizer. Não estavam preparados para o que Chase acabara de contar. A única reação de Savannah foi abraçar o garoto e dizer que tudo iria ficar bem enquanto ele chorava. Ela estava prestes a dizer como foi bom ele ao menos ter tido a chance de estar com Derek, de ter sido adorado pelo seu primeiro amor, quando uma voz estridente em um megafone pediu a atenção de todos na porta do hospital. Como o carro não estava distante, puderam ouvir com clareza o discurso de Tiffany.

— Olá, meus amigos – ela dizia, com uma voz afetada – É com muita tristeza que eu estou aqui para dizer que o nosso querido Derek… - ela fez uma pausa e todos puderam ouvir o soluço alto de choro que deu – Ele… Ele… Se foi. Não é justo que alguém tão incrível tenha partido assim, tão jovem e cheio de vida.

Ela parou de falar e, enquanto Savannah, Andrew e Chase se aproximavam, começou a chorar. Ann Marie, uma das amigas mais próximas de Tiffany, se aproximou e abraçou a garota, enquanto a loira chorava. Depois de alguns segundos, Tiffany se soltou da amiga e voltou a falar.

— E é por ele… - ela suspirou – É por Derek que eu conversei com o diretor há alguns minutos e estou transferindo a nossa formatura para a minha casa.

Houve um burburinho assim que a garota anunciou a decisão. Todos estavam confusos sobre os motivos que levavam a garota à pedir tal mudança ao sr. Tanner e o que fez com que o diretor aceitasse, já que todos sabiam que ele não era fã de Tiffany.

— O que ela está pretendendo com isso? – Savannah sussurrou para Andrew.

— Não faço a menor ideia. – Ele sussurrou em resposta – Mas vindo de Tiffany, nós podemos esperar qualquer coisa.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram? Deixem suas reviews! ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Debaixo Do Mesmo Teto" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.