Inexplicável escrita por Pear Phone


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente, Ianny Puckett, amei sua recomendação fofa :3 Fiquei muito feliz, estamos apenas no início ♥ Anw! E agora, desculpem pelo atraso de uma semana. É sério, estava em época de provas e nem podia pensar em tocar no pc ou escrever. Mas agora, compensarei com um ótimo cap, o maior possível ao meu alcance. Obrigada pelos reviews.



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Não estava preparado para aquela pergunta, então hesitei em responder. Mas, só havia uma resposta, sendo ela óbvia e clara.

— Não está cansado de me enganar? Por que não me diz logo o que lhe fez me pedir em casamento, se sabe que sou uma mulher fútil, hostil e inadequada da qual você nunca teria orgulho de dizer que é sua?

— Eu te amo. — Freddie virou-se de costas após dizê-la.

— Se me amasse nunca teria dito o que disse, ou feito o que faz.

— Foi você quem estragou tudo isso. Estava tudo ótimo, talvez poderia continuar sendo. Isso dependeu de você, foi você mesma que desejou que isso acontecesse. Se não estivesse me traindo eu não diria isso, jamais.

— Se você realmente me amasse, não diria isso apenas por alguma desconfiança. Eu não sou qualquer uma.

— Nunca disse que não te amo ou que você é qualquer uma.

— Mas acabou de insinuar! Será que não é capaz de entender? Nossos mundos desmoronaram desde que se esqueceu de mim, ou de nós dois. Na sua vida, não somos o mais importante. Expressar com palavras não é como expressar com sentimentos. Sentimentos valem mais do que qualquer outra coisa — a loira indagava. Uma lágrima caiu em sua face ao término do que dissera.

— Se não houvesse visto, acho que não teria motivo para desconfianças, Sam.

— Se não é capaz de confiar em mim, por que eu confiaria em você?

— Estava voltando de um lugar à noite. Se estivesse dirigindo só, tudo bem, mas havia alguém no banco ao seu lado. Não apenas um alguém, havia um homem — o moreno dissera. Ela iria questioná-lo após, mas ele a impediu. — Vocês dois entraram e passaram através dos porteiros, sozinhos. Nesse momento já concluí tudo que deveria. Pareciam conversar animadamente, sem se importar com nada e eu não podia me revelar.

— Vo-você tirou suas próprias conclusões de que estava o traindo apenas pela razão de convidar um amigo para jantar comigo?

— Naquele momento, em minha cabeça só se passava isso.

— Não está confiando em mim de novo. Se me conhecesse, teria a certeza de que eu nunca agiria dessa forma. Eu me cansei de discutir com você, mais uma vez. Tudo que fiz por nós até hoje tem sido em vão. Irei sair de sua casa.

— Esta casa não é apenas minha, é nossa.

— Pois agora será inteiramente sua. Eu quero me divorciar de você, senhor Benson. — Aquilo soou muito forte para ambos, mas era a solução ao ponto de vista da loira.

[...]

"Parecia estar tudo bem, mas não estava. Parecia ser tudo como antes, mas não era. E se fosse, talvez nada se resumiria no que se resumiu. Nós éramos tanto no passado, e agora somos como nunca imaginávamos. Algo simplesmente nos venceu."

Assim que o sol nasceu, tão belo e reluzente naquela manhã, os olhos azuis dela já abriam-se para contemplar os arredores daquela casa, que em breve não mais a pertenceria — ficaria apenas pelo tempo que precisasse para encontrar uma outra moradia. Por sua sorte havia apenas ela naquele lugar, não aguentaria vê-lo outra vez, depois daquela decisão, que ainda não saía de sua mente e não sairia tão cedo.

Levantou, trocou suas vestes e penteou seus cachos, logo desceu as escadas. A cozinheira, assim que a viu, já perguntara o que gostaria para o café da manhã, mas ela recusou ao menos mordiscar algo ou beber e deu-lhe folga até o horário de almoço. Assim, leves passos após a cozinha, chegou à sala de visitas e sentou-se no sofá, colocando uma almofada sobre suas pernas.

Levou seus olhos até a janela e pensou em tudo que a rodeava, em tentativa de encontrar tal coisa que a fizesse pensar no lado bom das situações que passava, porém a tentativa era falha. A única coisa que conseguia em fim, era sentir-se ainda mais magoada... Ninguém a aceitava além dele, ela nunca quis alguém o quanto foi capaz de o querer. Achava que tudo seria eterno, mas tudo esgotou-se assim que abriu seus olhos e percebeu que não vivia mais em um sonho.

— Senhorita Samantha? — Algo lhe tirou de seus devaneios, outra vez. Por sua vez, ela pensou estar ouvindo coisas e ignorou o chamado, mas ele se repetia por inúmeras vezes.

— De-desculpe-me... O que aconteceu?

— Uma visita lhe espera no portão, posso a mandar entrar?

— Visita, a essa hora... Quem seria? — indagou-lhe exausta e ainda submersa em cognições alheias.

— É uma jovem de cabelos negros e pele branca, com maquiagens um tanto borradas e feição melancólica, trajando vestes e calçados escuros — pronunciou a empregada.

— Parece uma mulher macabra pela descrição. Mande se retirar!

— Não, não. Na verdade ela é meiga e doce. Deve conhecê-la... Seu nome é Taylor, algo do tipo.

— Taylor? Carlotta Taylor Shay, você quer dizer?

— Exato, me desculpe.

— Eu mesma vou atendê-la, não se preocupe. — Logo andou até a entrada da casa.

[...]

Pensei ter ouvido ou premeditado de maneira incerta, mas tive a certeza de tudo quando a vi me esperar naquele portão, que logo se fechou quando ela andou à frente e sorriu para mim.

— Sam? Atrapalho? — Carly perguntava, sempre delicada.

— Vo-você? Amiga, é você mesma?

— Sou. Acho que faz muito tempo, talvez três anos ou quatro que não nos vemos, mas eu nunca me esqueceria da única pessoa que fez os meus momentos em Seattle valerem a pena! — Se abraçaram, por fim.

— Vamos entrar agora mesmo. Preciso aproveitar que está aqui, não recuse.

— Ótimo, está tudo bem para mim. Será ótimo entrar.

Assim a morena, acompanhada da loira, adentrou o cômodo principal.

— Bonita sua casa... Na verdade é incrível! Como estão as coisas por aqui? Onde está o Fre... — iria dizer, mas Sam a interrompeu.

— Por favor, não mencione o nome dele... — hesitou. — É... obrigada pelos elogios.

— Brigaram outra vez? O que aconteceu agora? — perguntou óbvia, mas seu olhar solitário e melancólico ocultava algo.

— Não foi apenas uma briga. Foi mais.

— Como assim? — Espantou-se.

— Logo irei entrar com o pedido de divórcio.

— Divórcio? Para quando está marcado o próximo casório? — Carly indagava, sem acreditar que era definitivo.

— Não é como quando namorávamos, Shay. Já disse que foi bem mais do que qualquer discussão. Não é como naquelas vezes em que competíamos para provar quem se odiava mais. É mais sério do que pensa.

— Não vejo seriedade nenhuma em sequer briga de vocês dois. Eu convivi com vocês por anos e nunca pararam de se falar até hoje por qualquer motivo. Era algo da noite para o dia. Não conseguem viver estando longe um do outro nem por um segundo.

— Tenho que concordar com tudo isso mas, dessa vez, ouvi claramente quando disse-me que não deveria ter se casado comigo. Pensei em não considerar pelos tempos da Ridgeway, quando dizia que me odiava mais do qualquer outra pessoa, e por isso nunca me largaria. Ou da faculdade, quando ele nunca me deixaria sem saber de sequer questão, e queria me ver formada por qualquer circunstância. Há alguns meses atrás eu pensei que aquele beijo não fosse o último, mas foi o último como aqueles, que me faziam implorar por mais... Eu tentei apenas. Não tenho culpa se aquelas palavras fazem parte de algo que irei considerar por toda a minha vida, e que nunca irei apagá-las do meu coração até seu último pulsar. Afinal, talvez eu não seja assim, tão forte. — Olhou para sua frente, deparando-se com o chorar de Carly.

— Me desculpe. Eu não pude evitar. — Seu olhar, agora molhado, borrava ainda mais a maquiagem que o revestia.

— Nem eu mesma consigo.

— Vocês não devem se separar. Não devem e não irão.

— Talvez seja o certo...

— Não é, Sammy, eu sei que não. E também sei como dói, porque dói em mim da mesma forma.

— Você e Ted se separaram, é isso? — a loira tentou não ser fria, e falou o mais baixo possível.

— Não! Não nos separamos, amiga. Outra coisa aconteceu, e por isso estou aqui, vestida de preto e vazia como se nada mais importasse. — Secou as lágrimas negras como seus olhos, porém não foi o necessário para fazê-las acabarem.

— Carly, o que aconteceu? — Segurou suas pálidas mãos.

— Eu o perdi.

— O perdeu?

— Não só o perdi, perdi meu filho também. Foi um acidente, um dos piores que poderiam acontecer em minha vida...

— Mas e a Rachel? Sua filha está bem?

— Mattew se foi, mas ela está comigo. É tudo que eu tenho agora, e se o destino levá-la como os levou, acho que não vou aguentar. Não faça isso com seu casamento, se quer viver infeliz pelo resto de sua vida.

Carly estava certa, mas também estava errada.


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Notas finais do capítulo

Gente, lamento não poder explicar como Sam conheceu Harold nesse cap, ficará para depois.Gostaram? :D