Inexplicável escrita por Pear Phone


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Mais uma vez agradeço pelos reviews, e desculpem-me a demora.Let's go.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/404333/chapter/3

Em ruas desertas, uma certa loira caminhava sem rumo e cogitando sobre coisas que nunca pensou cogitar. Porque simplesmente nunca podemos adivinhar nossos futuros pensamentos, o futuro é um segredo, apenas revelado quando chegamos até ele. A única pena seria o fato de não perceber que nada podia ser perfeito demais para sempre... E ela também não sabia explicar o porquê disso.

Meses atrás, sua tarde seria ao lado dele, e não sozinha. Há alguns meses ela nunca o deixaria sozinho, ou de pensar em coisas que o envolvessem. Pelo menos em uma coisa estava certa, porque as coisas que pensava sempre eram relacionadas a ele. Mas, dessa vez, passou quase doze horas andando sem direção, e o que pensava a seu respeito não era tão bom quanto preveria anteriormente. Talvez não houvesse entendido como deixar que a felicidade não escapasse, ou talvez ela deveria aceitar o fato de que não havia nascido para ser feliz, ou, ainda, que eles dois não haviam nascido para viverem felizes até o resto de suas vidas.

Por um segundo pensou em ligar para Carly, mas fazia muito tempo que elas não se falavam. Sentia falta de alguém que a apoiasse. Mas, em vez disso, resolveu continuar andando e talvez entendendo por que tudo havia mudado drasticamente em seu casamento, e não queria atrapalhar sua amiga que, ao contrário dela, estava super realizada.

E um susto faz seus devaneios se desfazerem e evaporarem aos céus.

— Sam? — uma voz masculina a solicitou, ela já sabia que não era quem queria que fosse, mas levantou sua face para ver quem a solicitava. — Sou eu, Harold.

— O que faz aqui? — perguntou, fria.

— Me desculpe, se quiser volto outra hora em que estiver melhor.

— Não, volte aqui, não quero que vá.

— Tudo bem, eu fico. Agora me responde por que está assim?

— Você não quer saber, Harold, eu sei que não quer.

— Como pode ter tanta certeza de que não quero?

— É uma coisa... pessoal.

— Qual é, eu sou psicólogo, e acima de tudo sou seu amigo. Pode falar.

— Me consultei com você apenas uma vez, acho que faz três meses! Você foi até minha casa e praticamente não se deu conta de que eu era casada.

— Mas... Eu sou psicólogo e sei como ajudar-te. Antes disso já nos conhecíamos, ainda somos amigos, Sam. Que desconsideração! — Quando voltou a encará-la, viu lágrimas em seus olhos.

— Eu poderia ter dado ouvidos ao certo, mas eu só me importei com ele. Eu me deixei enganar por algo que não era real. Eu sabia que não era real, eu sabia que não era certo, mas algo sempre me fazia mudar de ideia apenas por essa maldita razão. Eu o amava, mas eu não sei explicar por quê. E se eu descobrisse uma explicação, garanto que não estaria desamparada agora.

— Fo-foi o Freddie? Vocês não se deram bem? Se divorciaram? Me diz, mas não chore por favor. Samantha Puckett não chora, lembra-se? — ele indagou rápido, desesperado. Queria lhe ver como sempre via, e não suportava vê-la mal. Poucas eram as vezes em que lhe via mal.

— Essa Samantha Puckett já se foi há muito tempo. E ela levou tudo que tinha sentido, e deixou apenas o que não fazia sentido. Não entende?

— Sam, o que ele te disse? — Harold segurou sua mão.

— Ele disse que nunca deveria ter se casado comigo — ela respondeu, e a quantidade de lágrimas que caíam de seus olhos aumentou.

— M-mas você é a mulher mais linda que eu conheço, Sam. Você pode não ser perfeita em todas as suas atitudes, mas se transformou na melhor pessoa que já conheci. Ele não disse realmente, ou disse? Estava obviamente fora de si mesmo quando lhe falou isso.

— Que pena que o meu próprio marido não é capaz de pensar assim! Para ele sou qualquer uma que o trai quando ele está fora, que não se importa quando chega muito tarde e... Eu não quero dividir o mesmo teto com alguém que não sente o mesmo que eu sinto ou que não tem a capacidade de compreender que fui completamente verdadeira, em todas as noites que passamos juntos. Agora entende, Harold?

— Ele não te merece, então! Por que se apaixonou por um cara assim?

— Já disse que não sei. Se eu soubesse o motivo, nada me faria tão confusa. Eu só o amo e quero estar com ele em todos os tempos e momentos da minha vida. Por isso mesmo eu não sei se vou aguentar.

— A Samantha Puckett que eu conheci era forte o bastante para aguentar qualquer coisa.

— E se eu disser que, hoje, ele é a única força que eu tenho?

— Eu sei que pelo menos um pouco dessa antiga você que eu conheci ainda está aí, e vai superar isso.

— Só quero saber como... — Seus olhos miraram o chão.

— Podemos começar com um sorvete. Eu pago, gatinha.

— Pelo amor de Deus, acha que vai me ganhar com um sorvete? Você é mesmo um psicólogo?

— Desculpa... Hm, que tal se...

— Eu preciso ficar sozinha porque eu e Freddie brigamos ontem. Pode respeitar isso, Harold? Eu ainda amo sorvete, mas... Eu acho que não me sinto bem em deixar você tentar me fazer mais alegre. Não vai adiantar, é mais importante do que pensa.

— Acho que já fiz o que podia aqui. — Ele saiu um tanto incomodado.

Olha só o que faço com as pessoas!, estou magoada e me vejo obrigada a magoar alguém — ela pensava, o vendo partir.

E continuou andando, com sua bolsa cheia de coisas guardadas. Por um segundo decidiu tomar uma decisão antes de fazer qualquer coisa. Coisa que ela nunca decidiria se ainda fosse a mesma que era, como Harold havia citado.

A noite chegou.

Entrei em casa e não vi o que costumava ver... Sam não estava lá, e uma parte de suas coisas também não.

— Sam? Está aí? — Ele gritava pelos arredores da casa.

— Eu não estava, mas agora estou — ela disse, adentrando o cômodo principal.

— Onde estava? — o moreno indagou parecendo desinteressado. Na verdade, fingia desinteresse.

— Tentando resolver algo que não consegui.

— E por isso precisa sair de casa? Me disseram que faltou em seu trabalho hoje.

— A empresa é minha, só cuido da administração. Ao contrário de você, consigo viver longe de computadores, dinheiro e contas.

— O que quer dizer?

— Ultimamente você não consegue entender nada que eu falo. Tente se esforçar um pouco.

— Enfim, o que tentou resolver?

— Tentei resolver a única coisa que ainda não consigo, já disse.

— E o que seria?

— Todas as vezes que você só faz perguntas, eu me pergunto dez vezes mais que você sobre isso. E, todas as vezes em que você diz coisas sem pensar, eu sei que na verdade você só quer encontrar uma forma de fugir de me dar explicações... — Ficaram em silêncio por algum tempo.

— Se for sobre ontem eu ainda tenho razão no que disse, eu vi com meus próprios olhos.

— Pois é, Freddie, se você viu com seus próprios olhos, se você sempre teve a certeza de que não daríamos certo, então... — Encarou o piso por algum tempo. — Por que se casou comigo?

Eu não tinha medo de fazer aquela pergunta, e nunca esperaria aquela resposta. Na verdade, tudo girava como nunca girou em minha mente, e solucionar toda essa colisão seria mais difícil do que o aparente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Se vocês acham que tudo está acontecendo rápido demais, essa é a organização da fic.Nem imaginam a quantidade de coisas e mistérios que ainda esperam na continuidade.Kisses e qro reviews ♥