Inexplicável escrita por Pear Phone


Capítulo 21
Capítulo 21


Notas iniciais do capítulo

Se eu ainda tiver leitores, desculpem pela demora, feliz 2014 atrasado (muito atrasado).

Tive uns problemas na internet e deixei esse capítulo pronto pra postar assim que tudo se resolvesse, é o que estou fazendo.

Acho que muitas pessoas esperavam esse capítulo, mas ele não chega nem perto do fim. Ainda virão uns três ou no máximo cinco capítulos. Eu quis fazer alguma coisa romântica nele (sou muito sentimental) porque é o que a fic abrange desde o princípio, então aproveitem!



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Meses passaram-se e o que Freddie menos esperava estava cada vez mais próximo.

Naquela noite, o vento soava calmo e gélido, enquanto transmitia uma leve sensação de prazer ao mesmo tempo em que espalhava medo. Nas esquinas de Seattle, o moreno andava quase sem rumo, de modo bem diferente do que um empresário bem sucedido aparenta pelas ruas. Sua sombra percorria calçadas e paredes enquanto atravessava a cidade, dos becos iluminados aos mais escuros. Na realidade, não se importava. Caminhava destemido do mundo, porque nada mais o apavorava diante da situação em que encontrava-se. Ele carregava um bilhete em suas mãos, mas não resumia-se apenas em um mísero pedaço de papel com algumas palavras escritas ou em uma declaração sem valor. Ele estava carregando a verdade que sempre quis dizer, mas nunca foi capaz. Por mais que a amasse com todas as sua forças, escondê-la de tudo aquilo só traria mais problemas para aquele casamento.

Faltavam apenas dois meses.

O maior obstáculo era ele mesmo, e não o fato de saber que aquela era sua última chance.

[...]

— Sam? — ele disse assim que entrou na residência.

— O que você quer? — Uma voz diferente ecoava em seus ouvidos.

Antes que pudesse premeditar algo, a figura feminina de cabelos negros virou-se para o contemplar. O espanto era nítido em sua face.

— O que está fazendo aqui, Carly?

— Contando a verdade. Vou apenas lhe desejar sorte, amigo.

— Vo-você não pode ter feito isso... — Tentava entender como Carly descobria todos os seus segredos.

— Não só posso, como fiz. Acho que já está na minha hora — ela pronunciou, retirando sua bolsa do sofá e saindo pela porta que encontrava-se aberta. — E, mais uma vez, boa sorte.

A porta bateu logo após o comentário da morena.

— O que ela disse é verdade? — Cachos dourados invadiam a visão de Freddie. Ele se aproximou dela a fazendo lhe encarar.

— Depende.

— Depende de quê, Freddie?

— Disso. — Ele lhe entregou o bilhete. — Foi isso que ela disse?

Podia ver as lindas íris azuis rolando por cada letra que ali estava antes que uma lágrima caísse de um dos olhos da loira e escorresse por sua face.

— Não podia ter me escondido isso. — Amassava o papel sem piedade.

— Me desculpe, mas tente analisar as coisas como eu. Conseguiria dizer o que está escrito nesse papel para quem você ama?

— Só diz isso porque você não tem dois meses de vida. — Mais lágrimas caíam conforme prosseguia o diálogo.

— Sam, eu só quis que você não sofresse.

— Agora estou sofrendo mais, porque soube isso por outra pessoa, e não por você.

— Eu sinto muito.

— Não tem que sentir pena de mim. É tão difícil dizer que eu vou morrer?

— Eu não podia aceitar o fato de que perderia minha loira.

— Você já me perdeu há tempos e não se deu conta. Nada do que me disse foi real, tudo que sente por mim desde o início é pena. — Ela secou as lágrimas que escorriam. — E eu lamento por ter demorado a perceber.

Ela já preparava-se para subir as escadas, mas ele impediu.

— Eu não tenho pena de você, Sam. Tudo isso só me fez ter certeza de que sempre estive errado.

— Acho que teve essa certeza tarde demais. Só vou pedir que me solte...

— Quer saber? — a puxou para mais perto. — Não vou soltar você.

Ela deixou-se perder naqueles olhos castanhos e brilhantes por um segundo e percebeu que ele não podia estar mentindo. Ele vidrou seus olhares naqueles lábios que poderiam o descontrolar por um tempo que ele mesmo era incapaz de determinar. Perdiam o fôlego apenas por olharem-se por alguns instantes e tomarem consciência do quanto desejavam-se depois de anos, como se todos aqueles sentimentos se desenterrassem de uma cova.

— Por que não pode me soltar? — ela disse entre suspiros, com seus olhos fechados.

— Porque não quero que se tranque naquele quarto e chore durante o resto da madrugada. Eu quero que você entenda que só fiz isso porque eu te amo demais.

— Eu queria acreditar em você, Freddie. — Separaram-se.

— É impressionante... — Respirou alto.

— O que é impressionante? O fato de que eu estou morrendo e não me disse nada?

— E você acha que eu quero que você morra, Sam?

— Talvez você queira — despejou as palavras sem pensar.

— Eu não espero mais palavras de você, só fiz isso por quê...

— Porque você me ama? E então por que disse que nunca quis se casar comigo naquele dia? Eu posso não ser como as outras, Freddie, mas não sou de pedra.

Ela subiu as escadas com pressa e entrou em seu quarto, onde podia garantir-se longe dele. Pelo menos era isso que ela imaginava por um tempo, antes de ouvir passos próximos do cômodo.

— Sam, eu entendo como você se sente, mas não somos adolescentes.

— Qual é a graça de ser adulto? Ficar em frente à uma tela de computador e digitar coisas que ninguém entende? Trabalhar o dia inteiro e esquecer sua mulher até ela contrair uma doença mortal? Parece que isso é ser adulto pra você.

— Eu sei que eu nunca agi como tal, mas você sempre foi melhor do que eu em tudo.

— Só quero saber por que me disse que se arrepende de estar comigo. Eu só posso perdoar você depois que me der uma explicação.

— Sam, eu... Eu não sabia o que estava dizendo! Juro que só me arrependo de ter dito aquilo. Eu não sei se foi preciso que eu descobrisse que iria te perder para entender o quanto sempre fui apaixonado por você, mas de alguma forma descobri.

— Mas por que tinha que dizer aquilo? — Seus olhos lacrimejavam.

Ele se sentia a pior pessoa do mundo apenas por ver-se como a causa daquela fragilidade.

— Vem aqui. — A envolveu em seus braços cuidadosamente. — Você sempre estará viva pra mim, no meu coração. Eu nunca vou esquecer o quanto pude te amar.

— Minha vida está se esvaindo, Freddie.

— Eu preciso que me perdoe.

— Não quero brigar com você, eu só quero te amar antes que seja tarde.

O silêncio guardava o enigma daquela frase, que o pegou de surpresa. Freddie podia sentir aquelas encaracoladas madeixas loiras apoiarem-se em seu peito. Estavam próximos demais e sentiam saudade de estarem tão vivos um no outro.

Logo a deitou sobre a cama e pressionou seus lábios sobre os dela movimentando-os devagar, podendo sentir o sabor do interior de sua boca conforme a intensidade do beijo estava perto de se agravar. O sabor que aumentava à medida que a luz do luar batia nas janelas em encontro com o apagado cômodo, atravessando as cortinas. Seus corpos carregados de desejo não podiam esconder nada de ninguém. Na escuridão onde envolviam-se aos poucos, estavam perto de unirem-se em uma única imagem.

Ele queria fazê-la se sentir segura e lhe dar a certeza de que ainda podia ser amada.

As pernas da loira agarravam-se firmemente em volta da cintura do moreno, enquanto suas pequenas mãos deslizavam por dentro da camisa dele, até retirá-la em uma única ação momentânea. Uma clara invasão de lábios domada pela misteriosa paixão que os rodeava, até que a necessidade de oxigênio os atrapalhasse em seus planos. Ele seguia em investir por ali, com beijos calmos e inteiramente apaixonados, que desciam do pescoço até aproximarem-se dos seios, ao mesmo tempo em que suas mãos percorriam suas curvas como se pudessem moldá-la. Ligeiramente, retirou sua blusa ocupando a boca por tal região. Logo depois, retirou o sutiã e lançou-lhe em uma das partes daquele imenso quarto. Prosseguia assim até despi-la completamente.

Naquele momento, cogitar todos aqueles anos em que viveram juntos despertava uma emoção maior do que qualquer outra coisa.

[...]


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, a continuação sai logo :D

Deixem reviews, amei os passados.