Inexplicável escrita por Pear Phone


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Olá gentee! Mais uma sexta, mais um capítulo, e maior.



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Algumas horas antes, à noite, Carly caminhava ao lado de Harold enquanto suas mãos entrelaçavam-se. Finalmente a morena entendera que pudera levá-lo nem que fora como um simples amigo, era o único que lhe dera a atenção que tanto precisara naquele momento. Também havia descobrido que aquela noite que passaram não revelou nem a metade de sua personalidade ou de suas boas características... Mostrou-se uma ótima companhia, além de um solidário homem.

Não temia em encostar sua cabeça sobre os ombros do loiro, que de certa forma constrangia-se por completo assim que via-se como um apoio à uma mulher tão linda e carismática, que despertava-o um sentimento quase indescritível. Fazia-o entrar em estado profundo de delírio apenas quando encarava seu sombrio e singelo olhar de mais perto ao encontrá-la. E por sua parte, a doce Carlotta sentia-se jovem outra vez, voltando-se em sua época de adolescência assim quando revivia tal sentimento como aquele que era capaz de a despertar. Estava apaixonada novamente, mas não por prazer carnal, e sim pelo consolo sereno que transmitia-se quando ele estava por perto.

E andavam como se nada mais importasse, pondo inúmeros pensamentos em cogitação. Um silêncio prazeroso e contagiante, uma colisão entre a dúvida e o medo.

— Me sinto bem em rever você — Carly deixou escapar, mas se arrependeu por interromper o silêncio.

— Pensava que não alegrava-se ao encontrar comigo.

Se encaram. Ela corou. Ele sorriu.

— Na-não, se mostrou um amigo muito especial por me dar auxílio mental e sentimental, me desculpe por esses comentários desconexos e descuidados que o dirigi.

— Sou um psicólogo, acho que já entendo bem do assunto. Mas a lindas e boas jovens como você, não preciso cobrar consulta. Quando necessitar é gratuito, Carly. Tenho uma grande felicidade em ajudar-te.

— Não sou jovem, quem dera ainda fosse! Mas obrigada, agradeço de verdade.

— Não há de quê... E sim, é linda e jovem como uma garota de dezoito anos.

— Dezoito? — Ela gargalhou levemente. — Realmente é um bom amigo!

— Fala como se já houvesse completado cinquenta anos.

— Estou quase lá querido... Dos vinte e seis, até lá, não é necessário tempo demais.

— Temos aproximadamente a mesma idade. Não se deixe equivocar, Carls, ainda é uma jovem cuidadíssima e tem a vida toda pela frente.

— Não, não tenho. Que tipo de viúva continua preservando sua juventude?

— Não se deixe enganar, isso é babaquice. Mulheres tão atraentes como você, nunca deixam de lado a tardia e sadia juventude.

Era incrível como ele havia revelado-se tão benévolo à jovem, dona de lindos cabelos negros e olhos que carregavam a mágoa da perda recente de um verdadeiro amor. Aquela sensação agradável de sentir-se bem e leve dominava-a instantaneamente, e por certo tempo até mesmo se calou.

Ela sorriu e apertou suas mãos com força, mas um estrondo sonoro a fez tremê-las após uni-las. Logo dois homens, ocultando suas identidades, aproximaram-se e os separaram bruscamente, rodeando-os. A morena suava frio, ponderando que certos homens fossem homicidas brutais. Harold a protegia, pondo-se em sua frente.

— Largue a moça! — um dos homens indagou invocado.

— Obrigue-me! — Harold respondera, encarando-os sem temer a ameaças. Faria qualquer coisa em nome da defesa de uma dama como Carly.

Os delinquentes viraram suas faces, podendo encontrar os olhos escuros e amedrontados dela.

— Ou vem junto à nós, ou o matamos aqui e agora.

— Não podem fazer isso! Que-quem são vocês? — gaguejava ela, demonstrando aflição.

Sem paciência agarraram-na e a arrastaram involuntariamente, ameaçando-lhe de agressão caso relutasse muito ou gritasse altamente gerando desconfianças. Depositaram uma fita em sua boca, mesmo que a cidade fosse tão pouco movimentada ou habitada naqueles arredores. Harold assistia toda a cena, mas era limitado por outro dos homens, que guardava um revólver no bolso. Se não, correria atrás de Carly no mesmo momento. Era tarde.

O largaram em meio as ruas e a tentativa de segui-los era mais que inconsciente. Estavam dirigindo em velocidade alta demais, após adentrarem o automóvel e carregavam diversos elementos suspeitos. Nem sequer uma faca ele guardara no bolso, assim lamentara por sua fragilidade. Estava vulnerável. Ajoelhou sobre a pista lentamente e deixou que as lágrimas rolassem sem piedade. Considerava-se um tamanho covarde por deixá-la partir, e vê-la partir.

[...]

Não podia negar todas aquelas lembranças e cenas eróticas que teimavam em invadir minha mente aos poucos. Afinal, por quê ele decidiu me levar até aquela droga de mar?

— Me diz logo o que estamos fazendo aqui.

— Então não quer admitir que esse lugar libera efeitos sobre sua mente e que não consegue eliminá-los?

— Freddie...

— Vou dizer porque viemos aqui.

— Não quero que me vejam de camisola em meio à praia. Vamos terminar isso logo e voltamos a viver nossas rotinas normais como deveríamos.

— Sam, você passou a semana toda deitada. Não quero que continue agindo desse jeito, acho que mereço uma consideração!

— Não, você não merece.

— Não vamos discutir sobre isso, ou vamos? Há coisas bem mais interessantes, não acha?

Ele sorriu. Ela não entendeu.

— Vá logo.

— O que vai fazer se eu demorar a dizer?

— Vou estapear você. Não estou brincando.

— Então eu quero ser estapeado.

— Perfeito... Porque eu vou embora.

Ele a segurou em seus braços e a puxou calmamente, fazendo-a recuar e a proximidade entre eles agravar-se. Antes que algo pudesse vir à acontecer, a loira afastou-se. Percebeu que ele retirava um pedaço de papel dobrado de seu bolso, e logo reconheceu tudo aquilo. Eram seus votos. Seus votos de casamento.

"Tenho razão de que agora estou fazendo uma das melhores coisas que poderia ter feito em toda a minha vida.

Estou fazendo algo que não tive coragem de fazer antes, e percebi o quanto fui covarde por isso.

Estou casando com a mulher mais preguiçosa, bruta, chata, irritante, difícil, exigente, mal-humorada e perigosa de todas as outras.

Mas não posso dizer nada, se o amor que sinto por ela supera todas as outras evidências que chegaram a nos separar.

Estou casando com alguém que não sabe passar ou dobrar roupas, mas sabe amassá-las muito bem.

Estou casando com alguém que não assemelha-se a nenhuma outra, e que é única para mim.

E podem passar dez, vinte, trinta, quarenta, cinquenta, sessenta, setenta, oitenta, noventa ou cem anos...

Ainda irei aceitar a sua maneira doce de gritar, ou o seu jeito amável de se estressar.

Minha amiga, namorada e eterna mulher [...]"

Aquelas palavras a fizeram se virar, pois não queria que seu ex-marido lhe visse chorando por ele.

— Está chorando? — ele tentou a olhar nos olhos.

— Eu ainda não sei por que lhe disse sim naquele altar, se a vida diz não a tudo que envolve nós dois.

— Talvez seja você mesma que enxergue um não, quando é desnecessário enxergá-lo.

— Não posso lhe perdoar por um simples voto de casamento, Freddie.

— Pelo menos recorde-se de como éramos felizes naquele dia. Guarde isso com você e se lembre de que estou sendo sincero. — Ele lhe estendeu o papel, após redobrá-lo.

Ela o pegou e leu novamente a dedicação. Suas lágrimas caíam mais aceleradamente, então o rasgou por impulso. Após isso, jogou os vestígios do que havia sido uma declaração de amor em meio ao mar. Ele a observava incrédulo.

— Me desculpe. Não posso acreditar em você, não posso. Eu realmente achei que era a única coisa que precisava para viver, eu respirava o que sentia por você. Agora que tudo isso se redimiu, minha respiração está ofegante. Você me fez se enganar completamente, e não vou lhe dar outra chance.

— Não acredito que está dizendo isso...

— Não adianta dizer que me ama e o que sente por mim nunca vai morrer. Olhe em volta. Onde estamos? Onde toda essa farsa pôde nos levar? Por que quer tanto o meu perdão, agora que é tão tarde?

— E-eu...

— Isso, você não pode explicar. Não há explicação... O que não pode ser explicado não faz nenhum sentido. Nós não fazemos nenhum sentido... Entenda!

Algo o fez encher-se de atitude, e ponderou por deixar a praia, mas voltou-se às suas cognições e abandonou a decisão. Foi momentâneo quando lhe veio em mente agarrá-la e provar o quanto era louco por ela, mesmo com todos esses obstáculos os atrapalhando.

— Vamos sair daqui ago--

Ele a puxou para mais perto vorazmente. Introduziu seus lábios nos da loira, como se desejasse que suas palavras se acabassem por ali. Para sua surpresa, ela correspondeu ao beijo pela carência de senti-lo a invadir, isso não podia ser controlado. Logo experimentavam a sensação de uma invasão clara de privacidade labial, quando quase devoravam-se apenas em um tocar de lábios que de início parecia algo somente inocente, ou uma forma de diminuir sua saudade.

[...]

Em um casebre escuro e mal-cuidado, a morena sentia uma rebelião interna lhe dominar por um pavor interior. Com a boca tampada por uma fita imunda e rodeada por homens fortes, musculosos e extremamente maduros, sentia-se como em um filme de ação, ou de terror. Não sabia porque estava ali, e nem quem eram tais pessoas que a sequestraram. Pensava em Harold.

— Carlotta Taylor Shay. — Ouvira seu nome completo e assustara-se ainda mais. Retiraram a fita de sua boca, já lhes era seguro.

— Por que estou aqui? Como sabem meu nome? — Lágrimas escorreram de seus olhos, caindo e formando um trajeto por suas bochechas avermelhadas.

— Nada que seja tão ruim... Acalme-se. É muito bonita, sabia? — O homem retirou a máscara e levantou o rosto da jovem com o dedo indicador.

— Joe?

— Só tem o direito de me chamar de Senhor Terry. — A estapeou com força, deixando uma marca em sua face.

[...]


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Notas finais do capítulo

Capítulo bem grandinho hoje, oba! Pra quem não lembra, Joe é um personagem de minha criação que é demitido por Freddie da empresa.Digam suas opiniões com muito amor e eu as respondo, kisses ♥