Un Angelo Può Amare? escrita por TsukiyamaNaru


Capítulo 2
II - Paixão


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura, gente! ~



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Levantei-me. Já estava na hora de ir para a faculdade. Anjos não dormem, portanto, só fiquei deitado na cama esperando o dia clarear. Anjos também não comem, então não tinha porque descer para o café, já que eu estava sozinho ali.


   Escondi novamente as asas dentro do meu corpo (que dor...!), me arrumei e fui a pé para a Universidade. Parecia tudo tão devagar, havia me acostumado a voar. Eis que, enquanto ando, uma leve chuva começa a cair. Eu sentia os pingos delicados, porém gelados, escorrerem por minha pele. Era uma sensação boa...


   Logo que cheguei, eu estava encharcado. Naruki correu em minha direção, tirou a própria jaqueta e encobriu-me.


   - Não podes pegar chuva deste jeito! Ficarás gripado! - Ela lançava um olhar preocupado ao meu rosto molhado pelas gotas de chuva. Logo, uma amiga dela trouxe uma toalha, e como uma mãe temendo pela saúde do filho, ela começou a me enxugar, enxugar meus cabelos... Passou a toalha levemente pelo meu rosto e colocou a mão em minha testa.


   - Só espero que tu não fiques com febre! - Esta preocupação dela era em vão... Anjos não ficam doentes. Nem em corpos humanos.


   - Não se preocupe, eu estou bem. - Disse a ela, tirando a toalha das minhas costas - Só estou com frio.


   - Venha comigo, vou te levar ao meu apartamento. Há algumas roupas do meu irmão, podes usar. Depois voltamos para cá.


   Naruki tinha um irmão mais velho, oito anos mais velho. Ele havia se mudado para os EUA. A garota sempre fora muito apegada ao irmão, então guardou algumas roupas dele em seu próprio armário.


   - Não, não posso... As roupas são do teu irmão. Não seria educado de minha parte, usá-las. - A verdade é que eu queria muito conhecer o apartamento de Naruki. E me sentia tão feliz por dentro, por ela ter cogitado a idéia de me emprestar as roupas do tão amado irmão...


   - Se estou lhe oferecendo, é porque não há problema nenhum. Aceite, por favor! - Ela me olhou com aqueles profundos olhos azuis que imploravam. Não tive como recusar.


   - Se não há problema...


   - Ótimo! - Ela soltou um largo sorriso e me pegou pela mão - Vamos rápido, assim podemos chegar na segunda aula!


   Fomos correndo em baixo da chuva, que agora caía mais fortemente. Ela pisou em uma poça, molhando-se ainda mais. Achei que fosse ficar brava, mas ela só deu risada e chutou água em mim. Ficamos brincando de molhar um ao outro, em meio a risadas e a chuva até chegarmos ao apartamento dela.


   Entramos pingando e desistimos de voltar a aula. Ela precisaria de um banho, e eu também. Fiquei esperando na varanda (coberta) do apartamento, para não molhar mais ainda os cômodos. Ela saiu do banho, exalando um perfume maravilhoso. Usava um roupão azul-bebê e uma toalha verde enrolada nos cabelos. E me chamou com aquela voz doce...


   - Matsui... Podes tomar teu banho agora. Deixei uma toalha pendurada no box.


   - Obrigado... - Disse meio encabulado e encantado pelo jeito que a garota se encontrava.


   Me dirigi ao banheiro e este estava perfumado com o cheiro dela. Tranquei a porta, me despi e adentrei o box. Liguei o chuveiro quente e senti a água escorrer por todo o meu corpo. Liberei minhas asas devagar e com cuidado para não fazer barulho. Ela não podia sequer imaginar que eu era um anjo.


   Saí do banho, me enxuguei, enrolei a toalha vermelha em minha cintura e saí. Procurei roupas para usar, mas não encontrei em lugar nenhum. Cheguei à porta do quarto de Naruki e bati. Ela apenas estava encostada e abriu, revelando a loira com uma camiseta branca, os cabelos molhados bagunçados, as toalhas jogadas em cima da cama... E ela estava vestindo a calça jeans por cima da calcinha vermelha. Ela deu um pequeno grito e eu fechei os olhos de imediato. Senti meu rosto queimar e fechei a porta pedindo desculpas e mais desculpas...


   Mas... O corpo dela era tão lindo...


   Logo, ela saiu vestida do quarto, mas com os cabelos ainda bagunçados.


   - Desculpe, eu fui bater na porta, não vi que ela estava apenas encostada e... - Ela calou-me com o dedo indicador. Estava bem próxima de mim, o rosto corado, a boca levemente entreaberta...


   Começou a deslizar a mão pelo meu peito. Tinha até me esquecido que estava só de toalha. Nós nos aproximávamos cada vez mais, até unirmos nossos lábios num delicado beijo...


   E a chuva continuava a cair do lado de fora...

   Distanciamo-nos devagar, ambos extremamente corados. Ela não conseguia me encarar. De cabeça baixa, ela entrou no quarto, pegou as roupas que me emprestaria e me entregou, sem proferir uma palavra. Dei um beijo no topo de sua cabeça e fui me trocar. Ao voltar, a encontrei sentada no sofá, os cabelos agora penteados, mas ela ainda estava de cabeça baixa.

   - Porque está tão cabisbaixa, Naruki? Foi por eu ter entrado no teu quarto sem permissão? É que eu achei que estava fechado, eu só ia bater e...

   - Pare Matsui. – Me calei de imediato. Estava com medo do que viria a seguir. Será que ela me expulsaria dali? E se ela passasse a me odiar pelo que fiz? – E-Eu sinto muito... – Ela continuou. Olhei sem entender. Porque ela estava pedindo desculpas?

   - E-Eu não sei por que eu me aproximei daquele jeito de ti... Nunca me aconteceu algo assim... E-Eu prometo que n-não deixarei mais algo assim acontecer. – Ela dizia, encarando o chão. Sentei ao seu lado e a abracei.

   - Não precisa se preocupar. – Sorri para ela – Eu entendo o que você quer dizer. Não vou ficar distante de você por isso.

   O rosto dela se iluminou, e ela me encarou espantada.

   - Como sabe que eu estava com medo disso? Parece até que me conheces há tempos!

   - Talvez eu possa dizer que “sinto” como se te conhecesse muito bem. Não se preocupe, ficarei ao teu lado mesmo que um dia você não queira. – Vi seu olhar confuso recair sobre mim. Ela parara de gaguejar.

   - Porque diz isso? Não sei por que, mas senti tanta afinidade com você. É como se eu quisesse que você me acompanhasse para sempre! Acho que nunca vou cansar de te ter ao meu lado!

   - Eu realmente espero que seja assim. Enfim, acho que você deve estar com fome, o que acha de almoçarmos? Eu preparo!

   - De jeito nenhum, você é visita! Fica sentadinho aí enquanto eu preparo! – E se dirigiu graciosamente para a cozinha. Não aguentei e fui atrás. Ela estava fritando alguns bolinhos. Coloquei-me atrás dela e segurei a panela, fazendo-a assustar e corar.

   - Me deixa preparar algo... – Sussurrei em seu ouvido. Senti-a arrepiar. Ela consentiu e foi preparar uma salada na pia, ao meu lado.

   - Você é um teimoso mesmo! – Ela riu. Seu sorriso era lindo.

   Em menos de uma hora, a comida estava pronta e com um cheiro maravilhoso. Colocamos tudo na mesa da sala e fomos comer juntos. Não é porque eu não preciso comer que eu não possa. Na verdade, não faz diferença. Ela se sentou ao meu lado e começamos a nos servir.

   O almoço foi repleto de histórias engraçadas e piadinhas. Ela me contou tudo sobre sua vida (como se eu já não soubesse) e eu contei algumas histórias que vivi enquanto era humano, como se as tivesse vivido no ano passado, por exemplo. E a tarde passou de modo fantástico. Conversamos muito, assistimos filmes, jogamos vídeo game... Quando dei por conta, o Sol já estava se pondo.

   - Naruki, acho melhor eu ir... Está ficando tarde e já faltamos hoje, não podemos faltar amanhã de novo.

   - Tens razão – ela acenou positivamente com a cabeça. Virou o rosto para mim e me deu aquele sorriso que eu tanto gosto – Amanhã você vai passar o dia comigo também?

   - Eu... – Aquele sorriso me deixava bobo. – Se assim o desejar, sim. – Sorri em retribuição.

   - Oba! – E sem o menor aviso, ela me abraçou. Senti sua pele quente encostar na minha, um arrepio percorreu o meu corpo. Estar tão perto dela era tão bom e tão perigoso... Retribui o abraço e dei um beijo no topo de sua cabeça.

   - Nos vemos amanhã então. Boa noite! – Me dirigi à porta

   - Boa noite... Matsui... – E minha ultima visão foi ela sorrindo enquanto eu saía do apartamento.

   Fui andando sem pressa ao hotel onde estava hospedado. Eu não pagava aluguel, óbvio. Apenas usava minha magia para que tudo saísse do jeito que eu queria. Quando cheguei ao meu quarto, tive uma surpresa, seria muito agradável se a visita não estivesse lá por um motivo ruim...

   - Gabriel! – Me surpreendi ao ver o Arcanjo sentado em minha cama.

   - Acho que você sabe por que estou aqui, não? – Seu semblante era sério. Eu estava encrencado. O observei com certo olhar de dúvida. – Matsui, o que pensas que está fazendo? O que foi aquele beijo? Você mal se tornou um anjo, desse jeito vai perder as suas asas! – Ele me olhava preocupado. Lembrou-me o rosto de meu pai por um momento, de quando eu era vivo.

   - Eu... Eu sinto muito... Foi... – Suspiro. O olhar sério de Gabriel recaiu com mais peso em mim – Eu não sei o que aconteceu, nem porque aconteceu. Mas aconteceu. E não vai se repetir.

   - É o que eu espero.

   - Gabriel... Será que eu posso te fazer uma pergunta? – Ele me lançou um olhar estranho. Fez um gesto para que eu sentasse ao seu lado e acenou positivamente com a cabeça. Sentei-me e prossegui – Porque Anjos e Humanos não podem se apaixonar um pelo outro? Eles vão ficar juntos a vida inteira, então porque não?

   Gabriel suspirou e sussurrou bem baixo algo parecido com “Eu devia imaginar”.

   - Preste atenção jovem. Preste muita atenção no que vou te contar.


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Notas finais do capítulo

Hm, acho que o Matsui vai ouvir uma grande história agora! O que será que Gabriel vai lhe contar? Só lendo o próximo capítulo para saber: Capítulo III - Leis !
Obrigada pela atenção!
Mereço Reviews? :3
Beijos!



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