Eu Te Amo, Kim! escrita por Ana k


Capítulo 1
Fim


Notas iniciais do capítulo

Capitulo único, afinal é uma one-shot. Espero que gostem e não deixem de comentar.
Com amor,
Ana k ! ♥



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Mesmo deitada em sua cama enrolada em um cobertor quentinho a jovem ainda sentia frio. Era um motivo bem obvio, já que Kim ainda estava usando o seu vestido branco que estava sujo de sangue. Virava- se na cama tentando dormir. O sono estava longe demais, e não conseguiria ficar ali sem fazer nada. Sentou- se delicadamente na cama pousando uma de suas mãos na sua outra mão, cujo o sangue já se encerara. Ela pensou. Pensou bastante. Queria sair correndo dali e ir até Edward. Jamais aguentaria saber que ele iria viver para sempre naquele castelo, sozinho e triste. Por longos anos ele viveu assim e talvez tenha se acostumado, mas a ideia de saber que Edward iria ficar mais um longo tempo era perturbador. Por um minuto ela conseguiu sorrir lembrando- se de alguns momentos, porém no mesmo estante sua expressão ficou tensa como antes. Como se você estivesse próxima da morte, imagens em borrões passavam- se na mente de Kim. A primeira vez que viu Edward era um desses borrões. Viu- se gritando com um louca acusando o pobre coitado de ser um estranho. Viu- se o ignorando pelo fato de ser diferente das outras pessoas. E viu -se o beijando. O curto e significativo beijo que ela dera no moço antes de partir... antes de anunciar a todos que ele estava morto. Era mentira, contudo isso doía mais que o seu machucado que se destacava em sua pele fria e macia.


Então ela se decidiu. Estava mais do que claro o que ela tinha que fazer, e ninguém poderia impedir. Apesar de se apaixonar por Edward tão de repente não significava que o amor era falso, muito pelo contrário. Isso provava que o amor que ambos sentiam um pelo outro era impossível de ser quebrado, mas infelizmente era possível de ser separado. Ignorou todas as opções, não queria mudar de ideia por causa de questões alheias. Se levantou deixando o frio de lado, sem ao menos colocar um casaco. Saio do quarto as pressas sem fazer barulho algum, por sorte passou pela porta da sala e ninguém estava na rua. Tudo parecia deserto e abandonado. Kim ficou surpresa. Já que o pessoal era tão fofoqueiro ela jurava que ainda estavam comentado sobre o ocorrido daquela noite e é claro falando mal de sua família.


Caminhou tentando deixar o frio se passar por despercebido, só que isso era impossível. Se abraçou em uma tentativa fracassada de se esquentar. Percebendo que isso era estranhou, Kim correu até o final da rua aonde se estendia uma longa montanha obscura com um velho castelo. Ela olhou para o céu antes de subir a pequena montanha. As estrelas cintilavam como nunca e o céu estava em um tom de azul escuro mesclado. Ficou animada pela linda noite, porém ela não estava ali fora para admirar as coisas. Tirou seus sapatinhos brancos e os jogou em frente ao portão aberto, enferrujado e escuro. Correu mais uma vez. Correu até chegar  ao seu destino final. Finalmente parou em frente a uma grande porta de madeira gastada. Recuperou o folego por causa da corrida pondo- se diretamente ao caminho que devia seguir. Cautelosamente empurrou a porta. Ela rangeu como naqueles filmes de terror em que estava acostumada a ver com seu irmão Kevin, no qual agora absorvia um terrível ódio por Edward, pois pensava que o próprio queria mesmo ataca-lo sendo que ele estava apenas tentando protege- lo.

- Edward! – gritou Kim fechando a porta após entrar. Estava tudo escuro... contudo dava para observar o que tinha a sua volta. Parecia como antes de algumas horas atrás: bagunçado e sujo. Sabendo que o homem das tesouras não estava de maneira alguma no andar de baixo a jovem se pôs a subir as escadas em uma pressa ameaçadora. Estava afim de vê- lo novamente, e de lhe contar sobre os seus planos. Antes que pudesse perder o folego de novo ela chegou até o andar de cima. Lá estava mais frio do que de costume. O teto estava quebrado e uma rachada forte de vento entrava fazendo com que seus cabelos louros voassem junto em um ritmo descontraído.

- Edward, onde você está? – gritou de novo. Chegou no meio do lugar olhando de uma lado para o outro. Temia que o pior tivesse acontecido. Temia que os moradores desconfiados tivessem subido e conferido se ele estava morto ou vivo. E então matar ele assim que vissem ele em seu canto solitário. – Edward, por favor me diga aonde você está!

Tudo permanecia em um completo silencio. Era crueldade da parte de Edward ficar quieto sem lhe dar informações sobre seu paradeiro. Ele a amava, e ela o amava, simples assim. Kim apenas queria uma resposta, ou até mesmo um som que mostrasse que ele estivesse ali. Seus olhos se encheram de lágrimas enquanto olhava em volta mais uma vez a procura de seu amado. Estava atordoada demais para pensar em outras alternativas. O que ela mais queria era por vê- lo, e não sairia dali até poder finalmente viver com ele.

- Kim? – ouviu- se uma voz vindo de um canto totalmente escuro que a jovem não conseguiu enxergar. Saindo das sombras veio Edward ao seu encontro. Ele encontrava- se tremulo. Suas mãos, ou melhor dizendo... tesouras estava tremendo. Seu rosto mais pálido do que nunca mostrava novas cicatrizes. O “monstro” vinha andando de vagar, o que fazia Kim ficar ainda mais ansiosa. Assim que ele ficou perto o suficiente a moça o abraçou em uma emoção que não poderia ser explicada em palavras. Ele ficou paralisado. Não moveu nenhum musculo, apenas tremeu mais ainda. Queria retribuir o caloroso abraço, contudo não poderia. Não dava. – O que está fazendo aqui?

- Eu vim ficar com você. – respondeu voltando o seu olhar ao dele. Seus olhos ainda estavam  cheios de lágrimas prontas para saírem a qualquer momento. Ficou chateada demais por não receber outro abraço. O que tinha acontecido? Antes de tudo Edward queria te- lá somente para si. A encarava com doçura... queria que Kim o amasse também, mas não era possível pois a própria tinha namorado. Agora ela não tinha mais, eles estavam sozinhos e finalmente ela estava apaixonada por ele, e tudo estava ótimo. Ou não. – Agora podemos ficar juntos, podemos viver aqui. Jim não está mais aqui para importuna- lo com suas palavras grosseiras e de baixo calunio. Não é ótimo?

Edward não disse nada como de costume. O que mais fazia era ficar calado como se tivesse medo de pronunciar certas palavras. Não demonstrou também nenhuma expressão facial referente ao que Kim tinha ido fazer ali. Ela aguardava uma resposta, sabendo que seria difícil arranca- la de Edward, porém ela estava muito confiante.

- O que me diz? – disse ela tentando apressar a resposta que não saia dos lábios de Edward. Ele a fitava com aqueles olhos meigos e ingênuos. Levantou suas “mãos” e quando foi abraçar Kim que já abria um sorriso em seu rosto ele travou. Abaixou as tesouras e encarou o chão. Estava quieto mais uma vez. Sem novas expressões, ou novos movimentos. Estava duro como uma pedra. Kim pegou sua mão gelada e tocou no rosto dele levantando seu olhar para o dela. – Não vai me dizer nada? Não quer ficar comigo?

- Eu te amo! – foi tudo o que ele disse. As palavras saíram rápidas como um jato, mas seu rosto ainda estava tenso. A jovem queria rir daquilo, mas não havia graça alguma em não obter respostas sobre suas preguntas anteriores.

- Oh Edward, eu também te amo.
 

Desta vez as lágrimas saíram. Motivo? O beijo. Foi tão surpreendente ver a atitude que Edward havia tomado perante a fala de Kim. De algum modo, ele conseguiu coloca- la com cuidado em seus braços, lhe apertando em um forte abraço. Ela retribuiu o abraço, e o beijo. Por sorte o beijo não foi de urgência como da primeira vez... agora ele era calmo a amoroso. Kim abriu sua boca, e a língua de Edward entrou. Elas se encostavam em sincronia como se fossem ligadas por um tipo de energia irreconhecível. O beijo era longo e intenso. O moço estava feliz demais com aquilo. Não sabia lidar com as palavras, nem com os sentimentos e revisava em sua cabeça se sua atitude fora a melhor. Ele chegou a conclusão que sim. Já Kim estava nas nuvens. Entre o beijo era possível sentir o gosto salgado das lágrimas da jovem que se misturavam com intensidade plena. Era mágico. Encantador. Nem Jim que uma vez era seu namorado tinha lhe despertado sentimentos tão grandes e sinceros. Como tudo que é bom acaba, o beijo acabou. Não por que eles não quisessem mais, mas por que faltou ar.

- Então isso significa que eu posso ficar aqui... – falou Kim sorrindo. Seu sorriso era o mais lindo de todos. Belo e sedutor. Fazia com que qualquer um se derretesse por ela, ainda mais por ser uma pessoa muito amável.

- Não. – respondeu Edward friamente. Kim o olhou confusa. Ele havia lhe beijado, para ela aquilo era como se fosse “sim, você pode viver comigo aqui no castelo por toda eternidade, aonde seremos felizes para sempre sem nenhuma pessoa ou coisa nos atrapalhe; ficaremos juntos até a morte", só que para ele era apenas uma forma de demonstrar o seu amor e não a resposta de uma pergunta.

- Como? – arquejou ela dando uma passo para trás. Seu rosto estava confuso. O vento continuava entrando pelo teto quebrado e fazendo ambos ficarem com muito frio. Edward deu um passo para frente, queria ficar mais perto dela. Kim ficou imóvel. – Não entendi, por que não posso ficar com você? Eu te amo, isso é verdade; aqui podemos ser felizes, e sermos uma família feliz. Qual é o problema nisso tudo?

- Não podemos ter uma família. – foi tudo o que ele disse. Sua voz mostrava dor e sofrimento acumulados em uma pessoas só que não suporta nem uma simples coisa. Ela percebeu isso, contudo não entendeu do por que. Eles podiam viver juntos. Talvez sem uma família, porém os dois juntos já bastava para construir uma felicidade boa.

- Mesmo não tendo uma família eu vou ficar aqui com você! – respondeu Kim friamente e quase gritando, novamente ela queria chorar e sentir suas lágrimas salgadas rolando pelo seu rosto macio, só que seriam lágrimas de tristeza e não de alegria. – Eu não vou te deixar Edward, você entendeu? Eu vão vou te deixar!!!

Ouve um silêncio. Kim abaixou a cabeça esperando uma resposta do jovem, que ficou calado o tempo todo e não dava nem para ouvir sua respiração acelerada. Ela tremia. Queria desabar ali mesmo, ou então se amarrar em algum lugar da casa para não deixa- lo sozinho. Seria realmente loucura fazer isso pois para alguém com um coração tão grande ela seria capaz de fazer isso.

Então ouve um barulho.

Kim levantou a cabeça depressa para Edward, e soltou um grito agudo e assustador. Ele fizera algo. Ele fizera algo terrível. Edward agora estava de joelho no chão olhando assustado para Kim que se pusera ajoelhada na sua frente segurando seu rosto. Com rapidez ele puxou as tesouras para fora de sua barriga que agora estava tomada pelo sangue fresco que escorria ali mesmo. Ele ficou duro e caiu de lado.

- NÃO! NÃO EDWARD, POR QUE? – foi o que a jovem conseguiu gritar. Ela voltou- se para ele que estava jogado no chão a fitando. Agora a moça estava chorando feito louca e murmurava palavras sem nexo algum.

- Não posso deixar que você sofra ao meu lado, quero você volte para sua casa e seja feliz. – disse Edward. Sua voz estava fraca e sem vida. Seu rosto mais pálido do que o normal. Ele fez sinal para que Kim deitasse ao seu lado e mesmo tremendo muito ela obedeceu. Deitou sua cabeça em um braço que estava esticado, e o outro braço do moço a segurou. A abraçou. Ela retribui. Chorava mais ainda. Seu coração estava batendo forte. Não queria que ele morresse, mas não podia pedir ajuda. Sua vida estava acaba, não fazia mais sentindo viver ali. E foi o que ela fez... pegou a mão de Edward que estava a abraçando e cravou com força em sua barriga. Ela urrou de dor. Seu grito foi mais alto do que o normal e podia ter certeza que mais alguém da cidade ouvira. Retirou com calma as tesouras de sua barriga, e voltou a coloca- las em volta do seu corpo como antes.

- Por que fez isso? – perguntou ele que fechava os olhos devagar, pedindo a Deus mais alguns minutos de vida.

- Por que quero ficar ao seu lado. – desta vez a voz de Kim é que estava fraca. Ela estendeu o seu braço de modo que abraçasse Edward também, que soltou um fraco sorriso. – Então é assim que acaba...

- Eu... – disse Edward. Seus olhos estavam no fim de se fecharem totalmente, estava quase na hora de ele morrer totalmente. Kim também. Agora os olhos da moça estavam cansados assim com ela. Lutava contra uma força para ficar viva por mais um tempinho, por fim Edward terminou sua fala: - Eu te amo, Kim!

Então ele fechou os olhos. Fechou, e não abriu mais.

Kim sorriu. E com esse sorriso no rosto antes de fechar os seus lindos olhos que transmitiam amor e paz, ela disse por fim com a maior certeza do mundo...

- Eu também te amo... Edward!


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