No capítulo anterior...

– Kikyou! – Gritou a voz, eu vou correndo, era a mesma voz de InuYasha.

– InuYasha! – Grito, assim que o vejo, ele estava lutando ao lado de uma outra mulher, alguns youkais os cercaram e eu tento me aproximar mas uma kekai é feita ao redor do local, minha voz provavelmente não passava lá também.

– Kikyou! – Ele gritou novamente, dessa vez os youkais estavam mortos e ela estava caindo como se estivesse desmaiada. – Kikyou! Kikyou! – Ele gritava várias vezes, sinto algo estranho dentro de mim, meu coração se aperta e um nó começa a se formar na minha garganta.

– Inu-Yasha – Ela fala e então os dois se beijam, eu sinto o nó ficar mais forte.

– Nande? Porque estou me sentindo desse jeito, InuYasha não é nada meu porque deveria me importar com quem ele está ou não? – Fico a falar sozinha.

– Então você é a “miko”? – Falou com uma risada nos lábios, pude perceber sua ironia ao dizer miko, eu sabia que minha aparência era completamente diferente do normal. – O que me surpreende mesmo é você ainda se manter de pé.... – Diz se virando para mim, sua aparência e a minha eram idênticas.

. – Não a reconhece mesmo? – Pergunta como se estivesse querendo zoar com a minha cara, sabia que meu rosto não guardava nenhuma expressão, mas por dentro ainda me sentia com um nó na garganta que ficou maior com a resposta de InuYasha.

– Porque eu conheceria um youkai a menos que tenha tentado matá-lo alguma vez? – Diz olhando sério para mim, por um instante o vi mostrar confusão, meu corpo volta a se mexer e minha boca passa a agir sozinha.

– Baka ne?! – Falo, InuYasha que estava já prestes a sair da caverna se vira novamente com o mesmo olhar confuso. – E eu pensando que você viria mesmo me ajudar...né InuYasha... – Começo a soltar algumas risadas. Começo a estalar um pouco os dedos e corro pra cima dele, mas um passo antes de chegar a ele que pareceu surpreso com o ataque eu consigo parar, começo a gemer um pouco, meu corpo estava voltando a me obedecer e só consegui dizer uma única coisa.

– Nigete! (Fuja) – Minha voz tinha quase voltado ao normal também, eu fico gemendo por alguns segundos.

. – Watashi wa Yume. A outra parte dela. – Digo soltando outra risada.

– “Outra parte como assim? O que é isso? Porque não consigo me controlar?” – Fico pensando.

– Já chega! – Diz Kikyou, meu corpo se vira para vê-la, ela estava usando arco e flechas, na verdade eram os meus, naquela hora entendi porque tinham sumido antes. Eu consigo me controlar por mais alguns instantes e consigo controlar minha voz que volta ao normal enquanto falo.

– Nigete...InuYasha... – Eu falo controlando meu corpo fazendo ajoelhar no chão.

– Inu-Yasha – Falei então acordei, olho ao meu redor e encontro com Kaede-sama, InuYasha e Kikyou.

– Ela acordou. – Disse Kaede-sama.

– Yume...você...está bem? – Pergunta InuYasha se aproximando, percebi um olhar de preocupação por alguns instantes.

– Hã?... – Fiquei sem entender nada até Kikyou começar a falar.

– Você não se lembra de nada? – Ela diz.

– Hu? – Fico mais confusa ainda.

– Francamente...não sei como pode se considerar minha reencarnação. – Eu começo a tentar lembrar de alguma coisa, mas minha mente estava embasada, não conseguia fazer nenhuma ligação em meus pensamentos. Não me lembrava de nada de antes da luta de manhã na qual InuYasha havia chegado atrasado.

– InuYasha... – Eu digo chamando sua atenção depois de voltar da despedida de Kikyou. – Osuwari. – Digo punindo ele.

–Ahhhhhh! Mas qual é o seu problema????? – Ele grita.

– Isso é por ter chegado atrasado mais cedo. – Digo colocando língua pra ele

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Já faz quase uma semana que aquilo aconteceu, eu não voltei pra casa ainda, estou viajando por algumas cidades com InuYasha e até agora encontramos mais 5 Shinju. Desde aquele dia InuYasha anda sério e descuidado com tudo, várias vezes peguei ele de surpresa sem ele perceber minha presença.

– InuYasha? – Eu estava trazendo em minhas mãos dois pratos com arroz e carne assada.

– Hum? – Ele quase sempre respondia assim.

– Francamente! Qual é o seu problema? Tá desse jeito a uma semana já! Pensei que fosse voltar ao normal depois de uns dois dias, mas pelo visto você é um idiota mesmo. – Depois de dizer isso normalmente ele me chamaria de idiota também, mas dessa vez ele simplesmente olhou pra mim.

– Hum... – E virou a cara pra frente de novo se perdendo em pensamentos.

– Eu desisto! – Falo dando as costas para ele.

– He? – Ele ficava falando isso e acho que essa foi a nova forma dele me irritar.

– Aho! Quanto mais você ficar aqui mais ela vai se distanciar! – Falo apontando pro horizonte, eu sabia que ele queria ir atrás da KiKyou-sama, mas alguma coisa o impedia de seguir em frente, ele olha pra mim e depois olha pro mesmo lugar onde eu apontava. Eu me retiro dali me segurando pra não gritar osuwari bem na cara dele.

– Aonde você vai? – Ele fala com uma voz que mostrava tentar se preocupar comigo.

– Pra casa! Não sou necessária aqui não é mesmo?! Então vai logo atrás dela enquanto eu tento recuperar minhas notas! – Digo me dirigindo ao caminho da casa da Kaede-sama.

– “Não sei porque aguentei uma semana aqui!” – Estava realmente com raiva daquele moleque, levei quase a noite toda mas consegui chegar na casa da Kaede-sama antes do nascer do sol.

– Yume! Okaeri! O que aconteceu com... – Eu interrompo.

– Não me interessa, ele que explique depois! – Digo ainda com raiva, meu olhos estavam ardendo um pouco, mas eu tinha que voltar pra casa.

– Yume-chan! – Minha okaa me recebeu na porta com um sorriso no rosto e eu retribui com uma cara de cansada.

– Tadaima! – Falei quase morta de sono.

– Onee-chan?! O InuYasha-nii-san não veio com você? – Falou me olhando da cozinha, eu simplesmente olho pra ele com uma cara séria, mas acho que dava pra ver que eu estava com raiva dele porque meu otouto me olhou com uma cara de medo.

– Não me fale daquele baka pelos próximos anos! – Digo com raiva do InuYasha que não tomava uma atitude. Eu subo pro quarto, mas pude ouvir a voz do meu padrasto conversando com a minha okaa.

– Não me diga que eles brigaram de novo?! – Ele falou.

– Eu não sei, só espero que não fiquem de mau um com o outro por muito tempo, isso poderia estragar até a amizade deles.

– Você fala como se eles fossem melhores amigos.

– É verdade que toda vez que ela volta pra casa eles brigaram, pelo menos na maioria delas, coitadinha, nem posso falar com ela sobre isso...

– E porque não? É mais fácil você conseguir convencer ela do que eu conseguir entrar no quarto dela, ainda me pergunto o que tanto aquela garota esconde naquele quarto que ela não me deixa ver.

– Entenda...o coração de uma garota é difícil de compreender.

– E você ainda quer que eu entenda isso? Eu sei que ela não é minha filha de sangue...mas eu sinto como se fosse desde que conheci vocês duas.

– Ela tem algumas coisas no quarto dela que não gosta que ninguém veja, você sabe que no colégio, quando era pequena, ela vivia sendo zoada por acreditar nessa lenda.

– Eu sei, mas desde o começo eu sempre achei esse fanatismo por essa lenda dela um exagero.

– Deixa de ter ciúmes da garota, o que mais me deixa feliz é que o sonho dela se realizou.

– Nani? Do que você ta falando?

– Não se lembra que no aniversário de 7 anos ela disse que queria conhecer o InuYasha?! Bem pode não ter sido como ela planejou, mas...foi realizado e isso é o que importa.

– “É mesmo agora que me lembrei disso...” – Pensei.

FLASHBACK:

Eu tinha cinco anos quando decidi que um dia conheceria o InuYasha da lenda, e no dia do meu aniversário eu pedi isso após soprar as velas.

– O que você pediu Yume-chan? – Minha okaa olhava pra mim com um sorriso no rosto.

– Eu pedi pra que um dia eu possa conhecer o InuYasha da lenda. – Eu disse toda animada.

– Tenho certeza que você vai encontrar o seu InuYasha um dia minha querida. – Minha okaa me pegou no colo e começou a girar em círculos até ficarmos tontas, aquele foi um dia muito feliz pra mim. Eu tinha começado a fazer meus desenhos imaginando como seria o InuYasha, mas nenhum deles tinha ficado muito bom até eu completar 10 anos, que foi quando eu tive cursos de desenho, então finalmente consegui desenhar o rosto dele de um jeito parecido com o que dizia na lenda.

PRESENTE:

– “Hupm, se eu soubesse que ele era tão estranho nunca teria pedido isso, e meus desenhos não chegaram nem perto de como ele é de verdade.” – Fiquei tão frustrada com isso que acabei indo pra minha escrivaninha e comecei a desenhar o InuYasha do jeito que ele é. Acabei dormindo enquanto desenhava e pude sentir alguém me mover, foi minha okaa que entrou no quarto e me pôs na cama.

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Eu já estava cansado de olhar pra escuridão do nada, olhei pro mesmo lugar onde ela apontou por horas, minha cabeça estava tão cheia que podia sentir ela latejar.

– Já chega. – Pensei seguindo para o Ido. Iria buscar a Yume mesmo sem ela querer, levei algum tempo pra chegar lá, já era de manhã e eu pulei dentro do poço, quando cheguei lá pulei direto na janela dela e a encontrei deitada na cama dormindo, quando pensei em acordá-la acabei me distraindo com algumas coisas estranhas em cima da mesa dela.

– “Mas o que é...?!” – Eu fiquei chocado ao ver vários desenhos acima da mesa dela, e eram desenhos meus, alguns não tinham nada a ver comigo mas tinha outros bem parecidos, do lado tinha uma pasta ao abrir ela encontrei vários desenhos, em todos tinha escrito InuYasha e uma data. – “Ela...faz desenhos meus?” – Pensei quando outra coisa chamou minha atenção, um livro aberto em uma página, na capa estava escrito “InuYasha – A Lenda da Sengoku Jidai” - “Mas...desde quando meu nome virou lenda?” – Pensei enquanto folheava o livro.

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– Yume-chan! O café está pronto! – Escutei minha okaa me chamar no fim do corredor, eu tinha desmaiado na minha cama, mas alguma coisa me dizia que tinha algo errado com o meu quarto.

– Okaa, você viu meu livro da lenda do... – Realmente eu gelei ao ver aquela cena.

– Yoo! – InuYasha sentado na mesa da cozinha lendo meu livro com a lenda dele.

– Oh, Yume-chan! Eu esqueci de avisar, encontrei o InuYasha-kun no seu quarto, ele viu o livro e disse que achou interessante. – Ela disse secado alguns pratos.

– Ora seu... – Quase congelei ao ouvir aquilo, mas minha raiva era maior que o medo.

– C-C-C-Calma ai! – Ele balança as mãos freneticamente.

– Pode devolver meu livro? – Pergunto gentilmente sorrindo pra ele.

– T-Tá...você não ficou com raiva. – Ele me olha espantado.

– Mas é claro que fiquei...OSUWARI!!! – Gritei fazendo ele parar no porão da casa, não tirei aquele sorriso da minha cara um instante enquanto ele estava ali.

– AH! O que aconteceu aqui? – Meu padrasto apareceu correndo.

– Acho que vamos ter que concertar isso. – Minha okaa parecia uma bobinha, toda vez que o InuYasha aparecia por aqui ela ficava assim.

– InuYasha-nii-san? Você ta vivo? – Meu irmão vai até o buraco formado e eu saio direto pro meu quarto furiosa com aquele baka...