Olá, eu sou Yume Hirasawa, eu moro com meu otouto Yuki, minha okaa Kurumi e meu padrasto Akio numa casa grande ao lado de um lago e um bosque. Eu sou uma garota comum, tenho cabelo comprido, liso e preto e olhos pretos também, minha pele é clara mas também bronzeia facilmente no sol, meu pai morreu antes de eu nascer, minha mãe nunca fala dele e eu evito tocar no assunto porque eu sei que deve doer muito nela já que ela ainda guarda muitas coisas dele ainda, mas no meu aniversário de 17 anos ela me surpreendeu. Estávamos eu e ela na sala, meu otouto e meu padrasto saíram para caçar alguma coisa pro almoço, minha okaa pegou uma caixinha decorada com dourado e prateado, era toda de madeira, os detalhes pareciam antigos mas era muito bonita.

- Hã? Okaa, o que é isso?

- Bem, é meio difícil de explicar, mas isso pertencia ao seu pai, ele guardou por muito tempo sem tomar uma decisão do que fazer com isso. – Diz abrindo a caixa, dentro tinha uma pedra meio rosada, parecia uma pérola com várias outras pérolas brancas, era muito bonito.

 - Kawaii! – Digo e ela pega o colar e pede para eu me virar, assim que prende o colar eu me levanto e me olho no espelho do meu quarto no segundo andar. – Okaa, é muito lindo, o otou-sama que te deu isso?

- Hai, ele não sabia o que fazer com ela então me deu antes de ir embora. – Diz com a cabeça baixa, mas com um sorriso. Ela me abraça e depois me olha bem e volta a falar. – Yume-chan eu queria que você ficasse com esse colar, é muito especial e você com certeza vai precisar dele.

- Okaa, arigato, eu vou cuidar dele com todo carinho. – Digo segurando a pedra rosada. Alguns minutos depois minha mãe voltou pro meu quarto enquanto eu estudava e fazia os deveres de matemática, por sorte é minha matéria preferida no colégio.

 - Yume-chan, eu quero que você conheça uma pessoa hoje, mas preciso que você arrume uma mochila com pelo menos 3 peças de roupa e algumas comidas também e não se esqueça de levar o colar.

 - Hai, já vou me arrumar. – Digo, mas com uma curiosidade enorme, era a primeira vez que eu via minha okaa tão animada no meu aniversário, ela pelo jeito queria me mostrar algum garoto que ela conheceu por ai, sempre faz isso quando eu menos espero. Esses pensamentos me deixaram preocupada, mas tinha que fazer alguma coisa então peguei uma mochila grande e coloquei tudo o que ela me pediu, depois saímos de casa e fomos andando pelo bosque.

 - É...Okaa onde nós vamos? – Ela estava um pouco a minha frente então não podia ver seu rosto.

 - Vamos aonde eu conheci seu pai, a pessoa que me apresentou ele foi Kaede-sama, uma Miko muito respeitada da região. – Aquele nome não me era estranho, mas Mikos são quase extintas pelo mundo de hoje, pelo menos nunca houve falar de nenhuma naquela cidade onde morava. – Na verdade, eu não vou poder passar de um certo ponto, apenas te digo que quando chegar no lugar você precisa procurar a Kaede-sama, ela vai te mostrar tudo o que precisa e contar toda a história minha, do seu pai e dessa joia que eu te dei. – Dizia ainda de costas num tom misterioso, eu comecei a ficar com um pouco de medo dela e até pensei se ela tinha ficado louca, mas sabia que não então continuei seguindo ela. Passou uma hora de caminhada e nada, parecíamos rodar em círculos, depois de mais meia hora minha okaa parou num poço bem fundo, mas não muito, ela ficou olhando pra dentro do poço e eu de curiosa fui olhar também.

 - Okaa, o que tem ai? – Ela se afastou um pouco do poço e começou a falar de costas pra mim de novo.

 - Yume-chan, a pessoa que eu quero que conheça é bem mais velha que você, mas é muito sábia e eu espero que você encontre lá onde ela mora, tudo o que eu encontrei, quero que você a conheça e se puder fique lá por um tempo que ela vai te explicar tudo. – Minha okaa começou a falar de um jeito estranho e eu tentei disfarçar uma leve suspeita que tive dela naquele hora. O pior de tudo mesmo não foi nem a caminhada de 1 hora e meia nem o fato do jeito estranho da minha okaa falar, mas sim o que ela fez depois que terminou de falar, ela continuou dizendo que não podia passar dali e que naquele momento era o meu destino ir pra lá, eu comecei a ficar cada vez mais confusa, minha okaa tinha ficado doida do nada e simplesmente me empurrou poço a dentro, eu tinha certeza que ia me quebrar toda naquele chão duro ainda mais num poço fundo, mas só caí de leve, era como se o poço tivesse diminuído de tamanho do nada, quando tentei sair pra encontrar minha okaa, a mochila parecia mais pesada então eu decido deixar ela ali em baixo e fazer minha okaa carregar depois disso.

 - Okaa! O que deu em você? Sabia que eu podia ter me quebrado...toda... – Digo agora prestando atenção ao redor do lado de fora do poço, não era mais o mesmo lugar, nem mesmo o cheiro do local era o mesmo e minha okaa tinha sumido, nenhum vestígio dela, nem pegada nem nada de encontrar alguém por ali. – Oi! Tem alguém ai? – Perguntava sem me afastar muito do poço, realmente era estranho, o pior veio mesmo quando alguém respondeu de dentro da floresta, não era longe, mas pareceu uma voz bem estranha.

 - Ei! Alguém ai? Kikyou se você aparecer aqui eu juro que te dou uma surra! – Essa frase foi bem assustadora, mas como eu não era Kikyou eu me aproximei de onde veio o som, encontrei com alguém preso a uma árvore de cabelos brancos e roupa vermelha com uma flecha e enrolado nas raízes, aquilo era bem preocupante, mas o mais estranho foi quando olhei bem pra cara da pessoa que estava presa lá e não acreditava no que tinha visto.

 - I...I-InuYasha? – Perguntei em voz alta principalmente pra mim mesma...

Continua...