Unbroken escrita por Lady Allen


Capítulo 3
Pain


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelos comentário do outro cap! Significou muito! Beijos e comentem! Espero que gostem! Cap dedicado às nossa primeiras leitoras Renata Beatriz e UmaDirectionerPotterhead. Espero que gostem! XOXO!



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Hermione acordou no meio da noite suada. Seu corpo estava muito quente e os enjoos não passavam. A garota correu para o banheiro do dormitório e vomitou tudo o que tinha no estômago, o que era muito pouco. A maior parte era líquida. Quando saiu do banheiro sentia-se fraca e precisava sair.

Ao sair do dormitório e do salão comunal, desceu as escadas, sempre cuidando com o zelador. Precisava ir para o lago. O lago que sua avó falara.

Ao sair do castelo, a garota procurou o lago e não demorou a achar. A imensidão era incrível.  Sentou-se na grama e respirou fundo. Lágrimas saíam de seus olhos. Sua vida não poderia estar pior. Pais que nem eram pais direito, uma avó que estava morta, uma melhor amiga que simplesmente não poderia falar com ela, um estômago que por sua culpa, retirava todas as suas forças e um pulso que ardia devido aos cortes que havia feito no outro dia (um dia antes de sua chegada).

Levantou um pouco a manga do casaco e da blusa. No pulso encontrava-se a palavra “Fraca”. Não exatamente essa palavra. O que havia no pulso eram somente cortes contínuos, riscos, linhas atravessadas que agora ardiam mais que tudo. Mas ao olhar para o pulso, o que sentia era como se ele a falasse o quanto era uma pessoa fraca. Um tapa na cara dela.

Botou a outra mão no bolso do casaco cinza, e de lá, tirou um estilete. Ela botou a lâmina para fora e deixou uma lágrima escapar. Não entendia o porquê de fazer isso consigo mesma. Ela botou o objeto em cima das cicatrizes ainda novas, e apertou um pouco deixando a pele ser cortada. A dor invadiu seu corpo quase que instantaneamente.  A garota estava sufocada pela dor, mas não se importava. A dor cobria a fraqueza. Se existe uma coisa maior que a fraqueza, é a dor. E era por isso que se cortava. Para cobrir a sua fraqueza.

Sentiu ódio de si mesma. Depois arrependimento. Depois medo de morrer. Depois a dor novamente. Era exatamente assim toda vez que se cortava. Quando fazia isso, sentia-se na beira de um abismo com todos os ventos conspirando para a queda. Mas ao mesmo tempo sentia-se livre. Não importa a altura do abismo em que estivesse. Ele nunca seria mais alto que o céu. Isso a acalmava.

O pulso já sangrava muito e Hermione pegou o lenço dentro do bolso e pressionou no local onde ardia. Essa era a pior parte. Não. A pior parte era no outro dia, quando a dor era maior que tudo e ela fazia tudo novamente. E não havia um dia, quando fazia isso, que não se pensava em uma cama de hospital, prestes a morrer, sozinha porque seus pais tinham uma reunião. Era como chocolate ou qualquer coisa viciante. Uma vez provado, não conseguíamos parar. Virávamos viciados em algo que só fará mal para a nossa vida. A diferença entre chocolate e a dor. É que chocolate é para ser provado. E a dor é para ser sentida. Não existe felicidade sem dor. Pelo menos era o que Hermione pensava.

Então Hermione se sentiu tonta. O pulso nunca doera como estava doendo agora. A garota pensava na possibilidade de ter atingido a veia sem querer e um vazamento sanguíneo estivesse acontecido. Pela primeira vez sentiu que não faria muita diferença entre a morte e a vida. Em morte, ela estaria adormecida para sempre. Em vida ela estaria morrendo para sempre. Era assim. Sempre assim.

Mas a dor estava diferente. A dor daquele dia estava a massacrando. Como se estivesse a xingando pelos seus atos cometidos. Por todos. A garota começou a suar, a dor passara para sua cabeça e era como se fosse explodir. A garota gritou o mais alto que pôde, mas então se lembrou de que estava em uma escola. Onde tinha muitos alunos. Julgadores. Que não veriam a dor. Veriam somente uma louca tentando se matar.

Mas a dor parou. O choro da garota era descompassado. Seria tão fácil ir à enfermaria e pegar aqueles remédio de faixa preta. Quando estava se levantando para voltar a dormir, viu uma sombra de uma garota ruiva. Gina. A garota olhava para todos os lados. Estava com o pijama e um roupão. Os cabelos molhados. Por que Gina estaria com os cabelos molhados no meio da noite?

Pelo visto ela ouvira o grito e sabia que fora Hermione porque a garota gritava seu nome e olhava para os lados a procurando. Hermione por vez botou o papel no pulso e botou a pulseira em cima, para pressionar. Abaixou a manga e limpou as lágrimas. Estava com o rosto inchado, mas uma mentirinha não era nada ruim.

-Hermione? Você está aí?

-Oi Gina. Estou aqui. – falou Hermione sorrindo.

-Por que você está fora do dormitório a esta hora? E por que gritou? Você deve ter acordado metade do castelo.

-Desculpe. Mas eu caí, embosquei o meu pé em uma raiz. Acabei gritando sem querer.

-De dor?

Hermione arregalou os olhos, mas percebeu que era uma pergunta totalmente normal. Se emboscarmos nosso pé em raízes e caíssemos, logo, teríamos dor.

-Exato. – falou Hermione concordando.

Gina sorriu. Mas Hermione sabia que ela achava que era mentira. Afinal, quem gritaria daquele jeito porque simplesmente caiu de uma raiz? Quem? A Hermione? Não, ela era inteligente o suficiente para saber o que são raízes e o que são coisas que te fazem cair. Ainda mais com a luz da lua refletida no lago.

-Bom, deveríamos voltar antes que alguém nos veja.

-Exatamente.

As duas começaram a andar e Gina, inocente, fez um comentário que deixou Hermione um pouco nervosa.

-Engraçado, você caiu na terra e nem ao menos está suja. Não tem nem arranhões.

-Ah, é que eu me limpei. E eu caí de costas, por isso que estou sem arranhões. – falou ela meio desconcertada.

-Claro. Não estou duvidando de você. Só achei que qualquer pessoa se machucaria pelo menos um pouco. Mas vai ver algumas continuam com o rosto de bebê que nem o seu.

Hermione deu um sorriso amarelo.

-Você já estava acordada? Seu cabelo está molhado...

Foi a vez de Gina dar um sorriso amarelo.

-Eu adormeci com o cabelos molhado. Devo ter adormecido há uns dez minutos.

Hermione franziu a testa.

-Engraçado. Nós estamos aqui há dez minutos.

-Desculpe, digo, devo ter acordado há uns dez minutos. Dormi meia hora atrás, acho eu. Estava sem sono.

Mas uma figura os parou antes de Hermione falar.

-Garotas. – sorriu Draco – Que surpresa ver vocês aqui.

Hermione ia falar algo, mas a dor em seu pulso permitiu somente um gemido.

-Algum problema com seu braço Granger? – perguntou Draco tentando pegar o braço de Hermione. Mas a garota recuou segurando os dois braços firmemente contra si.

-Problema algum. Não vejo o porquê de haver algum problema com o meu braço. Mas acho que as pessoas dessa escola sofrem de insônia. São duas da manhã!

-Falou agarota que estava na cama a essa hora, não? – perguntou ironicamente Draco.

-Eu sou um caso diferente. Eu estava passando mal e precisava de ar. Vim aqui para fora e acabei tropeçando em uma pedra.

-Pedra? – perguntou Gina confusa – Não era uma raiz?

-Exatamente. Uma raiz. – falou Hermione se corrigindo imediatamente.

-Acho que alguém anda mentindo por aqui. E acho que o segredinho dessa mentira está no braço dela. – falou Draco tentando novamente, pegar o braço da garota.

-Solte o meu braço! – falou puxando o braço novamente para si.

-O que tem de tão ruim que não que a gente veja? Não me diga que você se corta. – falou Draco tentando ser sarcástico. Hermione ficou mais pálida do que já estava. Branca como papel. Branca como neve.

-C-c-cortar? Por que eu fari-i-ia a burrice de me cortar?

-Por que está gaguejando Hermione? – perguntou Gina.

-Gaguejando? EU? Que ideia boba. Só não gostei da insinuação dele. Isso não é algo que gente como eu faria. Por que diabos eu me cortaria? Assim parece que quero morrer. O que acontece no meu braço, é que eu estou com uma alergia horrível, que não quero mexer.

Draco ficou desconfiado, mas aceitou a ideia.

-Bom então, você estava passando mal?

-Eu somente estou mal alimentada. Nada que não possa ser resolvido com uma boa dose de café da manhã, amanhã.

-Tá bom, café da manhã, amanhã. Frase estranha... Bom, boa noite garotas. – Draco sorriu para Hermione e piscou para Gina que corou.

-Babaca... – murmurou Hermione.

Gina sorriu.

-Vamos, acho melhor irmos...

-Claro.

As garotas se encaminharam para os dormitórios. Despediram-se e Hermione entrou no dormitório. Foi ao banheiro e retirou o papel encharcado. O machucado estava terrível e ardia muito. Lágrimas escaparam.  Que droga! A garota respirou fundo e lavou o ferimento. Apesar de tudo não queria ter uma infecção. Queria morrer dormindo, sem dor. Esse desejo era irônico para alguém que provocava dor em si mesma toda noite.

A garota saiu do banheiro e antes de se deitar, olhou pelo vidro da janela. Havia uma sombra parada em frente ao lado. O coração de Hermione disparou. Não era Draco. Então quem era? Era uma pessoa morena ou com o cabelo preto. E era uma garota. Logo não era Gina.  Será que a garota a vira lá? Estaria ela á, há muito tempo?

Hermione decidiu deixar isso para lá e deitou-se dormindo instantaneamente.

***

Quando a garota acordou, escovou os dentes e viu o corte se cicatrizando, mas ainda muito delicado e ardente. Botou o uniforme e desceu as escadas. Quando estava perto do salão principal, uma garota a parou.

-Você é Hermione Granger, não?

Hermione assentiu. Olhava para uma garota de estatura mediana, olhos puxados, cabelos lisos e pretos.  Pele muito branca. O perfil batia exatamente com a imagem do lago. O coração de Hermione disparou.

-Sou Cho Chang. Só quero lhe avisar algo Granger. Nós podemos nos dar muito bem. Sem problemas. Podemos até ser amigas. Mas ouça se quer o seu bem, fique longe do Harry. Ele é meu. Vi você com ele ontem. Pareciam muito amigos para o meu gosto.

No começo Hermione ficou confusa, mas quando entendeu, desatou a rir.

-Do que você está rindo?

-Nada, é que... É que... Hahaha... Você acha que eu e Harry... Hahaha... Temos algo? Tipo, namorados? Hahaha! Que piada. Adoro o Harry, mas somente como amigo.

A garota suspirou aliviada.

-Obrigada! Estava tão nervosa. Quase fiz o errado...

-Como assim?

-Esquece.

Hermione deu de ombros e se encaminhou para o salão principal. Na porta, tinha um tumulto muito estranho. Hermione se aproximou e viu que eram caixas e mais caixas empilhadas. Dentro das caixas, os alunos tiravam pergaminhos e liam. Harry tinha uma. A garota se encaminhou até Harry.

-O que é isso?

-Fofocas Hermione. Somente isso. Você não precisa saber.

-Não. Eu quero saber. O que é isso?

-Hermione, é melhor...

-Harry, se você não me falar o que é isso, eu vou até aquelas caixas e pego um pergaminho para mim. – então Hermione percebeu que todos a olhavam e arfou com medo – Harry James Potter... Diga-me que isso não é sobre mim. – falou a garota com um fio de voz.

-Hermione...

-Harry, por favor, diga que não é sobre mim.

-É sobre você...

Harry tinha pena no olhar.

-Mas Mione, é somente fofoca, nem ligue.

-Harry, dê-me isso, A-GO-RA.

O garoto suspirou e a alcançou o pergaminho. Hermione começou a ler.

Assustados queridos colegas? Pois é, eu também. Quem diria que um dia eu estaria aqui, escrevendo isso (risos).

Bom, parece que a nossa aluna nova Hermione Granger, não fez nem 48 horas aqui e já está quebrando as regras. Ai, ai, ai Hermione. Aqui é uma instituição onde devemos seguir as regras a risca. Não devemos sair por aí e tropeçar em pedras (ou será que são raízes?). Ainda mais ficar gritando quando caímos. Seja lá o que for o que você fez é muito feio e não deve se repetir. E o que você pode fazer para impedir isso? Coma direito para não passar mal de noite. Tadinha. Acho que precisa de conselhos, não? Mas, agora dando o recado para todos. Cuidado para quem vocês confessam seus segredos. E cuidem mais ainda quando mentem (você sabe bem isso, não Hermione?). As pessoas podem saber que você está mentindo. Bom Granger se quer permanecer nesse internato, deverá seguir algumas regras.

*Não grite quando dormimos. Sono é bom para todos.

*Não saia depois das dez horas.

*Você deveria parar de esconder essa “alergia” com pulseiras e pó. Já está claro que você precisa levar o seu pulso para um enfermeira para ver a sua “alergia”. Ela pode ser contagiosa. Ela dói? Acho que mais do que pensamos. Não querida?

*Pare de mentir. Mentir piora a situação (ainda continuo sem saber se são raízes ou pedras, você se confunde muito quando mente).

*Pare de se fazer de santinha. Eu estou por todos os lados, observando (isso vale para todos que entrarem em meu caminho).

Hogwarts cuidem-se. A próxima vítima pode ser você.

                                                                                                 -GG

Hermione olhou para Harry. Estava arfando. Parecia que ia desmaiar de tão pálida. O estômago vazio dava voltas. Olhou para trás e viu Draco lendo. Estava confuso com o que lia. Ele sabia o que tinha acontecido, mas não sabia que revelariam. Hermione começou a andar e parou na frente de Draco. Ele a olhou e começou a falar.

-Hermione, eu não sei...

Mas a garota deu um tapa em sua cara.

-Ai! Isso dói garota!

-Você não tinha o direito de revelar Malfoy! E se eu saísse por aí e dissesse que você passeia em Hogwarts de noite? Sem falar que sei bem mais coisas! Isso é uma falta de caráter.

-Olha, não fui eu! Eu nem sequer ouvi você gritar! Nem sabia que você escondia suas alergias com pó! É por isso que está alérgica! Eu estava na biblioteca, indo pro meu dormitório aquela hora. Eu havia conseguido permissão para ir à biblioteca. Pergunte a qualquer professor, foi isso que eu fui fazer na diretoria o dia em que você estava lá. Se eu fosse você, desconfiaria também, da outra pessoa que estava com nós ontem.

Hermione então se lembrou. Gina.

-Não. Não foi ela. Ela nunca faria isso sabendo muito bem que eu poderia entrega-la também! Você poderia fazer porque não seria punido. Você teria permissão para tal! Mas a Gina embarcaria nessa junto, ela nunca arriscaria. Mas eu falarei com ela. Vou procurá-la.

-Nem precisa, olhe ela chegando.

Gina estava confusa. Todos com pergaminhos... Achou Hermione. Encaminhou-se até ela. Com cara de sono e com o cabelo embaraçado, falou.

-Que confusão é essa? Pergaminhos... Tem algo importante que eu deva saber? – perguntou Gina.

Hermione olhou para Draco que parecia convencido de que não fora ela.

-Alguém escreveu que eu estava no pátio ontem. Meio que me fizeram uma ameaça por perga... Ameaça. Chang. - falou Hermione lembrando-se imediatamente da imagem da garota na frente do lago. E da fala dela.

“Estava tão nervosa. Quase fiz o errado...”.

“-Como assim?”

“-Esquece.”

-Do que você está falando Hermione? – perguntou Gina surpresa. Quem teria feito tamanha desonra?

-Acho que sei quem pode ter sido.

-Quem?

-Cho Chang.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e comentem! Beijos! /Juh



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