Clarity - Primeira Temporada escrita por Petrova


Capítulo 38
Capitulo 37


Notas iniciais do capítulo

Meninasssss, tenho noticias sobre a saga: há apenas mais dois capitulos para eu terminar :OOOO com isso, prometo que vou antecipar o proximo volume, vai demorar um pouco eu sei, mas espero que vocês continuem minhas leitoras, preciso de vocêeeeeeessss
como só tem dois capitulos, terça ou quarta irei postá-los, eu não estarei aqui durante o resto da semana, então adiantarei todos, bjsss
boa leitura



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Quando você espera pela morte, ela se torna um caminho tão tentador, cheios de curiosidades, de luz eminente, sussurrando seu nome e esperando que você o escolha. A morte é um falso paraíso, depende de quem esteja olhando, depende dos motivos para estar olhando e depende dos sentimentos que tem quando está olhando. Quando você perde muitas pessoas em sua vida, morrer se torna uma colocação normal, como café-da-manhã, estou bem, hoje o dia está lindo. A vida é constituida de passos curtos numa estrada longa, a morte é aquilo que você espera na estrada, um coelho para desviar ou um buraco para se jogar.

– Ela está respirando. – alguém na sala disse.

– Onde está a Dra. Madison? Ela disse que estaria aqui.

– Fiquei tranquila Dra. – acalmou a primeira voz. – Nathalie está bem, está finalmente bem, melhor deixarmos que ela volte para os seus sonhos...

Distanciei-me como se fosse controlada. Longe o bastante daquela sala, eu adormeci. Não era um sonho, parecia um lampejo de lembrança, quando despenquei na miragem de ver o Andrew, a ordem das ações mudaram. Não as reconheci, parecia que estava vivendo a lembrança de outra pessoa, alguém de fora do meu corpo, como se eu pudesse me ver incosciente no chão enquanto os corpos dançantes brigavam. As lembranças giravam e giravam, pareciam impacientes até que tudo voltava novamente, meu corpo despencando para trás e a miragem de Andrew me segurando.

Acordei com a presença de alguém.

– Bom dia querida. – Isobel sorriu para mim enquanto ajeitava um ramo de flores recem chegado.

Pisquei algumas vezes, vi o quarto branco gelo, quase tão identico quanto aquele que fiquei quando Andrew me salvara de Michael ou melhor, do meu ataque de pânico. Além de Isobel, que ajeitava as flores na mesa ao lado, eu vi um punhado de cabelo loiro se misturando com outro punhado de cabelo preto. Megan estava com a cabeça encostada no ombro de Rick enquanto assistiam o canal de tempo. A imagem se misturou com a lembrança de quando eu e Jeffrey ficávamos olhando o canal de noticias, seus braços envolvendo a minha figura pequena enquanto eu perguntava por coisas que eu não entendia, mas era divertido ver Jeffrey me explicando.

– Nina? – Megan me chamou.

Abri melhor os olhos e descansei um pouco meus musculos, eu estava viva e tinha o melhor presente que eu podia ganhar: a minha familia.

– Olá. – eu disse, sorrindo.

Tio Rick se levantou quando Megan também o fez, eles se puseram em volta da minha cama de hospital.

– Está melhor? – tio Rick perguntou, aparentemente preocupado e cansado. Ele deve ter ficado aqui o tempo todo, ora quando Isobel precisava trabalhar ou quando Megan estava na escola.

– Hm, sim, é, estou.

Eles ficaram aliviados.

– Você dormiu por dois dias seguidos Nina. – Megan soltou de repente. – Nos deu um susto.

– Dois dias? – perguntei a Isobel.

– Dois longos e terriveis dias, esperamos tanto que você acordasse.

Fiquei em choque. Eu estava muito melhor do que Lewis havia me deixado na floresta, mas não imaginava que estava aqui a dois dias sendo cuidada e medicada, na verdade, minha cabeça está mais confusa do que a impressão de ter sonhos de outra pessoa, o que aconteceu comigo?

– Como fui parar aqui?

Isobel se virou para mim:

– Não se lembra?

Eu não respondi porque não sabia, no mesmo segundo, Isobel e Rick trocaram olhares.

– Estou faminto, se me permitir, vou comer alguma coisa, vamos deixar sua mãe e Nina conversando Megan? – Rick segurou os ombros frágeis dela.

Ela parecia relutante, mas sabia que no fundo essa conversa era um tanto pessoal. Isobel e eu esperamos com um sorriso no rosto a saída de Rick e Megan, até que a porta se fechou e tia Isobel me ajudou a sentar na cama mecanizada, quando estávamos confortáveis, ela sentada na beirada da cama, decidimos comentar.

– Você se lembra pelo menos do que ocorrera com Isaac? – sua voz soava baixa, mas audivel.

– Sim, aquela madruga para mim é mais do que nitida. – eu disse, mas decidi não contá-la sobre as minhas lembranças da morte do Andrew ou de ser sequestrada por Lewis.

Eu não sabia das explicações que Adam teria dado a cidade com a morte de Andrew, porque ele certamente seria um dos primeiros a saber, o carro havia pegado fogo, explodido na estrada principal para North Pole e tenho a mera suspeita de que só estou aqui porque Adam me salvou, ele é bom nisso, em achar pistas, ele sabia o tempo todo dos envolvimentos de Lewis, de alguma forma ele conseguiu as provas, ele certamente conseguiria me encontrar, e para falar a verdade, Lewis não tinha sido inteligente ao escolher o casebre do seu território, porque com o meu desaparecimento, tio Maison e Adam obviamente suspeitariam dele.

– Enterram o corpo de Isaac esta manhã. – ela me contou. – Estavam fazendo os ultimos estudos, todas as coletas, qualquer prova do crime.

– Lauren estava lá? Suze? Vocês foram? – perguntei com pressa de tentar me mecher.

– Não faça muito esforço querida. – Isobel pousou a mão nos meus ombros e me relaxou. – Maison esteve lá com Rick, eu e Megan ficamos aqui, as aulas na West foram canceladas pela semana toda, depois das mortes e da noticia de que você tinha dado entrada no hospital, as pessoas começaram a ficar preocupadas.

– Eu ainda não sei como vim parar aqui, tia.

Isobel segurou minhas mãos com cuidado.

– Billy disse que Andrew se ofereceu para levá-las para casa, quando o dia estava amanhecendo. – o nome dele soando alto me partia o coração, mais do que já estava. – E foi o que ele fez. Apenas deu errado...

Fechei os olhos, sentindo as lágrimas arderem e ameaçarem cair, quando abri lentamente as palpebras, não pude impedi-las.

– Por que está chorando Nina? Está sentindo dor?

Eu fiz que não com a cabeça, não esse tipo de dor, não dor física.

– Eu só sinto falta dele. – sussurrei. – Do Andrew, eu não queria que isso tivesse acontecido tia.

– Querida, não foi sua culpa. – ela segurou firmimente minhas mãos. – Você não tem o por quê chorar, não estava previsto o que te aconteceu, você ainda vai vê-lo, não se preocupe, na verdade, ele passou essa madrugada aqui, te vigiando e...

– O quê? – eu a interrompi.

– Sim, depois do que houve com você. Ele estava tão desesperado quando ligou para seu tio, Maison. Disse que você queria ir para a mansão, queria colocar os pensamentos em ordem, foi o que ele fez. Deixou-a no jardim por alguns minutos enquanto ele ligava para o irmão atrás de noticias, e quando voltou, você estava desmaiada, ataque de pânico seguido de asma. Andrew correu para o hospital, eu ainda estava em plantão e quando a vi nos braços dele, entrei em pânico.

Havia muitas coisas que eu queria dizer naquele momento, queria poder tranquilizá-la, queria poder desfazer todo o medo e a dor que ela deve ter sentido quando me viu desacordada, queria poder desfazer as más lembranças, mas, neste momento, eu só consegui pensar nele. Andrew está vivo. Não foi uma miragem, ele voltou, ele me salvou, ele conseguiu me encontrar na floresta, mesmo nossa ligação estando tão fragilidade, eu sabia que ele estava sumindo, sabia que eu podia perde-lo por pouco, mas ele foi forte, ele lutou para viver, ele voltou por mim.

– Os médicos cuidaram de você. Nenhum arranhão, você só teve insuficiência respiratória, você deve ter estado em pressão anormal, principalmente depois dessa tempestade de neve, você não podia sair pelos jardins na floresta Nathalie, você sabe dos perigos da sua asma, e depois do que houve com Isaac, a Dra. Medison chegou a conclusão que as imagens traumatizantes que você submeteu naquela noite, envolveram seus pensamentos, como uma má e terrível lembrança, você entrou em pânico.

O não controle, Dra. Medison deve ter usado essa explicação.

– Eu consigo me lembrar agora. – menti. – Eu só queria estar sozinha, sem dar explicações até que eu entendesse tudo.

– Mas não tinha o que entender. – ela disse. – Vocês nunca deviam ter estado lá, Billy e Adam encontrarão o culpado e tudo isso chegará ao fim.

Eu conssenti com a cabeça, Isobel segurou meus braços e me abraçou, quente e materno, eu estava com saudade dela, estive tão perto de achar que nunca mais ia poder vê-la, que nunca mais ia ver ninguém que eu amava. Senti uma vontade absurda de falar com Helena, de saber como ela estava, de saber até mesmo sobre Josh e se ela estava feliz, eu só queria ouvir sua voz, temendo nunca mais ouvi-la.

– Vocês falaram com Helena?

Isobel estava ajeitando meu cabelo emaranhado.

– Falando nisso, - ela franziu o cenho. – melhor ligar para ela. Helena ameaçou pegar o primeiro avião, mas com a tempestade de neve pela região, a maioria deles foram cancelados para Sponvilly e cidades vizinhas, então se você ligasse para ela...

– É melhor. – eu disse, fazendo que sim com a cabeça.

Isobel se levantou e puxou sua bolsa para perto, tirando de dentro seu celular.

– Vou deixar você conversar com ela a sós, enquanto isso, vou falar com seu médico. Você receberá alta antes do almoço, então vou ter que assinar uns papéis para liberá-la.

– Ainda bem. – suspirei, segurando o celular.

– Fique tranquila, eu volto logo. – Isobel deu alguns passos para mim e beijou o topo da minha cabeça. – Você está segura aqui filha.

Eu a olhei se afastar por alguns segundos, mas fui despertada pela curiosidade.

– Como está o Andrew?

– O quê? – ela perguntou por alto, se virando para mim. – Ele parecia muito preocupado quando você não estava acordando nesses dois dias, ele substituia Rick quando eu estava de plantão, quando Maison estava com a loja ou quando Rick tinha que voltar para North Pole. Ele foi um bom garoto Nathalie, e pareceu feliz quando avisamos que você tinha acordado ontem a noite, enquanto os médicos faziam os ultimos exames.

Eu sorri espontaneamente.

– A senhora sabe onde ele está... agora?

Ela ajeitava um dos seus brincos enquanto me respondia.

– Com Adam, ele disse que precisava resolver algumas urgências. Agora fique tranquila, está tudo bem com Andrew. – e sorriu, se despedindo antes de fechar a porta.

O que tenha acontecido aquela manhã entre Andrew e Lewis depois que fiquei inconsciente não me importava, ou não era tão urgente como olhar diretamente para os olhos negros de Andrew, poder ouvir a sua voz e seu sotaque inglês, de poder abraçá-lo sem que isso seja um sentimento de ilusão, para que eu possa sentir o vazio sendo preenchido novamente. Peguei o celular e disquei o numero de casa. De Anchorange.

– Isobel? – minha quase gritou ao telefone. – Por Deus, tem noticias?

Respirei profundo e me derramei em lágrimas.

– Ma-mãe?

Houve um longo segudo de silêncio ate perceber a respiração fraquejando de Helena e as pausas, ela também estava chorando.

– Por Deus, Nina é você? Nina você está bem? Eu estou com saudades, pequena.

– S-sou eu mamãe, estou bem, estou no hospital ainda, mas vão me dar alta. – pausei. – Estou com saudades também, estou com muita saudade.

– Você tem que voltar para casa, eu quero vê-la inteira Nina, não quero passar a noite tendo pesadelos com medo de que a cada telefonada, seja algo de ruim te acontecendo. – ela disse aparantemente nervosa.

– Não é uma boa para falar sobre isso mãe.

– Tudo bem. – choramingou. – David estava aqui em casa a alguns minutos, ele estava com uma tal garota chamada Lui...

– Lucy. – concertei. – Eles estavam preocupados comigo?

– Estavam, David disse que não conseguiu ligar para você, estava preocupado. – ela deu uma pausa. – Josh também.

– Ahm, hm, e, e ele, como está?

Eu tinha a sensação de que Helena havia ficado surpresa.

– Preocupado, esteve no telefone a manhã inteira tentando encontrar um voo seguro para mim, pelos menos um passagem. Ele está mesmo sentindo muito.

Inspirei e respirei.

– Mãe...

– Eu sei que você o odeia, mas...

– Eu não o odeio mãe. Nunca odiaria o homem que está sempre colocando um sorriso no seu rosto, eu só estava fragilizada com as perdas que tive esses anos todos. Eu tinha uma esperança.

– Eu sei... – ela prolongou. – Nas férias, se você preferir ficar com seus tios, nós vamos te visitar, o que acha?

Eu sorri.

– Tragam o David. E a namorada dele. Bem, não se ela não quiser. Ah, não fará falta. Quero dizer, ahm, venham!

– Estou fazendo planos já, quero passar o maior tempo possivel com você, não aguento mais as noticias ruins, você não pode fazer essas coisas para mim Nina, por que você nunca disse que ainda sofria com a asma?

– Eu não sofria... – até chegar aqui, claro.

– Sim, mas e o ataque de pânico? Isso foi depois da morte do seu pai?

– A Dra. Medison disse que é um conjuto de sensações mãe, é algo que eu sentia medo porque não sabia controlar.

– Bem, mas pelo jeito, essa mulher não te ajudou muito. – sabia que estaria zangada.

– Mãe, ela me ajudou muito. Eu sei controlar agora. – falei a verdade, ela não tinha ideia da quantidade de força que tive que obter para encarar Lewis.

– Ok, não vamos discutir por isso. – pela primeira vez, Helena estava sendo paciente. – Por que nunca me contou que tinha um namorado Nathalie?

A pergunta me pegou de surpresa. E desprevinida.

– Não ouse tentar me enganar, Isobel me contou tudo. – ela fungou no telefone. – Fiquei sabendo pela sua tia que a minha filha tem um namorado. Isso não é nada bom moçinha.

– Desculpe. – eu disse. – Não me lembrei dessa parte.

– Não lembrou de falar sobre o seu namorado que por sinal foi quem a salvou de um ataque de pânico?

Isso realmente parecia ser um assunto dificil de se esquecer.

– Eu conto tudo, o que quer saber?

– Eu sei tudo sobre ele agora. Filho de Rebecca McDowell. Eu e ela dividimos o mesmo quarto na faculdade, mas então ela foi visitar seus pais que se mudaram para a Inglaterra, lá ela se apaixonou, casou e nunca mais a vi. Isso é o suficiente, diga a ele que eu gostei dele.

Eu tive que sorrir.

– Eu direi. – e teria muito tempo para dizer.

No mesmo segundo, a porta do meu quarto se abriu, Isobel, Rick, Megan e o doutor que me atendera da ultima vez entraram juntos.

– Preciso desligar, estou com o médico aqui. – eu disse.

– Eu posso falar com ele? Para saber das noticias.

– Mãe!

– Hm, tudo bem, eu falarei com ele depois, me ligue quando estiver em casa. Eu te amo filha.

– Também te amo mãe. – desliguei.

Isobel pegou o celular para mim enquanto Megan se ajeitava na cama ao meu lado, fazendo cafuné nos meus cabelos.

– Então, Srta. O’Connel, está pronta para receber alta?


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Notas finais do capítulo

o que acharam? comenteeeeemmm



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