Clarity - Primeira Temporada escrita por Petrova


Capítulo 30
Capitulo 29


Notas iniciais do capítulo

ONDE ESTÃO VOCÊSSSSS? eu tive alguns problemas com o capitulo passado, e todos os posts com as montagens foram excluídos porque não é permitido, enfim, eu estou de volta para postar o capitulo que seria da segunda, mas tenho prova amanhã e terça, não sei se vou ter tempo. Estou com saudade dos seus comentários, eu sei que vocÊs devem ler outras fanfics e teve esse mutirão de gente postando por causa dos 9 dias sem o site, mas eu esperava que vocês voltassem a comentar, pelo menos o capitulo passado. Enfim, espero que gostem desse, beijos!



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Eu ainda não sei bem o que eu sou, embora Andrew e eu tenhamos tomado muitas horas de nossos dias tentando encontrar algum ponto sobre eu ser uma emissária ou por incrível que pareça, uma descendente distante de Meredith, ou seja, uma bruxa. Feiticeira, como tio Maison gosta que chamemos.

Embora eu tenha estado com Andrew muitas horas do meu dia, era como se fosse insuficiente, eu sei que ele tinha suas aulas na faculdade (por curiosidade, ele resolveu voltar ao seu curso) e eu tinha as minhas aulas na escola que para falar a verdade já estavam nos momentos finais. E além do fato de nós dois sermos magicamente ligados, ainda temos caminhos diferentes, ele tem a sua vida ainda às escuras para mim e eu tenha a minha. A de uma estudante normal que trabalha um periodo da tarde numa livraria da cidade pequena que passa a maior parte fofocando sobre as garotas superficiais da escola com as suas duas melhores amigas. Este é um fato que esqueci de comentar quando se passou mais ou menos quatro semanas. Andrew me forçou a dizer a Lauren e Suzanna que estamos juntos. Forçar não é bem a palavra, mas gosto de saber que ele que teve a ideia de dizermos que estamos oficialmente juntos.

– Não acredito que você não nos contou isso antes. – Lauren murmurou esquecendo de completar com o esmalte o restante da sua unha.

– Como se você não pudesse perceber, não é cabeça de vento? – Suzanna fez uma cara entendiada para Lauren. – É como se Nina tivesse estado sempre estupidamente apaixonada pelo vilão.

– Andrew não é o vilão. – defendi.

– Com aquela roupa, com aquele cabelo e com aquele sorriso de cafajeste, talvez ele não seja, mas talvez sim ou ele só é o bad boy que conrrompe a moçinha. Ei, espere! – ela grita na ultima parte. – Vocês estão juntos a quanto tempo?

Sua pergunta me confunde, tenho medo do destino desse questionamento.

– Cinco semanas e dois dias. – eu fico meio contrangida por contar até os dias, mas eu venho fazendo isso desde que Andrew bateu na porta da mansão e foi tio Maison que atendeu logo após da estranha situação dele me convidar para sair.

Sim, eu saí com Andrew McDowell, mas nós só fomos até a livraria depois dele comprar algumas coisas para nosso “jantar”.

– E ele já tentou...? – os olhos dela faíscam com a ideia.

– Tentou o quê?

Suzanna revira os olhos.

– Ok, entendi, a resposta foi um não. – ela se curva na cadeira. – Bem, então como vocês estão namorando, que é a melhor noticia depois de eu estar namorando o Matt, isso quer dizer que vocês estarão juntos no baile de Halloween?

– Baile? – eu quase me engasgo. – Que Baile?

– Ah, não, não faça essa cara. – Lauren fez uma cara feia. – Eu venho trabalho nisso desde as férias, como você pode esquecido disso?

– Eu não esqueci, na verdade, só passou em branco, sabe. – fico constrangida, eu sei o quanto isso é importante para ela.

– De qualquer forma, - Lauren concerta. – nós vamos estar todas reunidas no baile, será o nosso ultimo até entrarmos na faculdade, ou seja, é muito importante para mim.

Depois disso, os proximos assuntos de Lauren é sobre qual fantasias iremos usar, os preparativos ou Isaac. Se eu já odiava este garoto antes, ouvir o nome dele a cada segundo o tornava ainda mais irritante.

Quando Andrew foi absolvido do caso de Amber e Rachel e depois da ajuda de Maison, contar a Isobel sobre nosso relacionamento se tornou mais fácil. Embora Rick não soubesse disfarçar o quanto repudiava ver Andrew sempre na livraria no periodo da tarde, o que acabou levando as visitas constantes do meu tio, o que certamente teria o dedo de Isobel. Eles estavam me vigiando. E um tempo antes de eu decidir contar a verdade a eles, Rick uma vez perguntou se era preferência do McDowell – é como ele gosta de chamá-lo a partir de agora - que eu o atendesse. Por sorte, enquanto eu rabiscava a agenda de cabeça baixa, ele não pode perceber que minhas bochechas estavam ruborizando. Com a ajuda de Maison, meus tios se tornaram mais maleáveis com o nosso relacionamento.

Na verdade, o que era o nosso relacionamento?

Nós passamos tanto tempo investigando sobre o meu lado sobrenatural e sobre a morte do meu pai, que era como se fossemos apenas dois amigos. E isso tornava a ideia de namorados muito diferente. Inclusive, onde ele está agora? Perguntei a Maison e tudo que recebi foram respostas vagas de que Andrew estava fazendo algumas pesquisas em North Pole para uma matéria da faculdade. De tanto me acostumar com Andrew e suas mentiras, aprendi a detectá-las de longe.

Esse é o problema.

Não importa o quanto meus sentimentos sejam puros, não importa que eu esteja incondicionalmente apaixonada por ele, Andrew sempre irá mentir para mim, como sempre o fez. Isso me frustra até o ultimo fio do meu cabelo.

As unicas noticias que rolavam na escola era o baile de hallowen, enquanto eu ficava pensando em intervalos de tempo se eu iria ver Andrew quando chegasse na livraria.

Um pouco depois de deixar Suzanna em casa e me despedir de Isobel e Rick, e ignorando o almoço, peguei meu neon e retornei para a livraria, como bem estava fazendo todos os dias, desde que passei o final de semana na casa do tio Maison, e sobre as pesquisas que Andrew eu fizemos. Estar de volta aqui depois dessas semanas, é como se faltasse algo. Claro que faltava, ele não estava aqui.

Entrei organizando algumas caixas para trás do balcão, enquanto eu tentava ajustar a droga do aquecedor. Quando, depois de muito esforço, consegui ligá-lo, peguei uma das caixas, uma lista de três páginas e as levei para a prateleira perto da vidraça, mas o dia estava tão frio e nublado, garoando de vez em quando, que a visão do lado de fora era totalmente embaçada. Eu via vultos tanto de pessoas como de carro, e a essa hora da tarde, eu não me sentia amendrotanda. Na verdade, desde que descobri os segredos sombrios envolvendo essa cidade, é como se eu pudesse ser capaz de livrar todo o medo, todo o pânico de dentro do meu corpo. E agradeço a Dra. Madison por isso.

Porque, no fim das contas, ela tinha razão. Estou sempre controlando as coisas, estou sempre querendo respostas longas e definitivas, e estar de cara com algo que me deixa surpresa, que me deixa sem fala, sem reação, me amendronta. Não ter controle sempre foi meu maior problema.

Peguei um banquinho de madeira e o puxei para perto de uma das prateleiras, peguei a primeira pilha de livros e começei a estocar no alto. Havia chegado uma nova coleção de Augusto Cury por recomendação da faculdade e da escola, então, se Rick não fizesse isso, sobraria para mim de qualquer forma, e pelo jeito das duas caixas que puxei até o balcão, Rick já tinha começado.

Eu paro um segundo para observar se estou colocando em ordem correta, quando observo, do outro lado da prateleira, um par de olhos verde e brilhantes e de repente, um sorriso presunço. Eu quase caio para trás assustada, mas meu rápido reflexo me faz continuar segura, encostada no ferro da prateleira.

– Não queria assustá-la. – ele diz, deixando seu esconderijo e transparecendo sua fisionomia tímida.

Eu não respondo-o, porque primeiramente estou sem palavras.

– Estou sendo mal educado, - ele sorri de bochecha a bochecha, e ao mesmo tempo que parece assustador, é encantador. – Deixe-me apresentar, sou Lewis Jones.

Ele estica sua mão para o meu lado e retribuo o cumprimento, tremendo e surpresa ao mesmo tempo.

– Então você deve ser Nathalie O’Connel. – supõe. – Finalmente nos conhecemos.

– Yeah, bem, - gaguejo timidamente. – você está aqui por algum pedido? Estou um pouco perdida, na verd...

– Não, sem pedidos. – ele me interrompe e estica a mão para me ajudar a descer, quando estou com os pés firmes no chão, vejo que Lewis é ainda mais alto que Andrew, porém, de uma beleza diferente, seu cabelo é um pouco rebelde, encaracolado por causa do tempo umido, embora isso não o torne desengoçado, na verdade, a tonalidade loira dele, sua pele pálida e o par de olhos esverdeados o torna como um personagem de filme. – Só estou aqui por interesses.

Eu fico perdida com a sua resposta.

– Andrew me falou muito de você. – seu tom de voz é sugestivo, mas não sei aonde ele quer chegar.

Eu desperto em segundos. Lewis é um vampiro!

Será que ele sabe o que eu sou? Eu lembro muito bem de Andrew dizer palavras sobre ele que deveriam me assustar agora, na verdade, minhas pernas tremem com a ideia de Lewis ser o culpado por todas essas mortes, eu sinto um frio estremecendo meu estomâgo, como um aviso: fique longe dele.

Eu me viro de repente, procurando a caixa de livros.

– Bem, depois dele me falar tão bem de você, achei educado da minha parte conhecê-la também, afinal, sou o melhor amigo do Andrew.

Eu fico confusa e agradeço por estar de costas a ele. Andrew deu a entender que estava longe o suficiente para deixar compreendido que nem mais conhecidos eles eram. Por que Lewis estava mentindo para mim? Ele certamente não sabe!

Eu me viro para Lewis, por curiosidade.

– Andrew falou de mim?

Lewis sorri como se quisesse seduzir alguém. Quero dizer, ele quer alguma coisa de mim...?

– Muito. – ele concorda. – Todo o tempo, freneticamente e incansavelmente, mas, entre nós, - ele se aproxima como se fosse contar um segredo. – compreendo o motivo que o fez ficar tão interessado em você, Nina.

– Nathalie. – eu corrigo, assustada e envergonhada com o seu comentário. Ouvi-lo falar meu apelido carinhoso é como se milhões de choques passassem pelo meu corpo, choques de alerta e pavor.

– Desculpe. – ele diz, mas não vejo sinceridade. – Andrew falou tanto em você que é como se eu já a conhecesse por muito tempo.

Ele quer dizer mais do que essas palavras querem significar. Ele deve saber que sou emissária, o Michael percebeu que eu era especial, de acordo com o Andrew.

– Eu não sabia que ele estava falando de mim, é estranho.

Lewis arqueia a sobrancelha, odeio esse gesto, é como se ele estivesse me examinando, como se tentasse me decifrar. Ele é paranormal como Maison? Não gosto dessa ideia de saber que Lewis pode estar se infiltrando na minha mente.

– Andrew é muito reservado. – ele me responde. – Você deve ter percebido isso, ele dificilmente é sincero sobre si mesmo.

Sinto um nó na garganta.

– Ahm, sim.

Lewis sorri para mim.

– A não ser que com você seja diferente, não é mesmo? – seus olhos são tão rasos, mas não aparentam nada.

Ele está me testando e eu não gosto disso.

– Não sei responder, na verdade, raramente vejo Andrew, nós temos caminhos muitos diferente, sabe. – eu quase me engasgo na ultima parte, temendo ter deixado escapar alguma coisa.

Lewis faz um gesto de conssentimento com a cabeça.

– Tem esse problema, Andrew está sempre fugindo ou se escondendo, ele não sabe ser autossuficiente.

Meus pensamentos se confudem, o que ele está querendo dizer?

– Andrew tem problemas com pessoas. – Lewis me explica, observando minha expressão. – E a verdade também, nós estamos falando com um dos maiores mentirosos do mundo.

Apesar dele rir no final, ele não está brincando e não consigo compreender por qual caminho ele cursar quando está me falando sobre as confusões que envolve a vida de Andrew. É como se ele tentasse colocar pensamentos na minha cabeça.

– Olhe bem para mim agora, estou sozinho, perdi as contas de quantas vezes ele deu no pé, ele não sabe ficar num mesmo lugar, com as mesmas pessoas, talvez exceto você.

De repente eu penso se Andrew realmente precisasse da minha companhia, ele estaria aqui, estaria me dando noticias.

Eu começo a entender o que ele Lewis está querendo dizer.

– Não sou uma excessão Lewis, bem, estou como você agora. Sozinha. – estranho a minha sinseridade, mas ela simplesmente sai, como se fosse programada.

– É uma pena que ele não lhe dê a atenção que você merece, você é uma pessoa incrivel, Nina.

Não sinto vontade de corrigi-lo, só não me pergunte o por quê.

– Ele está sempre sumindo. – fecho a cara, me sentindo furiosa com a ideia de Andrew ter desaparecido de repente.

Eu sinto que posso confessar para Lewis.

– Afinal, vocês estão juntos? – ele se encosta na prateleira e me olha com aqueles olhos verdes enormes.

– Juntos? – eu rio para ele. – Essa é uma boa pergunta. – e dou as costas.

Lewis e eu caminhamos até o balcão, onde devolvo a lista.

– Por quê? Então não é verdade?

– É complicado. – eu digo. – Você tem razão, ele não é bom com as pessoas e está sempre se escondendo, você tem toda a razão.

Lewis sorri, meio vitorioso.

– Está chateada por isso? Eu não queria causar nenhum desconforto entre vocês dois.

– Não, você não fez nada. – não messo minhas palavras, elas simplesmente saem. – Você só me disse o que eu estava tentando ignorar. Andrew é um grande mentiroso.

– Eu realmente não queria que ele lhe fizesse sofrer, Nina. – sua voz abaixa alguns tons, meio sentimental. – Você parece realmente gostar dele.

Eu enrubeço.

– Não é a sua culpa, Andrew é muito astucioso em fazer as garotas inocentes se apaixonarem, mas não posso deixá-lo machucar alguém como você, não quero lher ver com esse rosto triste novamente.

Seus dedos gélidos tocam meu queixo e o ergue lentamente, meus pensamentos sumindo aos poucos.

– Você quer esquece-lo?

Eu não demoro a responder:

– Sim.

Meus pensamentos somem de uma vez.

– Ouça apenas minha voz. – ele sussurra. – Agora seus pensamentos estarão se organizando novamente.

Eu abro bem os olhos, com os dedos de Lewis acariciando meu maxilar e seu rosto tão próximo do meu. Meus pensamentos mudam de curso, é como se eles estivessem ali o tempo todo, mandando nas minhas emoções e nas minhas reações.

Eu sinto meu corpo desejar estar realmente tão perto de Lewis como nuna tinha sentido antes. É diferente.

– Seus olhos ficam tão rasos quando posso controlá-los. – ele diz, mas não faço ideia alguma sobre o que ele quer dizer.

A temperatura da livraria baixa de repente, mas estou tão absorça que meu corpo cria sua própria barreira, eu só vejo os olhos verdes de Lewis e seus lábios curvados.

– Deixe-me mostrá-la como é um beijo de verdade, Nina.

Eu fecho os olhos em sintonia com a sua voz. Estou sentindo a temperatura do seu corpo apenas pelo toque dos seus dedos. Ele está próximo, eu estou próxima, meus desejos se misturam, eu quero beijá-lo mais do que qualquer coisa.

Eu quero o Lewis!

Ouço o ruido da madeira do balcão e sinto que Lewis está apoiando seu outro braço nele, para me beijar. Eu inspiro mais uma vez seu perfume e percebo que não tem nada a ver com gardênia. É então que eu desperto.

Aquela voz que normalmente aparece em situações de perigo retorna, ela está gritando alguma, mas é muito baixa para eu poder compreendê-la, eu só vejo o rosto de Lewis e sinto vontade de correr. O que estou fazendo aqui com ele?

O que, na verdade, aconteceu?

Seus lábios acariciam a ponto dos meus e eu me afasto de repente, como um choque de respulsa ao mesmo tempo que alguém inrrompe com tudo para dentro da livraria com muita raiva rapidez, eu processo meus pensamentos e cambaleio um pouco para trás, tentando compreender o que está acontecendo até que Lewis desvia para a pessoa enfurecida e no exato momento que sou rosto é atingindo por um pulso forte e certeiro.

Lewis despenca cambaleando para o lado.

Não estou tão bem como antes, mas consigo decifrar os detalhes. É Andrew que acabou de dar um soco no rosto de Lewis. Seus olhos de um preto intenso e profundo são assustadores, ele funga com fúria e olha de Lewis para mim, e de repente, é como se a fera dentro dele pudesse desaparecer por alguns segundos, sua fisionomia é de dor.

Por que ele está sofrendo?

Um segundo mais tarde, Lewis já está de pé e acerta o maxilar de Andrew, eu sinto meu estomago se revirar dentro de mim ao mesmo tempo que meu grito soa no interior da sala. Estou quase dando a volta no balcão para ir atrás de Andrew quando ele mesmo se ergue e empurra seu corpo contra o de Lewis, passando em uma distância de um sopro por mim e parando na outra extrimidade, na parede.

Lewis tenta se defender, mas Andrew é rápido e o segura pela gola da camisa bem passada de tom azul, empurrando para o lado e esmurrando seu estomago, levando ele novamente para o chão. Andrew acerta um chute no corpo estirado e grita:

– Não ouse chegar perto da minha garota outra vez, seu idiota.

Um novo chute. Outro e mais outro. Eu entro em desespero, sentindo tudo a minha volta girar, eu vejo sangue no rosto de Lewis e isso me faz correr até onde Andrew está.

– Andrew, Andrew, pare, por favor, por favor. – eu suplico, segurando seu braço e esperando que ele me perceba aqui.

Ele não está nem aí para meus apelos. Eu me afasto alguns metros para longe dele que é quando Lewis se defende de mais um chute e consegue se erguer, meio desengonçado, mas não há mais sangue algum no seu rosto impecável. Isso é possível?

– Que eu me lembre, ser idiota era o seu trabalho, Andrew. – ele dá um sorriso presunço.

Eu vejo o punho fechado de Andrew e isso me assusta.

– Qual o problema Andrew? – Lewis debocha da situação. – Acabou os socos? Você não irá dar um show de horrores para a sua garota, ou vai?

Quando Lewis aponta para mim, os olhos negros de Andrew se encaminham até mim e ele percebe minha expressão pavorosa, tremendo de medo. De repente, sua feição amolece.

– Saia daqui. – Andrew pede, trincando o maxilar. – Saia de perto dela, dessa livraria, de qualquer lugar, se você voltar a aparecer para Nathalie, eu não me responsabilizo pelo o que vou fazer com você.

Lewis dá de ombros.

– Você devia perguntar a ela, se quer que eu saia. – ele aponta para mim.

Meu coração congela e não sei do que ele está falando.

– Fiz um trabalho muito bom com ela, um pouco antes de você chegar.

Os olhos de Andrew estão sobre mim e ele parece assustado e nervoso, as sobrancelhas erguidas e seus ombros subindo e descendo, como se ele controlasse a respiração.

– Você não... – ele se virou para Lewis, mas nem pensou em terminar a frase, a ultima coisa que me lembro é de Andrew acertar outro soco no rosto de Lewis.

Ele se arrasta para trás e o segura na parede, como se nada tivesse acontecido. Andrew corre até ele de novo, mas dessa vez é ele quem cambaleia para trás, depois de Lewis acertar seu nariz e ele despencar no chão. Eu fico assustada com a ideia de Andrew estar ferido, corro até ele e tento observar se ele está sangrando.

– Qual é Andrew?! É o melhor que sabe fazer? Não há como esse soco fazer dor em você, infelizmente, mas posso tentar. – Lewis o provoca.

– Vá embora, Lewis. – eu grito para ele, segurando os ombros de Andrew sobre o meu colo. – Saia!

Lewis está meio perdido, mas não me desobedece.

– Nós ainda nos encontraremos. – ele falou para mim, ignorando o estado de Andrew.

Estou nem aí para o que ele quis dizer com isso, depois que a porta se fechou quando Lewis saiu, as minhas lágrimas, anterioramente presas, começaram a despencar de nervosismo, minhas mãos tremiam, meu corpo tremia e eu não conseguia regular minha respiração. Eu passo os meus dedos tremulos pelo rosto pálido de Andrew, esperando que ele desperte, mas ele não reage. Eu perco o chão em segundos, tentando colocar as ideias no lugar e fica consciênte, para fazer com que Andrew acorde.

– Andrew? – sussurro, esperando que ele me responda. – Droga, faça alguma coisa para que eu tenha certeza de que você está vivo. – eu grito perto do seu rosto.

Os olhos pretos dele se abrem em um segundo e ele recupera a consciência, se levantando e se sentando ao meu lado, procurando por Lewis.

– Ele já foi. – digo, minha voz saindo esganiçada.

– Ele te machucou? – Andrew me pergunta, me puxando para perto do seu peito. – Você está bem?

– Eu não sei. – pisco alguma vez.

Ele está apavorado.

– Quando entrei aqui, ele estava tão perto de você que não medi as consequências, ele fez alguma coisa? Diga-me Nathalie, eu estou enlouquecendo, eu estou nervoso.

Eu olho para o alto e encontro seu rosto entristecido, eu vejo a mesma expressão de dor, a única vez que eu o tinha visto assim, fora quando o expulsei da minha vida, um passo de descobrir a verdade sobre o que ele era.

– Eu não sei o que aconteceu, Andrew, é como se os minutos antes de você aparecer fossem apenas borrões.

É como se Lewis tivesse tido algum controle sobre as minhas ações, como se eu estivesse anestesiada.

– É porque Lewis pode mexer com a mente das pessoas. – ele me responde, sem recuperar a estabilidade. – Ele podia ter convencido você a fazer qualquer coisa sem que pudesse dizer não.

Ele treme com esse pensamento e enrubeço quando eu me lembro do que estávamos prestes a fazer. Os braços dele agarram meus ombros e me aperta como se não gostasse da ideia de nos afastarmos.

– Andrew... – sussurro.

– Sim?

– Houve um momento... – eu disse, constrangida.

– Que momento?

Eu ergo meu olhar para ele e sua expressão é quase angelical, uma confusão sentimental deixando-o mais humano.

– O momento em que não tive controle dos meus pensamentos e Lewis estava tão perto que...

– Não precisa continuar. – ele me interrompe, indiferente. – Eu sei sobre o que é, mas se ouvir de você, eu irei atrás dele neste exato momento. Então prefiro não ouvir, por favor.

Eu faço que sim com a cabeça.

– Você está bem? Você ficou inconsciente Andrew.

Ele dá de ombros.

– Não é nada.

– Sim, claro que é, onde você esteve?

– Investigando, mas não tenho respostas para te dar neste momento.

Eu me levanto logo em seguida, observando a sua expressão desolada, olheiras que não havia prestado atenção e o quanto ele parecia cansado.

– Você parece doente Andrew, por que está mentindo para mim? – eu pergunto, preocupada.

Ele se levanta com dificuldade.

– Já disse que não precisa se preocupar.

Eu fico irritada. Ele sempre mentirá para você.

– Você devia confiar mais em mim. – eu digo, lhe dando as costas e indo em direção para balcão.

Ele segura meu braço, quase correndo atrás de mim. Eu me viro para Andrew e vejo que ele está triste por mim, pelo o que eu disse.

– Eu confio...

Eu dou de ombros.

– As vezes eu acho que você sempre mentirá para mim e as vezes eu penso se você confia em mim da mesma forma como confio em você. – eu digo, indiferente.

Ele finalmente está desarmado, saiu da zona de ataque.

– Desculpe. – ele sussurra.

Eu não gosto de vê-lo assim, é como se testasse todos os meus sentimentos, e não importava sobre esta ligação, tudo que eu sentia por ele não era baseada em uma feitiçaria, era porque eu estava envolvida com ele, e vê-lo desta forma, é como se uma parte de mim fosse despedaçada.

– Estou aqui, Andrew. – eu me aproximo dele, encostando meu braço no seu peito e acariciando seu rosto ao mesmo tempo.

Ele fecha ligeiramente os olhos, aproveitando meu toque e o silêncio calmo entre nós dois, até seus olhos cor de noite se fixam nos meus.

– Eu não tive tempo de estar bem... Alimentado. – ele confessa timidamente. – E estava tão desesperado para te ver, que deixei essa parte para depois, fui tão imprudente ao ponto de vir correndo até aqui, colocando em perigo minha identidade. Mas se eu não viesse, eu não posso imaginar das coisas terríveis que Lewis poderia ter feito.

Eu fico constrangida pelo episódio passado.

– Não fique envergonhada. – ele toca meu rosto. – Vamos pensar que isso já passou.

Eu faço que sim com a cabeça.

– Então, onde está seu hamann?

– Oficina. – ele dá de ombro, sorrindo só um pouco.

Eu respiro profundamente, satisfeita para depois ficar irritada pelo fato dele se colocar em perigo por minha causa.

– Você não pode não se alimentar, embora eu não queira saber do que você irá se alimentar, enfim, você não pode se arriscar por mim Andrew.

– Impossivel. – ele sorri timidamente.

– Andrew...

– Só me deixe fazer este trabalho, de poder lhe deixar segura e pronto.

Eu iria questioná-lo, mas ele tinha acabado de levar um soco na cara e eu não queria brigar com ele, não agora.

– Tudo bem. – eu faço que sim com a cabeça. – Então me deixe levá-lo para casa.


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Notas finais do capítulo

o que acharam? mais duvidas, o nome dor ator da montagem é Max Irons, comentem anjos!