Clarity - Primeira Temporada escrita por Petrova


Capítulo 23
Capítulo 22


Notas iniciais do capítulo

Estou adorando os comentários de vocês, é muito bom saber o que vocês querem que mude ou o que estão gostando. Vocês ainda podem me fazer perguntas, anjos, eu responderei o máximo que eu puder, só que tem algumas coisas que eu não vou poder contar, claro, porque assim mudará todo o suspense.



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Quando Dr. Richard partiu, todas as lembranças dessa noite ficaram, como se esperassem a saída dele para que eu me lembrasse de tudo. Apesar da tempestade ter diminuido, eu sabia que ainda chovia lá fora, que o corpo do assassino ainda poderia estar no galpão ou eu não tinha tido a sorte de ver meu perseguidor morto, trazendo a tona toda a ideia de que ele certamente não vai descansar até que eu esteja no devido lugar, ou seja, morta.

A porta do meu quarto abre de repente, mostrando a figura nervosa e preocupada de Isobel, eu corre até onde estou deitada, se desfazendo de um lote cheio de papéis grudados numa pasta marrom cor de areia.

– Meu deus, você está aí. – ela diz, se jogando nos meus braços e soluçando ao mesmo tempo. Eu sinto o rosto gelado de Isobel tocar a pele do meu ombro e percebo que nunca tinha visto ela tão transtornada como agora. – Como você está? Você está bem?

Isobel segura meu rosto com suas mãos, enquanto seus olhos verdes e marejados encaram os meus, meio confusos.

– Eu estou bem, tia.

Ela inspira forte, havia segurado toda a tensão o caminho todo, suspeito.

– Você me deu um susto moçinha, de repente, quando saio de uma reunião, Addison aparece me contando que você está aqui, no hospital. – sua voz sai baixinha, mas é cheia de medo e exaustidão.

– Me desculpe, eu não queria ter causado isso, tia, eu realmente... – minha voz falha, sentindo meus lábios tremerem.

Por uma fração de segundos eu realmente imaginei que nunca veria Isobel, Maison, Rick, minha mãe frustrada e Megan, imaginei que não teria chance de me despedi de Lauren e Suzanna, das suas brigas, me imaginei realmente partindo e isso doía dentro do meu peito.

– Não, está tudo bem, está tudo bem, você está aqui a salvo. – seu sorriso é curto, mas é cheio de verdade, ela está feliz e está mais calma.

Ela me abraça por mais um segundo, tateando minha pele, meu rosto e meu cabelo, seu corpo é frágil e pequeno e percebo que não saberia reagir, se visse a mesma expressão de espanto no rosto de Isobel, se mais alguma coisa acontecesse comigo.

– Agora que estamos bem, - Isobel respira com calma. – você pode me dizer o que aconteceu? Eu estou perdida nisso Nathalie.

Havia sempre a parte que deveria ser dita, a que concordava com a verdade, mas eu não a aceitava. Isobel não precisava da verdade, porque não havia como ela acreditar nela sem que ela me achasse uma louca.

– Sr. Langdon apareceu na livraria, eu tive que atende-lo. – confessei. – Eu estava de saída quando ele apareceu e não podia simplesmente fechar a porta na sua cara.

– Sim, podia, tinha uma tempestade lá fora! – ela resmungou em um tom mais alto, meio furiosa.

– Não vamos culpar o Sr. Langdon, por favor. – eu peço. – Quando ele partiu, fechei a livraria normalmente, mas a chuva já tinha começado e você sabe como tenho complicações com a minha asma desde criança.

– Não como essa! – a voz de Isobel é embargada, cheia de preocupação. – Helena nunca te deixou caminhar sozinha numa tempestade Nathalie, nós deveriamos saber que você não pode se deixar numa situação perigosa.

Eu olho para seu rosto aflito enquanto passa as mãos pelos cabelos, enquanto pensa.

– Eu estou bem, não estou? Agora fique calma, tia.

– Mas poderia não estar, olhe pelo o que está acontecendo. A sua ficha está clara, Nathalie, você sempre sofreu com problemas respiratórios e se ninguém tivesse estado lá para te ajudar? Você poderia ter morrido com falta de ar e eu me culparia pelo resto da vida, então por favor, nunca mais faça isso.

Seus braços curtam puxam meus ombros para frente, em um abraço de urso. Eu não sinto minha cabeça girar, como estava quando tentei levantar pela primeira vez, mas estar nos braços de Isobel, isso queria dizer que eu estava viva e que estava a salvo, que neste lugar nenhum mal poderia me atingir. Eu consegui respirar livremente, como em liberdade.

– Eu não sei o que houve, quando vi as ruas vazias, a ideia de estar sozinha e a temperatura abaixando de acordo que eu me enchercava, não consegui assimilar mais os passos, caí no chão e o baque foi o suficiente para desencandear minha asma, me desculpe tia, eu não queria trazer todo esse transtorno para você. – aperto os lábios, tentando evitar as lágrimas quanto Isobel me abraça.

– Tudo bem, não foi sua culpa, só não me assuste desse jeito.

– Eu prometo.

Há uma pausa silenciosa para que ela se afaste e ajeite meu cabelo, enquanto me olha mais tranquila com as lágrimas cessadas.

– Você sabe quem foi a pessoa que te salvou? – Isobel pergunta, de repente.

Eu não sei o que dizer. Eu diria Andrew? Depois dela me proibir falar com ele, qual seria a desculpa? Nem eu sabia como Andrew havia me salvado, e de novo, como eu iria explicá-la essa assustadora coincidência?

– Você nem deve se lembrar, não é querida? – ela massageia o topo da minha cabeça. – Mas não se preocupe, sei que está um pouco confuso agora. Você fez exames?

Eu suspiro de alivio por mudarmos o rumo do assunto.

– Dr. Richard disse que fiz, ele estava exatamente indo atrás deles, agora a pouco. – eu digo, enquanto me ajeito na cama.

– Ah, certo, de qualquer forma, eu vou atrás dele para procurar respostas. Eles não podem me negar isso, Richard deve estar ou me procurando ou esperando que seus exames saiam.

– Hm-hum.

– Fique aqui, não vou demorar muito. – Isobel se aproxima de mim e planta os lábios no topo da miha testa, antes de se afastar e fechar a porta trás de si.

Eu tentei me levantar, quando ela se foi, mas eu estava fraca o suficiente para desistir assim que coloquei minha perna para fora da cama. Quando voltei para o lençol quente da cama, esbarrei na pasta marrom que Isobel esqueceu, nada teria me chamado a atenção se não fosse os seguintes nomes marcados: Amer Easton e Rachel Coldwarter. A minha curiosidade teria estacionado ali, para o meu próprio bem, eu deixaria a pasta onde estava, mas eu não consegui. Esperei por Isobel alguns minutos, ela sentiria falta da pasta e voltaria o mais depressa possível, mas de acordo que os minutos passavam e nenhum barulho no corredor, eu resolvi abri-la por minha conta.

Além das perguntas que rondavam na minha cabeça, peguei me questionando os motivos que Isobel teria para estar com as fichas de Amber e Rachel. Eu não tinha a resposta para isso.

Na primeira página, havia uma fotografia de Amber, seu pesado cabelo médio preto, olhos escuros e uma feição jovem enquanto sorria para a foto, um sorriso de bochecha a bochecha que apertava meu coração. Onde ela estaria, nesse momento? Depois da foto, havia seus dados pessoais, seu nome completo junto ao dos pais, idade, paratensco e problemas de saúde como alergias ou mesmo mentais, não houve nenhum “x” marcado nas categorias. Além dos dados, as páginas que se seguiram tinham toda sua ficha médica, desde seu nascimento a algumas entradas no hospital a maior parte dela é sobre um resfriado ou consultas naturais. Depois da terceira página, o próximo folheto me assustou: Documento de Óbito.

Amber está morta?

A pasta ficou nas minhas mãos por longos segundos, minha respiração tinha se tornado fraca e meus pensamentos desorganizados ultrapassavam a ideia do normal. A festa, o desaparecimento, os folhetos de procura e agora a sua morte. Isso não podia ser verdade, mas era, estava comprovado. As evidências estava na pasta, fotos do corpo sem vida de Amber distribuidas pelo papel amarelado, marcas, hematomas, o corpo pálido e incosciente. Fechei os olhos e perguntei a mim mesma se eu precisava saber disso e algo dentro de mim gritou, dizendo que sim, eu precisava, de alguma maneira estranha, eu precisava das respostas. Abri os olhos e li as anotações:

Nenhum machucado profundo

Marcas desconhecidas no pescoço

Manchas roxas pela pele

Corpo Drenado

Corpo drenado? Perguntei-me, tentando entender todos os nomes cientificos e desconhecidos que se encontravam no papel rabiscado cor de areia. Ultrapassei a página, havia o laudo, informações que não soube interpretar, Amber havia sido encontrada na floresta, muito antes da casa de Maison, numa trilha desconhecida e já estava sem vida. Folheei mais uma página, um novo retrato do rosto de Amber sem vida. Fechei meus olhos pelo espanto e tentei recuperar minha respiração outra vez, uma lágrima escorrendo pelo meu rosto involuntariamente, quando eu os abri, eles fixaram exatamente numa marca suspeita no pescoço de Amber, pontos redondos e afiados. Milhões de possibilidades passaram pela minha cabeça e me recusei a aceitá-las, eu não podia acreditar nisso, não havia prova, não havia!

A próxima página, depois do laudo de Amber, estava uma ficha de depoimentos realizada nesse mesmo dia. Reconheci todos, Johnny, Emily, os pais de Amber e inclusive os seguranças da festa, quando passei para outra página, o retrato de Andrew. Ele estava ali, mas não falava nada sobre Lewis, muito pelo contrário, Andrew estava sendo considerado o único suspeito. Setas, anotações, informações, todas estavam voltadas para a spistas de que algumas pessoas teriam visto Amber e Andrew na festa, pouco tempo antes de desaparecer, de acordo com as cameras e o depoimento dos seguranças. Meus olhos fixaram a fotografia de Andrew, sem sorriso, olhos misteriosos e pretos, sem brilho, era como se eu pudesse imaginá-lo como o criminoso e isso me assustava, eu não podia acreditar que ele estava envolvido com o caso de Amber, Andrew era realmente o assassino?

As anotações eram recentes, Andrew havia sido chamado um pouco antes do Sr. Langdon aparecer na livraria, se isso realmente aconteceu, não havia coincidências, Andrew tinha saído da delegacia quando me encontrou e me levou para o hospital. Eu não queria saber, na verdade, eu não podia acreditar nessa possibilidade, se ele era realmente o culpado, eu não seria forte o suficiente para saber.

Passei a próxima página, evitando qualquer coisa que levasse Andrew como o único suspeito e o uncio culpado, a próxima ficha era de Rachel. Nomes completo, dos pais e parentes, dada de nascimento e problemas alergicos e mentais, a ficha era identica a de Amber, exceto pelas proximas páginas. Rachel teve inumeras entradas no hospital desde a festa, a maioria era sobre problemas de respiração e ataque de pânico seguido de epilepsia, ela tinha auto grau de descontrole, desmaios e é asmática. Eu tive um sentimento complacente com ela, o que quer que tenha acontecido com Rachel, naquela noite, ela não soube esquecer nos próximos dias. Durantes os dias que esteve internada recebeu várias visitas, uma delas foi a mais curiosa, a do policial Adam. Ele estava envolvido com o caso de Amber também? Ele teria ido lá para suas investigações? Tentei procurar as respostas na próxima página, quando o documento descrito era o de óbito. Rachel morreu!

Não consegui não ler, ela teve uma parada cardiáca por causa do ataque de pânico seguido da asma, os mesmos problemas que eu estive enfrentando em todos os meus encontros com o perseguidor. Quando Isobel disse que eu poderia ter morrido, ela estava certa. As fotos do corpo de Rachel eram parecidas com as de Amber, marcas rochas, nenhum ferimento profundo e corpo drenado. O que ele queria dizer com corpo drenado? Pulei a proxima página, o rosto desfalecido de Rachel, branco e pálido, as mesmas marcas afiadas no pescoço e milhares de anotações, a próxima página era a dos depoimentos. Acertei.

Emily, como melhor amiga de Rachel, também foi ouvida hoje, algumas horas depois que ela saiu da livraria, todo seu depoimento era vago, ela não tinha noticias do que aconteceu com sua amiga, mas ela falou sobre o vestido devastado, mas não comentou nada sobre Andrew. Além de alguns amigos e dos seguranças do clube, os pais de Rachel também deram depoimento, seguidos na próxima pasta, de Andrew. Ele estava ali de novo, nenhuma evidência de Lewis em nenhuma das anotações. Andrew era suspeito por Rachel também!

O que isso queria dizer?

Rachel tinha ido à festa, de acordo com as anotações e várias setas puxadas, rostos como o de Rachel, Amber, Johnny e inclusive Andrew, as duas garotas mortas tinham várias coisas em comum, estavam na mesma festa, estavam no mesmo grupo de Emily e as duas também foram vistas ao lado de Andrew, isso o tornava não apenas um mero suspeito, ele estava acima de todos os outros. Andrew matou Amber? Andrew feriu Rachel?

A porta do meu quarto se abre e ao invés de revelar o meu médico ou minha tia Isobel, é Andrew que sai de lá.

– Você está ai. – ele diz, fechando a porta atrás de si.

Meu coração congela com a temperatura, faço esforço para esconder a pasta atrás de mim, entre os lençois, enquanto ele se aproxima.

– Como você está? – seu cabelo está pingando ainda e sua feição não é tão diferente de quando Isobel entrou no quarto.

– Eu estou bem. – menti, sentindo meu coração pulsar rápido e meu corpo tremer de pavor.

– Eu estava falando com Richard, - ele apontou para trás. – fui ver seus exames e...

– Você viu Isobel?

Andrew parece confuso.

– Não, mas eu deveria?

Eu sinto a sensação de alívio.

– Você tem que ir Andrew. – eu digo, de repente.

Seus olhos pretos estão mais profundos hoje e sua feição parece além de preocupada, intrigada.

– Por quê?

Eu me sinto frustrada com a presença dele, ele está tão perto mesmo quando estamos a uma distância de um metro.

– O que você está fazendo aqui? – eu mudo a pergunta, ele não pode desconfiar de nada.

– Eu estou aqui por sua causa. – confessa. – Eu não poderia ir embora depois de ter ver desmaiar nos meus braços.

– Mas agora eu estou bem.

– Você gosta de mentir, lembra? – seus olhos se fixam em mim segurando meu olhar. – Você teve sorte de não ter nenhuma complicação na cabeça, da maneira como caiu, você bateu sua cabeça com muita força.

Eu inspiro fortemente, lembrando do que aconteceu, sentindo a mesma sensação de quando a chuva começou a entrar em choque no meu corpo.

– O que você estava fazendo naquele galpão, Nathalie?

Eu olho para cima e vejo a mesma feição que me derretia, a feição de quando Andrew está se importando, mas neste momento, eu só penso em uma coisa:

– Como você sabe sobre o galpão? Eu não disse sobre ele.

Eu o pego desprevinido na sua própria mentira.

– O quê? – ele não se desfaz da preocupação por ser pego.

– Por que você está mentindo para mim Andrew?

– Eu não estou mentindo. – ele confessa.

– Então me conte a verdade, como você me encontrou?

A sua feição é dócil, de como quem está envergonhado, eu vejo seus olhos escuros exaustos e me pergunto se ele realmente foi capaz de fazer o que as fichas do caso de Amber e Rachel realmente dizem. Eu quero que não, eu quero que ele seja absolvido, ele não pode ser o que estão dizendo. Eu não posso ter me enganado.

– Encontrei seu neon vermelho longe o bastante de sua casa, mas quando percebi que não se tratava de você e sim de suas amigas, eu fiquei preocupado. Você só poderia estar em dois lugares: a sua casa ou na livraria.

– Então você decidiu que eu estava na livraria? Estava me seguindo? – eu pergunto, intrigada.

Andrew dá de ombros.

– Chame isso como quiser. – ele não está sorrindo, mas parece um pouco orgulhoso. – Quando não a encontrei na livraria, eu não pude acreditar que você estava realmente saindo numa tempestade sozinha.

Eu fiquei constrangida com a suposição.

– Mas estava. – ele deu uma ligeira pausa para me observar com seus olhos penetrantes. - Peguei meu Hamann e comecei a vasculhar as ruas, te procurando, claro que eu começei pelas mais sombrias, já que você tem a incrível mania de escolher sempre os lugares errados.

– Quer saber, eu realmente não preciso saber disso. – eu digo, irritada e envergonhada.

– Quando não encontrei nenhum sinal de você, - Andrew me ignorou. – eu realmente tomei a decisão de que você estava em casa e eu estava ficando louco, tentando te procurar.

Ergo meu rosto e encontro seus olhos, é como se eu não fosse capaz de odiar nem um pouco todo o conjunto de Andrew, ele sabe como mecher comigo.

– Então você ultrapassou a entrada de um galpão, correndo tão assustada que eu demorei muito tempo para assimilar você a pessoa, mas então você tropeçou e caiu no chão, de repente, se você estava apavorada, você não tinha ideia de como eu estava, quando te vi caída. – ele baixou os olhos, antes de ergue-los para mim, sinceros. - Deixei meu carro ali, encostado na calçada e saí, atrás de você.

– Eu estava tendo um ataque de asma. – eu disse, quando ele ficou calado.

– E pânico também, havia algo nos seus olhos que eu não soube decifrar e no mesmo momento eu senti raiva por quem quer que tenha feito assustá-la daquela forma.

Desvio a minha atenção das fichas, soltando-as atrás de mim, porque não tem como tudo aquilo ser verdade, eu estou vendo nos olhos de Andrew, ele está sendo sincero e isso é o que basta.

– Você estava fraquejando nos meus braços e eu não sabia o que fazer, eu tentei falar com você, implorei que ficasse acordada, mas no exato momento que entramos no hospital, você desmaiou.

Fechei os olhos, me lembrando da voz marejada de Andrew enquanto tentava me despertar, e quando abri as palpebras lentamente, eu senti as mãos dele no meu rosto.

– Mas você está a salvo agora.

Suas palavras me dóem assim que lembro que Amber e Rachel não tiveram a mesma sorte que eu. Ele precisava saber, na verdade, eu precisava saber a sua parte, eu tinha que lhe dar a chance de tentar me contar a verdade.

– Você precisa me dizer a verdade, Andrew. – sussurro, olhando-o.

– Do que está falando?

Eu me afasto um pouco, puxando a ficha de Amber e Rachel para entregá-lo.

– O que é isto? – ele pergunta quando o papel cor de areia está em suas mãos.

– Abra.

Ele o faz, os segundos são dolorosos, eu não sei como ele vai reagir quando descobir que eu sei de tudo. Quando ele finalmente chega, aonde eu queria que chegasse, Andrew fecha os papéis, com raiva.

– Você leu tudo isso?

Não era essa a resposta que eu queria.

– Então é verdade? – a pergunta pesa no meu consciente, enquanto eu tento me afastar o mais rápido possivel dele.

– Espere Nathalie, você não pode fazer muito esforço. – ele tenta me impedir, mas já estou de pé novamente.

– Você precisa ir, Andrew. – eu peço, ignorando-o.

– Não, Nathalie, você está confundindo as coisas, apenas me escute antes. – ele me segue, até a porta.

Eu faço que não com a cabeça, tentando segurar as lágrimas, mas é quase impossível.

– Você não pode estar aqui, se Isobel leu essa ficha, ela não pode saber que você me salvou. – eu tento não olhá-lo nos olhos, isso seria demais para mim. – Agora saia.

Andrew devolve a ficha na cama e depois vai até mim, segurando meu braço e fazendo-o encará-lo.

– Eu posso explicar, mas você tem que me ouvir, eu não sou culpado.

– Você não cansa de mentir para mim? – pergunto, fraca para segurar as lágrimas, que caem.

– Eu não esto...

– Você é cego, não é? – eu digo, baixinho. – Você não vê como eu me importo com você? Droga, suma da minha vida Andrew, por favor.

– Eu também me importo. – ele implora, nervoso.

– Você não está entendendo Andrew, por favor, vai embora, eu não quero você aqui agora, por favor, saia.

Ele não se move, está tão perto que nem eu posso mecher.

– Então me diga.

– É uma coisa que você nunca vai saber. – eu digo, enfurecida por estar chorando por ele. – Não me machuque mais do que você já está fazendo, Andrew, se você realmente matou essas garotas, eu vou descobrir, não se preocupe.

– Você não está dizendo isso.

– Eu não quero você aqui, saia Andrew, saia! – eu falo mais alto, me livrando das suas mãos.

Eu o vejo parado entre a parede e a porta, seus olhos estão sem vida e sua expressão é indescritível, mas isso não me importa mais. Eu não posso acreditar nele novamente, se ele matou Amber e Rachel, ele tem que pagar e eu descobrirei a verdade.

– Eu sinto muito, sinto mesmo, não queria que fosse assim. – ele sussurra antes de ir embora.


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Notas finais do capítulo

próxima postagem irá ser na sexta-feira, aguardem! Comentem e ignorem os erros