Clarity - Primeira Temporada escrita por Petrova


Capítulo 21
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

O segundo capitulo hoje, anjos, estou bem adiantada, o que acharam do anterior? Comentem!



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O que tem de errado com essa cidade? Coisas estranhas parecem acontecer tão frequentimente e as pessoas fecham os olhos para isso? O que será que o policial Adam deve estar fazendo neste momento? Tentando defender seu irmão das inúmeras pistas que levam a ele como o principal suspeito? Ah, céus, eu estou enlouquecendo com essas perguntas, cada vez que eu dou um passo para perto do Andrew, eu regresso vários para trás, para um lado obscuro dele que me faz acreditar que eu devo parar onde estou, o mais longe o possível dele, mas não consigo. Tudo que diz respeito a ele me atrai de uma forma mística, não é sobre meus sentimentos, é algo diferente, há algo que diz respeito a Andrew que só cabe a mim descobrir. É um sentimento protetor ao mesmo tempo assustador, eu não quero estar envolvida com nada misterioso que se relacione a ele, mas não consigo evitar. É quase natural, é a ordem das coisas.
Definitivamente estou ficando louca.
Assim que a porta de trás se abre, revelando Lauren e suas unhas recentemente pintadas, a porta de entrada faz o barulho de sinos e vejo Suzanna caminhando preguiçosamente entretida com o celular, sua feição nem um pouco animadora. Ela deve ter discutido com Grace, obviamente. Assim que ela nos nota, seu celular toca, ativando sua expressão de raiva.
– Eu estou viva, Grace! - ela quase grita, irritada. - O quê? Eu estou dizendo a verd... Não, por que eu mentiria para a senhora? Tenho certeza que ainda está parada na entrada da livraria esperando me ver tentar fugir para outro lugar. Viu?! Eu não estava mentindo, ok, mande um abraço caloroso para o Ben. É claro que estou gozando com a sua cara tia, eu odeio aquele ser da mesma forma como odeio a escola e acordar cedo, ou seja, muito. Sim, Nina está aqui. Como a senhora pode confiar mais nela do que em mim? Certo, a probabilidade dela fazer coisas certas é do mesmo tamanho da minha de fazer coisas erradas, quer saber? Vou passar uns dias com os O'Connel, o que acha? Tudo bem, tenha um boa tarde, beijos tia. Ufa! - ela suspira na ultima parte, quando desliga.
– Você só não tem mais sorte que Nina, que acabou de receber a visita ilustre da grude. - Lauren dá meia volta no balcão e se senta a minha frente, ao lado de Suzanna.
– Ah céus, não pensei que diria isso, mas agradeço a Grace pelos trinta e dois minutos de sermão antes de sairmos de casa. - ela se esparrama na cadeira, sorrindo como uma criança.
Enquanto Lauren se preocupada com o liso perfeito do seu cabelo, a maquiagem e as unhas, Suzanna deixou seus cachos ruivos soltos em baixo de um toca vermelha, a sua preferida, fazendo-a usar brincos pequenos, ao inves daquelas argolas que ela ama, ela de estava de jeans também com uma blusa preta com um decote gentil, e ignorando a maquiagem, deixou suas sardas leves por cima do dorso do nariz aparecerem. A feição dela é de uns três anos mais velha do que eu e Lauren, o que certamente a eleva no patamar de mulheres mais cortejadas da cidade. Alguns minutos atrás eu estaria entrando em panico com tudo que Emily tinha me contado, mas quando estou ao lado de Suzanna e Lauren, é como se eu pudesse ter um tempo de liberdade, como se meus pensamentos ruins não fossem voltar a tona, para meu próprio bem.
– Eu não entendo alguém como a grude. - Suzanna estica o braço no balcão, pensativa. - Na verdade, eu não entendo como alguem consegue suportar aquela grude.
– Acho que apenas Nathalie e a turma dela, que é igual a ela. - Lauren assopra suas unhas pintadas de rosa bebê.
– Não é que eu a suporte...
– É a tal chamada educação que eu desconheço. - Suzanna me interrompe. - As vezes não entendendo como você pode ser tão boa, Nina, mas admiro isso em alguém.
– Na verdade não é Nina que é tão boa, é você que é tão má, Suze. - Lauren a cutuca, rindo de uma piada particular.
– Você não perde tempo não é? Isso é abstinência de Isaac, depois piora. - eu reviro os olhos, escutando a discussão.
– E o Matt? - Lauren grita, pulando da cadeira e colocando as mãos no quadril. - Ele te ligou? Acho que não, sua pegadora.
– Espere, espere... - meto-me no meio. - Quem é Matt?
As duas se silenciam finalmente para me olhar.
– Eu ia contar... - Suzanna encolhe os ombros timidamente.
– Com certeza! - eu digo, irritada
Lauren se senta novamente, olhando para mim.
– É um universitário de olhos azuis que pagou uma bebida para Suze, no bar do Ben. - Lauren me explica, pelo menos alguém está fazendo isso.
– Depois de Grace colocá-lo para fora por estar oferecendo bebida para menor de idade, fazendo-me pagar o maior mico de todos os tempos, ele me chamou para sair. - suas bochechas ficaram vermelha, de como quem está prestes a suspirar. - E nós saimos, depois ele me ligou e uma das vezes em que eu estava chegando atrasada na escola, nós nos encontramos e ele finalmente me beijou.
Eu fico de boca aberta, feliz por ela.
– Ele te ligou? - Lauren parece feliz e decepcionada ao mesmo tempo, sua forma de irritá-la não deu certo. - Espere aí, vocês estão namorando?
Lauren grita e eu e Suzanna tampamos os ouvidos.
– Meu deus, podemos fazer aqueles encontros de casais? Ai, meu deus, Ai, meu deus! - Lauren está dando pulinhos e depois parte para abraçar Suzanna, sem se importar com as unhas recem pintadas.
– Digamos que isso nunca vai acontecer, Lauren, nós estamos falando de um universitário, alto grau de maturidade e não dos bebezinhos que ainda nem tem pelos naquele lugar lá. - ela se livra dos braços finos de Lauren. - E ainda tem um problema, Nina não tem namorado e não podemos fazer isso com ela.
Eu dei de ombros.
– Não quero saber garotos tão cedos. - eu minto, sentindo minha pele esquentar só por eu ser pega pensando no Andrew.
Como eu me odeio por estar pensando nele, incapaz de sentir nenhum desprezo.
– Nós não acreditamos em você Nina, mas Suze tem razão, você tem que arranjar um namorado.
– Espere, ela não disse isso!
– Bem, foi o que eu ouvi. - Lauren deu de ombros, rindo. - De qualquer forma, se não formos falar sobre garotos, o que faremos agora? Estamos finalmente a sós, livres, sem pais, sem tios, sem a pressão do desap... Ei, vocês souberam da ultima?
Eu pisco algumas vezes tentando alcançar o ritimo que Lauren fala e tentando processar cada palavra.
– Você não respira, Lauren? - Suzanna inclinou a cabeça para frente, apoiando-a nas mãos.
– Não vou me importar com suas gracinhas, Suze, porque o que eu tenho para dizer é uma bomba!
Eu fico curiosa.
– Então diz de uma vez, você está nos matando aqui. - eu digo, me remexendo na cadeira.
Os olhos de Lauren estão arregalados, o tom de amendoa está mais claro hoje, entrando em contraste com o tom da sua pele, deixando-a bem mais jovens.
– Ok, se preparem - ela pausa, fazendo suspense.
– Isso não é um filme Lauren, ninguém está nos filmando e tocando uma musica do sexta-feira treze, então desembucha. - Suzanna tamborila os dedos no balcão, impaciente.
Lauren revira os olhos de amêndoas, sendo muito paciente com Suzanna.
– Depois que saímos da do clube, uma garota foi atacada, e não, - ela olhou furtivamente para Suzanna. – não foi por causa de nenhum animal. Foi um cara mesmo, disseram que foi numa coisa chamada de “salas escuras”, já é assustador demais e ser atacada nelas é completamente bizzarro. – seus olhos estão alarmados, mas Lauren nem sequer pensa no perigo disso, ela só está contando uma fofoca em que metade ela ache que não passa de uma mentira.
Ela é completamente inocente nessa história, é por isso que não fico furiosa por ela estar nos contando, na verdade, eu fico intrigada, curiosa pelo fato dessa fofoca estar relacionado com a história que Emily me contou.
– Disseram o nome?
– Ah, deixei-me pensar... – seus olhos de amendoas se apertam, apreensivamente, enquanto tamborila a ponta dos dedos na madeira do balcão.
– Você é uma otima fonte, Lauren. - Suzanna se espreguiça na cadeira, meia impaciente.
Por incrível que pareça, Lauren não dá a mínima para as investidas de Suzanna em deixá-la furiosa.
– Eu não me lembro, na verdade, acredito que a garota era amiga da grude, quero dizer, da Emily. Sim, da Emily, é da nossa turma.
Minha respiração fraqueja um pouco.
– Rachel.
As duas me olham ao mesmo tempo, surpresas com a minha resposta e dessa vez Suzanna está interessada e paciente.
– Como sabia? – Lauren pergunta, curiosa.
– Vocês sabem, Emily esteve aqui. – senti minha garganta apertar, elas não perceberiam, eu estava lutando contra meus próprios medos.
– Isso é verdade, ela disse tudo? - Suzanna perguntou, ainda mais intrigada.
– Yeah, algo do tipo. - desdenhei.
Mas como bem as conhecia, o assunto não terminaria ali, principalmente pelo fato que eu também havia aguçado a curiosidade de Lauren.
– Algo do tipo? Explique melhor. – ela se curvou para frente.
Havia uma parte de mim que precisava contar toda a verdade, mas havia aquela outra parte, a que estava envolvida misteriosamente com a vida de Andrew, a parte que o defendia, a parte que o queria de formas incontroláveis, a mesma parte que era aguçada frequentimente pela curiosidade de saber de todos os segredos que envolviam a vida do Andrew, era essa parte que muitas vezes me dominava quando eu estava envolvida com ele, e novamente, eu iria satisfazê-la. Eu defenderia Andrew novamente, otimitindo-o da história.
Apoiei o braço no balcão, pensando e articulando as palavras certas que deveriam ser ditas, porque elas não precisavam da verdade tanto quanto eu, eu queria ao mesmo tempo defendê-lo e afastar as duas de toda essa confusão. Eu não queria que elas estivesse tão envolvidas quanto eu.
– Eu não tenho muita paciência com Emily, mas hoje ela estava diferente, pensei na possibilidade dela e Amber serem amigas, mas não foi nada disso. - eu disse, com cautela. - Ela estava preocupada com Rachel, quando entrou, e acho que foi por isso que ela me contou, ela não estava aguentando isso para si mesma.
– De qualquer forma, isso ainda não a faz melhor. - Suzanna deixou escapar.
Eu dei de ombros.
– Saiu uma fofoca que havia uma garota gritando no banheiro, perto das salas escuras, mas tudo que Emily viu foi Rachel com uma parte do vestido rasgada.
– Céus, então era verdade? - Lauren desfez do seu sorriso e do comentário ironico de Suzanna para tampar a boca com as mãos, meio incrédula.
– Eu não sei, Lauren, mas o que Emily me disse foi completamente diferente dessa versão. - suspirei, bolando a melhor mentira. - Emily ficou assustada quando se perdeu naqueles corredores, eu bem sei o que ela pode ter sentido, o efeito da verbena deve ter passado por completo, então ela acabou entrando numa fria quando errou de porta esbarrando numas caixas velhas, numas grades altas e pontudas, sabe, o clube deve ter uns bons anos desde que Andrew e Lewis resolveram investir naquele lugar, imagina o tanto de coisa velha que eles guardam lá, - ri um pouco, descontraindo a tensão que se formou. – Rachel se enroscou numa dessas coisas e achou que tinha sido alguém, eu não sei, não me importei muito e não fiquei perguntando para Emily, não se esqueça que não nos damos bem.
– Não sei como você consegue ficar aí atrás do balcão sem pular no pescoço dessa garota. – Suzanna disse, se livrando da sua feição intrigada um pouco antes de toda essa história.
E era isso que eu estava esperando, que elas não se importassem com nada que tivesse acontecido com Rachel, estando o mais longe o possível de toda essa confusão, se eu queria protegê-las, era a unica forma de fazê-lo.
– Emily é tão patetica. – Lauren finalmente diz, se remexendo na cadeira. – Se um dia resolver dar uma tapas nela, não faça, pode deixar que eu faço todo o serviço sujo.
– Deixe de ser má. – eu digo, a tensão já tinha passando à algum tempo e isso fez com que eu conseguisse focar nelas e não nos meus pensamentos obscuros. – Emily é só uma criança.
Satânica! – Suzanna gritou. - É isso que você quis dizer, não foi?
Revirei os olhos enquanto Lauren se curvava na cadeira de tanto rir.
– Bem, de qualquer maneira, esqueçendo da peça sem valor da Emily, vamos falar sobre outra coisa.
O assunto Rachel foi deixado de lado, o que não podia estar melhor, eu estava dando um abraço apertado imaginário em Suzanna.
– Como foi o lance com Billy? - me virei para Lauren, que já tinha cessado as risadas.
– Terrível! - ela gritou, balançado a cabeça para enfatizar sua resposta. - Acredita que ele foi capaz de investigar a ficha escolar do Isaac? Injustamente, eu quero enfatizar, ela não podia me negar vê-lo.
– Uma hora ele ia descobrir o imprestável que o Isaac é, Lauren. - Suzanna não perdeu tempo.
– E nós sabíamos disso a muito tempo, para enfatizar também. - eu disse, os pensamentos obscuros se afastando da minha consciência.
– Eu não acredito que até vocês! - ela faz sua famosa cara amarrada para nós duas.
– Não é novidade, Lauren, supere isso! - Suzanna se vira para mim. - Você sabia que Grace andou conversando com Billy sobre a investigação de Amber? É por isso que estou nessa situação, tirou a unica coisa que tenho orgulho, que é meu pobre carro e agora peço carona a você, no fim das contas, daqui a pouco estarei andando na viatura do Billy, se eles continuarem a conversar, isso é pior do que o Apocalipse.
– Isobel também andou conversou com Billy, ela me disse tantas regras que eu já esperando ela me dizer quantas mastigadas terei que dar na comida, para finalmente terminá-la.
– Mas você está aqui. - Suzanna abre os braços dramatizando.
– Porque recorri a Helena e sabe como Isobel se dá estupidamente bem com a minha mãe, ela me liberou o carro e a ideia de ter que andar com Rick para todos os lados, mas oito horas ainda é meu limite e já mandei três mensagem para ela e outras três para Rick.
Lauren ri, se divertindo.
– Sua tia é santa, que tal trocarmos por tempo indeterminado de tias? – Suzanna se curva pelo balcão e sussurra.
– Claro que não!
– Não seja egoista, Jesus disse divida. – ela diz com ressentimento, pousa a mão sobre o peito e me olha como se ela fosse a garota boa e eu a madrasta má.
– O quê? Não, não foi isso que Jesus quis dizer. – eu neguei com a cabeça enquanto Lauren estava se contorcendo de tanto tir. – Ele disse divida o pão entre os irmãos.
Ela balançou os braços entediada
– Então fingiremos que nossas tias são pães, ora bolas. – ela diz bem séria. - O que há de ruim nisso? Triste é aquele que não tem imaginação, não acha?
– Cala a boca. – eu consegui dizer antes de me recuperar de um ataque de risos.
Depois de passarmos mais cinco minutos discutindo sobre nossos responsáveis e suas medidas que nos colocar na linha, as outras entregas para essa tarde já haviam terminado, o ultimo cliente tinha saído antes mesmo que desse cinco e trinta, faltava apenas meia hora para fechar a loja e por incrivel que pareça, Lauren e Suzanna ficaram até o final sem brigar e sem dramatizar. Pelo menos até agora.
Elas não faziam ideia como era bom tomar meu tempo dessa forma, eu não estava segura sozinha, e não estava relacionado aos perigos que me rondavam, mas na verdade os interiores. Não tinha como ficar sozinha e não pensar no que estava acontecendo ao meu redor, era como se eu fosse frágil a mim mesma, uma forma estranha de ser prisioneira dos meus próprios pensamentos, refugidas nas minhas lembranças obscuras que me prendiam no meu mundo, mais aterrorizante que o mundo fantasioso de Alice, onde eu caia por um buraco sem fim, escuro, aterrorizada com a ideia de o fim ser exatamente o meu, presa nas garras do meu perseguidor. Aparentemente eu poderia parecer forte, como se eu estivesse lutando realmente pela perda do meu pai, enfrentando minhas próprias perdas e vivendo em um mundo real, onde nada de errado acontecia comigo, mas era exatamente isso que estava acontecendo, eu não estou vivendo em um mundo real, estou na profundidade dele, no obscuro, desde que pisei os pés nessa cidade, nada lógico e explicado pela ciência estava acontecendo comigo, nada de errado acontecendo comigo, mas muito pelo contrário, nada de muito certo e lógico estava acontecendo, nos meus sonhos, nos meus pensamentos, sempre sou fisgada das piores maneiras que a consciência humana pode ser presa. Há algo de muito estranho acontecendo com essa cidade, algo que eu não consigo evitar, estou sempre entre dois caminhos, e sempre estou escolhendo o que certamente não é o ideal. Eu não sei mais em que acreditar, desde aquela noite, com o assassino, o jeito irracional que ele se mexia, a forma como me observava, eu não era apenas uma vítima que tinha visto mais do que deveria, eu era a presa e isso me assustava, havia algo naqueles olhos, algo que eu sabia exatamente do que se trata, havia singularidades na forma como ele se dirigia a mim, a forma como a minha vida se seguia para caminhos tortos, cheios de mistério e mesmo que eu quisesse esquecer, eu sabia que havia um propósito para isso e quanto mais eu acreditava nisso, mais minha curiosidade aumentava para descobrir, eu quero respostas, mesmo não compreendendo esse mundo, eu sei que pertenço a ele e como eu não sei.
– Ei, Nina, planeta Terra chamando terráquea Nina! – os dedos de Suzanna dançavam na frente do meu rosto várias e várias vezes.
– Quê?
Suzanna dá de ombros, rindo da minha cara espantada.
– Você não ouviu nada, não é? - ela me perguntou, em pé na minha frente com as mãos plantadas no quadril enquanto Lauren acabava de desligar o celular.
– O que eu perdi?
– Tudo. - Suzanna confessa. - Agora vou ter que fazer a mesma cara de cachorro que caiu da mudança.
Eu pisco duas vezes, meia confusa.
– Ainda estou perdida, só para avisar.
Lauren empurra Suzanna para o lado.
– Deixa que eu faço. - ela está se preparando quando Suzanna retoma seu lugar.
– Você vai não dizer toda aquela baboseira de amor eterno e blá blá blá, você sabe que Nina despreza o Isaac, então deixa que eu peço. - mesmo perdida com tudo isso, elas continuaram falando. - Bem, humildemente, como suas melhores amigas desde a infância, pedimos seu lindo e novo carro emprestado para Lauren se encontrar com Isaac às escondidas e eu, uma pobre garota solteira atrás de um pobre garoto bonitão de olhos azuis chamado Matt, que acidentalemente está no mesmo lugar de Isaac, o que acha? – o sorriso dela é incrivelmente grande e branco, nunca vi Suzanna pedindo e só talvez isso amolecesse meu coração.
Dei uma espiada para o relóligio e me assustei pelo fato de passar das sete e meia da noite.
– Espere, o quê? - eu voltei minha atencão para elas.
– Ahh, não brinque com a gente, Nina, por favor, por favor! - Lauren empurra Suzanna para o lado, se ajoelhando.
Eu sabia exatamente sobre o que elas estavam falando, mas era divertido ver a cara que elas estavam fazendo ao tentar implorar.
– Tudo bem. – deliberei. – Eu só estava curtindo com a cara de vocês, levanta daí Lauren. - bati levemente no seu ombro, antes de levantá-la.
– Você quer que a gente te deixe em casa? - Suzanna me perguntou, animada.
– Ah, não, eu faço o caminho sozinha, Isobel fará uma revolução se ver vocês duas, então é melhor fazer isso de uma vez, sem volta. – eu digo, me levantando da cadeira antes de ser atacada por duas garotas da minha altura em um abraço de urso.
– Sabe dizer “Nina é a melhor”?
Nina é a melhor! – Lauren cantarolou logo em seguida.
– Ok, suas bajuladoras. – eu me afasto. – Sem arranhões no carro e tanque cheio entendeu? – arqueei minha sobrancelha para elas. - Suzanna então vai ficar encarregada de me pegar em casa amanhã de manhã, e isso é uma ordem.
– Sem nenhum problema, - Suzanna concorda sem pestenejar. – afinal, amigas servem para isso, fazer o serviço e depois cobrir o corpo.
Que corpo, garota?
– Não é assim que diz? – ela pergunta, perdida.
– Tanto faz, mas agora vamos, temos encontros! – Lauren comemora antes de puxar sua bolsa e fazer a dancinha da vitória.
– Ahh, - Suzanna se vira para mim antes de seguir Lauren. – cadê o namorado para os encontros triplos? – ela está zombando e arqueando a sobrancelha, o que quer dizer que ela está se referindo a alguém diretamente, Andrew!
– Ah, cala a boca e sumam. – eu começo a empurrá-las para a saída ao mesmo tempo que tento apagar o nome de Andrew da minha memória.
Eu as ouço me agradecendo até a porta do neon, enquanto eu fico encostada na parede da livraria, olhando de relance para o céu negro, evidenciando que hoje será mais um dia chuvoso, as nuvens estão tão pesadas que parecem tocas a ponta dos prédios mais altos. Havia algo no clima de hoje que queria dizer que eu não estaria livre para uma boa noite de sono, muito pelo contrário.
Quando retorno para dentro, depois de vê Suzanna dando partida no neon, percebi que o aquecedor tinha desligado novamente, eu preciso realmente contar ao Rick sobre alguns gastos que ele deverá fazer. Falta alguns minutos para as oito horas, o que quer dizer que está na hora de organizar toda a bagunça que fizemos durante a tarde. Começo pelos papeis, recolhendo aos poucos cada fixas utilizadas hoje, depois vou para as cestas que Lauren havia pegado para tentar atender um de nossos clientes, alguém jovem e aparentemente o tipo dela, claro. Depois que percebo que tudo está no seu devido lugar, lembro que o aquecedor ainda está desligado um pouco antes da luz da tela do meu celular ascender, há uma nova mensagem. Tenho uma ligação perdida de Isobel e isso me preocupa.
– Tia? – pergunto, checando.
– Hey, querida. - ela parece feliz, o que quer dizer que estou longe de algum sermão.
– Eu vi a chamada.
– Ahh, é verdade, só estava ligando para saber se já estava em casa, ainda estou de plantão.
– Ainda? - perguntou, esquecendo-me completamente do que Rick havia me dito.
– É, e acho que vou demorar mais um pouco, parece que vem uma tempestade por aí e você sabe como é perigoso dirigir neste horário. Mas, e você? Ainda está na livraria?
– Yeah, estou guardando alguns papeis, mas estou de saída. Só tem uma coisinha, estou sem o carro.
– O quê? - agora ela parece preocupada.
– Antes de qualquer sermão, Suzanna precisou e você sabe que estou devendo isso a ela, sabe quantas vezes eu precisei do carro dela para ir para a escola? Muitas! – eu estava apelando para os artificios pessoais. Isobel sempre se sentia em divida quando alguem fazia um favor para mim. – Então como a casa é aqui perto e já estou de saída, eu deixei, tudo bem? – depois de falar um bocado, eu queria saber se ela estava brava, pirando ou os dois ao mesmo tempo.
Há uma pausa de suspense.
– Hm-hum. - ela suspira, sentindo alivio. - Tudo bem, Suzanna é uma boa garota, mas não quero que isso aconteça de novo, ok? Você tem que estar em casa em menos de uma hora, está vindo uma tempestade.
– Eu sei, eu sei, já estou de saída, te vejo no jantar, beijos! - e desligo.
Antes que eu pudesse desligar as primeiras luzes, a porta faz um barulho de sinos, sinto que vou congelar, meu coração pulsa rapidamente e sinto meus dedos tremerem, antes de ver de quem se trata.
– Boa noite, Sr. Langdon. – eu disse educadamente.
– Boa noite Nathalie, eu preciso de sua ajuda.


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Notas finais do capítulo

comentem anjos, eu gosto de interagir com vocês.



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