O que estou sentindo?

“Olha que casal mais lindo mamãe?”

Aquela afirmação que ouvira ecoava em sua mente, estava confuso pois quando a menina dissera isso ele ficou feliz. Estava com medo de querer que fossem realmente um casal, não queria trair Cascuda daquela forma, mais seus sentimentos por Magali estavam confusos, pensaria nisso depois.

-Iai cara! – Disse Cebola chegando do nada, cortando-lhe de seus devaneios.

-AH, oi Cebola! – Disse desanimado, Cebola percebeu mais resolveu não perguntar, mudando completamente de assunto.

-Então como você ta com a Cascuda? – Perguntou, não notando o olhar triste de Cascão.

-Vai indo. – Respondeu simplesmente, Cebola ia responder mais foi cortado por Denise que chegava balançando um celular.

-GEEENTEEM! – Berrava eufórica. Fazendo com que os dois á olhassem curiosos, geralmente ela só gritava assim quando era um *bafão*

-Desembucha Denise! – Disse Cebola impaciente. Denise tomou fôlego e falou de uma vez só.

-A MÔNICA TÁ NO HOSPITAL!TEMOS QUE PRESENCIAR ESSE BABADO DE PERTO! –Nem ligaram para a ultima frase rude de Denise, foram correndo ao hospital, até Cebola que se afastara dela fazia meses.

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Mônica estava sendo bajulada pelo médico bonitão. Até comida na boca ele dava! Mônica adorava quando ele fazia aviãozinho, não sabia porque mais adorava ser tratada como criança, se sentia indefesa e adorava ser protegida por aquele médico bonitão!

-Olha o aviãozinho! – Falava brincalhão, rodando a colher com comida em círculos até dar na boca de Mônica, ela só ria da situação, era tão boa!

-Rafa... – Chamou pelo novo apelido, já estava quase íntimos um do outro. Ad enfermeiras estranhavam, pois o médico não saia de seu quarto. Ele adorava cuidar dela.

-Oi linda? – Adorava quando ele á chamava de linda! Se sentiu queimar pois estava completamente corada – Adoro seu rostinho vermelho! – Exclamou apertando suas bochechas, mais quando viu que Mônica estava ficando sem graça decidiu ouvi-la com o olhar sério.

-Eu... Quero agradecer! – Disse em meio de lágrimas. Ele á ajudara tanto! Lhe dava o carinho que sua mãe nunca deu á ela.

–Pelo quê? – Perguntou descrente. Ele fazia isso porque gostava dela não precisava de agradecimentos.

–Por tudo! Você ta sendo um pai, uma mãe – Riu da palavra feminina – Um irmão e um melhor amigo para mim, obrigada mesmo! – Falou emocionada, até Rafael ficou emotivo e á abraçou.

Ele sabia que as chances de recuperação eram baixas, queria muito que fosse os melhores dias dela, ficava com o coração doido só de pensar que podia á perder, já até esquecera que era médico, agora ele estava ali como um bom amigo.

Enquanto se abraçavam a porta se abriu, fazendo se soltarem rapidamente ambos com os rostos corados. De lá veio Magali, Cascão e Cebola nem notando a presença do médico indo em direção á Mônica.

-AMIGA! – Se pronunciou Magali, praticamente pulando encima de sua amiga, quase á esmagando.

-Maga... Tava com saudades! – Disse chorosa, fazendo a comilona também chorar, ficaram abraçadas por alguns minutos e Magali deu espaço para Cascão.

-MÔ! – Nem Cascão se agüentou e foi correndo com os olhos lacrimejados abraçar sua amiga, que até ficou surpresa. O Cascão chorando? E ainda afetuoso assim? Ela tinha amigos de verdade mais chegou a hora de Cebola que sem vontade veio até Mônica.

-Oi Mônica – Disse sem sentimento algum, com um olhar indiferente, nem se preocupou em chegar perto.

-Oi Cebola – Disse ríspida, se ele não fosse embora ela acabaria com ele ali mesmo.

-HUMPT, a mesma Mônica durona de sempre! Qual é? Porque ta me olhando com cara de coelho deformado? Com esses dentões pode furar meus olhos daqui! – Disse provocativo, Mônica que em muitos anos bateria nele, apenas começou a chorar. Rafa observava tudo de longe, estava com pena, queria enxugar suas lágrimas, mais não queria interromper.

-QUAL É O SEU PROBLEMA? – Disse Magali com raiva em direção á Cebola que estava com cara de desdém.

-Blé, essa dentuça não agüenta a verdade! Fazer o que? – Disse ríspido, até Cascão desaprovou.

-Qualé cara! Vê se cresce ta legal? Ta parecendo uma criança! – Retrucou Cascão, que foi junto com Magali consolar Mônica, que á este ponto já estava soluçando e suando frio. Com os olhos marejados, e lágrimas longas e dolorosas escorrendo pelo seu rosto.

-Liga para ele não Mô! – Consolava Magali, afagando o cabelo de sua amiga.

-É issai, o careca é um criancão, não sabe o que fala! – Ajudava Cascão apenas olhando Mônica ternamente lhe transmitindo conforto.

Rafael continuava olhando, ficou com raiva daquele moleque de cabelo espetado, quem ele pensa que é para mexer com a Mônica? A sua Mônica, quando viu ele sair o seguiu, queria tirar satisfações.

-Ei, espere ai garoto! – Chamou por Cebola que andava assobiando pelo corredor, Cebola apenas acenou com a cabeça e veio até ele.

-O que é? – Perguntou sem interesse.

-Porque fez aquilo com a Mônica? – Perguntou com a raiva na voz.

-Porque ela é uma dentuça aleijada! – Falou, aquela foi a gota d’água primeiro chama a Mônica de dentuça, agora de aleijada? Não agüentou e o segurou pela gola e o colou na parede, o olhando com uma fúria tão grande que deu arrepios em Cebola, que o olhava com medo.

-QUEM VOCÊ PENSA QUE É MOLEQUE? FALA MAIS UMA VEZ DA MÔNICA ASSIM E VOCÊ VAI VER O QUE É FICAR ALEIJADO! – Ameaçou, por sorte não havia ninguém no corredor, quando percebeu o que fez, soltou o moleque que saiu correndo. O que ele havia feito?

Continua...