Fundação Kloon escrita por Brukis Calarezo


Capítulo 6
Capítulo 5: Em casa?


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Eu sei que vocês devem estar querendo me matar, pois faz muito tempo que eu não escrevo. Eu fui viajar com a escola semana passada e não tive tempo nem inspiração para escrever, portanto só estou postando hoje.
Mas o capítulo ficou bom. Vocês começarão a conhecer uma "nova" personagem e outras pessoas bem importantes para a história.
Ah, quando eu coloquei POV quer dizer que mudei de narrador, o nome de quem vai narrar vem logo depois do POV, ok?
Boa leitura!



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Olhei para o lado de fora da janela do carro. Chovia. Eu não acredito que fiz isso. Dawid. Eu o deixei. Mas o que eu podia fazer? Nunca teria outra oportunidade de sair. Descobrir quem realmente sou. Por isso quando Bia disse que queria trocar, eu troquei.

            - Já estamos chegando Srta. Beatriz. – o homem de terno preto que dirigia me alertou. Como era mesmo o nome dele? Ah, esquece...

            - Certamente, mas onde... – sussurrei para mim mesma.

            Continuei observando as casas que iam surgindo. Eram enormes, muito bem iluminadas e elegantes. Muito diferente do que eu interpretei como o “centro da cidade”. Lá as casas se misturavam ao ruído, luzes e pessoas que andavam nas ruas. Passavam, facilmente, despercebidas. Olhei então para a minha roupa, ou melhor, para a roupa da outra Bia. Eu nunca usaria isto na minha vida. A saia preta era apertada e curta, a blusa vermelha apesar de ter mangas compridas, era bem decotada. A única coisa de que gostei foi da jaqueta de couro preta, essa sim tinha a minha cara.

            Começamos a dar a volta em uma casa não menos luxuosa do que as outras que já tinha visto. Por que estamos entrando pelos fundos?

            - Onde estamos indo? – perguntei ao motorista.

            - Achei que preferisse entrar pelos fundos. Como sempre.

            - Por que eu gostaria de entrar pelos fundos? – ta, eu sei que essa não foi a melhor pergunta do mundo, afinal eu tenho que fingir que sou quem eles acham que sou.

            - Oras, você fugiu do castigo para ir até esse lugar que eu não posso saber o que é. Bia, você não se lembra? – lembrar...Uma palavra que vem me perseguindo a muito tempo. Instantaneamente lembrei – me de Dawid. Não consegui conter a lágrima.

            - Bia, você está bem? Não se preocupe tenho certeza de que sua mãe não vai ficar tão nervosa. Se você quiser eu posso dar um jeito nisso. – o motorista disse.

            - Como assim? – perguntei entre lágrimas.

            - Posso acalmar sua mãe, como sempre fiz. Claro, mediante a uma pequena taxa... – eu não acredito que estava ouvindo isso! Esse homem acaba de entrar para a minha lista negra!

            -  Quem você pensa que é? Eu não acredito! Como pode dizer uma coisa dessas?

            Sai do carro em disparada para a porta dos fundos. Não sabia mais se estava correndo pelo que aquele homem falou, ou por não estar entendendo nada do que está acontecendo. A única coisa que sei é que não queria falar com ninguém.

            - Bia! Calma, você entendeu tudo errado! – o homem de terno preto gritou saindo do carro.

            Não me importa. Tudo o que eu quero é subir pro meu quarto e tomar um banho. É um banho seria ótimo! Tentei me lembrar das coordenadas que a outra Bia me dera. Ok, sobe as escadas, vira à esquerda, primeira, segunda, terceira porta à direita, entra, vira à direita, e pronto! Estava largada no chão do banheiro de meu novo quarto. Aos prantos tirei a roupa e entrei no chuveiro.

POV outra Bia

            Ai que nojo! Odeio lama! Meus pés estão encharcados e essa chuva não ajuda em nada! Eu não sei onde estava com a cabeça quando sugeri para aquela selvagem que trocássemos de lugar! Devia ter ficado em casa, de castigo, muito melhor do que nesse barro!

            - Calma Bia, vai dar tudo certo. Eu sei que seu lindo cabelo está ficando molhado e nojento, mas você consegue superar isso, eu sei que consegue! – ótimo, já estou ficando doida falando comigo mesma...Ta, foco Bia. Você precisa sair dessa selva.

            POV Bia

            Após muito chorar. Sai do banho. Peguei uma toalha rosa que estava ali por perto e me enrolei nela. Hora de conhecer o quarto. Tinha entrado tão desesperada que mal tinha visto a cor das paredes. Coloquei um chinelo prata que estava lá perto e abri a porta do banheiro. Ai meu Deus!

            - Eu não acredito que tudo isso era real... – olhei em volta do quarto e ele era idêntico àquele quarto que eu sonhei uma vez. Isso quer dizer que todos os sonhos, não eram sonhos, mas lembranças... Algo então apertou e torceu a pele de meu braço.

            - Ai! – exclamei.

            - Acredite se quiser fofa, isso é real. Apesar de eu não saber do que você está falando! Hahahaha – uma risada falsa ecoou pelo quarto. Quem é esse ser?

            Continuei encarando o ser enquanto ele ria. Quem era aquela garota? E por que ela achava tão natural invadir o meu quarto, principalmente se eu estava só de toalha?

            - Bia ta tudo bem gata? – a garota, cujo nome eu ainda tenho que descobrir, parou de rir e olhou séria para mim.

            - Ta sim. Só não esperava você aqui. – foi a melhor resposta em que pensei na hora.

            - Por quê? Ta depre hoje? Não quer a companhia dessa diva maravilhosa que você ama tanto? – ok, as coisas já começaram a ficar estranhas demais.

            - Não é nada disso. Só não esperava você aqui, só isso. – a garota me olhou de cima a baixo como se não estivesse convencida com a minha resposta. Porém, me engoliu assim mesmo.

            - Ta então. Enfim, eu vim aqui para lhe fazer um convite... – ela ficou esperando que eu perguntasse o que era, mas não disse nada, não tinha chances de eu sair desse quarto hoje. –...o Math convidou uma galera pra ir na casa dele hoje que vai ter festa. – não movi um músculo com a afirmação da garota. – Nossa Bia que animação hein?

            - Não estou nem um pouco a fim de sair de casa hoje. – fui bem direta mesmo. Não aguentava mais aquela garota no meu quarto.

            - Vixe, já vi que hoje não é um dia bom para ser sua melhor amiga. – ah, então o ser era minha melhor amiga – De qualquer modo me liga se mudar de ideia. Eu passo aqui pra te pegar às 21h.

            - Ok. – a garota me abraçou, deu um beijo na minha orelha, o que me fez ficar quase surda, deu um sorriso e foi embora. Ufa! Finalmente a sós.

            Após secar um pouco os cabelos com a toalha, joguei - me na cama. Ah, pelo menos a cama era boa. Comecei a refletir sobre as estranhas coisas que vem acontecendo comigo. Se a outra Bia sabia da minha existência, por que eu não tinha ideia da dela? E outra, como ela sabia a localização da Fundação? Ninguém tem acesso a isso a não ser que já tenha estado lá. Mas em que ocasião ela esteve lá? Poderíamos nós...

            - Bia? – uma voz suave e macia ecoou do outro lado da porta de meu quarto.

            - Pode entrar. – respondi sentando na cama.

            - Você está bem? – uma mulher de cabelos castanhos e pele clara entrou com uma expressão preocupada.

            - Estou sim, só um pouco cansada. – a expressão de preocupação desapareceu da face da bela mulher e outra de espanto tomou-lhe o rosto.

            - Você tem certeza?

            - Por quê?

            - Você está sendo gentil comigo. – dessa vez fui eu quem fez cara de espantada.

            - Algum problema?

            - Não, nenhum. Gosto disso. – um sorriso tomou-lhe o rosto. Não pude evitar, sorri de volta. De repente o sorriso sumiu e a mulher voltou com a expressão séria.

            - Ah eu sei o que você está fazendo Beatriz. Nem tenta por que eu não vou cair nessa de novo.

            - O que eu estou fazendo? – perguntei surpresa.

            - Tentando mudar de assunto e escapar da bronca como sempre. Você me deve explicações. Onde você foi?

            - Dar uma volta. – que ótima resposta Bia, ta pedindo pra ficar de castigo. De novo.

            - Dar uma volta? Isso não é resposta!

            - Mas foi só isso eu juro! – eu normalmente não mentiria, mas este é um caso de vida ou morte.

            - Olha seu tio me disse que vocês brigaram por que você não queria me pedir desculpas. Não é mesmo?

            - Meu tio? – eu sei que não é uma boa hora para dar uma de boba, mas nesse caso eu realmente não sabia quem era o meu tio.

            - Claro seu tio, meu irmão, nosso motorista... – puts, aquele cara é meu tio? – ele quis ser legal com você e se ofereceu para conversar comigo, contanto que você me pedisse desculpas depois! – fiquei boquiaberta. Eu realmente tinha entendido tudo errado e aquele homem só estava querendo me ajudar.

            - Então você deu um chilique e saiu batendo porta. Algo em sua defesa? – ela me perguntou. Não disse nada, pois não consegui pensar.

            - Ótimo! Vai ficar mais um mês de castigo, e se sair durante o castigo de novo, é mais um mês!

            - Mas... – ela saiu antes que eu falasse.

            Droga! Nem cheguei nessa casa e já piso na bola com meu tio e brigo com a minha mãe! Preciso espairecer um pouco. Mas como se estou de castigo? Imediatamente me lembrei do ser que tinha me convidado para sair. Olhei no relógio Ra 20h30. Procurei então a foto da garota nos contatos do celular que a outra Bia tinha me dado no começo do dia. O nome do ser era Amanda. Mandei uma mensagem e ela me respondeu na hora. Para quem vai ficar de castigo um mês, o que é mais um?

POV outra Bia

            Depois de muito andar naquela selva avistei um grupo de pessoas. Estava me dirigindo até elas quando fui puxada para trás de um arbusto. Ia gritar, mas fitei aquele rosto maravilhoso olhando para mim. Dawid. Então eu estava certa.

            - Esta brava comigo Bi? – ok, hora de colocar o plano em ação.

            - Claro que não meu amor. – abracei – o com toda minha força. Ah que saudades desse abraço. Sussurrei então em seu ouvido.

            - Eu me lembro.

            - Do que? – Dawid perguntou.

            - De tudo, principalmente de você.

            - Sério?

            - Claro. – bom, de certa forma era verdade. Minha sombra se lembrava.

           


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Notas finais do capítulo

Então se quiserem saber como eu imagino a melhor amiga da Bia:
https://weheartit.com/entry/70350147/via/bruna_torrescalarezo?page=19

E a mãe da Bia:
https://weheartit.com/entry/71693044/via/bruna_torrescalarezo?page=15

bjus até a próxima postagem!
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