Fundação Kloon escrita por Brukis Calarezo


Capítulo 2
Capítulo 1: Conhecendo Bia e a Fundação




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Acordei com o sol batendo na janela, olhei no relógio, eram 7h20 da manhã. Ótimo, acordei antes do horário, como eu adoro isso! Levantei, fui na ponta dos pés até o banheiro, para não acordar Lise minha parceira de quarto. Enquanto escovava os dentes, observava o reflexo da garota no espelho à minha frente. Credo! Parecia até que eu tinha levado um soco no olho de tão “amassada” que minha cara estava. Voltei para a cama e fui ler um livro enquanto esperava dar 8 horas. Acabei pegando no sono.

Estava em um quarto com uma cortina meio transparente que tinha uns escritos nela. Ao puxá-la, pude ver uma cama branca com almofadas rosa iluminada por uma luz também rosa que formava um circulo no teto. Ouvi uma voz, parecia estar me chamando, me virei para ver quem era e...Pof! Droga cai da cama! Olhei no relógio, 8h20. Ótimo, agora estou vinte minutos atrasada, e a Lise nem pra me acordar.

Levantei, vesti meu uniforme rapidamente e fui trabalhar. Cheguei ao quarto 212, o clone já havia saído. Comecei a arrumar a cama em tempo recorde, esse horário já era para eu estar no 3º quarto!

Passei para o segundo quarto, o quarto do garoto mais pé no saco que eu já conheci. Não que eu conheça muitos caras, a Fundação Kloon tem três unidades, uma não se comunica com a outra, portanto os únicos caras que conheço são da unidade 2, onde moro desde, desde...Enfim, isso não é importante.  Enquanto arrumava os quartos, meus pensamentos foram interrompidos pelo segundo cara mais pé no saco que já conheci, a diferença era que o primeiro é gato, o Sr. Edgar é um velho de 100 anos que adora pegar no meu pé.

- Srta. Beatriz, ainda no segundo quarto? – o velho perguntou.

- Sim Sr. Edgar. Me desculpe, é que meu despertador não tocou essa manhã. – inventei uma desculpa qualquer.

- A Srta. Lise disse que a viu acordada esta manhã. – traidora!!!Não me acorda, e nem pra calar essa boca.

- Ela deve ter se enganado. – respondi somente.     

- Claro, mas não quero a senhorita atrasada outra vez viu! Você sabe que temos regras aqui na fundação. – a não, de novo não, ele não vai começar a listar esses lixos de regras de novo, vai?

- Bom, vou deixar que faça seu trabalho. – Ufa! Ele não listou as regras.

- Tenha um bom dia Sr. Edgar. – hum, sinto cheiro de falsidade. Que feio Bia.

Bom, paremos de falar do Sr. Edgar. Há muitas coisas interessantes que vocês ainda não sabem sobre este lugar. Originalmente a Fundação Kloon foi criada para ser uma das mais avançadas escolas de tecnologia do mundo. Ai algum imbecil, (sempre tem que ter um retardado desses nas histórias) que na verdade não tinha nada de burro, pois era o aluno mais inteligente do Colégio, inventou o Projeto Clone (ou PC para os íntimos) que consistia na criação de clones como um “seguro vida” para as pessoas que pudessem pagar. Nesse seguro, o clone era criado ao mesmo tempo em que a criança nascia, para que os órgãos de ambos tivessem a mesma idade e não sofressem rejeição no corpo do “consumidor”.  Esse clone era trazido para cá e ensinado desde criança que ele somente veio ao mundo para salvar uma vida, e quando ele morresse seria levado para um lugar lindo onde ele pudesse encontrar paz. Então, se o consumidor tivesse alguma doença e precisasse de órgãos, eles eram retirados do seu clone. Genial não?

Paremos também de falar desse assunto, pois ele me dá nojo. Aliás, paremos de falar para observar esse deus grego que vem na minha direção. Ah, Dawid era tão canalha, mas era tããããããooo lindo! Ele se aproximou aos poucos, parecia estar andando em câmera lenta, com aqueles cabelos loiros e bagunçados por causa do vento. Foi chegando cada vez mais perto, e mais perto, até que chegou tão perto que...Perai, o que é isso? Água? Ele me empurrou no balde de água suja?

- Dawid, seu escroto, inútil, imbecil, babaca, nojento...

- Lindo, sexy e perfeito? – a sua voz aveludada imediatamente me fez derreter.

- Só que não né? O que você pensa que esta fazendo? – perguntei irritada.

- Vim te dar bom dia meu amor...

- Me jogando no balde de água suja?

- Ah, acabei aproveitando para te dar um banho, eu sei que não é um hábito seu, mas é de bom tom para as outras pessoas. Só queria te ajudar amor. – ah esse babaca ta pedindo pra morrer...

- Uma: eu tomo banho sim. Duas: pare de me chamar de amor e três: quem é você para saber o que é ou não de bom tom? Se enxerga garoto, não vejo a hora do seu consumidor ter uma doença, mas não uma qualquer, espero que ele tenha um infarto! Assim você já morre logo e me deixa em paz! – levantei como um elefante e empurrei-o no chão. No caminho para o quarto, pensei em minhas palavras, fui muito dura com ele. Afinal não é só porque um cara é retardado que eu tenho o direito de querer que ele morra, ainda mais dessa forma, por alguém que mal sabe de sua existência.

Chega! Não são nem 10:00 da manhã e eu já comecei o dia atrasada e molhada de água nojenta de limpeza. Preciso de um banho, é um banho seria bom. Entrei na banheira e quando o vapor da água foi se acumulando nas paredes, pude ver algo escrito no espelho: “Não voltarei para casa hoje – pa...” Acordei quase me afogando na banheira. Não acredito que consegui dormir, eu realmente estava exausta. Eu hein, esses sonhos estão cada vez mais estranhos, e o pior é que eu sempre acordo na parte em que vou descobrir quem está falando comigo!


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Notas finais do capítulo

No próximo cap. mostro como imagino a Bia e o Dawid.
bjus